4 de dez. de 2011

Emporcalhando a história

Cruzeiro 6 x 1 Atlético

Muito se tem dito sobre a derrota estrondosa que nos foi imposta pelo nosso maior rival na tarde deste domingo. Os torcedores, acostumados a ver um time vibrante e pegador ao longo deste segundo turno não se conformam com a goleada sofrida diante da pior equipe do returno e teorias conspiratórias não param de pipocar na rede: de dinheiro do BMG ao passe do Tardelli, tudo foi acertado em troca desta derrota.

Qualquer pessoa que acompanha o futebol com uma certa regularidade, sabe que a politicagem, a desonestidade e a sacanagem fazem parte do negócio. Assim, a possibilidade de que tenha havido um acordo é real mas, por outro lado, tendo a acreditar que as coisas no universo acontecem da maneira mais simples e, no caso da partida de hoje, foi o resultado da completa falta de motivação e compromisso de um time contra um adversário pronto para morrer dentro do gramado.

15 minutos de jogo foram suficientes para que eu percebesse aonde aquilo iria chegar e acabei optando pela partida do Pacaembu, ao invés de ficar sofrendo em tempo real. O torcedor atleticano, passional como é, extrapola seu amor à instituição e acredita que o mesmo se aplica aos outros personagens do espetáculo: dirigentes, jogadores, comissão técnica. Na cabeça alvinegra, o Atlético entraria no clássico disposto a atropelar o adversário e conquistar uma vitória épica pelo simples fato de ser o seu maior rival.

A realidade, entretanto, é diferente. Para os profissionais atleticanos, o trabalho acabou no domingo passado com a goleada sobre o Botafogo. O elenco voltou ao trabalho na terça já em ritmo de férias e entrou em campo como se estivesse disputando uma pelada beneficente, antecipando o papai noel da torcida azul. O resultado: o pior time do returno conseguiu anotar 6 tentos na melhor defesa do returno.

Para piorar, após a partida ainda somos obrigados a ouvir as fanfarronices e insanidades do nosso presidente na rádio Itatiaia, o que só piora a vida do torcedor, gerando mais um motivo para chacotas na manhã seguinte no trabalho ou na escola. Não é difícil encontrar uma resposta para a instabilidade emocional do time ao longo dos últimos anos quando se olha para cima. Um chefe que gosta de jogar para a torcida e que acha que prestígio se ganha no grito. Com as baboseiras de hoje ainda corremos o risco de perder uma base interessante que estava sendo montada para 2012 - e olha que não sou grande fã do Cuca e nem acho que chegaríamos a algum lugar com ele. Mas, diante do que temos passado, meu desejo era ter um 2012 sem sobressaltos.

Para finalizar, esta semana teremos as eleições para presidente do clube. Kalil, candidato a reeleição, disponibilizou um material na internet registrando os avanços da sua gestão, onde alega ter sanado as contas do Atlético e que o clube está pronto para retomar o caminho das conquistas. Parece muito bom, mas o preço que pagamos até agora é alto demais: todos os maiores vexames da história alvinegra podem ser botados na conta da sua administração. As maiores derrotas históricas contra o nosso maior rival, a queda para a segunda divisão, a camisa rosa, enfim, o homem conseguiu emporcalhar o nosso histórico. Para o torcedor, esta não é uma boa troca: o que fica para a história são os resultados, não o balanço ou o excelente CT. Infelizmente, acho que o conselho tem uma opinião diferente e o manterá na sede de Lourdes para mais 3 anos de mandato.

Em tempo: é lógico que acho a infra-estrutura atual do clube admirável, mas de que adianta ter uma excelente estrutura de trabalho se os gestores são incompetentes?

28 de nov. de 2011

Os pingos nos "i's"

Atlético 4 x 0 Botafogo

Ontem, por incrível que pareça, não consegui sequer um link para ver a partida do Atlético contra o Botafogo. Não imaginei que houvesse esta possibilidade, principalmente porque havia um clube carioca envolvido. Na sequência me lembrei que o bar da esquina exibia as partidas do alvinegro carioca, mas achei melhor não me atrever a dividir as mesas com os torcedores adversários em um momento tão tenso para ambos os clubes. Por fim, acabei verificando o custo para aquisição da partida pelo PPV na NET: 70 reais. Só para constar, a mensalidade do serviço é de 60 reais. Qual a lógica de se vender um jogo a 70 pilas? Se fosse 35 já não seria um lucro estupendo? De repente, o negócio é não vender mesmo. Há certas coisas que transcendem a minha inteligência e acabei deixando a ideia de acompanhar a partida ao vivo de lado e contar, mais uma vez, com os SMS do meu irmão.

A ansiedade não durou muito porque o Galo acabou abrindo o placar no início do jogo em pênalti bem batido pelo Daniel Carvalho e ampliando para 2 x 0 com o André, após bela jogada do Neto Berola. No fim do primeiro tempo, Loco Abreu isolou um penal e concluí que a vitória estava no papo.


Neto Berola infernizou a defesa adversária no primeiro tempo

Veio o segundo tempo e, com um golaço de André e um tento de Léo Silva, acabamos repetindo o placar do primeiro tempo e liquidamos a fatura em 4 x 0. A quebra de mais um tabu, a garantia de permanência na primeira divisão e a possibilidade de rebaixar o maior rival transformaram a Arena do Jacaré em uma festa e marcaram o início de uma semana gloriosa!


André encobre Jefferson e amplia o marcador

Há pouco mais de 10 anos (outubro de 2001) enfrentamos o Botafogo no Independência e aplicamos um outro 4 x 0. Coincidentemente, a partida seguinte seria um clássico em circunstâncias um tanto parecidas com as que envolverão a partida do próximo domingo. Naquela oportunidade, o Atlético liderava o brasileiro e o nosso maior rival enfrentava a ameaça do rebaixamento. Este clássico foi o famigerado 2 x 2, onde conseguimos o empate na bacia das almas. Alex havia marcado duas vezes para a raposa, quando aos 40 minutos do segundo tempo o Ramonzinho pegou a bola para bater uma falta.

- Aposto que vai guardar só para aumentar o nosso sofrimento, foi o que eu disse para o primo Mateus.

Não deu outra. O camisa 10 meteu lá na gaveta. E aí o inimaginável aconteceu: quem estava indo embora voltou e a torcida transformou o Mineirão num inferno! O Atlético cresceu e impôs uma pressão avassaladora, que resultou em um gol sofrido do Marques após um bate rebate na pequena área cruzeirense e uma histeria insana nas arquibancadas.

Durante a comemoração meu irmão perdeu seu chinelo e o Mateus, ex-colaborador deste blog, quase saiu em um SAMU, não conseguindo sequer se levantar para vibrar, permanecendo sentado com a mão direita sobre o lado esquerdo do peito. Eu quase tive um torcicolo com o meu primo André pendurado no meu pescoço gritando gol. No fim, o Alexandre isolou uma bola incrível, na marca do pênalti. Gol que lamento até hoje, mas que o Mateus atribui ao pai celestial o desvio milagroso que o evitou o tento e salvou o seu coração.


Clássico inesquecível em 2001

A verdade é que temos contas a acertar com o nosso maior rival e espero que não só o senhor Kalil e seus asseclas tenham isso em mente ao longo desta semana como transmitam a necessidade desta vitória ao elenco. É uma chance única de reequilibrarmos as coisas em Belo Horizonte e botarmos certos pingos nos "i's". Reconheço que tão difícil quanto a vitória no clássico é a combinação de resultados que resulte no rebaixamento do nosso maior rival - o xará paranaense enfrenta um coxa que luta para se classificar para a Libertadores e o Ceará parece ter jogado sua chance de salvação no lixo ontem no Presidente Vargas. Mas, independente disso, temos a obrigação de vencermos o clássico e deixarmos o destino se encarregar do resto.

Para finalizar, depois de mais um ano de sofrimento imposto à sua torcida o Atlético, mais uma vez, conseguiu um milagre e se safou da queda para a segunda divisão a uma rodada do fim do campeonato. Saímos de uma situação terrivelmente adversa e chegamos à última rodada com uma possibilidade única de marcar um reinício de trajetória.

Outro aspecto importante a ser considerado, é o seguinte: comemoramos porque o pior já passou, mas é preciso ter em mente que o trabalho nos últimos 3 anos não foi bem feito e que 2012 já está aí. O presidente, provavelmente, se reelegerá e o modelo de gestão continuará. Vai haver outra barca de dispensas e outra de contratados? Quais os objetivos para 2012? Espero, sinceramente, termos um ano decente. Estou de saco cheio de ficar fazendo conta de chegada para não cair. Chega!!

26 de nov. de 2011

Vamos à luta!

Amanhã entraremos em campo em Sete Lagoas com a missão de vencer o Botafogo e sepultar, mais uma vez, a ameaça de rebaixamento. O alvinegro carioca enfrenta um momento difícil, vindo de uma sequência de derrotas que resultou na demissão do treinador Caio Júnior, na perda das chances de título e numa drástica diminuição da possibilidade de conquistar uma vaga na Libertadores 2012. O Atlético, ao contrário, vive um bom momento no campeonato, praticando um futebol com muita aplicação tática e enfrentando de igual para igual os adversários há 8 rodadas. Se nos baseássemos apenas no senso comum, acreditaríamos que a vitória estava praticamente assegurada.

No entanto, estamos tratando de futebol e, mais ainda, do Clube Atlético Mineiro. Neste caso, o sobrenatural atua de uma maneira muito mais efetiva do que a razão e a ciência. Na última década nos tornamos grandes fregueses do Botafogo, daqueles que passam recibo e sempre retornam. Em 2001 eu diria que uma implacável goleada aguardava os cariocas na Arena do Jacaré, em 2011 a história é diferente. Acredito que será um jogo bastante complicado e é bom o coração atleticano estar em dia. Qualquer 1 x 0 será comemorado como a conquista de um título.

Os comentários sobre as demais partidas e, principalmente, sobre a situação do nosso maior rival, deixarei para outra oportunidade. No momento, só me importo com o futuro alvinegro. Que a força esteja conosco amanhã!

22 de nov. de 2011

Perto do milagre

Corínthians 2 x 1 Atlético
Atlético 2 x 1 Coritiba
Figueirense 2 x 1 Atlético
Atlético 2 x 0 Grêmio
Atlético 2 x 1 Palmeiras
Fluminense 0 x 2 Atlético
Vasco 2 x 0 Atlético
Atlético 2 x 1 Santos
Atlético 0 x 0 América

Emendar as férias com o trabalho me fizeram ficar longe do Atlético e, consequentemente, do blog durante 9 rodadas. Neste período, contrariando todas as estatísticas, emplacamos 5 vitórias, 3 derrotas e 1 empate e deixamos a zona de rebaixamento.

Na realidade, na quinta passada ainda consegui acompanhar a partida contra o coxa branca através da internet, visto que não sou mais assinante do PFC. Fizemos uma boa apresentação, jogando coletivamente e impondo o nosso melhor futebol ao adversário. No final houve o apagão tradicional que quase resultou em um empate alviverde mas, felizmente, o relógio andou mais depressa do que o ataque curitibano.

