22 de dez. de 2010

Contratações e unificações

Faltando pouco mais de uma semana para o término de 2010, o Atlético já apresentou seus primeiros reforços para a temporada seguinte: Richarlyson, Toró, Magno Alves, Patric e Wesley. Considerando as nossas principais carências, que são as laterais e os volantes, acredito que começamos bem. Richarlyson e Toró são mais pegadores que Serginho e Zé Luís. Patric é uma aposta para a lateral direita, fracassou no nosso maior rival mas vem de uma boa temporada no Avaí. Magno Alves e Wesley chegam para compor o elenco. Há controvérsias com relação à contratação dos três últimos, mas depois da espetacular arrancada na reta final do Brasileiro, acho que temos que dar algum crédito a Dorival Júnior. Ele parece saber o que está fazendo (e acho que isso também se aplica à suposta contratação de Jóbson).

No mais, a polêmica do momento é a "oficialização dos títulos nacionais" pela CBF. Eu, ingenuamente, sempre acreditei que os títulos nacionais obtidos antes da criação do campeonato brasileiro já eram oficiais. Mas, como sempre, vale tudo para se obter suporte político, apoios regionais e aumentar o seu poder. Além do que, como o negócio hoje em dia é vender camisa, ter espaço na mídia, "valorizar a marca", conseguir um reconhecimento em cartório para o seu campeonato deve garantir mais retorno.

Mas, vamos lá, com um pouco de história. Não é difícil entender porque um país com dimensões continentais só tenha começado a organizar competições nacionais após o final dos anos 50. O primeiro deles, a Taça Brasil, teve início em 1959, e participavam os campeões estaduais num formato similar ao da atual Copa do Brasil. A diferença é que a disputa era regionalizada em norte e sul (posteriormente, norte, centro e sul) e, depois, os campeões regionais, disputavam as finais com os campeões do Rio e de São Paulo. Ironicamente, o primeiro campeão foi o Esporte Clube Bahia, que passou por todas as fases e derrotou o Santos de Pelé na final. Daí em diante, foi um passeio paulista:

1960 - Palmeiras - disputou 4 jogos, eliminando Fluminense e Fortaleza
1961 - Santos - disputou 5 jogos, eliminando América e Bahia
1962 - Santos - disputou 5 jogos, eliminando Sport e Botafogo
1963 - Santos - disputou 4 jogos, eliminando Grêmio e Bahia
1964 - Santos - disputou 6 jogos, eliminando Atlético, Palmeiras e Flamengo
1965 - Santos - disputou 4 jogos, eliminando Palmeiras e Vasco

Nosso maior rival foi o campeão em 66 jogando 8 vezes, contra Americano, Grêmio, Fluminense e Santos. Em 67, o Palmeiras levou, eliminando Grêmio e Náutico e o Botafogo venceu em 68, última edição do torneio, eliminando o Metropol, a raposa e o Fortaleza.

Em 67, a CBD criou o Roberto Gomes Pedrosa, que ficou conhecido como Robertão (ou Taça de Prata, a partir de 68) e que passou a ser disputado pelos maiores clubes do país. Na primeira edição, mineiros, gaúchos, paranaenses, cariocas e paulistas disputaram o torneio e o Palmeiras levou a melhor, jogando 20 partidas. As edições seguintes já contaram com representantes da Bahia e de Pernambuco e os campeões foram Santos, Palmeiras e Fluminense. A fórmula do Robertão já era bastante parecida com a do Campeonato Brasileiro que viria a ser disputado pela primeira vez em 1971 e que foi vencido, todos sabem, pelo Clube Atlético Mineiro.

Por fim, acho que não é uma questão de desmerecer as conquistas alheias, especialmente aquelas obtidas durante uma das eras de ouro do futebol brasileiro e que são reconhecidas e festejadas por suas respectivas torcidas até hoje. Foram, de fato, conquistas importantes e representativas. Entretanto, há que se contextualizar os feitos: o que era o país, o que eram os clubes e o que eram os torneios. A atitude da CBF nada mais é do que oportunismo puro e, ao contrário do que a entidade alega, acaba depondo contra a própria história do futebol brasileiro.

5 de dez. de 2010

Enfim, o fim

São Paulo 4 x 0 Atlético

Pois bem, chegamos ao fim de mais um campeonato e de uma temporada que não deixará saudades. Esta tarde, com várias partidas decisivas acontecendo simultaneamente, a partida do Galo em São Paulo não teve nenhuma repercussão na Bahia, de modo que eu só soube do placar quando o tricolor anotava o seu terceiro tento. Como a vaca já tinha ido para o brejo, achei melhor me ocupar com outras tarefas e deixar o futebol de lado.

Na verdade, o placar elástico revela a fragilidade do nosso elenco - em especial, da parte defensiva (uma defesa com Jairo Campos e Cáceres, contando com a proteção de Zé Luís ou Fabiano é uma peneira) - e evita que a torcida se iluda com a arrancada final que salvou a nossa garganta, achando que está tudo resolvido para 2011. Apesar da boa campanha sob o comando de Dorival Júnior, o Atlético ainda enfrenta carências graves em setores cruciais da equipe: do meio para frente até que nos saímos bem, mas em matéria de volantes e laterais, precisamos nos reforçar muito bem. Vamos torcer para que a diretoria tenha aprendido alguma coisa com os erros sucessivos deste ano e reformule o elenco com parcimônia e serenidade, sem grandes limpezas ou contratações em lotes.

Acho que é isso. Fim de 2010. O interessante é que nos aborrecemos com a cor e a qualidade das camisas, com um treinador faroleiro e seus mercenários, com o presidente e suas opiniões fora de hora, mas, sinceramente, dos males, o menor: se houvéssemos perdido o clássico no segundo turno, neste momento o nosso maior rival estaria levantando o caneco e nós estaríamos tendo que nos contentar com o fato de não termos caído por ostentar um maior número de vitórias. Quase sempre há uma perspectiva positiva.

29 de nov. de 2010

Milagres acontecem

Palmeiras 0 x 2 Atlético
Atlético 3 x 1 Goiás

Eis que algumas semanas após a chegada de Dorival Júnior estamos aqui comemorando a nossa permanência na primeira divisão do Campeonato Brasileiro. É, milagres acontecem até com o Atlético! Diante do legado deixado pelo Luxemburgo após a goleada sofrida diante do fluzão no Rio de Janeiro, apenas os mais abnegados acreditavam que nosso novo treinador conseguiria manter o time na elite do futebol brasileiro. Devo confessar que eu não era um destes torcedores. Sempre achei que os danos causados pela passagem do profexô eram demasiados e irreversíveis e que, no máximo, estaríamos nos preparando para a campanha de 2011 na segundona.

A estreia do novo treinador foi desesperadora, levando 2 gols do Grêmio em 10 minutos na Arena do Jacaré. Mas, com a paciência que lhe é peculiar, o comandante acabou ajeitando o posicionamento da equipe e conseguimos diminuir o prejuízo, mas não evitarmos a derrota. À medida que o campeonato se desenvolveu, o time cresceu, conseguiu ser regular e passou a obter bons resultados, como as vitórias épicas contra o xará goianiense, o nosso maior rival e o rubro-negro carioca. Com isso, a confiança voltou e os adversários passaram a nos respeitar novamente. A opção por priorizar a permanência na série A em detrimento à Copa Sulamericana acabou se revelando acertada: a classificação do Palmeiras fez com que enfrentássemos o misto alviverde no domingo passado e a surpreendente eliminação do porco fez com que o Goiás fizesse a mesma opção para a partida de ontem. A sorte anda com quem trabalha!

O fato é que Dorival Júnior mostrou competência, inteligência e frieza ao mexer nas posições corretas e apostar em jogadores renegados, como Renan Oliveira, que acabaram dando uma resposta surpreendente. É impressionante vermos que a solução para o drama do gol alvinegro esteve todo o tempo dentro do clube e que tivemos que aturar frangueiros da estirpe de Marcelo e Fábio Costa sem que Renan Ribeiro tivesse uma chance sequer. O menino é um monstro e não podemos repetir com ele o erro que cometemos ao nos desfazermos do Diego por alguns dinheiros. Se dependesse de mim, o garoto seria o novo João Leite, defendendo a meta alvinegra nos próximos 10 ou 15 anos.

Agora é pensarmos na temporada 2011. A base do elenco está montada e acredito que com a chegada de reforços para as laterais e para o meio, teremos um time competitivo para o ano que vem. Além disso, se não for pedir demais, seria bom que o nosso presidente resolvesse trabalhar em silêncio, sem fazer comentários polêmicos antes do time apresentar resultados dentro de campo e, pra completar, que aposentasse esta coleção ridícula da Topper e escolhesse um material esportivo que estivesse de acordo com as nossas tradições.

18 de nov. de 2010

Das vantagens de se torcer para o Galo

11 horas da manhã de uma terça-feira, sol a pino em São Roque, o celular toca:

- Alô!
- Senhor Luiz?
- Sim.
- Olá senhor Luiz, aqui é a pffssshhh do pffffshs!
- Desculpe, não entendi.
- Olá senhor Luiz, aqui é a pffssshhh do pffffshs!
- A ligação não tá boa.
- O senhor tem outro telefone?
- Tenho, mas estou na Bahia.
- Não tem problema!
- Ok.

Alguns minutos e o telefone do escritório toca:

- Senhor Luiz! Aqui é a fulana do jornal "O Globo"! De férias na Bahia, hein!?
- Não, trabalhando mesmo.
- Ah... Bem, estou ligando, senhor Luiz, porque O Globo está morrendo de saudades do senhor!
- É mesmo? Que engraçado, eu não tenho nenhuma saudade d'O Globo!
- Que isso, senhor Luiz! Por que?
- Ah, eu assinei o jornal uns quatro meses só e deu pra perceber a linha editorial podre que ele seguia, de modo que percebi que o que tava escrito ali não servia pra mim.
- Mas o senhor não gostava de nada?
- Não.
- Diz uma coisa só que o senhor gostava!
- Ok. Eu gostava de ver a programação de cinema. Mas isso eu posso ver de graça na internet, né?
- Haha! Já sei! Me diz uma coisa senhor Luiz: para que time o senhor torce?
- Para o Clube Atlético Mineiro. Tá vendo? Não existe nenhuma razão para eu assinar O Globo.
- É.. Obrigada pela atenção.
- De nada.

17 de nov. de 2010

Acertando as contas

Atlético 2 x 2 Santos
Palmeiras 2 x 0 Atlético
Atlético 4 x 1 Flamengo

Desta vez, a minha temporada em São Roque contou com nada menos do que três jogos do Atlético transmitidos ao vivo pela televisão. Depois do melancólico empate contra o Guarani em Campinas, fiquei um pouco desesperançoso com relação ao desfecho deste Brasileirão. O 2 x 2 contra o Santos piorou esta sensação, mas a combinação de resultados favoráveis naquele final de semana acabou por nos manter fora da zona de rebaixamento e nos deu novas esperanças.

Ao contrário da maioria dos meus companheiros alvinegros, acho que a comissão técnica acertou ao privilegiar o campeonato brasileiro em detrimento da sulamericana. Dificilmente, teríamos capacidade técnica e física para jogarmos as duas competições e entre as duas não tenho dúvidas sobre qual é a minha escolhida. A derrota em São Paulo fazia parte do roteiro e espero, sinceramente, que sejamos capazes de retribuí-la aos reservas do porco neste domingo.

