8 de jul. de 2009

Altos e Baixos

Atlético 1 x 1 Botafogo

Neste momento, soam um tanto proféticas as palavras de Celso Roth durante a semana de preparação para a partida contra o Barueri na rodada passada, quando tentava alertar o torcedor alvinegro sobre a “curva de desempenho” de uma equipe ao longo de um campeonato grande como o Brasileiro e as suas implicações. O curioso é que naquela hora achei que meu dileto amigo Dentadura estava agindo corretamente, visto que a empolgação dos torcedores beirava a histeria. No entanto, após a merecida derrota para o Barueri e a frustrante exibição contra o Botafogo diante de 48 mil torcedores atleticanos, começo a desconfiar que a desculpa já estava sendo preparada. Desculpa porque ainda não disputamos um terço do campeonato e não era para essa maldita curva estar nos presenteando com os seus malditos efeitos (ou benditos, se a mesma apontasse para uma melhoria de desempenho).

O jogo deste domingo, acompanhado aos pedaços, já que era exibido pela TV Bahia, deve ter sido uma das piores partidas de futebol desta temporada, incluindo os campeonatos estaduais e as quatro divisões do campeonato brasileiro. Um Atlético, inexplicavelmente apático, enfrentando um Botafogo que povoou o meio de campo com seis jogadores, ganhando todas as rebatidas sem, no entanto, criar oportunidades de gol. Só não digo que parecia um jogo de totó porque periga o volume de faltas apontadas pelo árbitro ter quebrado o recorde nacional da categoria. Ou seja, até onde pude acompanhar, as pobres almas que estiveram no Mineirão puderam assistir a uma legítima pelada que nos custou a liderança do campeonato.

Possíveis razões para este fracasso?

· Burrice, talvez. Não é possível que um time profissional, sabendo que o adversário possui um exímio cobrador de faltas, procure cometer as infrações, sistematicamente, dentro do raio de alcance do referido jogador. Uma hora a bola entraria, era óbvio.

· Podemos apontar também as mexidas do senhor Roth: naturalmente, os desfalques obrigam a modificações, mas os de hoje não justificam a manutenção do Júnior na lateral esquerda. Em todos os jogos sérios que disputamos com o veterano pentacampeão na sua posição de origem, fomos devidamente batidos. Entretanto, obtivemos nossos melhores resultados com o jogador atuando no meio. Entendo que Evandro e Renan Oliveira devessem ser testados, são dois jovens e têm talento mas, infelizmente, nenhum dos dois têm correspondido.

· Finalmente, o fato de termos o clássico agendado para o próximo domingo e estarmos com cinco jogadores pendurados pode ter feito com que os mesmos tenham evitado o confronto direto contra os adversários para evitar o amarelo e a conseqüente suspensão na partida contra o nosso maior rival. Se for esse o caso, acho que foi um erro crasso.

Digo que a terceira hipótese seria um erro porque o Atlético precisava muito dos três pontos contra o Botafogo. Além disso, devemos nos lembrar que temos um tabu importante a ser batido contra a raposa, mas não podemos tornar essa cruzada o evento prioritário no campeonato brasileiro, caso nossas pretensões sejam maiores do que garantir uma vaguinha na sulamericana.

O nosso rival, dadas as circunstâncias, deve entrar em campo com um time misto, jogando toda a responsabilidade do resultado para o Atlético. Se triunfarmos, tudo bem. O problema é que um resultado adverso pode corroer seriamente o trabalho do Celso e é por isso que considero uma aposta arriscada a priorização do clássico (caso este fator tenha influenciado o desempenho na partida contra o Botafogo): saímos do jogo praticamente ilesos (apenas o Carlos Alberto foi suspenso), mas com uma necessidade enorme de vencer uma partida que, por si só, já gera uma enorme pressão. Vamos ver se conseguimos, ao menos, acertar passes e ganhar rebotes. Temos uma semana para isso.

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