Não acompanhei a derrota frente ao Corínthians, o jogo da tv em Porto Alegre foi Botafogo x Internacional. Ao que parece, o time repetiu o bom futebol e, também, os erros de final de partida que já haviam nos castigado em Florianópolis uma semana antes e que resultaram na nossa derrota frente ao Timão após liderarmos o placar até a metade final do segundo tempo.

Este é o drama de se lutar contra o rebaixamento, o qual, infelizmente, estamos nos habituando temporada após temporada. Diante dos recursos disponíveis, é inegável que o time tem feito uma campanha quase épica ao longo deste returno, mas a situação era tão adversa que mesmo com um desempenho acima da média, o risco da queda ainda é real. A derrota contra o Corínthians chateia pela forma como aconteceu, mas estes talvez fossem os três pontos mais improváveis ao longo desta nossa caminhada. Se estivéssemos livres do risco de queda, o resultado no Pacaembu seria melhor digerido.

Domingo teremos uma outra guerra contra um velho algoz: o Botafogo. Diante do que vi o alvinegro carioca apresentar contra o Inter no domingo, creio que obteremos a vitória se repetirmos as atuações das últimas rodadas (o que seria um grande alívio visto que uma derrota poderá nos colocar diante daquele quadro apocalíptico que previ há quase 4 meses: um clássico na última rodada onde apenas o vencedor se salvará).

3 de out. de 2011

Só restaram os fanáticos

Atlético 1 x 1 Ceará

Acostumado a conviver com atleticanos desde o meu nascimento - a família está na quarta geração de alvinegros - sempre achei que a diferença entre a torcida do galo e as outras de Belo Horizonte fosse uma coisa natural ligada ao perfil de cada clube e que encontrasse paralelos nas outras capitais do Brasil. Com a mudança para o Rio de Janeiro, o casamento com uma gaúcha e o trabalho em Curitiba, no interior da Bahia e em outros lugares constatei, para minha surpresa, que éramos diferentes não apenas de nossos rivais belorizontinos, mas de todo o resto. Não falo em termos de fanatismo puro e simples, afinal as arquibancadas vivem cheias em outros estádios, onde as torcidas sofrem e vibram tanto quanto a gente, mas da relação com o clube que, no nosso caso, é quase um membro da família. As pessoas se reúnem na sala de casa ou em um boteco e passam a tarde discutindo os feitos do passado, os erros e as agruras do presente como se falassem de um parente internado com uma doença grave e não de um clube de futebol.

A minha percepção com relação a estas diferenças aumentou quando comecei a viajar por aí e a encontrar pessoas que trajavam o manto alvinegro e, invariavelmente, vinham falar comigo (que, obviamente, também trajava o meu) ou, pelo menos, me saudavam com um grito de "galo" e os punhos cerrados. A coisa acabou ficando mais clara na Bahia: é comum encontrar nas anteparas das plataformas que estamos construindo por lá inscrições deixadas pelos trabalhadores no dia a dia, de mensagens evangélicas a poesias e palavras de ordem. Incrivelmente, a única referência que encontro ligada a clubes de futebol é ao Atlético: "Galo Doido" ou, simplesmente, "Galo!".


Só restou ao atleticano evidenciar a sua paixão

Ainda não encontrei uma explicação definitiva para isso. A história, de fato, tem sido muito cruel com o torcedor do Atlético. A minha geração, que começou a torcer acompanhando Cerezo, Éder, Reinaldo e João Leite e passou a ir aos estádios ao longo da década de 90, viu um time competitivo, que raramente perdia em casa mas que não tinha forças para superar os adversários nos jogos decisivos. Morria na praia e esse nos parecia o pior dos mundos. Me lembro de comentar com o meu irmão a cada derrota em uma decisão naquela época: "A gente só não está pior porque existem o Fluminense, o Inter e o Santos", clubes que, naquele momento, estavam em uma situação pior do que a nossa.

O século XXI chegou e com ele a atual administração que conseguiu a façanha de liquidar a nossa principal característica: um time que era praticamente imbatível em Belo Horizonte e que, neste momento, caminha para nos rebaixar pela segunda vez em pouco mais de cinco anos. Formidável! Devo admitir: "Eu era feliz e não sabia". Para piorar, aqueles clubes que eu considerava nossos irmãos de sofrimento renasceram e hoje são protagonistas no cenário nacional: o Inter tornou-se bicampeão da Libertadores, campeão do mundo e foi vice-campeão brasileiro duas vezes. O Santos é bicampeão brasileiro, campeão da Copa do Brasil e da Libertadores e o Fluminense é o atual campeão brasileiro, tendo sido campeão da Copa do Brasil e vice da Libertadores.

A minha opinião é que após este processo de, digamos, "depuração" da torcida atleticana, só restaram os fanáticos. O único alento que o atleticano tem hoje em dia é reverenciar o clube, a entidade, e evidenciar isso por onde vai, seja deixando uma frase escrita numa chapa de aço em uma obra no interior do Brasil, seja saudando um estranho vestindo a camisa alvinegra nas ruas de qualquer lugar fora de Minas Gerais. Infelizmente, para compensar a cegueira e a entrega incondicional da torcida, fomos premiados com um exército de beócios na sede de Lourdes. E, quanto a isso, não vejo solução a curto prazo.

Pois bem, falemos do jogo de ontem. No post anterior fiz menção à trágica partida contra o Fortaleza em Belo Horizonte na famigerada campanha de 2005. Não era nenhuma espécie de premonição, apenas queria dizer que o histórico recente do Atlético nos mostra que o time é capaz de superar qualquer expectativa quando se trata de fracassos e misérias. De qualquer maneira, começamos a partida bem, dominando o adversário e conseguindo chegar à meta de Fernando Henrique com uma regularidade que indicava que o gol era questão de tempo. Não demorou e Carlos César, o novo lateral direito, guardou a pelota após boa trama pelo meio. 1 x 0.

Pouco tempo depois o mesmo Carlos César invadiu a área e sofreu pênalti. Olho para a tv e não acredito quando o Magno Alves pega a bola. Incrédulo, comento com a minha esposa:

- "Ótimo! Agora escolhemos o perdedor oficial de gols do time para bater o pênalti!"

Ela, acreditando se tratar de um pessimismo exagerado da minha parte, tentou trazer algum pensamento positivo para a sala. Mas, não teve jeito, o perdedor de gols cobrou nas mãos do goleiro.

- "Não acredito! É, não tem jeito, esse time é mesmo derrotado!", resumiu a patroa. Tive que concordar.

Agora, vamos combinar: com 11 jogadores em campo em um jogo decisivo e você escolhe o Magno Alves para cobrar a penalidade? Lamento informar, mas você é um derrotado! Até o goleiro Giovanni teria feito melhor.

O resultado final todos nós já sabemos. Alguns minutos depois, o Ceará conseguiu articular seu único ataque no jogo e chegou ao empate. Depois disso a partida se transformou em um show de horrores, o Vozão teve dois jogadores expulsos e aos 7 minutos do segundo tempo tínhamos 11 contra 9 na Arena do Jacaré. Cuca, na ânsia de tentar obter a vitória, encheu o time de meias, congestionou tudo e o gol não veio. É verdade que o arqueiro cearense fez defesas incríveis, mas quando você vê que o seu time não teve envergadura moral para superar um adversário direto na briga contra o rebaixamento, mesmo jogando com dois jogadores a mais, a conclusão é a de que o seu destino é mesmo a série B. O que nos resta neste momento é torcer para que esta vaga não seja decidida no dia 4/12 contra o nosso maior rival. Pelo menos desta possível humilhação merecemos ser poupados.

2 de out. de 2011

O problema é o time

Internacional 2 x 1 Atlético

Mesmo diante da situação desesperadora na qual o clube se encontra (mais uma vez) no Campeonato Brasileiro, qualquer torcedor com um pouco mais de sensatez já descontava os 3 pontos disputados contra o Internacional em Porto Alegre. Uma equipe que não tem competência para vencer o Atlético de Goiânia e que, dentro de casa, empata com um Flamengo em franca decadência, não poderia almejar nada diferente na capital gaúcha. O discurso do treinador após a peleja foi o mesmo dos últimos dois anos: "jogamos melhor, merecíamos a vitória, já estou enxergando uma consistência nesta equipe e as vitórias virão". Se virão eu não sei, mas é bom o Cuca se apressar porque faltam 12 rodadas e precisamos de 7 vitórias. Não faltou, é claro, uma reclamação contra o trio de arbitragem.

A novidade da semana, aliás, foi um novo movimento criado por uma ala da torcida a fim de patrulhar o desempenho dos homens de preto nos jogos do Atlético. Se falou de tudo, até de uma suposta pirraça da Globo e da CBF contra o clube. A verdade é que não há como negar que a compilação de erros contra o Galo neste campeonato é impressionante mas, por outro lado, a minha sensação é de que diante do futebol paupérrimo que a equipe tem desfilado pelos gramados do Brasil, não seria o apito o responsável pela nossa posição na tabela. O Kalil, de fato, escolheu o lado errado na briga pelos direitos de transmissão. A causa até me pareceu correta à época, mas politicamente era um desastre, como já discutimos antes neste espaço. Acredito que o apito poderia ser responsabilizado se tivéssemos uma equipe redonda, jogando um bom futebol e, estranhamente, não conseguindo obter resultados. O fato, neste momento, é que o Atlético é um time fraco e, por enquanto, merece se encontrar onde está. Culpar a arbitragem é aceitar a desculpa que estava faltando para todo mundo sair ileso da crise: jogadores, comissão técnica e dirigentes.

Daqui a pouco entraremos em campo para enfrentar o Ceará, rival direto na luta pela permanência na primeira divisão. Uma avaliação desprovida de emoções me levaria a dizer que o Atlético obteria uma vitória tranquila contra os cearenses. Mas, por mais que eu tente me esquecer, sempre me vem à lembrança aquela trágica partida contra o Fortaleza em 2005, onde saímos vencendo por 2 x 0 e após duas falhas antológicas do Diego Alves levamos a virada em pleno Mineirão resultando na derrota que, psicologicamente, nos rebaixou. Deus nos ajude!

22 de set. de 2011

Será que nos salvaremos?

Atlético 1 x 1 Flamengo

Ontem, finalmente, pude assistir a primeira partida do Galo no returno: tv aberta e transmissão em HD motivam qualquer um. Assim, cheguei da peladinha semanal, liguei a tv e me deparei com a primeira surpresa da noite: a escalação do time. Wesley no ataque? "Realmente, o Atlético não se leva a sério", pensei. A segunda surpresa foi o público. Considerando-se o momento da equipe, confesso que fiquei surpreso com os 13 mil pagantes que "lotaram" a Arena do Jacaré.

E os obstinados que lá estiveram viram um jogo movimentado mas com pouca qualidade de ambas as equipes. O Atlético buscou mais o jogo, marcando forte e tentando ter velocidade no ataque e o Flamengo repetiu a apatia demonstrada nas últimas dez rodadas. A falta de qualidade conjugada à falta de equilíbrio emocional alvinegras evitaram que a equipe mineira saísse de campo com um bom placar no primeiro tempo.

