27 de out. de 2009

Imagem congelada

Atlético 1 x 0 Vitória

Se na rodada passada dependi da caridade alheia para saber o resultado da partida do glorioso, no último sábado pude, após gastar uns euros extras, acompanhar o jogo pela internet. E assim que consegui a conexão, Tardelli anotou para o Atlético. Consegui ver o replay do gol enquanto procurava um link para acompanhar a peleja ao vivo, o que só foi conseguido minutos após o início da segunda etapa.

Embora o chat da transmissão funcionasse com perfeição, a transmissão parecia vir quadro a quadro, ou melhor, um quadro, congelava e depois aparecia o lance 5 segundos pra frente. E assim só descobri que havia sido pênalti para o Atlético quando mostraram o juiz naquela inconfundível posição e, finalmente, que o perdemos quando o lance continuou, após a imagem do Tardelli ficar congelada, e o placar permaneceu inalterado. Garantia de nervosismo até o fim, como é do feitio do Clube Atlético Mineiro. A diferença é que esta temporada o sofrimento, em geral, tem valido à pena.

Quinta-feira estaremos no Rio para enfrentarmos o Fluminense. Jogo difícil contra um adversário em situação bastante complicada. Todos nos lembramos da canseira que levamos no primeiro turno, naquela que foi a melhor jornada de Aranha com a camisa atleticana. Que tenhamos a maturidade e a coragem necessárias para superar o tricolor no Maracanã!

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Hoje li que o Mineirão só será fechado em novembro do ano que vem para a famigerada reforma relativa à Copa 2014. Há alguns dias estive no Estádio Olímpico de Berlim. Construído para as Olimpíadas de 1936 na capital alemã, o estádio passou por uma grande reforma (recebendo uma cobertura e mantendo a arquitetura original) para a copa de 2006 e, atualmente, é a casa do Hertha Berlim. Será que o maior de minas vai ficar um pouco parecido com isso?






23 de out. de 2009

Pela regularidade

São Paulo 0 x 1 Atlético

Depois da noite mal dormida na semana anterior por causa da oportunidade de ouro perdida com a derrota no clássico, resolvi não me envolver com futebol naquele sábado em Berlim. Já não contava com a internet e, pra completar, deixei o celular no silencioso. Era quase meia noite quando fui arrumar a cama e, coincidentemente, o telefone acendeu as luzes apontando a chegada de uma mensagem. Era lacônica: "0 x 1 Tardelli". Calculei que eram passados uns seis minutos do primeiro tempo e me apavorei. Mandei resposta pedindo para receber apenas o resultado final, que seria ali pelas duas da manhã. Pois as duas horas chegaram e nada de mensagem. "Perdemos", concluí.

Foi na manhã seguinte, já no trem a caminho de Praga, que comecei a disparar SMS para todos os conhecidos na esperança de que alguma boa alma estivesse de pé bem cedo para poder me confirmar o placar da noite anterior. Uma meia hora depois chegou a primeira resposta confirmando o 1 x 0 e garantindo uma semana de felicidade.

Amanhã enfrentaremos o Vitória e um placar favorável nos colocará a 1 ponto a liderança. Ainda estou desconfiado para falar em título, uma vez que o galo ainda não provou que pode ser regular neste campeonato. Mas, como ninguém o tem sido, até que pode acontecer. Quem sabe?

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Apesar de ser um brinquedo russo, a matrioshka também é um souvenir típico de Praga. Pois foi caminhando pelas ruas da capital tcheca que me deparei com meio time do Atlético neste formato e que, evidentemente, tive que adquirir. Apesar de o uniforme estar desatualizado, o time não estava (ou melhor, Tardelli, Éder Luís, Márcio Araújo e Carlos Alberto ainda são titulares, mas o Júnior anda meio sumido).


O maior de todos, naturalmente, é o Tardelli.

13 de out. de 2009

Os contras da banda larga

Atlético 0 x 1 Cruzeiro

A expansão e a popularização da internet banda larga permitiram que o indivíduo, mesmo a mais de 10.000 km de distância de sua casa, consiga manter contato com a família e o seu país de uma maneira bastante satisfatória. O problema é que ele também consegue um link disponível para assistir a um clássico ao vivo e termina a noite de uma segunda-feira deprimido.

Para ser sincero, só consegui assistir à metade final do clássico no Mineirão, uma metade onde apenas um time - o Atlético - jogou. Existem poucas coisas mais angustiantes do que ver uma equipe com a posse de bola rondando a área adversária e não conseguindo criar nenhuma situação de perigo. Sinceramente, não sei se com a presença de Tardelli teríamos conseguido uma sorte melhor na partida de ontem. O problema, não foram gols perdidos, mas a falta de oportunidades criadas.

