25 de jul. de 2012

O Galo é o time da virada

Sport 1 x 4 Atlético

Mais uma rodada e mais uma grande vitória fora de casa. "O que está acontecendo com o Atlético?", fico a pensar. A partida em Recife começou um tanto nervosa, com o time errando o último passe e não conseguindo se livrar da pressão do Sport. Assim, depois de uma rápida troca de passes, os pernambucanos fizeram 1 x 0. Entusiasmado, o leão continuava em cima e foi nessa que acabou levando um contra-ataque mortal e Danilinho, oportunista, aproveitou o rebote de uma dividida e empurrou a pelota para dentro da meta adversária. 1 x 1.

O segundo tempo começou com um leve domínio alvinegro, mas a partida ainda era dura. Neste momento, Vagner Mancini resolveu entrar em cena sacando Marquinhos Paraná e botando um atacante. O que aconteceu em seguida foi um massacre atleticano: 3 gols em 10 minutos, sendo cada um mais bonito do que o outro. Ronaldinho, Jô e Bernard liquidaram a fatura para o líder do campeonato. Depois deste estrago Mancini tratou de recompor o sistema defensivo, mas não havia mais nada a ser feito. 4 x 1 para o Atlético.


Magrão observa o chute que Bernard, entre três adversários, acaba de dar. Não havia o que fazer.

A atuação de Bernard mereceria um texto à parte. O que o garoto tem feito nos últimos jogos não é brincadeira. É claro que precisamos ter paciência e que os testes tendem a ficar mais difíceis à medida que os adversários começarem a tratá-lo como um jogador que pode fazer a diferença em um jogo. Mas, independente disso, a cada partida o meu sentimento de que temos um jogador talentoso e não um peladeiro com lampejos de craque aumenta.

Muitos já mencionaram este fato, mas não deixa de ser interessante lembrar que o Bernard foi lançado na temporada passada pelo Dorival Júnior na lateral direita. Pouco depois acabou sendo devolvido aos juniores, onde liderou a equipe e conquistou o penta da taça BH, jogando com raça e comprometimento, marcando inclusive o gol do título. Voltou aos profissionais através do Cuca e acabou se firmando na reta final do Brasileirão 2011 e no campeonato mineiro deste ano. Há de se louvar a persistência do garoto.

Aliás, é interessante ver como o nosso camisa 11 destoa da leva de jogadores que tem surgido atualmente nas entrevistas e no próprio estilo. Sem moicano, tatuagens, pedaladas e reboladas, responde às perguntas com sinceridade, sem ficar recorrendo aos jargões que estamos cansados de ouvir durante as transmissões. Após a partida contra o São Paulo - nossa única derrota no campeonato - acabou fazendo um desabafo por ter perdido um gol de frente para o goleiro:

"Se o Bernard não foi culpado por essa derrota, teve grande parte dela. A finalização é que não está saindo. Estou correndo, estou dando raça pelo time, mas não está adiantando. Então, se não está adiantando, eu tenho que rever tudo o que eu estou fazendo, tudo o que estou rendendo dentro de campo. Se continuar um atacante errando esses gols aí, eu não vou sobreviver no futebol."

Coincidência ou não, daquela partida em diante o cara começou a fazer a diferença nas partidas e tem atuado com uma regularidade e uma eficiência realmente impressionantes. Esperemos que ele continue com a boa cabeça que parece ter e que resista às tentações do "mundo das celebridades".

21 de jul. de 2012

Quebrando tabus

"O inimigo não merece compaixão" - Kreese, John (Karate Kid)

Atlético 3 x 1 Inter

Depois da virada espetacular na noite do sábado passado, as expectativas para a partida contra o Internacional em Belo Horizonte aumentaram ainda mais. Como foi amplamente divulgado, o colorado tem sido uma pedra no sapato alvinegro desde o início da era dos pontos corridos, era que, coincidentemente, é registrada e acompanhada por este espaço. Os gaúchos são adversários tão indigestos que venceram o Atlético no dia do meu casamento, para alegria da família da noiva, colorada em sua maioria.