No início do segundo tempo, Daniel Carvalho acertou o ângulo direito de Felipe em linda cobrança de falta. A partida daí, o Galo voltou a ser o Atlético da zona de rebaixamento, e o gol rubro negro parecia questão de tempo. Não demorou muito, Ronaldinho pega um rebote na região da meia lua e chuta colocado. A bola sairia pela linha de fundo, mas resvala na canela de Léo Silva e balança as redes alvinegras. É o gol de empate. Os supersticiosos se lembram da goleada sofrida pela gente no primeiro turno, mas o sobrenatural não tinha nada a ver com o futebol ridículo apresentado pelas duas equipes e o empate ficou de bom tamanho. Apenas dois fatos foram dignos de nota após os gols: o Gaúcho acertou um pontapé em Pierre num carrinho criminoso e recebeu apenas o amarelo e Serginho, o carniceiro de Lourdes, conseguiu ser expulso nos minutos finais, sepultando as chances de reação do Atlético.

Após o jogo, uma pergunta ronda a cabeça do atleticano: nos salvaremos do rebaixamento este ano? Difícil dizer. Falando objetivamente, o futebol apresentado ontem não nos credenciaria à queda, mas a falta de equilíbrio emocional do time é deprimente. Tal como um time pequeno, as vitórias atleticanas só parecem possíveis quando a equipe assinala um tento nos minutos finais. A minha sensação é de que será muito difícil nos livrarmos desta briga antes da última rodada, onde nos aguarda um clássico dramático. O fato é que olhando a tabela, fica difícil apontar oito vitórias. Na próxima rodada enfrentamos o Inter no Beira Rio, estádio maldito onde comemoramos empates, pois as derrotas são praticamente certas. Depois, teremos pela frente o Ceará, em partida de vida ou morte para os dois clubes. Sim, vai ser triste aguentar este fim de temporada...

21 de set. de 2011

Uma incógnita

Atlético/GO 1 x 0 Atlético
Atlético 2 x 0 Bahia
São Paulo 2 x 1 Atlético
Atlético 2 x 0 Avaí
Atlético/PR 0 x 1 Atlético

E o returno começou igual para o Atlético: duas vitórias contra duas das três piores equipes do campeonato e uma derrota para o São Paulo. Em seguida, emplacamos uma vitória contra o Bahia, saímos da zona do rebaixamento, mas fomos mandados de volta pelo xará de Goiânia, que há muito tempo já vinha tentando aprontar para cima do Galo. De qualquer maneira, podemos ser positivos e pensar que uma vitória e uma derrota são melhores que os dois empates que conseguimos no turno (1 x 1 com o Bahia, 2 x 2 com o Atlético/GO). Só para completar: não vi nem ouvi nenhum dos jogos listados neste post.

Hoje enfrentamos o Flamengo. Em circunstâncias normais, considerando o desempenho dos times no momento atual, apostaria numa vitória do Atlético: o rubro-negro carioca vem mal, em crise, com uma provável divisão dentro do elenco e treinado naquele esquema do Luxemburgo que tanto nos fez sofrer na temporada passada. A contrapartida é que apesar dos bons resultados nas primeiras rodadas, não podemos dizer que o futebol apresentado pela equipe tenha transmitido confiança ao torcedor, indicando que tempos melhores estavam por vir. Para completar, nosso treinador é o Cuca, um maldito derrotado.

Enfim, se considerarmos apenas o segundo turno, teremos um confronto em circunstâncias similares àquelas da partida no Engenhão, que salvou a cabeça do Luxa e afundou o Atlético. A diferença primordial é que agora já estamos afundados na zona do rebaixamento e se os jogadores tiverem um pouco de sangue na veia (coisa que pouco demonstraram até o momento), poderão correr um pouco mais para devolver a goleada de alguns meses atrás. No mundo ideal o Renan Oliveira entraria como titular e confirmaria a sua fama de carrasco do rubro-negro, anotando mais 2 ou 3 tentos e garantindo a nossa vitória, assim como fez em 2008 e 2010, mas é difícil acreditar.

No final das contas, a impressão que eu tenho após estas cinco rodadas é a de que ganhamos de quem poderíamos ganhar. As três próximas rodadas, quando enfrentaremos além do Flamengo, o Internacional e o Ceará definirão o nosso papel no campeonato. Pois é, amigos, os prognósticos não são muito bons, mas quando foram nesta temporada?

29 de ago. de 2011

E ainda dizem que é azar


Atlético 1 x 2 Cruzeiro

E a saga alvinegra rumo à lanterna da competição continua! Nenhuma surpresa com relação ao placar e as circunstâncias que nos levaram à derrota: mais uma vez fomos liquidados com requintes crueldade. Não bastasse a derrota para o Vasco com dois gols do desafeto da torcida, Diego Souza, a virada espetacular do Corínthians no segundo tempo, dando sobrevida ao fraco Tite, levamos dois gols do Montillo - sendo um em claro impedimento e outro num frangaço histórico do Renan Ribeiro aos 42 minutos da etapa final. Não basta jogar mal e perder, tem que desmoralizar o torcedor.

Surpreendente para mim é a falta de oposição à gestão Kalil dentro da torcida. Para ser mais justo, devo dizer que algumas organizadas ensaiaram um protesto na véspera do clássico e vem questionando a administração, mas é difícil mobilizar os torcedores se a principal facção atleticana não estiver envolvida. Mas, aparentemente, esta organizada está satisfeita em ter o melhor CT do Brasil, os pagamentos em dia aos jogadores e um time "pronto para ser campeão", nas palavras do nosso presidente. Para a maioria dos torcedores, aliás, o Kalil é "bem intencionado, mas tem azar". Faz tudo certo e, inexplicavelmente, não consegue obter os resultados.

Infelizmente, devo dar uma notícia triste a estes torcedores: azar é um treco estatístico. Coisas ruins acontecem com todos, mais em alguns momentos, menos em outros. Mas, eventualmente, as coisas boas acabam surgindo. Vejamos abaixo um resumo da era Kalil/Ricardo Guimarães:

A primeira lembrança que tenho do Alexandre Kalil é de um chilique que ele deu no CT após uma derrota humilhante por 4 x 0 contra o Guarani em Campinas no Brasileiro de 99. Levamos gol até do Valdir Tubarão! Na rodada anterior havíamos liquidado o Timão por 4 x 0 com um show de bola no Maracanã. Após a reunião com os jogadores, vencemos o Grêmio por 2 x 0 e nos classificamos para o mata-mata. Eliminamos o Cruzeiro, o Vitória e perdemos a final para o Corínthians.

No anos 2000 disputamos a Libertadores, chegamos à semifinal da Copa do Brasil e fomos muito mal na taça João Havelange. Em 2001 fizemos um bom campeonato brasileiro e fomos eliminados de maneira dramática em São Caetano nas semifinais.

Em 2002, devido à falta de grana, o Atlético montou um time baseado na garotada e jogadores de menos renome. Chegou ao mata-mata, mas levou um vareio de bola do Corínthians em pleno Mineirão, cujo placar final foi um humilhante 6 x 2. Esta partida marca, para mim, o início da fase negra do Galo. Depois disso, a torcida e o clube nunca mais foram os mesmos.

O campeonato brasileiro por pontos corridos começou em 2003 e tivemos participação razoável, infelizmente ofuscada pela melhor temporada da história do nosso maior rival. Em 2004 tentaram repetir a fórmula do time barato de 2002 e nos salvamos do rebaixamento na última rodada. Em 2005 não foi possível escapar da degola e fomos "qualificados" para disputar a série B em 2006. Com uma base formada ao longo da competição, contando principalmente com a rapaziada que jogou as últimas rodadas da série A no ano anterior (e venceu 5 das 6 últimas partidas), vencemos a série B e Ricardo Guimarães se despediu da presidência com um "sentimento de dever cumprido". Interessante, não? Fiquei comovido com essa declaração.

2007 e 2008 foram temporadas conturbadas no Atlético, marcadas por disputas políticas, dívidas, atrasos de salários, péssimas contratações e campanhas medíocres no campeonato brasileiro. No meio de 2008, Ziza Valadares renunciou e Kalil, que andava afastado do futebol, assumiu a presidência do clube. A temporada 2009 começou com mais um campeonato perdido para o nosso maior rival de maneira vexatória, demissão de treinador e a volta de Celso Roth. Sob o comando do gaúcho tivemos uma boa participação no campeonato com um elenco modesto, chegando a ocupar a liderança por diversas rodadas, mas falhando miseravelmente nas rodadas finais, quando sofremos cinco derrotas consecutivas.

2010 foi o ano de contratações caras, da chegada de Vanderlei Luxemburgo e uma péssima campanha no brasileirão, escapando do rebaixamento nas últimas rodadas graças a um milagre operado por Dorival Júnior. A esperança era que em 2011 o clube mantivesse a base da temporada anterior e reforçasse as posições carentes. Os reforços vieram, mas a base foi desmanchada com a saída de Diego Tardelli, Obina e Diego Souza, entre outros. Marcada por intrigas dentro do grupo e um desempenho abaixo da crítica, o Atlético marcha a passos largos para a série B, repetindo o roteiro desastrado do triênio 2003-2004-2005.

Sob o comando de Kalil e companhia, o Atlético se acostumou a perder mais do que ganhar. Este feito só não foi repetido após 2002, se não me engano, nas temporadas 2003 e 2009. E querem chamar isso de azar...

Hoje enfrentaremos o xará paranaense em Curitiba e Cuca tentará emplacar qualquer resultado que não seja a derrota, já que em 6 jogos conseguiu perder 6. Infelizmente, estarei fora de casa e só saberei do placar. Faço votos de que o azar desapareça e a sorte esteja do nosso lado desta vez.

Para aqueles que conseguiram chegar até o fim deste post, recomendo uma entrevista feita com Roberto Siegmann, ex-dirigente do Internacional, que atira para todos os lados e esclarece muitas coisas acerca dos bastidores do futebol. Como o renascimento do Inter é um exemplo repetidamente citado por atleticanos, acho que muita coisa se aplica à nossa situação (a mim, me pareceu que o Kalil conseguiu montar um Inter-B dentro do Atlético).

http://sul21.com.br/jornal/2011/08/roberto-siegmann-inter-peca-em-democracia-e-transparencia/

22 de ago. de 2011

Faltam 30 pontos


Botafogo 3 x 1 Atlético
Atlético 2 x 3 Corínthians
Atlético 1 x 2 Botafogo
Coritiba 3 x 0 Atlético
Atlético 1 x 2 Figueirense
Grêmio 2 x 2 Atlético

Nas últimas semanas vimos uma sucessão de reviravoltas que, no fim das contas, deixaram o Atlético no mesmo lugar que vem ocupando nos últimos 10 anos. As teorias que tentam explicar as razões para a situação na qual o time se encontra mesmo tendo investido mais de 20 milhões de reais pipocam na internet, mas nenhuma delas consegue responder a uma dúvida que tenho: por que, cargas d'água, alguém investe milhões em um elenco e numa comissão técnica para lutar contra o rebaixamento temporada após temporada? Não seria mais fácil para o presidente e seus parceiros fazerem o que bem entendessem com o clube se o mantivessem na disputa pelas primeiras posições nos torneios que disputasse? O elenco não seria mais valorizado? Os investimentos não trariam um retorno maior? Difícil entender.