Ao contrário de parte da torcida do Galo, não acho que pedir a cabeça do Roth nesta altura do campeonato vá solucionar o nosso problema. A grande questão, que está cada vez mais evidente, é que ele consegue organizar um time, mas não consegue gerenciar o grupo para desferir o ataque final. O resultado desastroso de ontem comprometeu não apenas a nossa ambição de sermos campeões, mas também a nossa permanência entre os quatro primeiros.

Os otimistas podem argumentar que, como enfrentaremos os adversários diretos por estas posições nas próximas rodadas, cabe apenas ao Atlético Mineiro, num impressionante "sprint final" se impor aos adversários e assegurar uma vaga na Libertadores, quiçá o caneco. Mas, infelizmente, os fatos têm demonstrado que todas as vezes em que fomos testados neste sentido, falhamos miseravelmente. E, por mais que queira acreditar, fica muito difícil para a minha mente de engenheiro negar os fatos.

Quanto à Noruega, tivemos um dia ensolarado e consegui ver a garotada jogando uma peladinha num gramado perto dos museus em Bygdoynes. A foto não consegue demonstrar, mas era algo mais parecido com um rugby sem as mãos do que o velho esporte bretão propriamente dito. Mas já deu algum alento!



12 de out. de 2009

Clássico na Noruega

Há poucos meses, ainda na segunda rodada do campeonato, saíamos do Mineirão satisfeitos com a vitória atleticana contra o Grêmio quando disse a alguns amigos que a nossa missão naquele campeonato era conquistar seis pontos contra o nosso maior rival, que vivia uma fase excelente. Passadas 26 rodadas, todo atleticano reconhece que o time chegou mais longe do que qualquer um poderia imaginar naquele momento e o clássico na tarde desta segunda poderá marcar, definitivamente, a nossa recuperação nesta temporada.

Infelizmente, a distância não me permitirá acompanhar a peleja e só me restará torcer para que o time entre em campo com o espírito que, há um ano atrás (11/10/2008), marcou a épica vitória contra o Flamengo em pleno Maracanã por 3 x 0.

Quanto à Noruega, bem, a julgar pela frequência na quadra de futebol em frente ao apartamento onde estamos hospedados em Oslo, o futebol está para os noruegueses assim como o snowboard está para os brasileiros. Nos dois últimos dias os únicos seres que vi correndo por ali foi uma dupla de cachorros em treinamento. Talvez seja culpa do frio.


Onde estariam os jogadores?

9 de out. de 2009

Lugar nenhum

Botafogo 3 x 1 Atlético

Ontem à noite, quando a chuva começou a cair no Rio, cheguei à conclusão de que não era uma boa ir até o Engenhão nesta quinta. Porém, naquela mesma noite tive um sonho que julguei ser premonitório e logo pela manhã me dirigi à sede do Botafogo na General Severiano para adquirir meu ingresso.

Assim, depois de uma longa caminhada até o metrô e de uma baldeação na estação Central (palco de um conflito entre o batalhão de choque da PM e passageiros algumas horas antes) para um trem da Supervia, chegamos ao famigerado Engenhão: um estádio coberto onde todas as cadeiras ficam molhadas de chuva e onde a perspectiva atrás de um gol (a torcida adversária fica posicionada no lado sul) não permite que o indivíduo saiba se a bola está dentro ou fora do campo nas proximidades da trave do lado oposto.

O problema do banco foi resolvido com algumas folhas de papel que, malandramente, havia levado comigo num dos bolsos. Já o da perspectiva, esse não fez grande diferença porque não foram necessários mais do que 12 minutos para que o time da casa liquidasse a partida e jogasse as minhas esperanças no lixo.



Engenhão e parte das suas 6 mil testemunhas


Tudo aquilo o que eu temia aconteceu na noite desta quinta: uma postura apática, um tanto covarde, um tanto displicente de um time que passou a semana pleiteando na imprensa uma vaga entre os "favoritos" ao título e que, no campo, não apresentou, em nenhum momento, evidências de que efetivamente o fosse. O irritante nessa história não é ser derrotado, mas sim entrar em campo sem gana de vencer, de disputar um jogo para ganhar. Houvéssemos perdido por 3 x 1, mas tendo jogado com vontade de ganhar, estaríamos tristes, mas resignados. Depois da exibição desta noite, estou convencido de que o quarto lugar nesta temporada deve ser comemorado como a conquista do troféu, porque com essa postura diante dos adversários que temos pela frente vai ser difícil chegar a algum lugar.



Caminho de casa depois de chacoalhar no trem da Central

No fim das contas, o que mais me chateou foi o futebol do Renan Oliveira. Tudo bem que esteja fora de posição, mas ele deveria mostrar o mínimo de personalidade, de pegada de jogador profissional. Infelizmente, a minha boa vontade acabou, o negócio é emprestá-lo ou vendê-lo. Ali o problema de falta de colhões é crônico... No Atlético ele não vai emplacar.