A partida contra o Flamengo foi cercada de expectativas, não apenas por causa da tradicional rivalidade entre as equipes, mas porque marcaria o retorno de Luxemburgo à Arena do Jacaré, palco de alguns de seus maiores vexames nesta temporada. Especialmente devido a este fato, esperava uma boa exibição do Atlético, que hoje conta com alguns renegados pelo profexô em seu time titular. Mas o que vimos, de fato, foi o Galo atropelando o Urubu com um 4 a 1 sem choro. Renan Oliveira duas vezes, Tardelli e Obina fizeram a alegria dos atleticanos. No meu caso, devo confessar que não sentia tamanha emoção desde o 4 x 0 contra o xará paranaense do Geninho no Brasileirão do ano passado. Acredito, inclusive, que esta emoção é a responsável pelo mega resfriado que se manifestou logo na manhã seguinte à partida e que ainda me perturba.

Bem, foi uma importante vitória, mas os resultados da rodada não foram os melhores e a briga contra o rebaixamento continua encarniçada. Não dá para se ter sorte sempre! De qualquer maneira, espero que a equipe repita a boa atuação em Araraquara neste domingo e consiga os 3 pontos que nos deixarão a um empate da garantia da permanência na séria A.

5 de nov. de 2010

Não é questão de sorte

Guarani 0 x 0 Atlético
Atlético 0 x 2 Botafogo

O fim das férias foi marcado pelo retorno imediato a São Roque do Paraguaçu. De certa maneira, isso acabou me parecendo uma boa ideia. A razão para isso é que o retrospecto positivo obtido pelo Galo durante a minha ausência combinado a uma derrota triste como aquelas que só o futebol proporciona contra o Botafogo no último sábado, me levaram a crer que as energias emanadas pela minha presença diante da televisão poderiam estar influenciando negativamente o desempenho do glorioso alvinegro das Gerais. Felizmente (ou infelizmente), o melancólico empate em Campinas antes de ontem me fizeram deixar o misticismo de lado e aceitar as limitações técnicas e emocionais que contaminam o nosso time.

A partida contra o Botafogo foi uma das melhores exibições que vi do Atlético nesta temporada. Criamos e não marcamos. E não marcamos também quando os comandados de Joel Santana conseguiram encaixar um contra-golpe mortal aos 35 minutos, liquidando a fatura. O fato é que não fosse o momento crítico que vivemos, a derrota seria encarada como "coisas do futebol" e o time seguiria o seu caminho, mas receber uma rasteira destas na reta final é sempre desanimador.

Talvez tenha sido este desânimo o maior culpado pela suposta apatia (suposta porque só ouvi trechos da partida pelo rádio) da equipe diante do Bugre. Uma vitória em Campinas teria, praticamente, nos garantido a primeira divisão. Como não conseguimos, o jogo de amanhã contra o Peixe se tornou uma verdadeira decisão. A boa notícia é que o Alvinegro Praiano estará desfalcado de cinco jogadores em Sete Lagoas e a má é que o Palmeiras vai de time misto contra o Guarani, o que pode complicar a nossa vida mesmo que sejamos capazes de bater o Santos.


29 de out. de 2010

Fim de férias

Inter 1 x 0 Atlético
Atlético 2 x 1 Santa Fé
Atlético 2 x 0 Avaí
Santa Fé 1 x 0 Atlético
Cruzeiro 3 x 4 Atlético
Atlético 1 x 1 Palmeiras

Em mais um destes fatos engraçados que acontece na vida de um sujeito, quis o destino que a CBF alterasse mais uma partida do Galo e que enfrentássemos o Inter em Porto Alegre, time da minha esposa, no dia 10/10, justamente a data do nosso casamento. Assim, no fim da tarde daquele dia, após assinarmos os papéis no cartório, éramos uma família de atleticanos e colorados assistindo aos derradeiros minutos da peleja dentro de uma pizzaria no Rio.

Embora acreditasse que Celso Roth nos devesse os três pontos no Beira Rio, não tinha muitas ilusões de que os conseguiríamos. Além de todos os desfalques, tínhamos Rafael Cruz e Eron nas laterais e eles tinham Kléber e Nei. No fim, ficou mantida a escrita de que nunca vi o Galo bater o Colorado desde que conheci a minha esposa. Duro, não? Sorte do meu sogro.

O meu consolo era que no dia seguinte partiríamos para os EUA e, assim, me manteria longe do Atlético por 15 dias. Chegamos lá na quarta-feira pouco antes do almoço. Fomos recebidos pela família da minha esposa e o tio dela, um gremista já devidamente informado acerca da minha condição de atleticano, me adianta:

- Hoje tem jogo do seu time pra gente ver!

Sim, amigos, ele tinha todos os canais brasileiros, incluindo o PFC! E, assim, terminei a noite de quarta acompanhando Obina e seus companheiros derrotar o Santa Fé da Colômbia. Começamos bem!

No domingo, o jogo do PFC foi o do Grêmio contra o nosso maior rival e, naturalmente, não houve espaço para o Atlético. Acompanhei os minutos finais da partida contra o Avaí pela internet e comemoramos juntos os bons resultados da rodada.

Na real, este acabou sendo o último jogo que acompanhei enquanto estivemos fora do Brasil. Do jogo contra os colombianos só soube o resultado. Já o clássico... Bem, dado todo o histórico recente envolvendo nossos embates contra o nosso maior rival, não dava para ficar alheio ao que estava acontecendo em Uberlândia, mesmo estando há milhares de quilômetros de distância. O celular é um bom amigo nestes momentos, mas traz um nervosismo danado o desgraçado. Estávamos na fila para o elevador do Empire State Building quando tentei um primeiro contato. Sem sinal. Subimos, descemos, saímos do edifício e seguimos caminhando para Times Square quando o celular recupera o sinal. Imediatamente, reconheço o sinal de nova mensagem recebida. Era a minha mãe:

- "4 x 1! Galo!"

Fui invadido por um grande entusiasmo mas, mineiramente, resolvi checar a hora da mensagem. Fiz as contas e percebi que a mesma fora enviada por volta dos 20 minutos do segundo tempo. Mandei uma outra perguntando qual o resultado final. Alguns minutos e obtenho a resposta:

- "4 x 3 Galo! Jogão!"

Alívio! Alívio pela vitória empolgante após uma infinidade de infortúnios diante do nosso maior rival e alívio por não ter conseguido o sinal para o telefone no octogésimo sexto andar. Houvesse recebido a primeira mensagem lá em cima, não sei quais seriam as consequências. No minímo, invadido pela angústia, não conseguiria apreciar a vista. E, bem, eram oitenta e seis andares... Foi melhor saber de tudo isso lá embaixo.

No dia seguinte, obviamente, optei por usar uma camisa do Atlético. Não a tradicional, de uniforme, mas sim uma dessas camisas de passeio com um pequeno escudo do clube. Era fim de tarde e estávamos caminhando tranquilamente nas redondezas da Grand Central em Manhattan quando um gringo dá um grito, com os punhos cerrados e com um sotaque muito forte:

- GUÉLÔ!

A mensagem demora uns poucos segundos para ser recebida, decodificada e interpretada pelo cérebro e assim que entendo o que está se passando, respondo repetindo o gesto:

- GALO!
- It was saturday, right!?, ele responde
- Yes, respondo de passagem para não render assunto.

Minha mulher fica de cara:

- Como é que ele viu esse escudo?
- Não sei. O casaco tava aberto.

Enfim, é a globalização.

A partida contra o Palmeiras foi no horário do vôo de volta e só soube o resultado. Sinceramente, no momento não me importo com a Copa Sulamericana. Seria bom se passássemos, mas a meta desse ano é ficarmos na primeira divisão. Acho que o time evoluiu muito, obteve vitórias convincentes e muito importantes.

Não vi as partidas pelo Brasileiro, mas acho que os resultados falam por si só. Sem dúvida, dadas todas as circunstâncias envolvidas no confronto, a vitória sobre o nosso maior rival pode receber o status de épica. Vamos ver se conseguimos repetir o desempenho amanhã contra o Botafogo. Nosso retrospecto recente contra o alvinegro carioca é vergonhoso. Se conseguirmos quebrar mais este tabu, a permanência na primeira divisão em 2011 estará muito próxima.

7 de out. de 2010

Na bola parada

Atlético 2 x 1 Corínthians

Após uma hora e quarenta minutos de futebol ininterrupto no Humaitá, cheguei correndo em casa a fim de acompanhar o restante do primeiro tempo da partida contra o timão. Ainda ofegante, cheguei à sala e percebi que o casal que estamos hospedando estava diante da telinha assistindo AMADEUS, clássico de Milos Forman. Fui saudado por ambos e, meio sem saber o que fazer, mandei uma pergunta à queima-roupa:

- E aí, tchê? Quanto ficou o jogo do tricolor?
- QUATRO a zero, acredita? E o galo?

Bingo!

- Tá jogando contra o Corínthians agora...
- Não brinca! Sério?
- Sim, começava às 22 horas.
- Poxa, então vamos desligar aqui para você ver!
- Que isso! Não precisa, escuto no rádio aqui... - E me dirigi para o computador.
- Não, não dá pra competir com o Atlético! Vê aqui!

E foi assim, graças à generosidade destes amigos, que pude assistir ao final do primeiro tempo da partida em Sete Lagoas. Quando conseguimos descobrir o canal que estava transmitindo a pendaia, vimos Ricardinho saindo para a entrada de Renan Oliveira. Fiz um pequeno briefing acerca do histórico do jovem meia alvinegro para os meus amigos e, logo depois, vimos o sistema defensivo do Atlético sofrer uma pane geral, a bola ser alçada na área, Renan Ribeiro sair em falso e Paulinho empurrar a pelota com o peito para o fundo das nossas redes. Desânimo na sala.

- Falha do goleiro. - Vaticinou o Eduardo.
- É difícil ter esperanças. - Foi tudo o que consegui responder.

O Atlético voltou para o segundo tempo com mais uma alteração: Obina no lugar de Diego Macedo. Em geral, não sou a favor de improvisos (Serginho como ala? Não parecia uma boa ideia), mas reconheço que o Diego Macedo é limitado e que naquela altura não tínhamos muitas alternativas nas mãos. De qualquer maneira, após um início instável, o time começou a crescer ao longo da segunda etapa e passou a dominar as ações.

Aos 15 minutos, Serginho cobrou um escanteio e Werley, à la Carlos Puyol contra a defesa alemã, subiu no meio da zaga paulista e cabeceou a pelota para o fundo das redes. Se não me falha a memória, foi o primeiro gol de cabeça de um zagueiro atleticano neste campeonato. Seria sorte ou treino? Após o empate, o Atlético cresceu ainda mais e passou a ameaçar a meta corintiana com uma certa frequência. Aos 33 minutos, Serginho novamente cobrou uma falta e Zé Luís, livre, anotou o segundo tento alvinegro para delírio da Arena do Jacaré. Mais uma virada neste campeonato!

Os minutos finais, embora dominados pelo Galo, foram muito nervosos. O Corínthians, surpeendentemente instável, não conseguia articular seus ataques, enquanto os mineiros perdiam inúmeras chances de contra-ataques, especialmente nos pés de Neto Berola, uma espécie de Forrest Gump do futebol (pega a bola e sai correndo para onde aponta nariz. Não dá pra esperar nada de produtivo).

No fim, conseguimos mais uma importante e suada vitória. A situação do Atlético no campeonato continua muitíssimo complicada, mas já é possível ter alguma esperança de que podemos nos safar desta. A vitória sobre o Corínthians foi a primeira sobre uma equipe de ponta neste campeonato e foi obtida com merecimento. O time teve posicionamento, conseguiu ser perigoso com bolas paradas e, acima de tudo, pareceu motivado e consciente de que poderia chegar e virar um jogo que parecia perdido. Parece que, finalmente, temos um líder fora das quatro linhas. Quem sabe não consegue mais um milagre no Beira Rio na próxima rodada? O Celso Roth nos deve essa!