Da minha parte, não tenho muito o que dizer. Este triênio está idêntico ao 2003-2004-2005: início promissor com Celso Roth, campanha vergonhosa que foi salva do desastre completo na última rodada na temporada seguinte e queda para a segundona com um técnico considerado de ponta (Tite, Dorival Júnior) no terceiro ano. Mesmo os comentários jocosos e espirituosos começam a se repetir, não há criatividade que resista ao Clube Atlético Mineiro.

O que fiz há algumas semanas foi cancelar o pay-per-view. A razão primordial foi o fato de eu não ter tido a oportunidade de ver a maioria dos jogos (calculei em, mais ou menos, cinco o número de jogos que eu poderia ver até o final do ano). Para completar, a NET surgiu com um aumento de 10% no valor da tarifa e o Atlético emplaca mais uma campanha medíocre no Brasileirão. No fim das contas, foi um grande negócio ter me livrado do serviço: só o fato de não ver mais aquele pasto que é a Arena do Jacaré ou mesmo o Ipatingão - local para onde o clube fugiu quando percebeu que não conseguiria melhorar o seu desempenho - e não acompanhar a péssima equipe do PFC em Minas Gerais já trouxe um certo alívio para o meu coração.

No mais, não tenho mais estômago para aguentar a gestão Kalil. Como já disse antes, esta figura e seus asseclas (Maluf, Guimarães e outros) são o denominador comum daquela que já é, de longe, a pior década da centenária história do Galo. A infraestrutura melhorou, não há como negar, mas a gestão é péssima. Contrata-se mal, falta comando e até na hora de escolher um lado, escolhe-se errado (vide a luta contra a Globo e a CBF, onde ficamos do lado supostamente correto, mas que só viria a prejudicar o clube). Hoje, a impressão que temos é que o Galo, com seu hotel cinco estrelas, é um spa, paraíso dos empresários e não dá para ficar compactuando com isso.

É isso, amigos. Com sorte, não terminaremos o primeiro turno na lanterna (o que seria mais do que merecido - o Atlético pratica hoje o pior futebol da primeira divisão). Neste momento, alguém acredita que conseguiremos conquistar 30 pontos no returno?

3 de ago. de 2011

Inspiração


Palmeiras 3 x 2 Atlético
Atlético 1 x 0 Fluminense
Atlético 1 x 2 Vasco
Santos 2 x 1 Atlético
Atlético 2 x 0 América
Ceará 3 x 0 Atlético

A falta de tempo seria uma excelente desculpa para a minha ausência neste espaço. Mas, por mais atarefado que estivesse, sempre encontrei alguns minutos para poder tratar do Atlético. O que tem acontecido de fato é que a falta de originalidade da situação na qual nos encontramos, resulta não apenas na falta de ânimo mas também na ausência de um fato novo que permita que, mesmo na tragédia, consigamos fazer alguma piada ou comentário jocoso. Tudo o que tenho vontade de dizer agora, já foi dito há algum tempo neste mesmo blog e, provavelmente, de maneira melhor e mais engraçada.

Sendo assim, me abstenho de comentar os jogos listados acima, a maioria dos quais não tive a oportunidade de assistir ou escutar (felizmente). As duas únicas partidas que vi foram aquela contra o Ceará e a última, contra o Palmeiras. Enfim, hoje enfrentaremos o Grêmio no Olímpico. Os gaúchos, assim como a gente, andam numa tremenda má fase, vindos de troca de treinador e de duas derrotas seguidas.

O tabu: não vencemos o tricolor no Olímpico desde 1998.

Os fatos: ressuscitamos o Flamengo, colocamos o Ceará de volta na parada e demos sobrevida ao Falcão.

Conseguirá o Atlético mudar a tendência no início da noite desta quinta-feira ou voltaremos a ocupar o nosso lugar quase cativo na zona do rebaixamento?

Como inspiração, segue o vídeo com o compacto da nossa última vitória em Porto Alegre, cortesia de Marques e Valdir, uma dupla de ataque de verdade.

6 de jul. de 2011

Conjecturas



Não precisarei resgatar posts antigos para registrar que, assim como outros torcedores (André, Thiagão, Zocratto), sou um velho detrator do esquema Kalil dentro do Galo.


Ao contrário de grande parte dos torcedores, não acho que o time do Galo seja tão fraco. Acho, sim, que ele não tem conjunto e não tem comando. Como já disse antes, vamos analisar a situação do clube, vamos ver o que tem acontecido nos últimos anos, ver o que foi tentado, quais foram os resultados e, além disso, quais as pessoas que estavam comandando o Atlético.


Jogadores passaram, treinadores passaram, assistentes passaram, eu lhes pergunto: quais foram as pessoas que ficaram? O que NÃO mudou no clube ao longo destes últimos 8 ou 10 anos? Outro dia tive uma discussão com meu irmão a respeito disso. Ele concordou, mas questionava quem iria para o lugar do Kalil. Confesso que não sei.

Mas, e se o Kalil morrer? O Atlético acaba? Ninguém é insubstituível! Reconheço que temos um conselho podrão e vitalício, o que dificulta as coisas. Mas, sinceramente, estou cansado das bravatas e dos "cala-a-boca" (leia-se: contratações) que ele, Kalil, oferece à torcida.

Vou ser sincero: eu torço muito para que dê certo! Sofro igual ou mais que os outros, mas, honestamente, é difícil acreditar que as coisas darão certo, ou "que o clube está pronto para ser campeão", como ele adora dizer. No fundo, no fundo, sempre fica a fé, mas meu lado engenheiro diz que nada mudou e que, portanto, nada mudará.

Quanto às supostas contratações, Keirrison e Diego: ambos são (foram) bons jogadores, estão sendo disputados por outros clubes de ponta do brasil e tal. Mas ambos são, na minha opinião, apostas arriscadas. A torcida está queimando qualquer jogador em 2, 3 partidas. Os camaradas não vão suportar a pressão. Só isso.

Keirrison: a boa fase foi sob o comando do Dorival no Coxa. Acho um bom jogador, ao contrário de maioria das pessoas. Aposta interessante, tipo Tardelli e Marques foram à sua época. Ele esteve muito mal no Santos, mas o Santos estava de mal com ele também. Então foi aquela coisa à la Diego Souza no Galo. Enfim, se entrar fazendo gol, cai nas graças do pessoal.

Diego: era um bom jogador, mas viria no momento errado. Está sem jogar há eras! Com esse esquema Dorival Júnior de preparação do atleta, vai ficar 2 meses comendo banco até entrar em forma. Vai se revoltar, pedir pra sair e vai se apresentar em forma ao Botafogo, onde comandará o meio campo com Maicossuel. A gente precisa de um jogador pra assumir o meio agora, não pra daqui a 40 ou 60 dias.

Para finalizar, hoje teremos a estreia do Caio, último contratado. Seria o novo Jorginho Sombrancelha ou o novo Prieto?

2 de jul. de 2011

Até o fim


Atlético 0 x 4 Internacional

"Como já disse era um anjo safado
O chato dum querubim
Que decretou que eu estava predestinado
A ser todo ruim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim"
Chico Buarque

A parte mais difícil de escrever um texto sobre uma crise no Atlético é não soar repetitivo. Oito anos mantendo o blog, quatro anos escrevendo continuamente, é meio complicado não dizer algo que já foi dito anteriormente. A única coisa que eu consigo pensar agora é na música "Até o fim" do Chico Buarque, mas acho que até esta associação já foi mencionada nesta página.

De qualquer maneira, o que temos a dizer sobre a partida da última quinta-feira? Foi uma repetição da atuação apática vista no Engenhão alguns dias antes, onde tanto a derrota quanto a goleada pareceram iminentes desde o apito inicial do juiz. Difícil dizer qual a razão para atuações tão patéticas: estariam os jogadores abalados psicologicamente? Falta de qualidade técnica? Estão mal treinados? Está rolando mais um boicote? Todas as opções anteriores?

Na realidade, em todas as grandes crises vividas pelo clube de 2003 para cá, encontraremos como denominador comum o nosso atual presidente e sua trupe. Não adianta trocar treinador, trazer jogador, pagar em dia e ter infraestrutura. É preciso ter comando, liderança, e isso está mais do que claro que não temos. 2011 já é uma repetição de 2010, que foi uma repetição de 2005 que, por sua vez, repetiu 2004. Enfim, já estou tão enjoado deste assunto que sequer perdi a minha noite de sono após o vexame no pasto do jacaré.

Mudando de assunto, ontem no aeroporto de Salvador voltei ao mundo real visitando uma banca de revistas. Em três publicações Neymar estava na capa: Placar, Veja e Istoé, com direito a trono e adjetivos monárquicos dos mais variados. É incrível como a sociedade contemporânea vive uma dependência do ídolo ou, para ser mais exato, como o ciclo de produção, manutenção e deposição dos ídolos está cada vez mais curto. O menino é bom de bola? Sem dúvida. Herdeiro do Pelé? Me ajuda aí, né?

De 2002 para cá o futebol tem tomado um rumo que muito me desagrada. Desde que todos assumiram que o esporte é parte da indústria do entretenimento e deve ser tratado e remunerado como tal, as coisas só fazem piorar. De vez em quando, ainda é possível ver algum evento onde consigo enxergar o velho espírito do futebol e o efeito que causa em suas torcidas: a vitória do Santos em 2002, o milagre do Grêmio nos Aflitos em 2005, o Inter contra o Barcelona em 2006 e o comportamento da própria torcida atleticana quando vencemos a série B em 2006 e quando o nosso maior rival registrou o maior vexame da era Mineirão em 2009. Em comum, foram eventos que contrariaram a expectativa geral e resultaram numa explosão de alegria dos torcedores envolvidos.

O que acontece é que a espontaneidade no mundo do futebol está desaparecendo junto com a geral do Mineirão e do Maracanã. Tudo tem que ser planejado, seguir o roteiro, ter camarote vip e ser um "show de transmissão" (de preferência em HD). No Mineirão 2014, deixaremos de saborear o velho tropeiro ou um espetinho de gato para consumirmos um sanduíche de uma rede de fast food qualquer. É isso: mal comparando, o torcedor assíduo está deixando de saborear uma deliciosa comida caseira para se servir de pratos congelados da Sadia. Não me parece uma boa troca. O futebol, para mim, sempre foi a casa da vó, e não uma festa de gala. Pena que vamos perder tudo isso.

26 de jun. de 2011

Na conta do Dorival


Flamengo 4 x 1 Atlético
Atlético 2 x 2 Atlético/GO

"Ficou fácil com vocês sem defesa..."
SMS recebido de um colega flamenguista

Depois de passar o feriadão refletindo sobre a ida ou não ao maldito Engenhão, acabei chegando à conclusão de que, independente do que viesse a acontecer, estar lá era melhor do que ficar em casa angustiado vendo a partida pela tv. Ademais, era a possibilidade de, finalmente, ver uma partida junto com o Bernardo, outro atleticano expatriado na capital fluminense.

