7 de out. de 2008

Erros

Apesar da derrota no último sábado, o Atlético não fez uma má apresentação, ouso até dizer que estava melhor do que o Palmeiras até a expulsão infantil do Marques. Com um jogador a menos, acabamos sendo envolvidos pelo melhor time do Palmeiras e levando a virada. Ainda assim, dois dos três gols surgiram em falhas de marcação: o de empate, quando Márcio Araújo deixou a avenida para Leandro finalizar e o da virada, quando a marcação do Denílson coube a Raphael Aguiar, que correu atrás do ciscador uns cinquenta metros sem tentar sequer derrubá-lo. 3 pontos a menos, mas que já estavam contabilizados negativamente nos nossos prognósticos.

Sábado, no Rio de Janeiro, enfrentaremos, mais uma vez, o nosso segundo maior rival. Acredito que, dadas as atuais circunstâncias, um resultado positivo seria um feito histórico do Galo e, mais uma vez, rogo ao pai celestial que ilumine o escrete alvinegro e que consigamos impor uma derrota aos rubro-negros dentro do Maracanã. Com todo o sofrimento que foi imposto ao torcedor neste ano, uma vitória no Rio e outra no clássico na rodada seguinte já seria um alívio estrondoso no tão combalido orgulho atleticano.

Infelizmente, não estarei aqui para ver/acompanhar as próximas quatro rodadas, de modo que não viverei toda esta euforia em tempo real e aguardarei ansiosamente pelos SMS dos companheiros que estarão ligados nestas pelejas.

Com relação ao episódio da dispensa do trio maldito, fica a dúvida: foi uma atitude demagógica, de eleger um bode espiatório e jogar para a torcida ou uma mudança de ares e um sinal de que o Atlético está voltando a ter comando e a exigir o devido respeito? Tenho as minhas dúvidas. De qualquer maneira, serviu para chacoalhar o ambiente e dar um choque na rapaziada. Quanto aos jogadores, não terão a ausência tão sentida assim, vide o desempenho pífio, descompromissado e sonolento de suas últimas partidas. O que ainda me choca é a burrice e o descomprometimento de jogadores profissionais mas, cada um sabe de sua vida. Que sejam felizes em outro lugar.

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4 de out. de 2008

CTI

Ao ler as notícias desta manhã só fico mais convicto de que o Atlético Mineiro está no CTI. Além de todos os problemas de conhecimento público, o presidente do conselho abandona o barco e três jogadores são cortados do elenco por indisciplina (Mariano, Calisto e Lenílson). O time não tem dono, não tem uma referência no comando, não tem ninguém para tomar uma decisão e assumi-la. Já não o tem há algum tempo, é verdade, mas isso só ficou claro de uns meses para cá.

O mais interessante com relação a um clube de futebol é que as pessoas responsáveis pela sua gestão fazem e desfazem uma série de coisas e quando, porventura, tudo dá errado, elas vão embora e o pepino fica com os seus sucessores. Ninguém é responsável por nada. Nada! Assim é muito fácil ser presidente, vice-presidente, diretor, qualquer coisa. Nâo é preciso responder pelos seus atos. Tenho minhas dúvidas se a mudança no estatuto do clube alteraria esse cenário. A julgar pela lista de candidatos a sucessão do senhor Valadares, os prognósticos tampouco são animadores: filhos, sobrinhos, parentes daqueles que comandam o Atlético Mineiro há algumas décadas e que são responsáveis diretos pelo estado no qual o clube se encontra atualmente.

A minha tristeza é maior pela instituição, pela tradição construída aos poucos e com muitas dificuldades ao longo de cem anos de história representando Belo Horizonte e Minas Gerais no Brasil e no mundo. O processo de construção de uma tradição, de uma reputação é um processo longo, lento e custoso e bastam apenas alguns anos para que se destrua um trabalho de gerações. O Atlético está na minha família há quatro gerações, é assunto do dia-a-dia, é parte da minha identidade de mineiro mesmo morando fora há mais de quatro anos e a verdade é que na rota que estamos adentrando, só vai sobrar história para contar para a quinta e a sexta gerações.

O declínio do galo é ruim para Minas Gerais, para Belo Horizonte e até para o nosso maior rival, pois a rivalidade fortalece e motiva, é importante para o crescimento de ambos. O Atlético precisa se profissionalizar, já deveria tê-lo feito há uns bons 15 anos e agora receio que o tempo esteja se esgotando. E profissionalizar não significa virar vitrine para os jogadores dos empresários da TRAFFIC ou qualquer outro grupo de empresários.

Deus nos proteja em São Paulo.


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3 de out. de 2008

E o fundo do poço?

Comecei a acompanhar futebol de uma maneira mais séria durante a Copa União de 1987. De lá até os primeiros anos do século XXI o que me alentava após os inúmeros fracassos alvinegros era a certeza de que aquela era uma má fase, uma estiagem de conquistas que logo iria passar. No entanto, passando por todas essas turbulências que sacodem o clube desde 2003, estou cada vez mais convicto de que, para a minha geração, aquela era a boa fase.

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