3 de out. de 2010

Com a manteiga pra cima

Ceará 0 x 0 Atlético
Atlético-GO 2 x 3 Atlético

As idas e vindas desta semana me impossibilitaram de escrever sobre a rodada passada no momento apropriado. Com relação à partida contra o Ceará, a maior novidade foi o fato de não termos tomado gols, o que pode ser considerado um grande progresso da nossa defesa, a mais vazada do campeonato. O problema é que o ataque não correspondeu e ficamos neste 0 x 0 que, na verdade, acabou fazendo jus àquele que deve ter sido um dos cinco piores jogos do campeonato.

A peleja contra o xará de goiânia teve uma história bem diferente. De início, a impressão que o time deu à torcida foi a de que o calvário seguiria sem novidades: 10 minutos, rebatida errada da defesa, falta cometida e Róbston manda uma bomba no canto direito de Renan Ribeiro.

Mesmo atuando de maneira desorganizada, o Galo conseguiu articular um contra-ataque aos 20 minutos: Ricardinho lançou Serginho em profundidade, o volante cruzou e Diego Souza, de peixinho, mandou para o fundo das redes. 1 x 1. Quando parecia que iríamos para o vestiário com um empate, o mesmo Diego Souza acabou furando uma bola de maneira espetacular na meia lua adversária possibilitando um contra-ataque fulminante dos goianos que resultou no gol de desempate do dragão.

Para o segundo tempo, Dorival Júnior fez duas modificações: sacou Fillipe Soutto, muito mal na lateral esquerda, e Obina, mais uma vez apagado, e entrou com Fernandinho e Ricardo Bueno. O time melhorou, mas o jantar foi posto na mesa, e passei a acompanhar o jogo entre uma garfada e outra. Papo vai, papo vem, dou uma olhada para a televisão e vejo uma bola rebatida subindo na área adversária. Ainda sem entender direito o que está acontecendo, vejo o Réver se atirar ao ar e emendar de esquerda no ângulo Márcio.

- "Gol de bicicleta do Galo! Gol de bicicleta do Galo!", começo a gritar para os comensais enquanto aponto para a telinha e sou devidamente congratulado por todos. Foi, realmente, um golaço!

Apesar do golaço alvinegro, o jogo segue em banho maria e me atiro ao sofá para acompanhar os momentos finais sem muitas esperanças. Já passava dos 46 minutos quando Renan Oliveira recebe uma bola na grande área e avança livre em direção ao gol: "faz, porra!", é a única coisa que consigo dizer. O meia passa pelo goleiro, cruza e Ricardo Bueno arremata errado: "não, caralho"! De maneira incrível, a bola bate no zagueiro adversário que estava em cima da linha, volta, toca no goleiro e entra! É o gol da vitória! O pão caiu com a manteiga pra cima! Depois de toda a comemoração, não havia tempo para mais nada e saímos de Goiânia com os 3 pontos.

A rigor, a equipe não praticou um grande futebol mas, pela primeira vez neste campeonato, a sorte esteve do nosso lado e conseguimos virar um jogo que parecia perdido mesmo com a falta de organização e articulação. Vamos ver como será a postura do time na quarta-feira diante do Corínthians em Sete Lagoas, quando será preciso muito mais do que sorte para se obter um placar positivo.

28 de set. de 2010

Trabalho hercúleo

Atlético 1 x 2 Grêmio

Este campeonato tem sido um suplício tão grande que já me encontro anestesiado, tendendo a observar a situação esdrúxula na qual o time se encontra com um certo humor. Acredito que boa parte da torcida também já passou do estágio do sofrimento imensurável e acompanha o desenrolar dos fatos com relativa resignação.

Acabou que o desatino do Kalil ao manter o Luxemburgo até o limite do tolerável, permitiu a contratação do Dorival Júnior para comandar a equipe durante o resto deste campeonato e onde quer que estejamos na temporada 2011. Demonstrando personalidade, o novo treinador assinou contrato na sexta e no domingo já estava na beira do gramado da Arena do Jacaré. O time, talvez impressionado com a disposição do novo técnico, não deixou barato e em quinze minutos já havia demonstrado todas as variações possíveis de erros que uma equipe profissional pode cometer. Este esplendorosa exibição permitiu que o tricolor gaúcho anotasse dois tentos e perdesse outros tantos neste pequeno intervalo de tempo. Belo cartão de visitas!

Daniel Carvalho, mais uma vez, e Renan Ribeiro (finalmente) tiveram um desempenho decente. O camisa 10 continua um pouco redondo, mas corre, luta e tem habilidade suficiente para desequilibrar. Pena que seja o único consciente no meio deste balaio de gatos. O restante do time, infelizmente, demonstrou a completa falta de coordenação, organização e qualidade que tomou conta do alvinegro mineiro neste Brasileirão. Como já havíamos detectado e relatado neste espaço há várias rodadas atrás, o Galo é (era) absurdamente mal treinado. Nunca vi nada parecido.

Faltando 13 rodadas, o Atlético precisa vencer "apenas" 8 partidas para se livrar do rebaixamento. Independente disso, acredito que as duas próximas partidas selarão, definitivamente, nosso destino nesta temporada: quaisquer outros resultados que não sejam vitórias contra o Ceará e o Atlético-GO confirmarão a nossa presença na série B pela segunda vez em 5 anos.

26 de set. de 2010

c.q.d.

Fluminense 5 x 1 Atlético

Como já disse anteriormente, se a boa campanha do ano passado teve que ser acompanhada pelo radinho em São Roque, este ano tenho sido presenteado com sucessivos jogos na tv quando estou por lá. É a globalização do sadismo!

Fluminense e Atlético na noite da quinta-feira foi apenas mais um capítulo desta saga. Diante da vergonhosa campanha atleticana nesta temporada, não tinha muitas ilusões acerca das nossas possibilidades nesta partida. Não bastasse o adversário claramente superior, o jogo ainda seria disputado no Engenhão, estádio de péssimas recordações. Acho que nem empate conseguimos por lá.

Bola rolando e o Atlético, como sempre, deu a impressão de que conseguiria fazer um jogo equilibrado contra o vice-líder do campeonato. A falsa impressão foi desfeita quando levamos um gol de cabeça numa falha da zaga e embora tenhamos conseguimos um empate numa boa cobrança de falta do Daniel Carvalho, terminamos o primeiro tempo atrás após mais um frango do Fábio Costa. Os dois gols de sempre.

No segundo tempo, Luxemburgo começou a fazer das suas: sacou Obina e entrou com Diego Souza. Difícil de entender, especialmente depois de ver o físico do ex-camisa 1 do Galo que, seguramente, começa a rivalizar com o fenômeno como atleta de maior peso deste Brasileirão. Em seguida, substituiu Serginho, que estava amarelado, por Neto Berola. Ato contínuo, tivemos o Alê expulso após interromper um contra-ataque tricolor no meio do campo. Poucos minutos depois, os cariocas marcaram o terceiro e liquidaram a partida. Não há muito o que comentar sobre os minutos finais, exceto a expulsão do Diego Souza após uma tesoura insana num jogador adversário.

5 x 1 foi o placar final de uma partida que pode ser considerada um pequeno resumo da era Luxemburgo no comando do alvinegro mineiro: um início, de certa forma, promissor mas que começou a ser minado com falhas sucessivas da defesa. As mudanças bancadas pelo treinador apenas acentuaram este quadro e resultaram na impotência e na falta de postura do time em campo. Qualquer torcedor com uma certa vivência em "galismo" já sabia, depois de algum tempo, que este quadro combinado com a apatia e impotência do treinador, cujas câmeras teimavam em mostrá-lo atônito à beira do gramado, terminaria em um desastre completo.

Acho que, neste ponto, cabe um agradecimento aos jogadores do tricolor que não tiraram o pé e aplicaram uma goleada implacável. Houvéssemos perdido o jogo por 2 x 1 e, muito provavelmente, teríamos que aguentar o profexô e seu terno bem cortado no fim da tarde deste domingo. No fim, com a realidade esfregada na sua cara da pior maneira possível, nosso presidente demitiu o idealizador do projeto 2011 por telefone. Não o fez pessoalmente porque não viajou ao Rio por se considerar "pé frio". Este é o Atlético!

Pois bem, graças a Neymar e suas estripulias, hoje estrearemos Dorival Júnior no comando do alvinegro. O ex-comandante santista sempre foi o meu favorito para assumir o Galo desde a sua saída do nosso maior rival há alguns anos. Infelizmente, a situação não é das melhores e não sei se ele será capaz de nos livrar do rebaixamento. O estrago luxemburguês foi muito grande e a complacência da nossa gestão nos deixou à beira do precipício. O projeto 2011 é não cair.

19 de set. de 2010

Esperar o que?

Atlético 2 x 3 Vitória

Hoje, durante o café da manhã, descobri que a TV Bahia transmitiria a partida desta tarde em Sete Lagoas. Instintivamente, ainda um pouco entorpecido pelo sono, fui invadido por um certo entusiasmo, mas os primeiros goles de café me trouxeram de volta a realidade de São Roque, onde passaria o dia trabalhando no escritório. E verdade seja dita, que nada melhor do que uma campanha pífia no Brasileirão para motivar o indivíduo a pegar no batente num domingo ensolarado.

No fim das contas, acabei acompanhando o jogo por intermédio das "bolinhas" da globo e de um colega botafoguense que fazia questão de me trazer as boas novas durante os 90 minutos. Sobre a partida, não tenho muito o que comentar, acabou sendo uma repetição do que temos visto desde o início do torneio: uma sucessão de falhas da zaga e do goleiro nos levaram a derrota, desta vez para um adversário direto na luta contra o rebaixamento e que atuou com um jogador a menos desde meados do primeiro tempo. Pois é, foi com requintes de crueldade.

O que eu não consigo entender é o que falta para a diretoria atleticana tomar alguma decisão. Ou, sendo mais preciso, o que falta para a mudança de treinador? A porra do Luxemburgo admitir que é um agente linguiceiro infiltrado? Faltando 15 rodadas para o fim do campeonato, as esperanças de um milagre são pequenas e os prognósticos os piores possíveis.

17 de set. de 2010

O velho roteiro

Atlético/PR 2 x 1 Atlético

A noite de quarta-feira no Rio de Janeiro é reservada para a pelada semanal no Humaitá. Há pouco mais de um ano tem sido assim, quando o calendário permite que eu esteja na Cidade Maravilhosa. Infelizmente, compromissos do trabalho impediram-me de comparecer a tão ilustre celebração desportiva aos pés do Cristo Redentor e, como compensação, pude assistir à partida contra o nosso xará paranaense em mais uma rodada do brasileirão.

A princípio, pode não parecer um mau negócio: “ficar em casa e ver a partida do seu time do coração? Hum, nada mal!”, alguém pode pensar. Mas a verdade é que meia hora antes do apito inicial começo a ser invadido pela angústia e pelos maus pressentimentos, uma sensação horrível de que a sessão de tortura é inevitável. Curiosamente, eu tentava afastar estes pensamentos carregados da minha cabeça quando o Bruno Mineiro subiu livre na pequena área do Atlético e marcou de cabeça aos 2 minutos de jogo. O Galo é, realmente, implacável. Contra fatos, não há argumentos.

Durante o resto do primeiro tempo o time não esteve mal, conseguiu tocar a bola e criar algumas oportunidades. No fim, Daniel Carvalho, que esteve bem durante a primeira metade, conseguiu achar o Obina livre dentro da área e o nosso centroavante só teve o trabalho de cabecear a pelota para o fundo das redes do arqueiro rubro negro. Estávamos no jogo novamente.

