27 de ago. de 2009

Sem importância

Atlético 1 x 1 Goiás - Copa Sulamericana

Depois de uma exibição um tanto medíocre pelos gramados artificiais do Padreco da rua Humaitá, cheguei em casa por volta das 22 horas pronto para mais uma pelada na tv: o FlaFlu dos reservas (ou quase reservas). Entretanto, para minha surpresa, o canal FX estava exibindo, direto do Mineirão, Atlético mistão x Goiás completo.

Enquanto acompanhava a partida, alternava uns turnos do Civilization e um bate papo no GoogleTalk. Na verdade, a parte do papo só começou depois que o Pedro Oldoni manteve a tradição alvinegra de desperdiçar penais. Era sorte demais para um time que não tinha maiores pretensões: Iarley expulso e um penal, não podia dar certo mesmo. Na verdade, lamentei mais pela oportunidade desperdiçada pelo camisa 9 de marcar o seu primeiro gol pelo Galo do que pelo resultado em si. Mas eis que, o segundo tempo começa e o Atlético continua a jogar melhor, sem responsabilidade o futebol até que fluía. Finalmente, Tchô chuta de fora da área, a bola resvala no zagueiro e vai morrer nas redes de Harlei. 1 x 0.

O jogo parecia sob controle, até que o Pedro Oldoni conseguiu arrumar a expulsão mais ridícula que eu já vi: veio correndo atrás da pelota, mas pisou na bola, caiu e derrubou o adversário. Não consultei a súmula, mas desconfio que ele levou o segundo amarelo por maltratos à redonda... No fim do jogo o Goiás chegou ao empate com um gol marcado em pênalti inexistente. Quer dizer: não foi pênalti, mas o juiz apontou e os goianos, que não tinham culpa disso, anotaram o tento. Simples assim. E o Atlético não consegue fazer o simples. Depois é fácil culpar o juiz.


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23 de ago. de 2009

A fonte secou

Grêmio 4 x 1 Atlético

30 e poucos anos de Atlético e uma fria análise do conjunto da obra nas últimas rodadas não me permitiram ter qualquer esperança de um placar favorável na tarde deste domingo em Porto Alegre. Sendo assim, não me apressei para a volta do almoço e, quando cheguei em casa, o tricolor já vencia por 2 x 0.

É difícil tentar entender o que tem acontecido com o Galo. É lógico que os desfalques contribuem para má fase, mas o fator preponderante neste momento me parece ser a perda de foco no campeonato e as razões para isso só alguém que esteja lá dentro para poder dizer. O que posso conjecturar é que enquanto o time era a surpresa do campeonato, as coisas corriam bem: a torcida se divertia, o time corria e pegava, a bola procurava o gol adversário. A partir do momento em que a crítica começou a prestar uma certa atenção e a possibilidade da conquista do título passou a ganhar uma aura de seriedade, a fonte secou e voltamos a repetir as atuações sofríveis das temporadas anteriores.

Dessa maneira, o que resta ao torcedor neste momento é gastar tutano tentando descobrir se as más atuações do time constituem apenas a ruindade do elenco sendo esfregada em sua cara ou se o Atlético conta com um grupo que não tem condições de conviver com a pressão de estar em evidência.

Dou crédito ao Kalil pela rápida reestruturação do time após os desastres na Copa do Brasil e, especialmente, no Campeonato Mineiro, mas acho que ele tem o mesmo defeito do seu antecessor bigodudo: fala demais. E, sinceramente, o Atlético não está em condições de tripudiar ou viver de bravatas. Com essa equipe, que se revela tremendamente imatura, só temos a perder com isso.

Enfim, o que nos consola, neste momento, é que 5 vitórias serão suficientes para nos manter na primeira divisão sem maiores sobressaltos, pois é evidente que a casa está desarrumada e não será nada fácil restabelecer o equilíbrio.

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21 de ago. de 2009

Justa causa

Atlético 2 x 2 Avaí

Daqui a alguns anos, quando estivermos olhando a tabela do campeonato de 2009, ainda sentiremos o gosto amargo deste empate na noite de quinta-feira e das muito prováveis consequências catastróficas que o mesmo teve para a nossa trajetória nesta temporada. A catástrofe não reside no empate contra o Avaí em si, mas às circunstâncias que envolveram o mesmo.