Sendo assim, pouco depois das 17 horas estávamos num táxi rumo ao famigerado Estádio Olímpico João Havelange. Compramos os ingressos com tranquilidade, assumimos nossas posições e ficamos aguardando a entrada das equipes em campo. O fato é que assim que vimos a escalação do Atlético no telão, expressei ao Bernardo os meus temores com relação ao nosso setor defensivo:

- Com Dudu, Serginho, Daniel Carvalho e Giovanni no meio a gente não vai marcar ninguém.

Na realidade, se o time produzisse horrores no ataque e levasse o terror aos beques adversários, uma formação como essa talvez se explicasse. Mas não era esta a situação pois, mesmo em má fase e fazendo uma partida mediana, o poderio ofensivo do rubro-negro era maior do que o nosso. Ficamos no lucro no primeiro tempo, que acabou 0 x 0.

Dorival Júnior fez duas alterações no retorno do vestiário: sacou Daniel Carvalho e Magno Alves e entrou com Renan Oliveira e Neto Berola, deixando o inoperante Giovanni Augusto no meio e não corrigindo o problema da marcação. Milagrosamente, conseguimos anotar um tento em falta cobrada por Serginho que Dudu cabeceou e mandou para as redes de Felipe. Alegria no Engenhão!

O gol abalou a equipe adversária, que passou a errar passes simples e o Galo, pela primeira vez, começou a comandar as ações. O problema é que ao invés de aproveitar a oportunidade para tentar liquidar a partida, o Atlético optou pelo toque de lado e a cera, demorando a cobrar as faltas, os laterais e os tiros de meta. Levantei com o Bernardo a possibilidade de irmos embora e garantirmos esta boa vitória no Engenhão, visto que o panorama não era dos mais favoráveis.

Não demorou muito e a defesa atleticana rebateu uma bola na direção da meia lua, Ronaldinho matou a criança no peito e, calmamente, deu um tapa e guardou a pelota no ângulo esquerdo de Renan Ribeiro. O gol acordou a torcida rubro-negra, até então calada, e destruiu qualquer resquício de esquema de jogo que ainda havia no Atlético. Angustiado, desci para comprar uma água e quando recebia o meu troco ouvi os gritos da torcida adversária. 2 x 1. Subi e encontrei o Bernardo desolado: Thiago Neves, sozinho - disse ele. A vaca já tinha ido pro brejo.

Neste momento, Dorival acordou e resolveu sacar o Giovanni e colocar o Toró. Tarde demais, a derrota já era líquida e certa. O meio campo não marcava ninguém, o ataque não produzia e o Flamengo jogava como queria. Mais alguns minutos e Deivid recebe bola em profundidade, caminha e fuzila Renan Ribeiro com uma bomba. É o suficiente para deixarmos o estádio e lutarmos por um táxi nas ruas do Engenho de Dentro. Ouvimos o quarto gol no caminho de volta. Menos mal.

Gosto do trabalho do Dorival Júnior, mas a derrota de ontem pode ser creditada inteiramente a ele. É difícil dizer o que passou pela cabeça do nosso treinador: se subestimou o adversário ou superestimou o potencial da nossa equipe. O Flamengo vinha mal e, a bem da verdade, tampouco fez uma grande partida. O fato é que o Atlético foi o time dos sonhos para os rubro-negros, deixando Thiago Neves e Ronaldinho jogarem livres e soltos e sem ameaçar a meta de Felipe. O resultado é que, tragicamente, conseguimos uma façanha tripla: ressuscitar o Flamengo, o Ronaldinho e dar uma sobrevida ao Luxemburgo. Pelo menos ainda temos o domingo para digerirmos a derrota.

Com relação ao jogo contra o xará de Goiânia, não tenho muito a dizer. Conseguir ouvir alguns minutos no rádio, mas um empate conseguido na base do sufoco contra o Dragão não era nem um pouco animador e, talvez, um prenúncio do que estava por vir.

Bem, passadas essas seis rodadas iniciais, já dá para começar a termos uma ideia do que cada equipe irá almejar neste campeonato. Do jeito que as coisas estão, as nossas perspectivas não são das melhores. Se nada mudar, brigaremos para ficarmos entre oitavo e décimo quinto e, para tranquilizar a massa, acho bom chegarmos o mais cedo possível aos 45 pontos.

12 de jun. de 2011

Faltou o matador

Bahia 1 x 1 Atlético

Muitos culparão a arbitragem pelo resultado obtido pelo Galo hoje em Salvador. É verdade que a péssima arbitragem prejudicou os dois clubes, mas o apito esteve mais pesado para o lado alvinegro. De qualquer maneira, não podemos dizer que a partida da tarde deste domingo foi definida "em detalhes": a rigor, o Atlético teve pelo menos 3 oportunidades em que Magno Alves e Mancine não tiveram a serenidade - ou qualidade - necessária para guardar a pelota. Assim como na partida contra o São Paulo, foi a falta de um goleador nato que nos impediu de sair com um resultado melhor do Pituaçu.

Com relação à partida, vimos um Bahia em formação, sem qualidade mas com muita disposição. É uma equipe completamente diferente daquela que disputou a série B de 2010 e o baiano de 2011. No final do segundo tempo, o time pregou de tal maneira que o Atlético não marcou um ou dois tentos por total incompetência do seu setor ofensivo. Não podemos dizer que o Galo fez uma grande partida, na verdade esteve um tanto apático durante boa parte dos 90 minutos: sem qualidade nas laterais e com Giovanni Augusto apagado, ficava difícil manter a posse de bola mas, ainda assim, a equipe esteve melhor que o Bahia.

Na segunda etapa, com a entrada de Daniel Carvalho e Neto Berola, o Atlético passou a sufocar o Bahia, chegando ao gol de empate e criando diversas oportunidade que foram vergonhosamente desperdiçadas pelos homens de frente.

No domingo que vem enfrentaremos o xará de Goiânia e teremos a obrigação de conquistar os três pontos. A equipe de PC Gusmão conseguiu um excelente resultado hoje contra o Ceará e deve complicar a nossa tarefa. Tomara que já tenhamos o Guilherme de volta e que o faro de matador esteja com ele, pois as oportunidades surgirão.

9 de jun. de 2011

Às vezes não dá certo

Atlético 0 x 1 São Paulo

Jogo contra o São Paulo na semana do meu aniversário não nos dá muita sorte. Em 2008 fomos implacavelmente goleados no Morumbi e ontem, nem com um trabalho firme de um pai de santo a bola vazava a meta de Rogério Ceni. No geral, me lembrou muito a partida que fizemos contra o Botafogo na própria Arena do Jacaré no ano passado: jogamos bem, controlamos a partida, mas perdemos por 2 x 0 para um adversário que finalizou duas vezes nos 15 minutos finais e liquidou a partida. A diferença é que ontem o tricolor paulista saiu na frente com 21 minutos de jogo e se retrancou até o apito final.

O Atlético manteve a posse de bola, rondou a área adversária durante os 75 minutos restantes mas quando finalizou, o fez mal. Leonardo Silva e Réver tiveram azar em duas cabeçadas e as duas melhores oportunidades couberam ao Richarlyson. E vocês sabem: quando passamos a lamentar os gols perdidos por Richarlyson, concluímos que nos falta um ataque de qualidade. Com a contusão do Guilherme, fica a pergunta: onde estão Jonatas Obina e o famigerado Marquinhos Cambalhota? No mais, é preciso reconhecer que o árbitro deixou de anotar duas penalidades claras a nosso favor e lamentar a contusão do bom Felipe Soutto. Infelizmente, não era a nossa noite.

Após a partida me conectei à Itatiaia para ouvir o "seu nome, seu bairro" na saída da Arena do Jacaré. É meio bobo, mas o programa acaba sendo um termômetro interessante para saber a opinião de uma parcela da torcida. Infelizmente, o que percebi foi um desespero acima do normal de uma ala dos atleticanos, que após uma derrota já começa a pedir a cabeça de jogadores e a enxergar o nosso time como o péssimo dos péssimos. Ao contrário dos indignados da rádio, acho que os laterais Patric e Leandro fizeram uma boa partida, que a zaga é sólida e que o treinador é bom demais.

Na realidade, me parece que o resto da cota de paciência do torcedor foi consumido pelo Ziza Valadares no ano do centenário e agora sobra pra todo mundo. É uma espécie de transtorno bipolar futebolístico. Assim, o mesmo atleticano que ontem lamentava a conquista do Vasco da Gama com Diego Souza e Éder Luis no seu time titular, há pouco tempo estava nas arquibancadas vaiando incessantemente os dois. A verdade é essa. E olha que eu acho que a torcida era injusta com o Éder mas, com o primeiro, estava coberta de razão.

Enfim, é um campeonato longo e o caminho é árduo. O negócio agora é torcer por um bom resultado em Salvador no domingo, visto que segunda-feira terei que enfrentar diversos tricolores no meu trabalho.

2 de jun. de 2011

Ao que interessa

Cruzeiro 2 x 0 Atlético
Atlético 3 x 0 Atlético-PR
Avaí 1 x 3 Atlético

E eis que após uma boa vitória na primeira partida da final do Campeonato Mineiro, o Atlético não voltou a repetir a boa atuação da semana anterior e acabou sendo derrotado por seu maior rival por 2 x 0, deixando de levantar o bicampeonato. Não vi o jogo por estar em meu exílio trabalhista, apenas acompanhei momentaneamente pela internet e devo confessar que quando vi as alterações do Dorival Júnior no segundo tempo, quando a partida ainda estava 0 x 0, senti que a vaca estava indo para o brejo. Graças ao bom pai não vi o famigerado gol perdido pelo Magno Alves, de modo que não trarei este remorso comigo para o resto da vida. De qualquer maneira, com o elenco limitado que tínhamos para o Mineiro e a turbulência envolvendo a equipe no meio do campeonato, até que ficou de bom tamanho a campanha: não levantamos o título, mas enfrentamos um time que é considerado superior ao nosso de igual para igual, levando a melhor em duas oportunidades, e vimos surgir bons jogadores oriundos da base.

O Brasileirão é outra história. É o campeonato favorito de todos os atleticanos e aguardamos ansiosamente por seu início em todas as temporadas. A estreia atleticana não poderia ter sido melhor: 3 x 0 contra o xará paranaense. Mais uma vez, não pude ver a partida, mas como não poderia deixar de ser, após o bom resultado resolvi assistir ao compacto da partida e gostei bastante da atuação. Não podemos deixar de levar em consideração que o nosso adversário apresentou uma equipe bastante limitada, mas na temporada passada nem dos limitados estávamos ganhando. Ainda mais de maneira convincente.

A segunda partida foi em Florianópolis, contra o Avaí. Esta, felizmente, pude assistir no conforto do meu lar. Outra boa atuação do Atlético, que evidenciou a sua superioridade sobre o adversário desde o primeiro minuto. O Avaí, entretanto, saiu na frente, após falha de cobertura do Richarlyson, que perdeu uma dividida pelo alto e a bola caiu nos pés de Fábio Santos, o CASTOLO da RESSACADA, que de frente para o gol, fuzilou a meta de Renan Ribeiro. O Atlético não se abateu e manteve a pressão sobre o adversário, chegando ao empate 8 minutos depois com Léo Silva, finalizando após receber bola escorada por Richarlyson em escanteio.