A segunda etapa foi marcada por outra componente tradicional da campanha alvinegra sob a batuta de Luxemburgo: a contusão. Méndez, Obina e Neto Berola saíram da equipe (este último por causa da sua tradicional inviabilidade de prosseguir na partida após os 25 minutos do segundo tempo). Como metade do elenco não tinha condições de jogo, nosso treinador botou em campo algumas almas que estavam ali no banco – uma das quais eu nunca tinha ouvido falar - e só nos restou segurar este magro empate.

Faltando poucos minutos para o fim, o jogo parou e cometi a imprudência de verificar o andamento das outras partidas através do canal múltiplo do PFC. E foi lá no canto inferior direito que vi a bola ser alçada na nossa área, o Fábio Costa subir com um jogador adversário e a bola ser espirrada para o meio, uma cabeçada, uma defesa do nosso arqueiro e um paraguaio botou a pelota pra dentro. Faltava a falha do Fábio Costa e ele não quis ficar de fora da festa. E ficou por isso mesmo, 2 x 1 para o xará. O golzinho nos custou, pelo menos, mais duas rodadas na zona do rebaixamento (isso considerando que vamos vencer o Vitória e o Fluminense, nossos dois próximos adversários).

Para o atleticano, não resta alternativa. É esperar e ver. Entender já é pedir demais.

15 de set. de 2010

Esquentando o pé

Atlético 1 x 0 Prudente

Depois de muitas idas e vindas ao longo da semana, acabou que voltei ao Rio de Janeiro no domingo e pude acompanhar a partida que marcava o retorno do Atlético a Sete Lagoas pelo pay per view. A formação, para variar, continha alguma novidades: voltamos ao 4-4-2 e Serginho foi para o banco. Fabiano continuou com a sua vaga cativa. O primeiro tempo foi de domínio absoluto do Galo, que perdeu diversas oportunidades de gol diante de um adversário que se limitava a defender.

A história no segundo tempo foi um pouco diferente. Com o Prudente ainda mais fechado, o desespero começou a tomar conta do jogadores alvinegros já que o gol não saía. Os erros começaram a se repetir e, quando tudo indicava que a peleja terminaria em um melancólico empate, a torcida explodiu em gritos de "adeus, Luxa". O clima ainda estava pesado quando, aos 42 minutos, o ataque atleticano conseguiu articular uma jogada na entrada da área dos paulistas: Ricardinho lançou, Obina matou no peito, girou e bateu de primeira guardando a pelota no canto direito do arqueiro gremista. Alívio em Sete Lagoas e sobrevida para o nosso treinador!

Hoje, enquanto caminhava no centro do Rio, encontrei uma dupla de flamenguistas que me cobrou um post me rendendo ao talento de Obina, o "salvador do galo". 5 gols em 3 partidas, realmente não temos do que reclamar do baiano. Eu diria que o destaque do fim de semana foi o Marcos, um amigo gremista, cuja companhia diante da telinha sempre foi sinônimo de derrota alvinegra, especialmente em clássicos, mas que conseguiu quebrar este doloroso tabu neste domingo. Depois me lembrei que, mais do que qualquer outro, Obina foi o responsável por este feito extraordinário e portanto, nada mais justo do que atendermos ao pleito dos meus diletos amigos rubro-negros e homenagearmos o nosso artilheiro neste post.

Amanhã o adversário será o xará paranaense. Se no ano passado, no dia do meu aniversário, aplicamos um tremendo chocolate nos paranaenses que acabou resultando na queda do Geninho, este ano nos apresentaremos na Arena da Baixada em uma situação muito diferente. Com as contusões de Réver, Fabiano e Jataí e a suspensão de Serginho, Luxemburgo poderá fazer o que mais gosta: mexer na escalação do time. Como o projeto 2010 dispensou todos os nossos volantes e vendeu o famigerado João Pedro há algumas semanas, não temos nenhum jogador da posição disponível para a partida desta quarta-feira. Aparentemente, teremos caras novas na equipe: Alê, recém contratado junto ao Santo André, e Joedson, cuja procedência desconheço, ocuparão as posições vagas com todas essas baixas. É isso. Que Obina nos proteja!

11 de set. de 2010

O ronco da cuíca

Vasco 1 x 1 Atlético

Depois de iniciar a semana treinando o time com cinco caras novas entre os titulares, eis que Luxemburgo entra em campo em São Januário com uma formação completamente diferente daquela testada na Cidade do Galo: um 3-5-2 com o ataque formado por Diego Souza e Daniel Carvalho. O resultado foi um primeiro tempo de dar calos nas vistas: um amontoado de jogadores atleticanos em campo contra um Vasco desfalcado de suas principais estrelas e sem nenhuma criatividade. O time carioca, na verdade, teve uma única oportunidade que acabou resultando em seu gol: Éder Luís se livrou de dois marcadores e mandou no ângulo de Fábio Costa.

O segundo tempo foi diferente, com nosso treinador voltando ao esquema 4-4-2 e entrando com Ricardinho e Neto Berola, o que levou o Atlético a dominar a partida e, no fim, a chegar ao empate através de um pênalti convertido por Ricardinho. No fim, o 1 x 1 foi um resultado muito ruim para ambas as equipes. Com relação ao time, gostei da partida do Daniel Carvalho, um bom passe para Fabiano no primeiro tempo e uma bola na trave no segundo. Nossas laterais continuam deficientes: Diego Macedo não consegue se firmar e Eron é limitado. Diego Souza como centroavante me faz ter saudades do Marinho. Por fim, aquela observação de sempre: o que almeja uma equipe que tem Fabiano como titular em seu meio de campo?

É muito difícil entender o que se passa na cabeça do Vanderlei Luxemburgo e toda a sua comissão. Estaria o profexô caducando ou seria pura sacanagem? Qual a explicação para esse negócio de experimentar uma nova formação a cada partida? E a mania de improvisar jogadores? Em qualquer emprego normal o período de experiências é de 90 dias. Já passamos da metade do campeonato e o Atlético não tem um time! E o pior é perceber que não há nenhuma perspectiva de melhora. Se o Galo estivesse perdendo os jogos mas conseguíssemos ver alguma evolução no futebol praticado pela equipe, poderíamos dizer que as vitórias viriam com o tempo. Mas, hoje, diante do que temos visto dentro de campo, é impossível não admitir que a posição ocupada pela equipe na tabela é mais do que justa.

O que mais me preocupa neste momento é que os nossos maiores adversários na luta contra o rebaixamento começaram a vencer partidas e está cada vez mais difícil sair da zona da degola. No momento, 5 pontos nos separam do décimo sexto colocado. Grêmio e o xará de Goiânia derrotaram o vice-líder e o líder na noite deste sábado. A verdade é que qualquer outro resultado amanhã que não seja uma vitória contra o Prudente será desastroso. A cuíca vai roncar.


5 de set. de 2010

No CTI

Atlético 2 x 3 São Paulo

Que coisa horrível são esses jogos às 18:30h do domingo, especialmente quando o seu time é derrotado. Pior do que isso só assistir in loco a derrota do seu time quando a partida começa às 22 horas.

Mas, vamos aos pitacos: primeiro tempo razoável do Atlético, conseguiu a virada em dois penais, mas os lances de perigo foram mais evidentes do lado tricolor. De qualquer maneira, foi um jogo equilibrado. No segundo tempo o treinador do São Paulo mexeu e mudou o jogo. O Luxemburgo, medíocre como tem sido ao longo de toda a temporada, só percebeu que tinha se lascado quando já estava 3 x 2. 2 gols em 15 minutos! Não fomos goleados porque o treinador do adversário optou por se defender covardemente, ao invés de liquidar a partida com Marcelinho e Dagoberto, que infernizavam a nossa defesa. As mexidas do Luxemburgo foram inócuas e, a rigor, não demos nenhum chute a gol no segundo tempo.

Meu diagnóstico: possibilidade altíssima de derrota em São Januário na quinta feira. Assim, a fim de dar alguma chance ao Atlético, estarei longe lá, vendo a partida no conforto do meu lar.

No mais, algumas pequenas observações:

1) Serginho é o nosso perdedor oficial de gols. Gosto dele, mas de que adianta o cara conduzir a bola, sair na cara do gol e chutar em cima do goleiro? Foi assim contra o Flamengo, o Palmeiras e o São Paulo. 3 gols que fizeram muita falta.
2) Um time que tem Fabiano como titular, não almeja nada.
3) Não temos goleiro. Todo jogo a gente já sai com um gol de desvantagem.
4) Empatamos com o Flamengo, perdemos para o Palmeiras e para o São Paulo. Três times que também vivem um momento delicado e não tem jogado um bom futebol. Onde queremos chegar?
5) Nossa campanha no primeiro turno: 5 vitórias, 2 empates e 12 derrotas. 23 gols marcados e 34 gols tomados. Aproveitamento de 29,8%. A situação está complicadíssima. O Galo está no CTI.

2 de set. de 2010

Opção errada

Goiás 1 x 3 Atlético

A minha opção por participar da pelada semanal na noite de ontem ao invés de acompanhar o jogo do Galo na TV não foi das melhores. Primeiro porque a peleja foi marcada para uma quadra na rua São João Batista, uma vez que o Humaitazão estava reservado para algum envento e não poderia nos receber. Com tantos remendos no tapete daquela quadra, não foi possível para a nossa equipe desenvolver o futebol envolvente, ofensivo e de toques rápidos que nos caracteriza e, com a exceção de um empate em 0 x 0, fomos facilmente batidos por todos os adversários. Deu para entender a falta que o Mineirão faz!

Depois, porque a quadra possuia um buteco e o mesmo disponibilizava uma tv sintonizada no pay-per-view. Nem bem havíamos começado a jogar e um atleta do time adversário já grita:

- "Essa é pro LF: gol do GOIAS!! HA! HA! HA!"

Bem, não preciso dizer que, a partir dali, não consegui mais me concentrar no jogo e o que era ruim, ficou pior. Pra completar, levei duas boladas na cara que me fizeram agradecer ao bom deus por não usar mais um aparelho ortodôntico. Desastre total.

Cheguei em casa e a partida já estava no segundo tempo. 1 x 1 era o placar. O que vi a partir daquele momento foi um Atlético, relativamente, tranquilo em campo e mantendo a posse de bola. Diferentemente do que vimos no último domingo, dessa vez a equipe optou por tocar a bola pra frente e acabou chegando aos dois gols naturalmente: Diego Souza, em belo lançamento de Ricardinho e Obina, de pênalti, depois de perder bisonhamente um gol feito. Ficou de bom tamanho.

Acho que a entrada de Obina traz um espírito diferente para a equipe. Não é dos meus centroavantes favoritos, mas o sujeito é um daqueles tipos que não se deixa abater pelo ambiente pesado no alvinegro. Perdeu seus gols tradicionais, mas anotou dois tentos de pênalti e comemorou bastante. Importante também o gol do Diego mas, logo em seguida, o camisa 1 acabou tomando o seu terceiro amarelo numa falta, no mínimo, amadora. O craque ainda não está nos seus melhores dias.

Enfim, valeu pelos 3 pontos, estávamos precisando. Domingo, contra o São Paulo, a parada será muitíssimo mais dura. Sem Diego Souza e, possivelmente, sem Tardelli, a tarefa ficará mais difícil.

