31 de out. de 2003

Atrasos


Acabo de ler no superesportes que a diretoria do atlético teve uma reunião com os jogadores para explicar o atraso de salários. Tá começando tudo de novo, pô? Que palhaçada é essa?

24 de out. de 2003

Errata

O segundo gol do Paraná Clube foi no final do primeiro tempo e não no princípio do segundo, como relatei no post anterior.

Esse time me deixa maluco. heh

23 de out. de 2003

2 x 2

Atlético 2 x 2 Paraná

A gente parou o carro perto do final da rua Pouso Alegre, estávamos atrasados uns 10 minutos. De lá dava para ver as arquibancadas do Independência: um silêncio absoluto. Alguém comentou que a coisa devia tá preta. Subimos a ladeira que nos separava das roletas correndo e de lá pudemos ver o placar: Atlético 0 x 1 Paraná. Entramos, fomos revistados e demos a volta em todo estádio até chegarmos ao tradicional ponto de encontro. A maior parte da turma já estava por lá, sentada. Foi o Mateus que me deu a notícia:

- Foi o Renaldo, de pênalti. Um carrinho dentro da área.

Logo o Atlético bota pressão e empata o jogo após espetacular roubada de bola do Cicinho. Sentimento de alívio nas arquibancas, mas logo o clima volta a ficar tenso diante da péssima exibição da equipe. Uma sucessão de erros bisonhos, em sua maioria tentativas frustradas de jogadas de efeito feitas por quem não tem o mínimo talento para tentá-las. A paciência dura pouco: o juiz encerra o primeiro tempo e durante todo o intervalo meu tio, que também chegou mais cedo ao campo, fica praguejando. Diz que o Atlético está sendo derrotado por ele mesmo, que quando é para decidir o time dá para trás, que não quer vencer e isso e aquilo, coisas que todos nós já sabemos (aliás, as teorias dele merecem um post à parte). Naturalmente, todo esse colóquio foi acompanhado de um vastíssimo repertório de palavrões.

Pois bem, os primeiros 30 minutos do segundo tempo são uma destestável repetição do que vimos no primeiro. O resultado foi que logo levamos um gol, novamente do ex-atleticano Renaldo, o que exaltou ainda mais a torcida. Sinceramente, o clima dentro do estádio estava beirando o insuportável. Acho que, no fundo, todo mundo sabia o que viria dali pra frente: pressão, pressão, pressão e nada. Meu tio jogou a toalha e foi embora aos 30 minutos. O bom foi que o treinador do Paraná resolveu fazer o mesmo e o time azul e vermelho recuou, recuou tanto que aos 40 minutos levou um castigo: gol do Fábio Júnior. Comemoramos com alívio, mas putos pelo time, mais uma vez, ter nos imposto esse maldito sofrimento.

Os alto-falantes do Independência anunciam o empate do São Paulo com o Guarani, resultado interessante para o Atlético, e a massa tenta empurrar o time. O Paraná abusa da cera e da catimba e enrola o jogo até o apito final do juiz, que foi conivente com o anti-jogo paranaense. Após o final do jogo o diretor de futebol do Atlético, o ex-ponta esquerda Éder Aleixo, invade o campo para protagonizar uma cena patética tentando agredir o árbitro transformando o gramado num picadeiro. A torcida grita:

- Juiz, ladrão! Porrada é a solução!

E assim, em 40 segundos, a culpa pelo mau resultado é transferida do time para o juiz. Produto da visão limitada e estúpida de parte da torcida, demonstrando que, por vezes, ela merece o time medíocre que tem. O pior cego é o que não quer enxergar.

19 de out. de 2003

Mais um dia

Grêmio 2 x 2 Atlético

E então o Cicinho foi derrubado na área aos 43 minutos do segundo tempo: pênalti!! Festa no quarto, jogo duro, 2 x 2 na casa do adversário. Meu primo dá pulos pela sala, vai para janela e aos gritos anuncia as boas novas para a vizinhança, se dedicando com tanto afinco à tarefa que algumas faces surgem nas janelas. Com algum custo, acabo convencendo-o a ocupar novamente seu lugar na poltrona:

- Primo, pára com isso. É o Atlético que vai bater o pênalti! Seja mais um pouco pragmático!
- Que isso, cara!!! É a chance da vitória!!
- A-lá, o cantor pegou a bola, só acredito vendo.

Ao mesmo tempo o pai do Flávio, dono da casa, está de joelhos improvisando umas rezas, fazendo o nome-do-pai.

- Ô pai, pára com isso, porra! Essa reza sua não funciona!!
- Me deixa, menino!

