11 de set. de 2012

O peso da posição

Atlético 3 x 0 Palmeiras

Em geral, não gosto de ver o Galo fazendo a última partida do domingo. Além do jogo terminar um pouco tarde e de haver a pressão de se estar em campo sabendo os demais resultados da rodada, um placar adverso tem o potencial de estragar a sua segunda-feira devido ao prazo escasso para digestão do mesmo. Felizmente, para nossa alegria, o Atlético tem dado sinais de que voltará a ser o que foi ao longo de toda a minha infância e adolescência: um anfitrião indigesto e um visitante perigoso. Quem, como a gente, passou a maior parte dos últimos dez anos lutando na metade de baixo da tabela, sabe como é difícil sair do buraco. O adversário chega na sua casa e deita e rola: te dá tapa na cara, chute na bunda, rasteira e ainda sai pela porta da frente. Te trata, merecidamente, como um maldito derrotado! Sabe que se não vencer, deixará de computar 2 pontos preciosos para a conquista do seu objetivo. Por outro lado, quanta diferença quando há o respeito e a sua reputação está em alta... Cauteloso e prudente, o sujeito sai de campo feliz da vida com um pontinho!

Todo este papo furado é para falar que, antes de mais nada, me lembrei do Atlético das temporadas passadas ao ver o futebol apresentado pelo alviverde paulista. Time aguerrido, lutador, mas que tem a sua posição na tabela como potencializador das suas limitações. O adversário sabe que precisa dos três pontos contra o porco se almeja qualquer coisa neste campeonato.

Jogando em casa, o Galo começou tentando pressionar e envolver o adversário. Sem Jô, Cuca mandou Guilherme para o jogo como centroavante e avançou Ronaldo para mais perto da grande área. O resultado é que éramos quatro pigmeus numa floresta de gigantes: a tática de lançar a bola pra jogadinha de pivô, popularizada com o nosso atacante titular, não surtia nenhum efeito. A zaga paulada dos paulistas não deixava a bola parar na sua defesa e, por vezes, criava contra-ataques perigosos. O primeiro tempo terminou sem gols e o jogo dava calo nas vistas.

Para a segunda metade, Cuca sacou Leandro Donizete e Danilinho e entrou com Escudero e Leonardo. O filme "Ponte Preta no Independência" veio à minha cabeça, mas desta vez o Belludo estava correto. Com uma referência no ataque e o R49 de volta à sua posição original, o jogo estava decidido. Como jogou bola o Gaúcho! Aliás, aqui cabe uma outra observação: já que o sujeito resolveu voltar a jogar futebol, vamos deixá-lo em sua posição de origem! O trem está dando certo, então não mexe, porra! Assim, aos sete minutos, o Galo anotou o seu primeiro tento com Leonardo Silva. Bernard, outro monstro em campo, marcou mais duas vezes já no fim do segundo tempo e liquidou a fatura. O primeiro num passe magistral de Leonardo e o segundo em jogada individual de pura raça e talento ao aproveitar um chute de Victor para superar a confusa zaga palmeirense e completar para a meta vazia. 3 x 0 merecido.

No início desta semana o Atlético começou a colher os frutos do bom trabalho em 2012: Bernard e Marcos Rocha, além de Réver, foram convocados para a seleção. Fico feliz pelos jogadores que, inegavelmente estão entre os melhores do país, e devem mesmo estar motivados e emocionados com a oportunidade. Da minha parte, considerando a minha relação com a CBF e a atual seleção, fica a saudade de Mário de Castro, que ao ser convocado para defender a seleção, recusou gentilmente alegando que o seu futebol "só era do Atlético". No fundo, é o que realmente importa.

9 de set. de 2012

Pela liderança

Bahia 0 x 0 Atlético

Como já disse antes, partidas às 19:30h das quarta-feiras acabam coincidindo com a pelada semanal disputada no Humaitá. Com a perda de performance do time, os discursos um tanto decepcionantes de Cuca e os diversos desfalques previstos, nada melhor do que jogar uma bola e só saber o placar final da peleja disputada em Salvador.

Não acho que o empate na capital baiana tenha sido uma catástrofe. Mau resultado foi ter empatado com o tricolor em Belo Horizonte. De qualquer maneira, depois de rever os melhores momentos, fiquei com a impressão de que poderíamos ter saído do Pituaçu com uma vitória pelo placar mínimo. A pontaria, que tem sido o ponto fraco do Atlético desde o início do torneio, acabou falhando novamente. A equipe produz muitas situações de gol, mas peca na finalização. Nervosismo? Falta de competência? Má sorte? Taí um problema para o Cuca resolver.

Aliás, falando em Cuca, fiquei com a impressão de que o comandante alvinegro andou perdendo a mão nas últimas rodadas. Adepto de uma filosofia que tem aplicado ao time desde que o assumiu há mais de um ano, nem a sucessão de 4 derrotas consecutivas no início dos trabalhos fez com que mudasse o seu rumo. Sendo assim, é difícil entender o porque de substituições e adaptações como aquelas realizadas contra a Ponte ou o Corinthians, por exemplo. Já que chegamos até aqui seguindo uma linha mestra, não há porque promover alterações radicais no percurso. Mas aqui fala um pobre diabo completamente ignorante com relação aos bastidores da equipe. A esperança que fica é a de que o senhor Belludo saiba o que está fazendo.

Para ser sincero, a realidade é que ando um pouco desmotivado com o campeonato desde os acontecimentos da última rodada do turno. Nas últimas temporadas temos acompanhado uma avalanche tão grande de erros de arbitragem que parte da crônica esportiva já assumiu que a interferência do juiz no resultado faz parte da aura romântica do futebol. "Os erros são democraticamente distribuídos a todos", dizem. Da minha parte, acredito que um número tão grande de erros acaba deixando os equívocos realmente cruciais fora do foco da mídia, uma vez que terminam diluídos no mar da incompetência. Com isso, fica a impressão de que tudo pode não passar de uma saborosa marmelada.

Mas deixemos as conjecturas para lá e falemos sobre a rodada desta tarde. O Timão fez o serviço na noite de ontem e nos deixou na segunda posição com dois jogos a menos. Espero que o mistão do Inter consiga parar o Fluminense e que o Atlético faça o seu papel e supere o Palmeiras. Não espero um jogo fácil. Vai ser preciso paciência para enfrentar a catimba e as artimanhas de Felipão e seus asseclas e, mais do que tudo, pontaria. Se tudo der certo, iniciamos a semana recuperando a liderança.

4 de set. de 2012

Lipoaspiração

Corínthians 1 x 0 Atlético

Ao longo da performance arrasadora do Atlético no primeiro turno do campeonato, muito se falou no acúmulo de uma "gordura" necessária para compensar a perda de rendimento que, inevitavelmente, ocorreria em algum momento. Pois bem, com a sequência de três jogos sem vitória já podemos sentir os efeitos da lipoaspiração a que o Galo foi submetido. A gordura já era e os adversários estão na cola.

A partida que o time fez em São Paulo não foi ruim. Assim como aconteceu nas últimas rodadas, faltou um pouco de capricho nas finalizações para que saíssemos do Pacaembu com um resultado melhor. O gol do Guilherme anulado no fim da partida gerou uma grande polêmica, mas o próprio jogador já havia falhado pouco antes após receber lançamento de Escudero e falharia um pouco depois, quando saiu cara a cara com Cássio. Em jogos de alto nível, as oportunidades são raras e a eficiência nas conclusões é fundamental. Pecamos e fomos merecidamente derrotados. O único aspecto positivo a ser destacado é que a camisa da sorte pode ser finalmente lavada após 16 rodadas.