29 de ago. de 2010

Sem princípio ativo

Atlético 1 x 2 Palmeiras

Atualmente, assistir a uma partida do Atlético é uma agonia. Meia hora antes e o sujeito já se sente mal, sabendo que em pouco tempo será submetido a mais uma sessão de 90 minutos de tortura. A tarde deste domingo, é claro, não foi diferente. Embora nesta empreitada a escalação tenha me parecido um pouco melhor (4-4-2, Diego Souza voltando para o meio e Berola e Tardelli no ataque), a equipe não conseguiu produzir. Não consegue produzir porque apesar de contar com bons jogadores no elenco, o Atlético ainda não é um time de futebol. Em alguns momentos consegue ter alguns lampejos, como naquele em que saiu o nosso único tento na peleja mas, de maneira geral, é lento, sem criatividade, sem movimentação e sem espírito coletivo. A culpa dessa bagunça? Podem botar na conta do Luxemburgo, o gerente da parada.

O Galo do Luxemburgo é como um remédio falsificado: tá tudo ali, a embalagem, os comprimidos, tudo igualzinho ao original, só falta o princípio ativo. O resultado é que não liquida os agentes patogênicos e não resolve o problema de ninguém. É isso, temos um time que não é um time, é um amontoado de bons jogadores sem foco ou objetivo em comum. Não faz mal a nenhum adversário.

Neste momento, não consigo achar solução para o nosso problema que não passe pela troca da comissão técnica. Mas a teimosia da nossa gestão (ou uma multa rescisória milionária) nos obrigará a padecer deste mal até que a situação seja insustentável. O Atlético está jogando contra a banca, não tem jeito. Ou tudo ou nada (e, nessa altura do campeonato, o tudo se resume a não cair).

27 de ago. de 2010

Presos à mediocridade

Atlético 1 x 0 Grêmio Prudente
Atlético 3 x 1 Guarani
Santos 2 x 0 Atlético
Flamengo 0 x 0 Atlético

A cada dia que passa fico mais convencido que esta rotina em 2010 que me impede de saber a minha agenda com a mínima antecedência tem sido uma benção quando tratamos de futebol. Na verdade, de todas as partidas listadas acima, consegui ver o gol no último minuto do Ricardinho, o segundo tempo do jogo contra o Guarani e só soube do placar contra o Santos.

Pois bem, após dez dias longe do Brasil, 10 horas de vôo e algumas horas de trabalho, ainda arrumei fôlego para ir ao Maracanã na noite desta quinta-feira. O fiz mais por resignação do que por convicção de que poderíamos, finalmente, iniciarmos a nossa prometida arrancada neste Brasileirão 2010.

Se no ano passado chegamos ao Rio de Janeiro para jogarmos contra o Flamengo como uma das equipes que disputava a ponta do campeonato e que possuía uma boa campanha jogando fora de casa, nesta temporada entramos em campo como o pior visitante, ostentando ainda a pior defesa e o terceiro pior ataque. Bem, pelo menos não estava chovendo.

Céu limpo para Flamengo x Atlético


Com o Flamengo também vivendo uma fase ruim, poucos torcedores se aventuraram a perder a sua noite de quinta no maior do mundo. Sobre a partida, não tenho muito o que comentar. O zero a zero retratou bem o que vimos no gramado: dois times desorganizados, incompetentes ofensivamente e, aparentemente, desmotivados. Destaque apenas para a partidaça do Réver, provando que é um excelente zagueiro.

O que mais me impressiona nesta fase Luxemburgo do Atlético é que chegamos praticamente à metade do campeonato e o time não tem nenhum padrão de jogo. Nosso treinador ainda não conseguiu decidir qual o esquema de jogo que vai adotar, qual o posicionamento de cada jogador e qual a sua escalação ideal. O Atlético hoje não tem saída de bola, perde inúmeros contra-ataques em erros bisonhos de passe e de posicionamento e, com a pelota nos pés, não consegue articular um ataque. Desta maneira, ficamos à mercê do talento individual dos jogadores e este tem sido sacrificado devido aos improvisos do nosso comandante. Diego Souza, por exemplo, melhor meia do campeonato passado, tem jogado de atacante. Ricardinho já chegou a jogar de lateral esquerdo. Enfim, em termos de organização, estamos perdidos.

Mais um contra-ataque desperdiçado

Não sei, realmente, o que falta acontecer para que tenhamos alguma mudança. Até agora não deu pra notar nenhuma melhora no time, nenhum indício de que a má fase pode ir embora.

11 de ago. de 2010

Ironias do destino

Esta vida é engraçada: no ano passado, enquanto brigávamos pelas primeiras posições do Brasileirão, eu tinha que me contentar com a bolinha da Globo, com a internet e, com muita sorte, com o rádio para acompanhar a saga alvinegra. Neste segundo semestre, onde nos especializamos em colecionar derrotas e atuações ridículas, sou presenteado pela tv com terceiro jogo ao vivo em uma semana e meia aqui em São Roque (ida e volta contra o Barueri na sul-americana e Botafogo pelo brasileiro). Não bastasse o jogo ao vivo do Atlético, acabo de descobrir que o ar condicionado aqui do quarto estragou. A possibilidade de uma noite mal dormida é elevada.

7 de ago. de 2010

Sem surpresas

Botafogo 3 x 0 Atlético

Mais uma rodada do Campeonato Brasileiro, mais uma apresentação pavorosa do Atlético e, conforme alertamos no post anterior, o resultado não poderia ser diferente: fomos atropelados pelo Botafogo no Engenhão. O jogo não trouxe nada de diferente em relação às poucas apresentações que vi do clube nos últimos meses: futebol lento, previsível, sem poderio ofensivo e com uma defesa facilmente envolvida.

Como sempre, no início o Galo chegou a dar pinta de que a história seria diferente, detendo a posse de bola e tentando envolver o adversário, mas logo a equipe voltou à normalidade - um amontoado de 11 jogadores - e sofreu os seus habituais gols. A criação alvinegra era tão inócua que, no fim, Joel Santana se deu ao luxo de jogar com 4 jogadores ofensivos e, nem assim, conseguimos incomodar a meta botafoguense. Os 3 x 0 retrataram muito bem a partida.

A verdade é que todo o vigor, todo o entusiasmo, todo espírito coletivo que a gente viu no time do Botafogo, sempre beliscando os jogadores do Atlético, correndo e buscando o ataque, não vimos no Galo. Pode ser o aspecto psicológico, pode ser a física do pão com manteiga (tese favorita do Luxemburgo) como pode até ser uma questão espiritual, mas para mim, hoje, só há uma razão para este desempenho pífio no Brasileirão: o time está mal treinado. Era uma desconfiança, hoje é uma certeza.

Acho que o sofrimento desta temporada está no nível 2008 (em 2005, envolvido com o curso de formação do meu emprego, não acompanhei o campeonato seriamente), o famigerado ano do centenário. A diferença é que naquele ano a gente gastava 1/5 do que gasta nesta temporada. Sinceramente, a continuar nesta toada até a classificação na Sulamericana está ameaçada.

Por fim, deixo alguns dados para os adeptos da tese do azar alvinegro: 13 jogos, 9 derrotas, 25 gols tomados (pior defesa do campeonato). O penúltimo lugar (até amanhã, pelo menos) é merecido.

6 de ago. de 2010

Rotina

Grêmio Prudente 0 x 0 Atlético

Por incrível que pareça, a estreia do Atlético na Copa Sulamericana foi o jogo da rede para o Sportv e pude acompanhá-lo ao vivo aqui de São Roque. Quer dizer, quando cheguei ao alojamento já tínhamos cerca de 25 minutos do primeiro tempo, mas creio não ter perdido nada. O que vi a partir de então foi mais uma partida burocrática da equipe atleticana. É verdade que jogou melhor do que o Prudente mas, convenhamos, isso era o mínimo que o Galo poderia oferecer ao seu torcedor.

A impressão que me ficou depois de ver mais uma apresentação mediana foi a de que o time está mal treinado: não há jogadas ensaiadas, o toque de bola é arrastado e os contra-ataques lentos. A justificativa de que o time está buscando o entrosamento é aceitável até um determinado ponto e nessa altura do campeonato acho que já estamos passando dele. Como já disse anteriormente, as contratações, de uma maneira geral, foram boas: jogadores que sabem jogar bola. Então, qual o problema? Há times mais modestos por aí conseguindo praticar um futebol com objetividade.

Mais do que a questão da falta de entrosamento, a sensação que eu tive foi a de que boa parte do time está desmotivada, sem agressividade e poder de decisão dentro do campo. Talvez seja uma oportunidade para a psicóloga amiga do Luxemburgo entrar em ação, já que a troca de comando parece fora de cogitação para a nossa direção.

Amanhã enfrentaremos o Botafogo no Rio de Janeiro. Se entrarmos com o espírito das últimas partidas as chances de quebrar o tabu de 10 anos sem vitórias na casa do adversário serão reduzidíssimas. Por coincidência, este será o jogo da tv no início da noite de sábado. Só não sei se considero isto sorte ou azar.


3 de ago. de 2010

Devagar e sempre

Atlético 0 x 1 Cruzeiro

O clássico deste domingo foi uma das poucas partidas do Atlético que consegui assistir do início ao fim nesta temporada. E o que pude constatar é que a evolução, se é que houve alguma, está acontecendo em doses homeopáticas. O que vi dentro das quatro linhas da Arena do Jacaré foi uma pequena variação do futebol apresentado pelo Galo nas últimas rodadas do Brasileiro do ano passado: muita posse de bola, muitas viradas e pouca objetividade.

Nosso adversário, que esteve longe de lembrar o bom time comandado por Adílson Batista, conseguiu abrir o placar com um chute do meio da rua do Wellington Paulista e, a partir daí, limitou-se a ficar na defesa durante o restante da partida, conseguindo mais uma ou duas oportunidades no segundo tempo em contra-ataques.

O Atlético manteve a posse de bola e conseguia trocar passes até a entrada da área adversária, mas poucas vezes conseguiu envolver a defesa azul e ter oportunidades claras de chegar ao empate. Péssima tarde de Diego Tardelli, que pouco acertou. Diego Souza, fora de posição e sem ritmo, não viu a cor da bola. Obina, voltando ao time depois de um longo tempo no estaleiro, se limitou a cometer faltas de ataque.

Luxemburgo tem uma certa razão quando afirma que a perda de Daniel Carvalho e Ricardo Bueno prejudicaram a equipe. Acredito que com os dois em campo talvez ganhássemos em mobilidade e, quem sabe, em produtividade no ataque. Por outro lado, foi mais uma má apresentação para a coleção alvinegra sob o comando do professor: oitava derrota em doze partidas. Não seria esta uma estatística preocupante? Não para o comando alvinegro, para quem "O time ainda vai engrenar. As coisas ainda vão acontecer.". Cada vez que ouço uma destas frases, me volta à boca o gosto amargo de 2005, da era Tite e Rodrigo Fabri.

Não há dúvidas de que o Galo contratou muito melhor do que naquela oportunidade e, no papel, o time nem se compara com o de 5 temporadas atrás: Diego Souza e Réver são reforços expressivos e o time ainda conta com três ou quatro jogadores de alto nível técnico. O que está acontecendo então? Parte da torcida credita ao azar a falta de bons resultados. Para mim, depois deste sofrível início de campeonato e, especialmente, após a décima terceira derrota em 16 clássicos, só seria possível dar crédito à falta de sorte se o Atlético fosse uma espécie de Jó do futebol. É muito sofrimento!

A verdade é que o time parece mal treinado. Não posso deixar de reconhecer que a falta de ritmo de boa parte do elenco prejudica o time que, realmente, ainda está em formação. Mas, por outro lado, tenho visto elencos bem mais limitados e com tantas variações e adaptações quanto o nosso conseguindo jogar bola por aí (ou será que o Avaí manteve a base do ano passado, só para ficarmos em um exemplo).