O segundo tempo começou bem para o Atlético, aos 2 minutos o capitão Réver mandou uma pedrada de cabeça para o fundo do barbante de Renan. O gol que deu números finais a partida também surgiu de uma cobrança de escanteio, Léo Silva anotou novamente, se antecipando à zaga adversária. Belo resultado em Santa Catarina e ótima largada no campeonato.

Quanto às atuações individuais, as laterais continuam sendo nosso ponto fraco. Patric é limitado e Leandro não tem condições de ser titular. Veremos se com o retorno de Guilherme a situação do lado esquerdo melhora. Richarlyson me pareceu um tanto disperso no jogo, errando passes e jogadas em demasia e correndo alguns riscos desnecessários como viradas de bola na cabeça da área e recuos complicados. Guilherme, o centroavante, correu e lutou, mas ainda carece de ritmo. Tomara que o primeiro tento saia na próxima partida e sua ansiedade possa ser controlada.

No Galo as torres gêmeas derrubam o adversário

Por fim, finalmente o time resolveu apostar nas bolas paradas: com uma zaga com altura média de 1,95m, é impossível não apostar nos escanteios e faltas na entrada da área. Na minha modesta opinião, a falta de competência nesta jogada desde o início do ano é a mais forte evidência de que o Ricardinho estava de sacanagem.

11 de mai. de 2011

Éder Aleixo

Uma tarde dessas de abril eu e a minha esposa estávamos caminhando por uma daquelas ruas perto do teatro São Pedro em Porto Alegre quando resolvemos entrar em um sebo. Enquanto ela procurava alguns livros, resolvi vasculhar o estabelecimento em busca de algumas revistas antigas. Estou no último cômodo do lugar quando ouço um funcionário do sebo falando para um cliente:

- Fica aí neste quarto do fundo.

Pouco depois entra um sujeito de meia idade que logo vai fazendo uma pergunta com aquele jeito meio cantado, típico do sotaque portoalegrense:

- Tu sabes se as revistas Placar estão aqui?
- Não sei, também estou procurando por elas.
- Tu és de São Paulo? - pergunta após perceber o meu sotaque
- Não, Belo Horizonte.
- Torce para o Galo?
- Sim!
- Bah, estou procurando material sobre o Éder Aleixo! Conhece?
- Lógico! Jogou no Grêmio também, campeão gaúcho com o Telê Santana, né?

Daí em diante o sujeito desfila seu vasto conhecimento acerca de fatos da vida do Bomba de Vespasiano, que vão desde pequenas histórias sobre excursões à Europa ao "roubo descarado" praticado contra o Atlético nos famosos jogos decisivos contra o Flamengo no início dos anos 80. Em alguns momentos, chego a me lembrar de um daqueles membros do Pânico na TV que sabe tudo sobre as novelas. Por fim, acabo dizendo que só havia efetivamente visto o Éder em final de carreira, mais especificamente na temporada 94, quando saímos da repescagem e chegamos à semifinal do Brasileiro.

- Bah, me lembro do jogo contra o Botafogo! Quartas-de-final, né?
- Sim! 2 x 0 no Mineirão, 1 x 2 no Maracanã.
- Eu tenho esse jogo gravado, 2 x 0.
- Eu estava lá.
- Me conta aí como foi! Aquela falta que a bola bate no travessão e sobe mais alto que a arquibancada.

Faço um relato do jogo, descrevendo o gol de falta e o lance do travessão e percebo que é hora de me retirar do recinto.

- Bem, tenho que ir. Você torce para que time?
- Não tenho time não. Gosto do Éder.
- Ah, tá. Até logo.
- Até.

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Sobre aquele jogo, Atlético 2 x 0 Botafogo, me recordo que eu e meu irmão, diante daquela tradicional confusão em jogos cheios no Mineirão, só conseguimos entrar no estádio quando a bola já estava rolando. No momento em que saímos do túnel de acesso à arquibancada, o juiz havia acabado de apitar a famigerada falta que resultaria no gol. Meio que de sacanagem, falei com o meu irmão enquanto subíamos os degraus: "cuidado ao chegar no fim das escadas porque o muro é chapiscado, se for gol a gente se machuca". Felizmente, o Bomba resolveu a parada antes que chegássemos ao fim do caminho.

No segundo tempo foi a vez do meu irmão ter a sua premonição enquanto o camisa 11 ajeitava a bola para outra falta: "essa aí vai na trave, pelo menos". Falta cobrada, a bola explode no travessão e sobe numa altura espetacular, deixando o goleiro Vágner tremendo embaixo dos postes.

Por fim, segue o vídeo que contém os gols daquela partida e as duas cobranças de falta espetaculares do Éder e que foi postado por uma boa alma alvinegra no youtube.

8 de mai. de 2011

Uma semana tranquila

Atlético 2 x 1 Cruzeiro

Diante da bagunça imprevisível que tem sido o meu calendário no último ano e meio, sabia que a oportunidade de assistir ao primeiro clássico na era Dorival Júnior dependeria de uma mudança de última hora na agenda do trabalho. E o adiamento veio na última quinta-feira, o que me permitiu que neste domingo estivesse sentado na poltrona diante da telinha vendo a partida e tentando abstrair os comentários de Marcos Guiotti.

Antes de falar sobre a partida, devo dizer que essa vida é engraçada e o futebol é imprevisível. Confesso que depois do expurgo promovido por Dorival Júnior há algumas semanas, achei que havíamos atirado as chances do bicampeonato mineiro no esgoto. Mas, para minha agradável surpresa, nosso treinador conseguiu arrumar o meio de campo com uma rapaziada boa - e desconhecida por boa parte de nós torcedores - da base alvinegra.

No início, a equipe ainda passou por momentos de instabilidade, mas começou a se acertar na primeira partida contra o América pelas semifinais, quando liquidou o adversário com contragolpes fulminantes. A receita foi aplicada mais uma vez com sucesso na segunda partida. No post anterior eu dizia que reconhecia uma superioridade do adversário, mas que com foco e jogo coletivo seríamos competitivos. E se tem uma coisa que podemos dizer sobre a partida desta tarde é que o Atlético foi um time.

E o Galo começou muito bem o jogo, chegando ao seu primeiro tento através de Mancini aos 5 minutos. Com a vantagem, o Atlético pode se dedicar a fazer o que tem feito melhor nas últimas partidas: contra-ataques. Depois de desperdiçarmos algumas chances diante de Fábio, o adversário acabou chegando ao empate em jogada articulada por Montillo e finalizada por Wallyson. Felizmente, o time não se abateu com o empate e continuou praticando um bom futebol, que acabou sendo premiado com um gol de Patric aos 36 minutos.

O segundo tempo foi mais tenso, menos movimentado, com o jogo sendo mais disputado no meio e com menos oportunidades para os dois lados. Nos momentos finais a pressão celeste aumentou, mas não foi suficiente para vazar a meta de Renan Ribeiro e o placar final ficou em 2 x 1, nos garantindo uma semana tranquila. A vantagem do empate agora é alvinegra.

Não posso deixar de falar sobre a grande partida de Mancini, Serginho, Soutto e, em especial, do Giovanni, que não tinha a metade do prestígio do Renan Oliveira quando assumiu a camisa 10 do Atlético e tem jogado com uma autoridade impressionante. No mais, creio que a partida do domingo que vem será bastante complicada, mas não será fácil para o adversário passar em branco diante do Galo. Nas últimas três oportunidades em que os enfrentamos anotamos 10 tentos. Se jogarmos com a consistência apresentada hoje, poderemos levantar o caneco.

Finalmente, apenas uma observação sobre um fato curioso. Como é de praxe, estava ouvindo a coletiva dos treinadores após a partida e, ao fim da sua coletiva, o treinador adversário acabou cunhando uma frase que, pelo menos na última década, só coube à gente: "O Atlético ganhou os últimos três clássicos com a trave". Será que a sorte está mudando de lado?

1 de mai. de 2011

Idiossincrasias

Atlético 2 x 1 América

Devido às chuvas torrenciais que atingiram os estados de Pernambuco e Alagoas, o plano "férias no nordeste" foi abortado e voltamos às pressas para o Rio de Janeiro. Depois de uma longa e exaustiva jornada iniciada por volta das 13 horas deste sábado, chegamos em casa a tempo de ver o segundo tempo da partida.

Liguei a tv e fui recepcionado com a expulsão relâmpago do Richarlyson. Impossível saber o que ele disse ao árbitro para receber tão implacável punição, mas pela reação de ambos ficou a impressão de que a questão, realmente, era pessoal. De qualquer maneira, a triste verdade é que a reputação do volante atleticano já justifica qualquer expulsão.

Com um jogador a mais, o América passou a dominar as ações nos minutos seguintes. O problema é que o Coelho mantinha a posse de bola mas não conseguia chegar à meta de Renan Ribeiro. De tanto insistir, chegaram ao gol através de uma bola alçada na área e uma falha grotesca do lateral esquerdo Guilherme. Tendo anotado o primeiro gol, o Coelho partiu em busca do placar que lhe garantiria a final, mas contrariando as expectativas alviverdes, quem brilhou foi o Galo que, com dois contra-ataques fulminantes liquidou a fatura.

Depois de virar a partida, o Atlético passou a tocar a bola e a envolver o adversário. Poderia ter chegado a um placar mais elástico, caso a pontaria não estivesse tão ruim. Com relação aos desempenhos individuais, é preciso destacar a grande partida do volante Serginho, que tem reencontrado o seu bom futebol.

Agora decidiremos o campeonato contra o nosso maior rival. É certo que devido às repetidas trapalhadas da nossa gestão a equipe ainda se encontra em formação às vésperas de uma decisão. O adversário, por outro lado, vive uma grande fase. De qualquer maneira, os clássicos são imprevisíveis. O importante será manter o foco e a consistência coletiva. Se conseguirmos fazer isso, seremos competitivos.

No mais, aproveito o espaço para contar um pequeno fato acontecido no início da noite de ontem. Satisfeito com o bom resultado obtido pelo time, botei a minha camisa e saí com a minha esposa para irmos a uma pizzaria. Enquanto esperávamos um táxi, um desconhecido me interpelou no meio da rua:

- Saudações alvinegras! O coelhinho já era! - e retirou do bolso o tradicional chaveiro com o Galo estilizado, me cumprimentando em seguida.

É o tipo de coisa que acontece em qualquer lugar do mundo quando você está usando ou se depara com alguém usando a camisa do glorioso. Um grito de "Galo" ou de "saudações alvinegras". Nunca passa em branco. Sempre achei que isso fosse um fato corriqueiro entre torcedores de todas as agremiações, mas o fato de viver em outra cidade e com pessoas de outros estados tem me feito perceber que está é uma peculiaridade dos atleticanos. Peculiaridade da qual nos orgulhamos e que nos faz sentir membros mais do que de uma torcida, de uma confraria especial.

24 de abr. de 2011

Coelho na páscoa

América 1 x 3 Atlético

A partida de hoje marcou o meu retorno ao maravilhoso mundo das transmissões via web. Posicionei o computador num canto do sofá e ainda ouvi o comentário do meu sogro, que acompanhava Inter e Juventude na TV:

- Até que tá bom... Dá pra diferenciar o borrão verde do branco.