Tensão no aposento, Fábio Júnior corre para a bola e.... recua para o goleiro.

Meu primo se ajoelha no chão e, aos berros, dirige uma série de impropérios ao centroavante alvinegro. O Flávio sai para pegar mate-couro e o resto da audiência permanece calada, incrédula.

Ainda sobra tempo para o André exercitar um pouco do seu masoquismo:

- Agora tem que perder! Espero que perca!! Time FDP!!!

Apito final e foi isso aí. 2 x 2. Poderia ser pior, poderia estar 2 x 1 e a gente ter perdido esse pênalti.. Argh. A história não muda.

18 de out. de 2003

Complicações

Não acredito que o compromisso desse final de tarde será fácil. O time do Grêmio, apesar das suas limitações, deve entrar com muita determinação e a tradicional "garra" (ou seja, vão baixar o sarrafo). Espero que a derrota do último domingo e as trapalhadas ao longo da semana não sejam fatores que desmotivem a equipe. Veremos.

12 de out. de 2003

Atlético 0 x 1 Cruzeiro

Fui testemunha ocular da derrota de hoje... e no final do jogo, apesar da desolação trazida pelos planos frustrados de derrotar nosso maior rival, não havia alguém exatamente a quem culpar pela derrota.

Houve alguns destaques negativos, como o Tucho, que hj., me convenceu de que não é jogador para o Galo, mas foi um jogo igual onde qquer um poderia ter vencido. Mas como nesses casos o "um" nunca é o Galo...

Velloso manteve a segurança de sempre, Cicinho me parece proibido de apoiar, a zaga esteve bem, exceto no lance do gol em que o atacante adversário subiu absolutamente sozinho, e Marquinhos é limitado. Márcio Araújo sentiu o clássico, Marcelo Silva se limitou a marcar (bem) o Alex, Hélcio foi razoável, assim como Lúcio Flávio, que perdeu um gol incrível. Fábio Júnior buscou jogo e Paulinho (que substitui Alex Alves aos 20 do primeiro tempo) não parece querer jogar bola.

Mas é como eu tava dizendo pro LF: no fundo sou de certa forma grato ao Brasiliense. Depois que ele cruzou o caminho do Galo, nunca mais voltei a ser o mesmo atleticano de outrora. Hoje em dia assimilo melhor esses baques...

Dia das crianças

Confesso que ainda nutria uma certa esperança de que o time alvinegro pudesse temperar um pouco esse campeonato, mas não deu. A esperança não foi grande o suficiente para que eu pudesse gastar 10 dinheiros e me deslocar para a Pampulha e nem para procurar uma televisão com pay-per-view. O negócio foi radinho de pilha no ouvido mesmo... No fim fica o consolo de ter vendido caro a derrota (a maioria dos adversários do cruzeiro parece que entra em campo já contabilizando os três pontos a menos), mas é chato anyway.

Que fim de domingo... Humpf.

Introdução


E tudo começou numa tarde de domingo qualquer em 1982. Papai me levou ao Mineirão pela primeira vez e vimos um empate melancólico em 0 x 0 entre Atlético e São José. Há relatos escritos de que cheguei em casa chorando. "Poxa, não tem um verso lá no hino dizendo vencer, vencer, vencer??", devo ter pensado. O curioso é que se olharmos os 21 anos passados em retrospectiva, perceberemos que a minha relação com o galo não passa, na maior parte das vezes, de variações daquela tarde estúpida.

Os simplórios apresentarão a solução do problema: "Ora, é só trocar de time!". Acontece que depois de ter pisado no Mineirão pela primeira vez, não teve mais volta. Esse não é o tipo de coisa que se escolhe (apesar de eu conhecer vários exemplos que demonstram o contrário. No meu tempo de grupo escolar praticamente não havia cruzeirenses), você simplesmente experimenta e, de repente, passa a fazer parte daquilo. Passa a ter orgulho de vestir a camisa alvinegra e de conhecer de cor a escalação da equipe e o hino. Fica com formigamento nos braços por passar duas horas tentando sintonizar o rádio do walkman na estrada só para conferir o placar do jogo. E ainda acredita na equipe! É claro que depois de perder tantas noites de sono tenho tentado ter uma visão mais fria e racional de tudo isso. Nem sempre funciona, mas minha qualidade de vida melhorou.

A idéia do blog, aliás, vem um pouco disso. É apenas um espaço para comentarmos sobre o Atlético, os sentimentos e sobre todas aquelas idéias mirabolantes que salvarão o time e que povoam a nossa mente mas que quase ninguém quer ouvir. É isso. Deus nos ajude.