Jogamos com um time desfalcado, mas que esteve bem em campo a maior parte do jogo, com um bom ataque, veloz, mas que desperdiçava chances com tanta facilidade como as criava. O primeiro tempo terminou 0 x 0, mas aos 7 minutos do segundo tempo já vencíamos por 2 x 0 e as oportunidades continuavam a ser criadas. Tudo vinha bem até que o Welton Felipe tentou dar um passe de calcanhar no meio, quase perdendo a bola. Felizmente, Marcos Rocha a alcançou e, pra desespero dos torcedores, também quis inventar, comprovando o seu completo déficit de intelecto. O resultado: roubada de bola do Avaí, Marcos Rocha corre atrás do ladrão fazendo um "cerca Lourenço" que desmanchou a cobertura, a bola é passada para Eltinho que limpa dois e fuzila a meta do Édson que, pra variar, estava mal posicionado.

Depois disso, o jogo do Atlético desandou e, embora ainda criasse algumas oportunidades, não conseguia levar perigo à meta adversária. A sorte é que o Avaí tampouco chegava ao nosso gol, a bola rondava a área, era cruzada, mas nada acontecia. Me lembrei das partidas contra Sport, Santos, Grêmio e Coritiba, quando vencemos mas pedíamos para levar o empate.

Não deu outra, aos 46 minutos do segundo tempo o meia do Avaí faz uma tentativa desesperada de lançamento para a área do Atlético, o centroavante vem correndo e eu, apático, observava tranquilamente a trajetória da pelota em direção à nossa defesa: "tá tranquilo, essa é do goleiro". Foi então que, para meu desespero, vi aquele animal de branco vindo em uma corrida desesperada em direção à marca do pênalti para, em seguida, realizar um mergulho suicida ERRANDO o soco na bola, que bateu no seu corpo, no corpo do atacante de azul e seguiu lentamente em direção à nossa meta. A agonia foi tremenda, aquela viagem em câmera lenta da redonda até o seu fim, nas redes alvinegras, foi de morrer. Então olhei para o tio Féster que, de amarelo, apitava a partida. Ele também observava o lance, e já sofria uma certa pressão da defesa atleticana em prol de uma falta no nosso arqueiro, mas meio que deu de ombros e apontou pro meio do campo. Por fim, vi todas aquelas pessoas na geral com as mãos na cabeça e me compadeci.

Dessa vez, a culpa foi do Atlético. Uma parte, é claro, cabe aos jogadores que estiveram em campo e perderam uma série de gols. Sem contar as falhas individuais que resultaram nos gols do adversário. Mas a maior parcela cabe à direção que manteve o pior goleiro da primeira divisão no nosso elenco. O cara é cria da casa, mas é ruim, as falhas que ele comete são sistemáticas e primárias, ou seja, ele não tem conserto. Já era! Não sei se por caridade ou por influências externas, resolveram mantê-lo no elenco como terceiro goleiro mas, azarado como o Atlético é, DOIS goleiros se machucam ao MESMO tempo e a meta passa a ser defendida por um cara de 2 metros de altura que não sabe sair do gol. Obviamente, falhas acontecem, o Diego falhou bisonhamente em sua estreia contra o Fortaleza em 2005 e, praticamente, nos rebaixou. Mas o cara se redimiu e provou ser um grande goleiro. O Édson já teve todas as chances e está, praticamente, há duas temporadas nos apavorando com suas saídas desastradas e frangos engolidos. Essa jogada de ontem era pra demitir por justa causa, burra da diretoria se não o fizer.


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20 de ago. de 2009

Sangue nas veias

Depois da rodada de ontem, o Atlético só depende de si para retomar a liderança. O primeiro passo seria uma vitória contra o Avaí esta noite no Mineirão. Jogo difícil, contra um time que está em ótima fase e que tem surpreendido diversos adversários dentro e fora de Florianópolis. Todos nos lembramos do sufoco que foi a primeira rodada na casa deles e acredito que desta vez não será diferente. É o típico jogo para se vencer por 1 x 0.