De qualquer maneira, até o final do primeiro tempo isso não fez grande diferença, visto que o borrão verde esteve bem melhor em campo tendo, inclusive, anotado um tento. Sem conseguir articular uma jogada sequer e com os inoperantes Mancini e Bueno no ataque, o Galo conseguiu chegar ao empate nos descontos. Patric recebeu uma bola em profundidade, driblou o marcador e encobriu o arqueiro americano. Belo gol.

A segunda metade foi bem diferente. Com Berola no lugar de Bueno desde o fim do primeiro tempo e tendo chegado ao empate, a equipe se ajustou e com contra-ataques agressivos chegou aos dois gols que liquidaram o coelho neste domingo de páscoa. Berola e Serginho foram os responsáveis pelos tentos.

Foi um grande resultado, afinal o América vinha sendo um adversário complicado para o Atlético e o início de partida pavoroso que tivemos me fez temer pelo pior. Também gostei do poder de recuperação da equipe no segundo tempo, mas não podemos deixar de notar as limitações do adversário, que se repetir atuações como a de hoje, desponta como provável rebaixado no Brasileirão.

20 de abr. de 2011

À distância

Grêmio Prudente 2 x 1 Atlético
Democrata 1 x 3 Atlético
Atlético 0 x 0 Grêmio Prudente
Caldense 0 x 2 Atlético
Atlético 7 x 1 América - TO

As recentes confusões envolvendo o Atlético baixaram bastante a minha empolgação para a temporada 2011. A eliminação na Copa do Brasil apenas repetiu o filme que temos visto desde que a competição foi criada em 1989. Na realidade, diante do futebol apresentado pela equipe nas rodadas anteriores à decisão contra o Grêmio paulista, já não nutria grandes esperanças de que pudéssemos prosseguir na copa. A solução encontrada pela diretoria para minimizar o vexame foi entregar para a torcida as cabeças de Ricardinho e Zé Luís, dois remanescentes das temporadas anteriores.

É sempre difícil saber o que acontece nos bastidores, mas as declarações dos jogadores após o fato me levam a crer que houve mesmos insubordinação e, talvez, um boicote ao treinador. O fato é que após a mexida no elenco, o desempenho da equipe melhorou, pelo menos em entrega dentro do campo. A minha maior crítica é com relação à maneira como a gestão do clube lidou com a situação, expondo as coisas como se o Atlético fosse um reality show. Mas é isso aí, amadorismo é nossa marca registrada.

Com relação às contratações, achei o Dudu Cearense uma boa surpresa. Resta saber se joga a mesma bola que o levou à seleção alguns anos atrás. Marquinhos Cambalhota é mais uma daquelas contratações via DVD do Galo. É claro que Levir Culpi e Osvaldo Oliveira recomendaram mas, futebol que é bom, ninguém viu ainda. De repente, dá certo.

Este final de semana começamos a decidir uma vaga na final do Mineiro com o América. Não tenho acompanhado o desempenho do coelho ao longo do campeonato, mas Micão e seus companheiros tem sido uma pedra no nosso sapato há algum tempo. Já tá passando da hora do Galo se impor diante deste tradicional adversário. Sem poder contar com os reforços contratados nas últimas semanas, o negócio é confiarmos em Magno Alves e Mancine (e não levarmos gol do Fábio Junior, claro).

25 de mar. de 2011

103 anos

Atlético 1 x 1 Uberaba

Antes de falar sobre o aniversário do clube mais tradicional de Minas Gerais, peço licença para abrir um parênteses para comentar a partida contra o Uberaba pelo Campeonato Mineiro na quarta passada. Desorganizado e com várias improvisações, o Atlético apresentou um futebol muito aquém daquele que temos esperado, o que resultou num lamentável empate contra o Uberaba, evidenciando todas as limitações do nosso sistema defensivo e a falta de coordenação do ataque.

Como já disse anteriormente, a falta que o Diego Tardelli faz ao time é maior do que eu imaginava quando da sua negociação. Não é só a falta da referência no ataque, mas o fato de o adversário saber que anular um Ricardo Bueno é uma tarefa muito mais simples, sentindo-se mais confiante para ser mais ofensivo. Enfim, veremos se a chegada do Guilherme nos trará alguma novidade neste sentido. Enquanto esteve do lado de lá da lagoa, me pareceu um bom jogador.

Deixemos as más atuações e a organização do time em segundo plano, pois hoje o Atlético comemora 103 anos de existência. Sem dúvida, estamos vivendo um momento crítico do futebol brasileiro: negociações pelos direitos milionários da televisão, grandes contratações, estádios interditados para as reformas para a copa 2014 que se aproxima, enfim, me parece que vivemos um daqueles momentos onde se sobe um degrau ou se fica para trás para sempre.

Aparentemente o Atlético, através da sua gestão atual, tem buscado uma posição de independência dentro deste novo cenário. Não é fácil, especialmente se considerarmos os montantes e o poder político envolvidos e, da maneira como as coisas estão caminhando, eu diria que uma virtual posição de isolamento diante dos demais clubes não seria vantajoso para o Atlético. Vamos torcer para que a diretoria consiga tomar as suas decisões com serenidade e que consigamos o que é justo.

Acredito até que as mudanças em curso no futebol brasileiro, com novos estádios, com mais craques e custos administrativos elevadíssimos, resultarão em um novo perfil de torcedor, mais elitizado, mais comportado, em busca de um espetáculo nas noites de quarta ou nas tardes de domingo para se entreter. Perfil mais diferente que o do torcedor atleticano é difícil de encontrar. Passional ao extremo, herdeiro de uma tradição que passa de pai para filho, o atleticano não está nem aí para o futebol ou para o espetáculo. Ele quer saber é do Atlético. Tem sido assim nos últimos 103 anos e duvido que mude em um curto espaço de tempo.



Esperando pelo Galo no Estádio Antônio Carlos, tal qual a galera da laje em 2011.

Para finalizar, uma pequena história: há uns 15 ou 20 anos atrás, meu tio avô Lelê estava nos visitando num desses domingos de almoço em família e, acompanhado pelo meu pai, entoou uma canção que a torcida atleticana cantava nos anos 40 e 50. Nunca me esqueci disso, mas só me lembrava que a música falava da nossa escalação.

Um dia desses, estive em Belo Horizonte visitando o irmão mais velho do meu pai e lhe perguntei se ele conhecia a tal música. Sem nenhuma hesitação, de bate pronto, cantou a música inteira e permitiu que eu a gravasse para a posteridade. A interpretação, obviamente, foi entrecortada com lembranças daquele esquadrão que defendeu a camisa alvinegra naquela época e levantou 8 campeonatos mineiros em 10 anos (entre 46 e 55). Abaixo a transcrição da letra e um arquivo de áudio com o meu tio interpretando a canção do alto dos seus 75 anos:

"Có-có-ró-có-có
Quem se manifesta é o famoso Carijó
O seu cantar é muito natural
Pois entre os sete ele é o maioral
Deixou raposa, leão, tucano e coelho
A tartaruga olhando o tigre no espelho
O grande galo com a suas atuações
Ficou com o título Campeão dos Campeões

A sua equipe Kafunga, Murilo e Ramos
O grande Silva, Zé do Monte e Mexicano
O Nívio, Lucas, Mário de Souza, Xavier
Pega na bola cada um faz o que quer
Esse negócio de dizer que o time é duro
É a mesma coisa que dar murro no escuro
Se o craque Lêro é artilheiro sem rival
Então o Atlético Mineiro é o mesmo o tal"


Parabéns ao Clube Atlético Mineiro e a todos os atleticanos!!

20 de mar. de 2011

Idas e vindas

Atlético 1 x 2 América
Atlético 8 x 1 IAPE
Ipatinga 2 x 2 Atlético
Atlético 2 x 1 Villa Nova

Muito mais do que a falta de tempo, o tédio relativo ao Campeonato Mineiro e às fases iniciais da Copa do Brasil tem me mantido afastado deste espaço. Na realidade, a única partida que consegui acompanhar dentre as quatro acima listadas foi o clássico, quando tivemos uma fraca apresentação e acabamos perdendo a invencibilidade e, de quebra, a liderança do campeonato. Como eu disse aos rapazes após a partida: "perder um jogo levando dois gols do Fábio Júnior significa que temos problema na defesa". Defesa, aliás, que tem sido um problema recorrente desde a era Celso Roth. Está cada vez mais difícil me lembrar da última partida em que a meta de Renan Ribeiro não foi vazada. Espero, sinceramente, que o Dorival Júnior consiga equacionar o problema das laterais e proporcionar a proteção necessária ao miolo da zaga para que possamos sobreviver na Copa do Brasil e termos uma boa participação no brasileiro.

Mais agitado do que as últimas partidas do Galo tem sido o mercado de transferências. Após a saída de Obina, o Atlético acabou negociando dois Diegos: o Souza e o Tardelli. O primeiro nem chegou a estrear no glorioso e, neste ponto, estou com a diretoria: se não estiver satisfeito, que vá procurar outro lugar. É difícil entender porque o Souza não se adaptou ao Atlético, tenho a impressão até de que se tivéssemos o Mineirão talvez as coisas tivessem sido diferentes, mas fizemos o correto: o negociamos. Que seja feliz em outro lugar. Já o segundo é uma perda terrível para o ataque alvinegro. Grande ídolo da torcida nas últimas temporadas, grande artilheiro e referência ofensiva, Tardelli deixará saudades. Mas numa era onde os bons negócios valem mais do que a história em uma instituição, acho que a diretoria agiu corretamente.

Para compensar as perdas, o Atlético se movimentou. Hoje o Kalil anunciou a contratação de Guilherme, ex algoz alvinegro que estava atuando pelo Dínamo de Kiev na Ucrânia. Com 22 anos, é uma aposta interessante para ocupar a vaga deixada por Tardelli. Há alguns dias um outro Guilherme foi anunciado: lateral esquerdo revelado pelo Vasco que andava pela Espanha. Surgiu como promessa, mas nunca se firmou. É jovem e não deve ser difícil conseguir ser o lateral titular do Atlético: se jogar um pouquinho, é titular garantido. No mais, corre à boca pequena que o Atlético estaria interessado em contar com o Adriano Imperador no seu ataque. Dadas as circunstâncias envolvendo o retorno do jogador ao Brasil e a sua saída tumultuada do Flamengo, não acho que seja um investimento muito promissor. Na minha opinião, de contrato de risco basta o do Jóbson.

25 de fev. de 2011

O certo, o errado e a galera da laje

Guarani 2 x 4 Atlético
IAPE 2 x 3 Atlético

Depois de uma semana acompanhando as discussões sobre os cronogramas das obras para a Copa do Mundo de 2014, voltamos à realidade brasileira acompanhando a galera da laje torcer pelo Galo contra o Guarani em Divinópolis no último domingo. A partida foi relativamente tranquila para o Atlético que conseguiu, sem maiores dificuldades, abrir uma diferença de 4 gols no primeiro tempo, se limitando a administrar o placar na etapa seguinte. Destaque para as boas atuações de Ricardinho e Neto Berola. As entradas de Mancine e Ricardo Bueno diminuíram um pouco o ímpeto ofensivo da equipe. Diego Souza, que entrou nos minutos finais, foi o jogador de sempre: apático, mal humorado e fora de forma.