Enfim, amanhã estrearemos na copa Sulamericana, última chance para Luxemburgo mostrar serviço, já que o foco, segundo nosso treinador, não é mesmo o Brasileiro. Da minha parte, se conseguir ver alguma evolução no futebol praticado em campo já ficarei um pouco mais satisfeito.



1 de ago. de 2010

39 anos

Este tem sido um fim de semana de gratas surpresas. Primeiro, meu irmão, que estava de passagem pela cidade na sexta-feira, me presenteou com mais uma camisa do glorioso. Depois, na tarde de ontem, um amigo passou aqui em casa e me deu um exemplar da Placar comemorativa do título brasileiro do Atlético em 71, encontrado em perfeitas condições e adquirido por ele em um sebo da Praça XV, no centro do Rio. Grande presente! Aproveito, assim, este post, para agradecê-los por tão singelas lembranças.


Em um fim de semana de clássico, um presente desses é um bom presságio!

Quanto ao clássico, bem, o Luxemburgo continua escondendo o jogo. A nossa torcida é para que ele, realmente, esteja fingindo que não sabe o que vai aprontar para cima do nosso maior rival e que tenha comunicado ao elenco o que ele espera de cada um, porque a parada vai ser dura. Um resultado negativo no fim da tarde deste domingo deixará o clube e todo o trabalho numa situação muito difícil. Agora só nos resta torcer.

27 de jul. de 2010

Só no ano que vem?

Corínthians 1 x 0 Atlético
Atlético 1 x 2 Internacional
Avaí 0 x 0 Atlético

Mais uma semana fora de casa e mais uma sequência de resultados ruins do Clube Atlético Mineiro: 2 derrotas e 1 empate que foi considerado heróico pelo nosso treinador devido às circunstâncias que envolveram a partida (2 jogadores expulsos - Daniel Carvalho e Neto Berola). Embora não tenha conseguido ver sequer os melhores momentos das partidas, as informações que obtive acerca da atuação da equipe não foram nada animadoras.

Confesso que ando muito ressabiado com o trabalho que está sendo desenvolvido. Acho que as contratações foram boas e que o elenco, pelo menos no papel, é o melhor do Atlético nos últimos 9 ou 10 anos. A razão pela qual o time não consegue desenvolver o seu futebol no gramado é que permanece uma incógnita. Acho que Luxemburgo tem exagerado nas modificações de esquema táticos e posicionamentos. Se o time não tem conseguido render num mísero 4-4-2, o que dirá num 3-5-2 e outros esquemas mais mirabolantes.

Ademais, a administração do clube comete um enorme erro ao reafirmar semanalmente que o trabalho é para 2011, que é preciso ter paciência e tudo mais. Concordo que é melhor ser honesto com o torcedor do que iludi-lo com promessas falsas. Mas, existe uma diferença grande entre "não disputar o título em 2010" e ocupar o penúltimo lugar do campeonato após 10 rodadas, com a defesa mais vazada e praticando um futebol paupérrimo após todos os investimentos. E olha que há times com elencos bem mais modestos que o do Galo ocupando posições melhores e realizando partidas consistentes. No fim, o mais engraçado é ver a diretoria ir à imprensa reclamar da ausência do torcedor no estádio. Não é difícil imaginar o que se passa na cabeça de qualquer indivíduo que considera viajar quase 100 km para ver o time em Sete Lagoas:

- Pagar 40 reais num ingresso para ver o time que só vai jogar futebol no ano que vem? Não, obrigado.

Ainda com relação à semana passada, a novidade foi o anúncio da contratação do zagueiro Réver, ex-Grêmio, que estava na Alemanha. Aposta do Atlético para resolver o problema crônico da zaga e, quem sabe, exercer a função de liderança que tanto nos faz falta, nem bem chegou e foi convocado para a seleção brasileira junto com o Tardelli.

Para finalizar, domingo será dia de clássico e oportunidade melhor para o Atlético estrear no campeonato não haverá. Qualquer outro resultado nos deixará numa situação deveras delicada, em especial o nosso treinador. Nestas ocasiões, sempre me lembro do Brasileirão 92, quando ocupávamos a lanterna com um time modesto e limitado e, sob o comando de Vantuir Galdino, acabamos vencendo o clássico por 2 x 0, marcando o início de uma arrancada que nos livrou do rebaixamento. Se a equipe entrar em campo com aquele espírito guerreiro e de raça, poderemos surpreender.

16 de jul. de 2010

Saindo da degola

Atlético 3 x 2 Atlético/GO

Finalmente, depois de mais de um mês de espera, nos sentamos em frente à telinha para acompanharmos o que realmente importa quando o assunto é futebol: o Campeonato Brasileiro. A primeira surpresa foi a escalação alvinegra: nem o 4-4-2, utilizado rotineiramente durante a intertemporada, nem o 3-5-2, especulado pelo nosso treinador. O professor Luxemburgo foi de 4-3-3, com Neto Berola, Tardelli e Ricardo Bueno no ataque. Diante da fragilidade do adversário e das necessidades alvinegras, reconheço que foi uma decisão acertada.

O primeiro tempo foi movimentado, com muitas oportunidades criadas pelo ataque alvinegro que envolveu o adversário e conseguiu anotar três tentos: Tardelli, duas vezes, e Bueno balançaram a rede do dragão. A força ofensiva foi compensada pelos erros da nossa defesa que acabaram por resultar em um gol dos goianos quando o placar ainda era 1 x 0.

Na segunda metade, Luxemburgo sacou Berola e entrou com Fabiano, a fim de proteger o meio que vinha sendo envolvido pelo adversário. A coisa parecia sob controle até que Fábio Costa cometeu uma falha grotesca e deixou o gol livre para Tiuí empurrar a pelota. Já começo a acreditar que a solução é mudar o número da camisa do nosso arqueiro ou alguma outra medida mística do gênero, pois está muito difícil.

A partida ainda marcou a estreia de Diego Souza com a camisa alvinegra e mesmo com o pouco tempo em campo e a evidente falta de ritmo deu para ver que o sujeito tem recursos técnicos e vai acrescentar muita qualidade a equipe. Também foram boas as estreias de Neto Berola e Ricardo Bueno, jogadores jovens, velozes e que, sem dúvida, reforçam o elenco. Alguém se lembrou de Muriqui?

A defesa é que continua a ser o nosso tormento: os dois gols sofridos ontem foram falhas gritantes do nosso sistema defensivo. Jairo Campos está longe de ser aquele zagueiro seguro que foi durante o primeiro semestre e o meio, mesmo com a volta do Serginho, ainda está desguarnecido. Acredito que a possibilidade de evolução da equipe é real, mas ainda teremos que ter paciência. Domingo enfrentaremos o Timão em São Paulo desfalcados de Diego Tardelli e, sinceramente, diante do que vi ontem, um empate terá sabor de vitória.

15 de jul. de 2010

De volta à realidade

Atlético 0 x 1 Ceará

Com o fim da Copa do Mundo 2010, voltamos ao que realmente interessa: o Brasileirão. A nossa despedida antes do torneio na África foi tão melancólica que não tive ânimo sequer para colocar uma nota neste blog. Naquela oportunidade, estava fora de casa e não pude assistir à partida. Mas, como a curiosidade é sempre grande, acabei vendo um pessoal reunido em torno da tv de um buteco de esquina e acabei dando uma conferida na telinha. Naquele exato momento, a tabela do campeonato estava sendo exibida e o Ceará aparecia como líder isolado. Peguei o telefone e liguei para um amigo:

- Como é que tá o jogo?
- 1 x 0 pro vozão
- Alguma chance de recuperação?
- Nenhuma.
- Ok.

Sendo assim, desisti da televisão e prossegui com os meus afazeres, o que acabou se revelando uma decisão muito acertada.

Hoje é dia da reestreia após um mês e pouco de "intertemporada". Durante este período, alguns atletas como Serginho, Obina e Reinaldo se recuperaram e voltaram a fazer parte do elenco. Méndez e Daniel Carvalho chegaram, mas só poderão estrear em agosto. Fábio Costa é mais uma tentativa de livrar o poste alvinegro de peruzeiros e a contratação do Diego Souza foi a maior notícia deste período. O elenco ainda carece de volantes e, provavelmente, de laterais de qualidade - Fernandinho e Macedo teriam condições de resolver esta carência? Tenho minhas dúvidas.

Melhor adversário para o recomeço não poderia haver: o xará goianiense é, talvez, o time mais limitado dentre todos que disputam a primeira divisão. O problema é que o galo vai a campo ainda capenga: os reforços que vieram do exterior, conforme dissemos, não poderão jogar e alguns jogadores ainda não têm condições físicas para os 90 minutos. Luxemburgo chegou a dizer que pode ir de 3-5-2, isso depois de treinar um 4-4-2 por mais de um mês. Dizem que isso se chama planejamento e profissionalismo, espero que estejam certos!

6 de jun. de 2010

De mudança

Grêmio 2 x 1 Atlético

Estou de mudança, então vai um post rápido:

Conforme prevíamos, o Atlético não conseguiu superar o mistão do Grêmio na última quinta-feira e sofreu sua quarta derrota em seis partidas pelo Brasileirão 2010. Não dá para dizer que a equipe fez uma má partida, me pareceu que dentro das suas limitações ela chegou onde dava para chegar. O ruim mesmo é ver que continuamos sem goleiro e que, aparentemente, o nosso artilheiro e capitão está desmotivado, correndo de um lado para o outro da intermediária e do ataque adversários em busca de um pouco de inteligência no restante do nosso ataque para conseguir uma boa jogada. Quanto ao Grêmio, podemos dizer que o tricolor gaúcho, desfalcado das suas duplas de ataque e de armação, não levou muito perigo à meta alvinegra, conseguindo seus gols através de bolas cruzadas na área por Rochemback finalizadas por Hugo.

Hoje enfrentamos o Ceará no Mineirão. Com apenas um volante disponível para o jogo (não vou mais tocar no assunto "dispensas"), o meio deverá ser formado por Diego Macedo, Jataí, Júnior, Ricardinho e Leandro. A defesa é a mesma do jogo de quinta-feira em Porto Alegre. Vamos torcer para que o Vozão opte por uma retranca implacável e que não queria explorar as bolas aéreas. Seria bom também repetir a atuação do Castelão em 2006, quando anotamos um tento com 1 minuto de jogo através de Marinho e vencemos a partida por 1 x 0, garantindo o título naquela oportunidade.

3 de jun. de 2010

Perspectivas sinistras

Atlético 1 x 3 Fluminense

A partida do último domingo evidenciou aquilo que temos falado desde o início da temporada 2010: a fragilidade do sistema defensivo do Atlético Mineiro. Depois de anotar o primeiro tento com apenas 3 minutos de jogo, o Galo não produziu mais nada nos 87 minutos restantes, a não ser algumas chances resultantes da correria e da vontade após levarmos o segundo gol. Para um time que, supostamente, está junto há quase seis meses, é uma produtividade ridícula. E o que dizer desta média de quase 3 gols tomados por jogo? Não haveria nenhum problema, desde que a média de gols petecados pelo ataque fosse 4, coisa que nem o famigerado alvinegro praiano consegue.

O rival carioca, ao contrário, tem melhorado a cada partida sob o comando de Muricy Ramalho. Tem um meio de campo combativo, uma zaga razoável e um camarada que resolve o jogo: Fred. Não é o melhor time do Brasil, mas é um time, coisa que o Atlético não tem conseguido ser desde o fim da participação na Copa do Brasil.