Com as contusões de Serginho e Márcio Araújo e a suspensão do Renan, estava me perguntando como que o Roth faria para ajeitar o meio-campo para o jogo desta noite. As escalações de Tchô e Renan Oliveira ao lado de Jonílson e Carlos Alberto me deixam um tanto curioso para a peleja. Ambos os armadores são jovens talentosos mas que nunca conseguem render aquilo que a torcida espera. Em campo, o Tchô parece um maldito preguiçoso enquanto o Renan Oliveira parece ter água com açúcar correndo nas veias, ao invés de sangue. Torço para que ambos consigam engrenar o setor de criação do Atlético, que anda pecando sucessivamente, embora meu maior temor é de que sejamos envolvidos pelo meio do Avaí que, neste momento, por incrível que pareça, é um time mais maduro do que o Galo.

A outra atração da noite é a estreia do colombiano Rentería. Depois de uma passagem um tanto irregular pelo Inter, alternando contusões e boas e más atuações, o atacante está de volta ao Brasil e, tomara, ansioso por voltar a jogar. Se marcar um gol esta noite, vira ídolo.

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16 de ago. de 2009

Calma

Corínthians 2 x 0 Atlético

Sem a possibilidade de ver o jogo pela TV, decidi não me torturar vendo bolinhas pipocarem na tela da globo ou do computador. E ter trabalho é bom nessas horas. Sendo assim, só soube do resultado final: derrota por 2 x 0 e queda para o quinto lugar no campeonato. Temos um jogo a menos, mas é contra o Colorado em Porto Alegre e o prognóstico não é dos mais animadores.

Na verdade, o resultado de hoje não foi nenhuma surpresa. Ao ler a lista de desfalques após o jogo contra o Palmeiras já era possível vislumbrar a tarefa hercúlea que seria conseguir um resultado positivo contra um Timão, que não vencia há cinco jogos. Alguns amigos apontam a apatia do Atlético, talvez resignação dos jogadores, outros o cansaço e a má escalação do Roth como fatores preponderantes neste revés. Enfim, não dá para remoer muito este mau resultado pois o segundo turno já começa na próxima quinta.

Um aspecto curioso acerca da campanha alvinegra neste primeiro turno é que aproveitamos a tabela favorável no início do certame e pontuamos muito nas primeiras 10 rodadas. Os últimos seis adversários poderiam consolidar a caminhada alvinegra, mas nas cinco partidas realizadas, nos complicamos: Goiás, Flamengo, Coritiba, Inter (adiado), Palmeiras e Corínthians. Foram 4 pontos em 15 disputados, justamente contra adversários que se candidatam ao G4, exceção feita ao Coxa que, coincidentemente, foi a nossa única vitória.

Quinta-feira iniciamos a nossa caminhada no segundo turno. A tabela é a mesma do turno anterior, embora os adversários estejam com motivações, campanhas e elencos diferentes. A chance do Atlético reside em conseguir repetir a ótima arrancada do início e, no fim, ver o que acontece contra os candidatos ao título. Não podemos desanimar.

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15 de ago. de 2009

Qualquer ponto

Para a maioria dos clubes do campeonato, começou a última rodada do turno. O líder Palmeiras, poderia ter garantido a melhor campanha desta fase, mas acabou empatando com o Botafogo dentro de casa e pode ser superado pelo Internacional e pelo Atlético, ambos com dois jogos a menos.

Esta seria uma ótima notícia, se amanhã não fôssemos a São Paulo enfrentar o Timão com um caminhão de desfalques. Teremos a volta do Tardelli, é verdade, mas a defesa jogará na base do improviso. A única esperança que eu tenho com relação à partida deste domingo é pensar que, devido aos improvisos, o time jogue mais concentrado, errando menos e correndo mais. Caso tenhamos uma tarde inspirada da dupla de ataque, pode ser que saia alguma coisa. Mas, sinceramente, não estou muito otimista. Diria que qualquer pontinho na bagagem seria de grande valia.

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13 de ago. de 2009

Homens e meninos

Atlético 1 x 1 Palmeiras

Conforme havia sido previsto no post anterior, a partida mais importante da rodada do campeonato brasileiro não foi transmitida para a Bahia. Numa tentativa de não compactuar com mais essa exibição de dominação cultural, optei por preparar a minha cama e dormir. Pouco antes da meia-noite acordei e, naturalmente, não consegui resistir e liguei o computador para saber o placar do aguardado jogo. 1 x 1, com um pênalti perdido pelo Renan Oliveira.