O verdadeiro espírito do futebol: a galera da laje em Divinópolis!

Infelizmente, não pude acompanhar a estreia do Galo na Copa do Brasil devido a uma reunião de condomínio que varou a noite de quarta-feira com as discussões de sempre. Mais tarde pude verificar o nível da arbitragem que esteve escalada para a partida no estádio Nhozinho Santos em São Luis: dois lances ridículos que resultaram nos gols do IAPE. De qualquer maneira, o Atlético conseguiu impor o seu melhor futebol e terminou vencendo por 3 x 2. Não eliminou o jogo de volta, mas creio que não terá maiores problemas com o adversário em Sete Lagoas. Isso é Copa do Brasil.

Agora, trato dos dois principais assuntos da semana:

1. Saída do Diego Souza: a bem da verdade, o DS nem chegou ao Atlético. Ao longo de todos esses meses não consigo me lembrar de nenhuma partida sequer onde o meia tenha se destacado. Desde a primeira vez que o vimos no gramado a impressão que tivemos foi de falta de compromisso, insatisfação e apatia do atleta. Sem contar que já estamos em março e o rapaz, que tem apenas 25 anos, ainda não entrou em forma. Até 2009 foi um excelente jogador, mas não tem rendido desde então. Confesso que ainda tinha esperanças de que as coisas pudessem mudar, mas a fim de evitar um prejuízo maior, acho que o melhor a se fazer é negociá-lo e ponto final.

2. Clube dos 13 e venda dos direitos de transmissão do Brasileirão: tenho várias críticas à gestão do Kalil à frente do Atlético, mas acho que ele está certo ao bater o pé pela licitação nos moldes que o Clube dos 13 está propondo. Mais certo ainda ao falar sobre os valores pactuados para cada clube.

Até o fim desta semana eu acreditava que o ponto crucial da discórdia entre os dissidentes e o Clube dos 13 seria uma suposta exigência de divisão das cotas em partes iguais entre os clubes, mas acabei verificando que existe uma previsão de cotas maiores para Flamengo, Corínthians e alguns outros, como sempre foi.

Ridículo mesmo foi ver as entrevistas dos dirigentes do timão e dos quatro grandes do Rio de Janeiro tentando justificar a saída do Clube dos 13, ninguém disse nada, foi uma enrolação só: "o Clube dos 13 não defende os nossos interesses!", "o Rio precisa se unir para salvar o futebol!", é o que dizem. Que interesses seriam esses? Salvar o futebol do que?

Depois dos vários mimos da CBF, incluindo taça das bolinhas, Itaquerão, reconhecimento do status de "Campeão Brasileiro" para os vencedores dos torneios interestaduais dos anos 50 e 60, somando-se à parceria Traffic e Globo para a vinda do Ronaldinho para o Flamengo, não acho que seja difícil inferir quais seriam as respostas paras as perguntas acima. É um mar de lama mesmo.

No mais, espero que o Kalil tenha consciência do que está fazendo, pois sendo a metralhadora giratória que é, atirando contra todo mundo sem piedade, sempre fica a impressão de que o Clube dos 13 está usando o presidente do Galo como bucha de canhão: toda a polêmica está centrada nele, enquanto o resto assiste de camarote. Nós atleticanos sabemos muito bem como é duro estar do lado errado, mesmo estando certos, se é que vocês me entendem.

18 de fev. de 2011

Arrumando a casa

Cruzeiro 3 x 4 Atlético
Atlético 4 x 1 Tupi

Após 14 dias de trabalho incessante em São Roque, que me mantiveram afastado do Clube Atlético Mineiro, eis que estou de volta ao Rio e, milagre dos milagres, consigo assistir ao VT do clássico no PFC 24 horas.

Em geral, não tenho paciência para reprises de jogos, mas diante do resultado obtido no último domingo e da vitória obtida pelo nosso maior rival na noite de quarta, confesso que fiquei curioso para verificar o desempenho da equipe em Sete Lagoas.

O que vi foi um jogo equilibrado, contra um adversário duro e perigoso e que jogou sério. Tivemos menos posse de bola, mas a verdade é que me pareceu que este fato se deveu muito mais a uma opção estratégica de Dorival Júnior do que a uma suposta qualidade superior do nosso rival. Na verdade, quando teve a bola no pé o Atlético foi mais agudo, levando perigo ao gol de Fábio, explorando inteligentemente as deficiências da zaga azulada. A arbitragem, como sempre, teve uma fraca atuação. Entretanto, podemos dizer que como distribuiu seus erros democraticamente, não interferiu diretamente no placar.

Com relação às atuações individuais, é preciso destacar a boa partida de Zé Luís, que combateu Montillo incessamente e, na maior parte das vezes, se saiu bem. A zaga trabalhou com segurança, bela partida do Werley e boa estreia de Leonardo Silva. Ricardinho e Diego Tardelli comandaram o ataque alvinegro, o primeiro distribuindo o jogo com a categoria que lhe é peculiar e o segundo voltando a ser o matador da temporada 2009: um gol de pênalti, um de oportunismo e um tento antológico, entortando a zaga celeste duas vezes antes de mandar um toque sutil no canto direito do arqueiro celeste quando vivíamos o momento de maior perigo no clássico.

Acredito que com Neto Berola, Wesley e Diego Souza no banco e Mancine e Daniel Carvalho se recuperando, o Atlético não terá problemas do meio para a frente. Tenho a impressão, inclusive, que com todos os nossos meias em forma, Renan Oliveira tenda a ocupar um lugar no banco. O rapaz tem corrido e produzido mais desde a chegada do novo comandante, mas carece, definitivamente, de um pouco de fibra. O gol perdido na cara de Fábio só comprova a nossa tese.

O nosso calcanhar de aquiles continua sendo as laterais. Muito embora Leandro e Jackson não tenham entregado o ouro ao longo da partida, ambos ainda estão aquém do perfil necessário para resolver o problema da posição. Não sei se Patric e Eron solucionarão esta carência, mas Dorival Júnior tem crédito de sobra para montar este time e ter a nossa confiança. Outro que não tem me agradado é Serginho, sempre tocando mais do que deve na bola e se afobando no momento do último passe, propiciando contra ataques perigosos para o adversário.

Enfim, grande início de temporada do Atlético. O que mais me agradou não foi nem a vitória em si, mas a disposição da equipe e o fato de ver que temos um time, uma equipe que jogou de igual para igual contra um adversário perigoso, bem armado e mais entrosado, não se abatendo quando saiu atrás no placar e mantendo a tranquilidade enquanto esteve na frente. Minhas esperanças de termos um time competitivo em 2011 aumentaram bastante.

1 de fev. de 2011

A largada e outros pitacos

Funorte 1 x 2 Atlético

A noite do último domingo de janeiro marcou a largada para mais uma temporada acompanhando o Clube Atlético Mineiro. Enganam-se aqueles que acreditam que após o milagre operado por Dorival Júnior e seus comandados nas rodadas finais do Brasileirão 2010, o torcedor alvinegro desejasse uma pausa para se recuperar emocionalmente: nem bem o juiz apitou o final da partida contra o São Paulo, ele passou a apertar a tecla F5 em busca de novidades no twitter do Kalil. E, não tenha dúvidas, passou assim as festas de fim de ano e as primeiras semanas de janeiro. Com 11 contratações, o time acabou justificando esta ansiedade do torcedor que, empolgado, aguardava a estreia da equipe no Campeonato Mineiro.

A escalação para a partida contra o Funorte, em Montes Claros, mostrou a opção de Dorival em manter a base da equipe que fez a boa campanha na reta final do Campeonato Brasileiro. As únicas modificações foram as entradas de Jóbson no lugar de Obina (negociado com a China), Richarlyson no lugar de Zé Luis e Ricardinho no lugar de Diego Souza.

As estreias do Atlético em Campeonatos Mineiros não vinham sendo muito boas, já eram 4 anos sem conseguir uma vitória. Os minutos iniciais da partida davam a impressão de que, nesta temporada, a história seria diferente. Mas, pouco a pouco, a equipe montesclarense conseguiu equilibrar a peleja e acabou anotando o seu tento numa falha da defesa alvinegra.

O Atlético voltou para o segundo tempo com Wesley no lugar de Rafael Cruz e Magno Alves no lugar de Jóbson. Mais veloz, a equipe começou a envolver o adversário e a criar mais oportunidades. E foi num contra-ataque veloz que Magno Alves conseguiu o gol de empate, após tramar com Tardelli e Wesley. O gol da vitória veio de pênalti, sofrido por Wesley e convertido por Tardelli. Quebrado mais um tabu e anotados 3 pontos na tabela com um 2 x 1 que fez justiça ao que foi apresentado em campo.

Não foi uma grande exibição do Galo, mas foi o suficiente para vencer na estreia, jogando num campo ruim contra um time desconhecido. De qualquer maneira, isso não esconde o fato de que continuamos com problemas nas duas laterais e que o Serginho e o Renan Oliveira correm grande risco de perderem a condição de titulares nesta equipe. O primeiro é um bom jogador, mas erra demais. Fico com a impressão de que sempre tenta dar um toque a mais ou busca uma jogada mais difícil. Se botasse a bola no chão e jogasse simples, seria mais útil. Quanto ao segundo, o problema é a falta de colhões de sempre. Basta dizer que o Wesley mostrou em 45 minutos mais vontade e pegada do que o Renan em 3 anos de Atlético. Assim é complicado.
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A revista PLACAR deste mês traz uma reportagem sobre as contratações do Atlético para a temporada de 2011. A pergunta da revista é: quem estaria bancando a vinda de tantos reforços em um clube com uma dívida estimada em R$300 milhões? Está certo que a Placar poderia ter feito a mesma pergunta ao rubro negro carioca, que acabou de contratar o Ronaldo Gaúcho mesmo tendo a maior dívida do país (e que, curiosamente, estampa a capa da revista) ou, quem sabe, ao tricolor carioca e ao timão, só para ficarmos em três exemplos. Mas, de qualquer maneira, é bom tentar entender o que acontece em Lourdes.

A resposta, obviamente, passa pelo nosso banqueiro favorito, Ricardo Guimarães. Kalil se limita a dizer que as contratações refletem o sucesso da sua gestão. Já a oposição, especialmente na figura do conselheiro Manfredo Palhares, acusa a atual diretoria de seguir a cartilha do dono do BMG, que dentro da sua própria gestão acabou se tornando o maior credor do Galo. Um investidor de sucesso! Para finalizar, Palhares chega a afirmar que o Galo teria desembolsado astronômicos R$ 20 milhões para se livrar do Luxemburgo no ano passado. Verdade ou maledicência?

O fato é que nunca saberemos o que realmente se passa dentro do Atlético. Já me martirizei muito imaginando a quantidade de maldades que se acumula dentro desta caixa preta, mas cheguei à conclusão de que não vale a pena. Faz mal pra saúde e não te leva a lugar nenhum. E, para ser sincero, nesta altura do campeonato, se o Atlético emplacasse uma sequência vencedora, eu nem ligaria que este distinto cavalheiro se tornasse o dono do time. Mas, infelizmente, as recentes recordações de sua passagem pela presidência do clube, me fazem duvidar de um futuro brilhante para a equipe.

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