O Internacional foi para Belo Horizonte desfalcado de algumas das suas principais estrelas: seleção olímpica, contusões e preparações para a estreia diminuíram bastante o poder do nosso adversário, temos que reconhecer. Por outro lado, isso não era problema do Atlético e o nosso negócio era manter a liderança - daí a citação no início deste post. Assim, embora o encontro fosse tratado como um jogo de "12 pontos" pelos dirigentes colorados, entendi que havia um ligeiro favoritismo para o Atlético. O principal aliado dos gaúchos era o tabu: 10 anos sem perder para o Galo.


Com relação a este fato, me lembrei de uma correlação que descobri nos últimos anos: quando consigo jogar bem na pelada semanal, o Atlético costuma obter um bom resultado. Desta maneira, imbuído deste espírito místico, vesti meu uniforme completo do Galo e  parti para o Humaitá. O surpreendente foi que não só consegui fazer uma boa exibição como anotei inacreditáveis 12 tentos em uma hora e meia, fato que acabou me trazendo a certeza absoluta de que aqueles 3 pontos contra os gaúchos já estavam no papo.


Cheguei em casa e o primeiro tempo já passava dos 20 minutos. O que vi foi um Atlético tranquilo em campo, girando a bola e buscando o espaço para finalizar com qualidade. O Inter, retraído, não oferecia perigo à meta de Vítor. Ainda no primeiro tempo, D'Alessando arrumou uma escaramuça com o árbitro e acabou levando o cartão vermelho. A situação piorou ainda mais para o adversário, que acabou levando um gol na última volta do ponteiro: lindo chute de Guilherme que bateu na trave, nas costas de Muriel e morreu no fundo do barbante. 1 x 0 Galo.


Faz a alegria da massa, Galo!


O segundo tempo foi uma repetição do primeiro até o segundo gol atleticano, anotado por Léo Silva, o zagueiro artilheiro. A partir de então o Inter impôs uma correria que resultou no gol de Fred e trouxe apreensão para a torcida atleticana ao longo de toda a segunda metade. No fim, um contra ataque mortal puxado por Bernard e finalizado com precisão por Escudero, liquidou a fatura e nos assegurou a liderança do certame. Mais uma vitória merecida.

Daqui a alguns minutos entraremos em campo contra o Sport em Recife. Jogar quarta e sábado não é brincadeira. O consolo é que os pernambucanos estavam em Porto Alegre - viagem um pouco mais longa do que a nossa. Com o resultado negativo obtido na capital gaúcha (1 x 3 contra o Grêmio), o leão deve partir para cima do Galo. Espero que nosso contra-ataque esteja afiado e que consigamos sair com mais um bom resultado da Ilha do Retiro. Ademais, considero vencer o Vagner Mancini uma obrigação depois do que vimos e ouvimos durante a sua passagem pelo nosso maior rival.


Para finalizar, faço votos que a seleção do Mano conquiste a medalha de bronze em Londres. Não consigo torcer pela "amarelinha" da Nike, do Mano, enfim, da CBF. Mas, o melhor cenário para o Atlético é que a juventude brasileira permaneça na terra da rainha o maior tempo possível desfalcando nossos adversários. O bronze eu desejo para não parecer muito ranzinza - é sempre melhor vencer do que perder a última partida. 

15 de jul. de 2012

No limite

Figueirense 3 x 4 Atlético
Atlético 2 x 0 Portuguesa

O atleticano está em estado de graça: 4 vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro, quebras sucessivas de tabus, uma virada espetacular e a manutenção da liderança. Isso não é normal, então o negócio é aproveitar o quanto der.

O trabalho, mais uma vez, me impediu de relatar as minhas impressões relativas ao jogo contra a Lusa na rodada passada. Apesar dos 2 x 0, a partida foi equilibrada no primeiro tempo e o 1 x 0 pode ser considerado um grande resultado. Na segunda etapa o Atlético retomou as rédeas da partida e liquidou o adversário após uma falha de Dida em cobrança de falta de Ronaldinho que Leonardo Silva completou para o fundo das redes.

A partida de ontem começou com o Galo dominando o meio e chegando até com certa facilidade ao primeiro gol. Ronaldinho converteu pênalti sofrido por Marcos Rocha. A partir daí, me pareceu que uma certa soberba tomou conta do time e o Figueirense, aos poucos e com muita correria, foi envolvendo o nosso time e chegou, merecidamente, ao empate em uma jogada ensaiada em cobrança de falta. Logo depois, Marcos Rocha errou uma cobrança de lateral e num contra-ataque fulminante os catarinenses chegaram a virada com Júlio César.