Ainda não consegui engolir a dispensa / não renovação de contrato de parte dos jogadores do elenco. Não eram grandes jogadores, mas o elenco tem sentido falta destas peças. Aparentemente, o nosso treinador já sabia que não contaria com esse pessoal para o segundo semestre. Assim, é difícil entender porque não se pensou em peças de reposição e acabaram por inverter o fluxo natural das coisas: traga os substitutos e depois faça as dispensas. Deve ser este novo profissionalismo que está sendo implementado no Atlético e que fica além da minha compreensão.

Hoje enfrentaremos o Grêmio no Olímpico. Se, em geral, é uma presa fácil no Mineirão, em Porto Alegre o tricolor gaúcho revela-se um adversário para lá de indigesto. A boa notícia é que Borges e Jonas não jogarão. A má é que Luxemburgo diz que vai de 3-5-2. A razão para isso? Faltam jogadores no elenco. Se não levarmos 2 gols antes dos 15 minutos, pode até ser que dê certo. Mas as perspectivas são sinistras.

29 de mai. de 2010

Planejamento?

Ontem o Galo apresentou mais três reforços para o restante da temporada: Daniel Carvalho, Lima e Neto Berola. Seria uma notícia interessante se não fosse o afastamento do Correa do elenco no mesmo dia. O contrato não será renovado e, embora vença no dia 30 de junho, a direção achou melhor liberar o volante do que contar com ele sem, digamos, o comprometimento necessário. Mais uma vez é preciso dizer que é muito difícil comentar qualquer fato ligado ao Atlético se você não tem informações internas. Qual a razão que levou o clube a optar pela não renovação com o atleta? Se ele tinha contrato até o dia 30, por que liberá-lo antes para reforçar algum adversário durante o campeonato (o destino do volante deve ser o nosso maior rival ou o rubro-negro carioca)?

Hoje o clube confirmou que não pretende renovar com o Carlos Alberto e o mesmo já se desligou do Atlético. Pedro Paulo foi liberado para acertar com o xará de Goiânia, que virou uma mini filial alvinegra (Édson, Thiago Feltri e Welton Felipe já estão por lá). Somando-se a saída de Renan Oliveira, Evandro, Jonílson e Marques às liberações das últimas 48 horas, o elenco já foi reduzido em, praticamente, um time de futebol. Tudo bem que estamos no meio do campeonato e que a maioria do pessoal listado não era grande coisa, mas e o tão festejado planejamento para a temporada 2010? Onde é que foi parar? Mesmo que admitamos que a barca seja uma correção na rota traçada para este ano, acho que é mudança demais para um espaço tão curto de tempo, passou longe de um ajuste fino. E o elenco? Como fica? Dá para acreditar que o clube tem uma lista de reforços e está buscando alternativas no mercado? O que, enfim, motivou esta revolução?

De qualquer maneira, estou curioso para conferir a performance alvinegra na tarde deste domingo. Como será que o time irá reagir diante das mudanças? A meta ainda continua chegar à pausa para a Copa do Mundo entre os quatro primeiros? Continuo tendo muitas dificuldades em acreditar no Luxemburgo e no seu modelo de gestão. No fundo, fiquei com a sensação de que o Galo ainda continua a casa da mãe Joana. Espero estar errado.

27 de mai. de 2010

Mais do mesmo

Vitória 4 x 3 Atlético

Começo dizendo que a CBF é pródiga em programar partidas para horários esdrúxulos: 19:30h de uma quarta-feira é uma piada. Se a tv aberta não vai transmitir, não precisa seguir o calendário da novela. Bota 21 horas e tudo fica ótimo (e eu não perco o jogo por causa da pelada semanal).

Como não vi a partida, não posso dizer que concordo com o mini chilique que o Luxemburgo deu na coletiva. Está faltando vontade ao time? Não estou tão seguro disso. Acho que o sistema defensivo é frágil, os laterais marcam mal e o meio de campo carece de pegada e isso é algo que temos falado desde o início da temporada. Falta chegada sim, mas a principal razão pra isso, na minha opinião, é a característica dos nossos jogadores.

Ontem ficou evidenciado, mais uma vez, que não temos goleiro no nosso elenco. A falha do Marcelo, mesmo descontando o péssimo recuo do Diego Macedo, entra para a lista dos lances mais patéticos que já vi dentro de um campo de futebol. O que foi aquela matada no peito? E a simulação de falta? Ridículo. É difícil entender o que passou pela cabeça do nosso camisa 1. Depois de Juninho, Édson, Bruno, Aranha e Carini o sujeito chega, assume a posição, e se expõe dessa maneira. Vai levar cartão vermelho da torcida no segundo jogo.


Sem comentários...

Acima de tudo, o placar de ontem demonstra que a derrota em Presidente Prudente não foi um acidente de percurso. Perdemos para um time com vários desfalques importantes e que jogou a maior parte do segundo tempo com um jogador a menos. Sem contar que o fabuloso Schwenck anotou três gols e o Evandro, estreante no rubro-negro baiano, caminhou sem marcação até a grande área para fechar o placar. Levamos 10 gols em 4 rodadas (média de 2,5 gols sofridos por partida), o que evidencia a inviabilidade do nosso sistema defensivo - para dar certo, o ataque teria que manter uma média 3 tentos por jogo.

Na próxima rodada enfrentaremos o Fluminense com Fred, Conca e companhia no Mineirão e a dupla de zaga será Werley e Benítez. Haja coração, amigo.

26 de mai. de 2010


Voltando à rotina

Atlético 3 x 1 Atlético/PR
Grêmio Prudente 4 x 0 Atlético
Atlético 2 x 1 Vasco

Pela terceira vez em pouco mais de três meses tive que ir ao EUA a trabalho. Estamos há menos de um mês da Copa do Mundo e não se fala em soccer naquele país. A única mudança perceptível foi a aparição de algumas camisas das seleções brasileira, mexicana e americana nas lojas de material esportivo. A tv a cabo do hotel possuía 4 canais ESPN e todos continuam a ignorar, solenemente, o verdadeiro football. Desta vez, porém, o processo de desintoxicação futebolístico não foi pleno porque, em primeiro lugar, descobrimos um bar de brasileiros que transmitia alguns jogos da Libertadores e da Copa do Brasil bem próximo do hotel. Em segundo lugar, porque na fábrica que visitávamos haviam imigrantes e os mexicanos em especial, ao verem a bandeira do Brasil no nosso uniforme, vinham falar da seleção.

"Muito bom o Brasil... Ronaldinho!"
"Ronaldinho não tá indo, amigão.."
"Não!?"
"Não."
"Ah. Mas é bom assim mesmo."

Numa tentativa desesperada de diminuir o banzo esportivo, aproveitamos a noite de uma quinta-feira e fomos a uma partida de beisebol. O estádio era ótimo, possuía uma infraestrutura invejável com shopping, restaurantes, elevadores, banheiros limpos, tudo muito bom. Logo que ocupamos nossos assentos, passei a entender o porque de toda aquela infraestrutura: as pessoas não dão a mínima para o jogo. É sério. Reconheço que é difícil manter a concentração num jogo que precisa de 9 tempos para decidir quem acerta mais rebatidas (nos 5 tempos que aguentamos, houve apenas 3 acertos). É extremamente monótono e repetitivo. Assim, as pessoas passam a maior parte do tempo subindo e descendo as escadas com pizzas, hot dogs, refrigerantes, cervejas, pipoca, algodão doce, é uma orgia gastronômica. Nos intervalos, o barato é aparecer no telão, seja na "câmera do beijo", na "câmera da dança", ou qualquer outra coisa do gênero. É entretenimento, não é competição. Dessa maneira, terminei o meu hot dog e nos retiramos do recinto. Ainda deu pra ver que os restaurantes estavam lotados e que havia pessoas chegando e saindo. O jogo é só um detalhe.

Let's get the hell out of here!

Enfim, Campeonato Brasileiro que é bom, não vi. Soube da vitória sobre o Vasco quando cheguei ao hotel e da derrota humilhante em Presidente Prudente no sábado seguinte através de um SMS lacônico do meu irmão ("Primeiro tempo 4 x 0 pra eles. Saí de casa, não sei como está."). O mau tempo quase impediu o nosso retorno ao Brasil, mas depois de uma primeira negativa, uma senhora da Delta Airlines teve piedade da gente e nos mandou de volta no vôo da Continental.

Pois tratemos do Atlético agora. De uma maneira geral, o time fez uma boa exibição contra o xará paranaense. Se o início da partida foi equilibrado, com Paulo Baier e seus companheiros levando algum perigo ao gol de Marcelo, após os 25 minutos da primeira etapa o Galo comandou o jogo. O primeiro tempo terminou 0 x 0 graças à grande exibição do arqueiro rubro-negro e à falta de pontaria do ataque atleticano. No segundo tempo, o ataque acertou o pé e com 27 minutos já ganhávamos por 3 x 0. Poderia ter sido de mais se não continuássemos a desperdiçar chances e contra-ataques. No fim, tivemos a tradicional queda de rendimento e os paranaenses conseguiram descontar com Bruno Mineiro. O final ficou assim: 3 x 1.

Hoje enfrentaremos o Vitória no Barradão. Será uma espécie de tira-teima para verificarmos se o placar em Presidente Prudente foi, realmente, apenas um acidente de percurso. O rubro-negro baiano tem obtido bons resultados, é finalista da Copa do Brasil e deve impor um ritmo forte para cima da nossa defesa. Se conseguirmos manter a tranquilidade, deve ser um jogo equilibrado.

Para finalizar, trato da aposentadoria do Marques. Sem dúvida, o camisa 9 foi o maior ídolo do clube nos últimos 10 anos. Foi fundamental nos poucos times competitivos que tivemos neste período e criou uma identidade muito grande com o torcedor, especialmente com aqueles que passaram a frequentar os estádios após 1997 (eu, que comecei em 82, gostava do Éder e do Reinaldo, mas o meu primeiro ídolo foi o Sérgio Araújo, dono da camisa 7 na segunda metade dos anos 80). Sempre fui admirador do seu futebol e, com certeza, o Marques estará na galeria dos grandes do Clube Atlético Mineiro. Dito isso, devo reconhecer que a diretoria e a comissão técnica acertaram ao não renovar o contrato. O erro da diretoria foi na condução do processo - e aqui cabe uma parcela de culpa ao próprio jogador que foi se martirizar diante das câmeras. O choro, sem dúvida, era legítimo, mas expor a situação em público do modo com foi feita não acrescentou nada, só gerou constrangimentos.

6 de mai. de 2010

Falta liderança

Santos 3 x 1 Atlético

Ser torcedor é uma coisa engraçada. Certa vez fui ao Engenhão fazer companhia a uns amigos gremistas em sua jornada contra o Botafogo. O time carioca era treinado por Geninho e os gaúchos vinham fazendo um ótimo campeonato sob o comando de Celso Roth, dois velhos conhecidos dos atleticanos. Pois bem, o tricolor entra em campo e o Marcos adianta em gauchês:

- Bah! Vamos perder hoje, tchê!
- Por que você tá dizendo isso, bicho?
- Eu sei quando vai perder. Dá pra sentir.

Assim, depois de toda saga envolvendo a chegada ao estádio, o que incluiu deixar o carro no estacionamento de um shopping, caminhar durante meia hora em ruelas estranhas do subúrbio do Rio e contornar todo o Engenhão até conseguirmos chegar ao portão dos visitantes, o sujeito, antes do apito inicial, me diz que a viagem era perdida. O pior era que ele tinha razão: os gaúchos jogaram mal e foram derrotados por 2 x 0.