Pois bem, nas próximas três semanas estarei de férias e, muito provavelmente, afastado das emoções do Brasileirão. Queira deus que quando eu voltar ainda estejamos entre os primeiros.

8 de out. de 2009

Estaremos lá

Ontem, depois do almoço, pegamos um táxi para voltar ao escritório e, obviamente, falávamos de futebol. O motorista, botafoguense, demonstrava muita tranquilidade com relação à partida desta noite:

- Tu vai ao Engenhão?
- Vou.
- Também vou tá lá. Mas, ó, vamos ganhar, o Atlético é freguês.

O futebol tem dessas coisas, jogadores, direção, comissão técnica mudam e são mudados constantemente, mas certos aspectos históricos relativos ao embate entre dois clubes tendem a seguir um determinado padrão. Por outro lado, acredito que todo tabu motive o adversário. Já são 10 anos sem derrotar o Botafogo no Rio, mas é bom recordar que esta temporada temos conseguido alguns resultados importantes.

Com o empate do São Paulo na noite de ontem, poderemos, em caso de vitória, assumirmos a vice-liderança do torneio e mantermos a chama da esperança do título acesa. Nossa tarefa, entretanto, ficou muito mais difícil quando perdemos Tardelli e Éder para o jogo desta noite mas, ainda assim, o Atlético ainda possui um time melhor do que o do Botafogo. A chance do Galo está em entrar em campo com uma postura corajosa, buscando a vitória e demonstrando que quer chegar mais longe. Rogo, então, ao pai celestial para que ilumine Celso Roth, pois se o gaúcho insistir em manter uma postura defesiva fora de casa os prognósticos são deveras pessimistas.


Ingresso garantido. E o trem?

5 de out. de 2009

Azeite

Quando era criança, sempre me perguntava se haveria alguma relação entre a preferência do meu pai pelo azeite português Gallo que, vez por outra, aparecia em nossa mesa e o fato de sermos atleticanos. Depois, à medida que fui crescendo e amadurecendo, me convenci que a preferência paterna pelo famigerado óleo de oliva era devido à boa combinação preço e qualidade do produto.


O azeite oficial do aeroporto do Galeão

Não faz muito tempo, empurrava o meu carrinho pelos corredores do supermercado quando parei em frente às prateleiras de azeites. Perdido ali entre a infinidade de marcas, preços, procedências e embalagens disponíveis, concluí que a escolha tinha tudo a ver com futebol e levei a garrafa de azeite Gallo comigo.

4 de out. de 2009

Jogamos pro gasto

Atlético 2 x 1 Barueri

Às vezes, me esqueço do carrossel de emoções que é torcer para o Clube Atlético Mineiro. Quando soube que o Barueri jogaria desfalcado do Fernandinho e do Thiago Humberto, seus dois melhores jogadores, fiquei com a sensação de que o Galo, completo, não teria maiores dificuldades em superar os paulistas. Saímos na frente aos 15 minutos, mas não demorou muito para que a apreensão e a angústia me dominassem. Com uma postura um tanto displicente em campo, errando passes e proporcionando boas oportunidades de ataque ao adversário, começamos a, efetivamente, sermos pressionados pelo adversário.

Foi uma partida muito equilibrada e o primeiro tempo poderia ter tido um resultado diferente se o Carini não houvesse defendido uma penalidade máxima cobrada por Basílio. O segundo tempo continuou, praticamente, na mesma toada. Sentimos a saída do Éder Luís, contundido, ainda no primeiro tempo, principalmente porque Rentería não entrou bem e Tardelli, apesar de ter anotado mais um tento, não fazia uma boa partida, errando o último passe e não conseguindo reter a bola no ataque.

Aos 36 minutos, Correa conseguiu roubar uma bola e lançou Tardelli que foi derrubado na frente da área. O próprio Correa cobrou e meteu a bola no ângulo de Renê. Lindo gol, que trouxe alívio à torcida atleticana. O alívio, como não poderia deixar de ser, durou pouco: aos 44 minutos uma bola despretensiosamente chutada pelo arqueiro do Barueri chegou à entrada da área alvinegra e, Werley, na tentativa de proteger a bola cometeu uma falha bisonha deixando que o atacante paulista encobrisse Carini e trouxesse o nervosismo de volta ao Mineirão. O filme "Avaí" começou a rodar na minha cabeça mas, felizmente, desta vez o Atlético teve a maturidade necessária para segurar o jogo e garantir os 3 pontos.

A rodada, exceto pelos resultados de São Paulo e Palmeiras, foi muito favorável ao Atlético e, neste momento, ocupamos a terceira posição. Independente dos resultados alheios, nesta altura do campeonato não temos outra alternativa a não ser seguirmos pontuando e buscando as vitórias necessárias. Como já disse o Roth, não cabem mais projeção de pontuação e nem planejamento, agora é jogar cada jogo.

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