Para o segundo tempo Cuca voltou com Serginho e Guilherme nos lugares de Leandro Donizete e Danilinho. O time esboçou uma reação mas logo acabou levando o terceiro em mais uma falha coletiva da retaguarda mineira. Em busca de consolo, comecei a refletir futebolisticamente: "está tudo bem, já ganhamos 3 fora de casa, o campeonato é difícil e uma hora a casa ia cair. O importante é manter a cabeça erguida e a confiança para buscarmos a recuperação em Belo Horizonte.".

Ainda absorto em meus pensamentos, comecei a testemunhar uma espécie de milagre: toda a energia do Figueirense pareceu passar para o nosso lado e passamos a envolver o adversário com uma certa facilidade. Aos 19 minutos, Ronaldinho cobrou falta e Leonardo Silva cabeceou para dentro da meta catarinense. "Uai, pode ser que dê pra buscar um empate", pensei. O otimismo, entretanto, durou pouco já que dois minutos depois Leonardo Silva falhou espetacularmente e o atacante do Figueirense saiu na cara de Victor. Felizmente, a sorte desta vez estava do nosso lado e o camisa 9 chutou para fora. 

Ainda digeria a pixotada do nosso zagueirão quando, aos 25, Ronaldinho cobrou rapidamente uma falta armando o contra ataque, Marcos Rocha lançou, Jô cruzou e Bernard, se redimindo de ter chegado atrasado em uma jogada semelhante no início do segundo tempo, empatou a partida. A partir dali o Figueirense foi o Chael Sonnen sentado, com aquela expressão patética, esperando a joelhada do Anderson Silva. 

E, assim como na luta da semana passada, onde a caminhada de Silva em direção ao seu adversário pareceu acontecer em câmera lenta, a jogada de Guilherme na entrada da grande área, dominando a pelota, caminhando, procurando a alternativa, lançando Serginho e se posicionando para receber o passe e finalizar para o gol adversário pareceu durar uma eternidade. O impressionante foi que a jogada se desenhou com tanta clareza, que antes de Serginho realizar o passe já gritei para a minha querida esposa: "é caixa!". E, de pé, pude comemorar a heroica virada.

No fim, o mestre Cuca ainda colocou Richarlyson para trazer mais emoção para a rapaziada. Com a sua tradicional displicência e o seu odioso futebol moleque no pior sentido, Ricky arrumou uma presepada no meio e quase possibilita o empate ao adversário. É um miserável inconsequente!  

Grande vitória e a torcida tem o direito de se entusiasmar. Entretanto, não podemos de deixar de destacar a fraca atuação do sistema defensivo, que vinha se portando muito bem ao longo do campeonato e apenas na partida de ontem conseguiu tomar tantos gols quantos havia tomado até então. Leonardo Silva fez uma partida ruim e Victor cometeu uma falha bisonha. A desconfiança em relação ao potencial do elenco e às possibilidades do time ainda continuam em certa medida. É preciso paciência.

Quarta-feira enfrentamos um dos nossos maiores algozes, o Internacional. Sem bater os gaúchos pelo Campeonato Brasileiro desde 2001, já passou da hora de acertamos as contas com eles. Espero que não passe desta semana.

8 de jul. de 2012

Prognósticos e chutes

O bom início de campanha tem animado os atleticanos neste brasileirão 2012. Desde a mudança da fórmula de disputa do campeonato para pontos corridos apenas em duas oportunidades o Galo disputou uma posição na metade superior da tabela: 2003 e 2009, ambas com Celso Roth no comando. Nestas duas temporadas, o Atlético largou bem mas não teve a qualidade necessária para se manter nos primeiros postos. Elenco limitado, deficiências técnicas, físicas e emocionais nos impediram de chegar mais longe.

Se 2009 foi uma espécie de repetição de 2003, 2010 foi de 2004 e 2011 - por pouco - não foi a de 2005. Sempre cobramos coerência nas contratações e a manutenção de uma base para conseguirmos formar uma equipe e, bem ou mal, 2012 começou com uma base montada ao longo do segundo semestre de 2011 e com contratações pontuais. Neste ponto, mesmo a contragosto, sou obrigado a dar crédito ao Kalil por ter mantido o Cuca e o elenco após aquela desastrosa derrota contra o nosso maior rival na última rodada do campeonato. Eu, passional, teria demitido o treinador e metade dos jogadores.