Todo esse papo é para dizer que bastaram 5 minutos em frente à TV na noite de ontem para que eu chegasse à mesma conclusão que o meu estimado amigo oriundo dos pampas. Há mesmo um sexto sentido futebolístico! Assim, mandei um SMS para o meu irmão comunicando-lhe as minhas tristes expectativas e, enquanto a partida continuava na ESPN, me dediquei a reclamar algumas milhas não creditadas pela GOL, o que incluiu uma discussão de cerca de uma hora com um dos atendentes da companhia aérea (na verdade, a medir pela qualidade das respostas, há uma grande possibilidade de eu ter gastado o meu tempo discutindo com um bot). No fim, assisti aos minutos finais da partida sabendo o destino amargo que nos esperava mais uma vez.

O que me decepcionou ontem foi que, aparentemente, o time não entrou com um espírito de decisão. Me pareceu que as provocações dos moleques do peixe deixaram o time atleticano mais irritado com a chatice alheia do que motivado para a partida decisiva. Isto, é claro, não explica a vitória santista, produto do melhor futebol praticado pelo alvinegro praiano, detentor de um elenco mais qualificado e, na partida de ontem, mais focado em buscar o seu objetivo. Digo mais focado porque os dois primeiros gols santistas foram produtos de falhas individuais ridículas dos jogadores de defesa alvinegros: duas bolas perdidas que foram cruzadas rasteiras para dentro da pequena área e empurradas para dentro do gol pelos atacantes adversários, coisa que não poderia acontecer em uma decisão. O Correa ainda achou um gol no fim do primeiro tempo, o que nos recolocou na partida, mas outra bola atravessada na área no início do segundo tempo resultou no derradeiro gol do peixe. O resto da partida foi morno, sem grandes oportunidades para ambas as equipes, bem diferente do que vimos no Mineirão na semana anterior.

A principal constatação que fica desta eliminação do Atlético é a de que, apesar das contratações, ainda falta liderança ao Galo dentro de campo. Falta um jogador que consiga chamar a responsabilidade e comandar a equipe, colocar a galera dentro do jogo de novo quando começamos a perder o controle da situação. Ele não precisa ser o craque do time: o Gallo, em 1999, estava longe disso, por exemplo. E a verdade é que, apesar de termos um elenco experiente, ninguém tem esse perfil.

Para finalizar, avalio como patética a participação do nosso treinador após a partida. Reconheço que ele tem razão em seu pleito, que ao contrário do que a imprensa andou alardeando agora pela manhã, de que a torcida iria hostilizá-lo de qualquer jeito, é óbvio que as provocações do elenco santista no último domingo incentivaram o torcedor a direcionar o seu ódio ao seu ex-treinador. Mas, a resposta às provocações deveria ter sido dada dentro de campo, nem que fosse arrumando uma escaramuça no fim da partida que resultasse em diversas expulsões para ambos os lados (será que os gaúchos terão o senso de humor e o fair play do Atlético?). Esse negócio de ficar dizendo que não treina mais esse time ou aquele é ridículo, é motivo de chacota nacional, como foi uma certa camisa de treino que fizeram para a gente nesta temporada.

Mas, terminemos o post com o que realmente interessa: sábado tem início o Campeonato Brasileiro 2010, o único campeonato com o qual eu me importo de fato. Apesar da derrota de ontem, acho que o Atlético está num bom caminho, fez algumas contratações, há jogadores voltando de contusão e o time tem praticado um futebol consistente. O negócio é aproveitar este início de torneio, onde não viveremos momentos decisivos e nossa carência de liderança não fará muita diferença, para pontuarmos, tal qual fizemos na temporada passada. Na real, as coisas só começarão a esquentar após a Copa do Mundo.

3 de mai. de 2010

40 vezes

Atlético 2 x 0 Ipatinga

Quando comprei as passagens de volta de Porto Alegre há cerca de um mês atrás, me esqueci completamente das finais do Mineiro. Mais tarde, ao perceber o erro cometido, me apeguei à lembrança de que a última vez em que não havia acompanhado uma partida da final do Campeonato Mineiro, aplicamos um 4 x 0 inesquecível no nosso maior rival, de modo que assumi que as duas horas que passaria angustiado nos céus do Brasil eram um bom presságio. É certo que a vitória em Ipatinga na semana anterior facilitou a jornada, mas foi uma ótima sensação ligar o celular e receber uma série de mensagens descrevendo os gols de Tardelli e Marques e com os gritos de campeão.

Tardelli lustrando a quadragésima taça de campeão mineiro a ir para a nossa galeria.

A conquista do Mineiro foi um passo muito importante para o trabalho que o Atlético diz estar desenvolvendo. Vindo de derrotas nas duas temporadas anteriores e de um fim de Campeonato Brasileiro desalentador em 2009, o clube precisava mais do que nunca deste título para apaziguar a torcida e trazer uma certa serenidade ao ambiente conturbado que vivemos nos últimos anos.

Confesso que, de início, fiquei um pouco chateado por não podermos enfrentar o nosso maior rival na decisão do campeonato mas, no fim, as coisas aconteceram de tal maneira que tudo ficou perfeito: Mineirão lotado para a festa alvinegra, coroada com gols de Tardelli, o atual ídolo, e Marques, o "xodó" da massa. E foi uma festa e tanto, de uma torcida que é movida por uma paixão centenária, franca, honesta, que não é produto de ações de marketing, de campanhas da imprensa, de rankings de institutos estrangeiros ou qualquer coisa que o valha e, que por ser assim, é única e cheia de orgulho. Ser atleticano não é moda.

O professor corre pro abraço: ainda é pouco, mas é o começo.

Por fim, não há como não destacar o papel de Vanderlei Luxemburgo nesta campanha. Quem acompanha o blog sabe como recebi com desconfiança a notícia da sua contratação pelo nosso presidente. É verdade que o trabalho demorou a engrenar: as variações no esquema tático, os testes com os jogadores que fazem parte do elenco, as contusões, tudo isso influenciou na definição daquele que viria a ser o time titular nesta reta final de Campeonato Mineiro e Copa do Brasil. Por um momento, como um bom mineiro e, acima de tudo, como um bom atleticano, desconfiei que a vaca estava indo para o brejo de uma vez por todas. No entanto, as últimas partidas da equipe foram muito boas, especialmente aquelas contra o Sport e o Santos. E, sendo assim, tenho que admitir que o progresso que vimos em campo deve ser creditado ao nosso treinador. O sujeito é mesmo um vencedor, levou o 11º estadual para casa e apaziguou os ânimos alvinegros, mas ainda é pouco. A torcida quer e espera mais.

29 de abr. de 2010

Jogando futebol

Atlético 3 x 2 Santos

Mesmo com o temporal que desabou sobre o Rio no início da noite de ontem, 9 obstinados guerreiros, munidos unicamente da sua paixão pelo futebol, superaram todos os obstáculos e compareceram à pelada semanal no Humaitá. Passamos cerca de uma hora e meia correndo debaixo de chuva num campo semi alagado, coisa que eu não fazia desde uma certa pelada em Ipatinga há mais de duas décadas, quando brigávamos para descobrir quem seria o "Éder", o "Nelinho" ou o "Reinaldo". Bons tempos aqueles!

Ao fim do espetáculo, no retorno para casa, me senti num pitfall pós moderno, saltando buracos, rios de esgoto, montanhas de lixo espalhadas pelas ruas e escapando dos banhos de água contaminada com os quais os ônibus insistem em presentear os inocentes transeuntes. Foi triste constatar que nada havia sido feito para recuperar ou melhorar a infraestrutura da mesma cidade que há 20 dias havia sido arrasada pelas chuvas. Mas este seria um assunto para um outro blog.

Depois de todas estas aventuras, abri a porta da cozinha e a minha mulher já me deu as boas novas: o Atlético está ganhando por 1 x 0! Eram 4 minutos do primeiro tempo e Tardelli já havia deixado o dele. O que eu vi a partir de então foi o galo praticando um futebol de muita marcação e pegada quando defendia e envolvente e de velocidade quando partia com a pelota dominada. Depois de perder algumas oportunidades, acabamos marcando o merecido segundo tento aos 40 do segundo tempo: Tardelli, mais uma vez, recebendo a bola cruzada por Júnior, bateu duas vezes para superar o arqueiro santista. Quando parecia que iríamos para o vestiário com uma boa vantagem, o peixe descontou: a defesa atleticana rebateu mal uma bola, Wesley a dominou e lançou em profundidade para Robinho, que deslocou Aranha e guardou a criança. Apesar dos protestos da torcida, Carlos Alberto dava condição de jogo ao atacante adversário e Aranha, ao invés de correr pra bola, ficou com o bração erguido, pedindo impedimento. Quando resolveu agir, era tarde.

O Atlético voltou para o segundo tempo com Jonílson no lugar de Correa e logo aos sete minutos, chegamos ao terceiro gol: Muriqui fez ótima jogada pela direita e tocou para Tardelli, que invadiu a área a fuzilou Felipe. 3 x 1. Tardelli ainda marcaria um quarto gol, corretamente anulado pelo árbitro. Na metade do período, Luxemburgo fez mais duas alterações: Leandro entrou no lugar de Ricardinho e Renan Oliveira substituiu Fabiano. Aos 37 minutos o Santos conseguiu diminuir mais uma vez: depois de passar um bom tempo rondando a área atleticana, Paulo Henrique conseguiu um bom passe para Zé Eduardo que avançou pela esquerda e cruzou na cabeça de Edu Dracena. 3 x 2. Depois disso, os times, se respeitando, passaram a cadenciar o jogo e esperar o apito final.

O que vimos ontem no Mineirão foi uma grande partida, uma das melhores do ano e, sem dúvida, a melhor da "super quarta" que incluiu jogos decisivos pela UEFA Champions League, Copa do Brasil e Libertadores. O Atlético fez valer o mando de campo e foi superior ao Santos durante a maior parte do jogo. Foi um time aplicado, lutador e objetivo nas finalizações. Não deu para não notar o dedo do Luxemburgo naquilo que vimos ontem, é preciso admitir que o homem sabe armar um time de futebol, que tem esquema de jogo e tinha uma estratégia definida para a partida, algo bem diferente do que tivemos que suportar de Levir Culpi para cá.

Na segunda metade do segundo tempo deu para notar que o galo cansou e não conseguia mais exercer a marcação sob pressão que não permitia que o Santos girasse a bola. Era o preço de se manter jogadores experientes como titulares da equipe. Quando os meninos da Vila conseguiram a posse da bola, arranjaram o segundo gol que complicou a nossa vida para a partida de volta. Além disso, me pareceu que as alterações do Dorival Júnior surtiram mais efeito do que as do nosso treinador: do lado deles entra Zé Eduardo, um atacante arisco, veloz, bucando o gol e do nosso entra Renan Oliveira, uma pedra de gelo, um apático sem garra que não nos deu, em nenhum momento, a chance do contra-ataque.

Obviamente, tomar os dois gols dificultou a tarefa alvinegra para a semana que vem em Santos, mas o mais importante foi que conseguimos a vitória e passamos a ter a vantagem do empate. Num confronto equilibrado como foi o de ontem e como promete ser na volta, o empate é sim uma vantagem. Admito que, dadas as circunstâncias, o alvinegro praiano talvez ainda seja o favorito neste mata-mata, mas fiquei com a sensação de que faremos um jogo duro contra eles na Vila Belmiro (assim como foram os dois últimos que fizemos por lá, ambos vencidos por 3 x 2 pelo galo).

Finalizo dizendo que a partida de ontem me lembrou muito a primeira da final contra o Corínthians em 1999, quando também vencemos por 3 x 2. A diferença é que naquela oportunidade perdemos o Marques para os jogos da volta e na semana que vem teremos o mesmo elenco de ontem à disposição do nosso treinador. Se jogarmos com a mesma disposição, concentração e foco, dá para conseguirmos um bom resultado.

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