2012 começou com poucas contratações (Leandro Donizete, Pierre - em definitivo, Escudero, Rafael Marques e Marcos Rocha) e com a conquista do Campeonato Mineiro de maneira invicta, fato inédito desde 1976. Em compensação, fomos eliminados de maneira bisonha na Copa do Brasil pelo Goiás, equipe que atualmente disputa a Série B do Brasileiro. E é preciso ressaltar que mesmo tendo vencido o mineiro, o desempenho do time não foi convincente. 

Diante das limitações apresentadas, o clube foi atrás de reforços e trouxe alguns renegados dentro do futebol brasileiro: Jô, dispensado do Inter por indisciplina e Ronaldo Gaúcho e Júnior César do Flamengo. O ex-R9 era perseguido pela torcida e estava em litígio com o clube carioca e o lateral esquerdo estava fora dos planos dos rubro-negros. Finalmente, na semana passada, fechamos com o goleiro Victor, arqueiro gremista desde 2008.

E quais as diferenças em relação a 2003 e 2009?

- A base. Roth chegou em 2003 e 2009 para apagar incêndios e conseguiu tirar água de pedra do que tinha em mãos. Em 2012 temos uma base razoável, que conseguiu fazer um excelente returno em 2012 - estando invicta em casa desde então - e que foi reforçada em posições carentes  

- O banco é razoável. O time tem ido bem sem Réver, André e Guilherme - que fez um excelente campeonato mineiro antes de se contundir. Filipe Soutto, Serginho e Richarlyson, nesta ordem, são boas opções de volantes para Cuca. Ainda temos Escudero e Juninho. Talvez o zagueiro Luis Eduardo destoe deste grupo, mas tenho esperanças de que haja alguém na base que possa ser aproveitado.

- Estamos de volta a Belo Horizonte. As duas temporadas nefastas no pasto do Jacaré foram terríveis para o alvinegro que SEMPRE foi um time que usou muito bem o fator casa. A torcida faz muita diferença.

- Treino. Ao contrário de Dorival e Luxemburgo, dá para ver claramente o dedo de Cuca no time. O cara é emocionalmente instável? Tem dificuldades nos momentos decisivos? Sim, tudo isso é verdade. Mas precisamos reconhecer que o Atlético 2012 tem padrão de jogo e consistência tática. As partidas que vi foram vencidas pelo Galo porque o time esteve melhor em campo e fez valer a sua superioridade.

- Motivação. O time está correndo e lutando muito e a chegada de Ronaldo e Jô, jogadores rodados, parece ter feito bem para a equipe, por incrível que pareça. Ronaldo não é mais aquele, mas recebe atenção especial de todos os adversários e aumenta os espaços para Bernard e Danilinho jogarem. 

E os cuidados a serem tomados?

- O excesso de confiança da torcida. Assim como a massa desestabiliza o adversário nos jogos em Belo Horizonte, esse poder pode ser facilmente revertido contra o próprio clube - como efetivamente foi revertido nas rodadas finais de 2009. É bom o Kalil ficar com a boca fechada e transmitir paciência e serenidade para todos. Será que ele tem esta capacidade?

- Regularidade. O brasileiro é um campeonato longo e nenhuma equipe consegue manter o alto nível nas 38 rodadas. Quem larga na frente, inevitavelmente tem uma queda de produção e, se estiver bem planejado, recupera as energias para um "sprint final". Mais uma vez, é preciso paciência.

- Cuca. Como já disse, é trabalhador e treina o time mas, historicamente, acaba arrumando problemas com o elenco. Nosso diretor de futebol é fraco e o Kalil é um passional maluco. Quem teria a capacidade de gerenciar esta situação? Seremos capazes de superar a crise da perda de performance? É preciso pensar a respeito.

- A perda do fator surpresa. Desprezado como "cavalo paraguaio" no início do campeonato, a regularidade e o bom desempenho do time fazem com que os adversários passem a atuar com mais seriedade e a estudar o esquema de jogo, dedicando mais tempo e atenção e se preparando mais para as partidas. Em 2009, quando os adversários passaram a se defender ao invés de nos atacar e possibilitar os contra-ataques, nos demos muito mal. A partir daí, veremos se temos, realmente, uma superioridade técnica capaz de nos levar a vôos mais altos.

É claro que há uma série de outros aspectos a serem avaliados mas, em síntese, acho que é isso que nos aguarda em 2012. 

Sobre a rodada deste domingo, temos a obrigação de vencer a Portuguesa no Independência. Geninho é um velho desafeto e qualquer resultado que não seja a vitória é considerado uma ofensa pela torcida alvinegra. 1 x 0 já está de bom tamanho.

1 de jul. de 2012

Bernard e mais 10

Grêmio 0 x 1 Atlético

Há muito tempo não ficava tão nervoso com uma partida do Atlético. Os acontecimentos das últimas semanas somados ao bom início de campeonato deu ares de decisão ao jogo do início desta noite em Porto Alegre.

Pouco antes do início da partida, recebi uma ligação do Marcos, ilustre amigo gremista, que queria ver o jogo mas devido a um infeliz imbróglio com a NET, que tenta restabelecer o seu serviço de tv a cabo desde que ele se mudou para o novo apartamento há duas semanas, estava impossibilitado de fazê-lo. Coisas do Rio de Janeiro. Naturalmente (ainda que com a pulga atrás da orelha - na última vez em que vimos este clássico juntos, o Grêmio nos bateu na Arena do Jacaré por 2 x 1), convidei o nobre colega para assistir à partida no conforto do meu lar.

Os primeiros momentos da partida foram tensos, o tricolor tentava pressionar, o Atlético buscava encaixar algum contra-golpe e a torcida gremista fazia questão de demonstrar que jamais perdoará Ronaldinho, entoando o coro de "pilantra" toda vez que o R49 dominava a pelota.

Aos 25 minutos o galo conseguiu um corner, Ronaldo cobrou, a bola sobrou na lateral esquerda, Bernard dominou de costas, girou e aplicou um chapéu estilo R49 no seu marcador, a bola quicou quase dentro da grande área e o segundo gremista se aproximou, apenas para levar um chapéu de chaleira. Antes da bola quicar, Bernard cruzou e Jô, de voleio, mandou para o fundo da meta tricolor. Um dos gols mais espetaculares que já vi o Atlético marcar.

A situação era tão inusitada e o desfecho tão improvável, que à medida que a jogada ia acontecendo, eu ia narrando para o Marcos, que estava ao meu lado: "IH, chapéu", "IH, outro" e, de pé, já mandando um "PU-TA-QUE-PA-RIU, QUE GOLAÇO!!". Inesquecível, sem dúvida!






Jogada genial de Bernard e conclusão precisa de Jô

Dali em diante o meu nervosismo aumentou: a possibilidade de assumir a liderança do campeonato, de derrotar Marcelo Moreno, Kleber e Luxemburgo e de bater o Grêmio no Olímpico depois de 14 anos simultaneamente, levaram a minha pulsação para a casa das centenas. E ainda eram 25 minutos do primeiro tempo!

Mas, o que vimos em campo foi um Atlético bastante consciente da sua proposta e jogando o seu jogo contra um adversário vigoroso mas um tanto desorganizado. Zé Roberto fez uma boa estreia, mas o ataque não funcionou bem e as alterações do Luxemburgo me pareceram equivocadas. Aos 37 do segundo tempo, após uma escaramuça no meio de campo com Pierre, Paulo César Oliveira expulsou Anderson Pico. A expulsão foi mesmo exagerada, mas não acho que tenha sido o fator determinante para a vitória atleticana. No fim, o Grêmio foi para o abafa, mas não conseguiu incomodar Giovanni.

No cômputo geral, o Atlético foi um time melhor do que o Grêmio, mais bem treinado eu diria. O tricolor rondou perigosamente a nossa área durante toda a segunda etapa, mas não conseguiu concluir com perigo, enquanto o Galo chegou duas vezes na cara de Marcelo Grohe, que fez grandes defesas em chutes de Jô e Escudero. Excelente partida de Danilinho, Bernard e Leandro Donizete. Ronaldinho foi regular, mas sempre será o cara que chama a marcação e desloca a atenção dos adversários. Giovanni esteve muito bem e demonstra que será um reserva importante para o Victor.

Enfim, conquistamos três pontos importantíssimos e é agora que começa a hora da verdade: será que este time é capaz de se manter no topo? Este é assunto para um próximo post.