Deitei novamente, mas não consegui dormir, remoendo o empate com sabor de derrota. Como um time que se diz candidato ao título deixa de vencer um adversário direto na briga pelo caneco perdendo um pênalti? Liguei a TV ainda a tempo de ver os melhores momentos da peleja: equilíbrio e gols perdidos pelos dois lados. Diego Souza, mais uma vez, deitou e rolou no Mineirão, desta vez em cima do Welton Felipe, na jogada que resultou no gol palmeirense. Marcos falhou no gol de Éder Luís, mas pegou o penal.

O penal, aliás, merece uma análise à parte: tenho muita simpatia e boa vontade com o Renan Oliveira. É cria da casa, é habilidoso. Mas uma coisa fica cada vez mais clara a cada dia que passa: ele não é o jogador decisivo que a torcida tanto espera. É um meia talentoso, mas não tem a capacidade de ser a referência do time do Atlético. Ainda é novo e isso pode mudar, mas vai precisar de ritmo de jogo, de tempo e vontade. Assim, deixar o Renan cobrar a penalidade foi um erro estratégico absurdo do Atlético. Não que o Júnior não pudesse perdê-la também, mas as circunstâncias eram demasiado desfavoráveis ao garoto. E o que foi aquela paradinha? No fim, separou-se o homem do menino.

Voltando ao jogo: a impressão que tive foi que o Atlético, com todas as suas limitações e desfalques, jogou tudo o que podia e estava ao seu alcance. Esse mérito não podemos tirar de Roth e seus comandados. Por outro lado, este sacrifício nos custou uma série de desfalques que transformou a possibilidade de conseguir um bom resultado em São Paulo contra o Corínthians ganhar as proporções de um feito épico, o que nos leva à simples constatação de que o nosso elenco é limitado.

Ainda estamos na disputa pelo título? Acho difícil. Mas, acredito que temos condições de conseguir a nossa melhor colocação da era dos pontos corridos e, quem sabe, terminar entre os quatro primeiros. Depois do desastre no Campeonato Mineiro e na Copa do Brasil, quem poderia imaginar que estaríamos frustrados por termos caído para o segundo lugar?

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12 de ago. de 2009

Haja estômago

Após 12 horas de trabalho cheguei em casa e resolvi não realizar nenhuma outra atividade física a fim de poupar o que me resta de energia para o clássico desta noite. Agora, faltando pouco menos de uma hora para o início da partida, ainda não consegui descobrir se a peleja será transmitida para o interior da Bahia. A Band anuncia que sim, mas o menu da sky aponta o jogaço de bola entre o time misto do flamengo e o reserva do fluminense. A Globo e a sportv também transmitirão o "imperdível" clássico carioca. Houvesse sabido disto outrora, teria descarregado as baterias correndo alguns quilômetros, garantindo uma agradável noite de sono após as 22 horas. Pois bem, agora não temos outra solução a não ser aguardarmos o que o destino nos reserva.

Com relação à partida desta noite, considero que não há um favorito. Acredito que as duas equipes se equivalem e ambas têm desfalques importantes. Não gosto muito da ideia de lançar o Renan Oliveira no ataque, mas o menino tem talento e pode ser uma surpresa. Também tenho péssimas recordações acerca do desempenho de Diego Souza no Gigante da Pampulha. Por outro lado, me anima o fato de o Roth levar um certa vantagem nos duelos contra Muricy: ano passado, embora tenha perdido o caneco, ganhou as duas partidas contra o tricolor paulista.

Enfim, creio que será uma partida equilibrada, principalmente se o porco não contar com um jogador extra em campo. Aliás, quero deixar claro que, em geral, sou contra as lamentações atleticanas acerca das arbitragens. Mas, com relação ao Palmeiras, fui testemunha ocular de pelo menos dois assaltos praticados contra o galo dentro de Belo Horizonte e, por isso, sempre vejo com desconfiança os duelos entre as duas equipes quando há algo em disputa.

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9 de ago. de 2009

Diversas

Faltando apenas a partida do Inter contra o Sport, a ser realizada na noite da segunda-feira, podemos dizer que os resultados das duas últimas rodadas não foram de todo ruins para o Atlético. O empate do Palmeiras com o Grêmio e a derrota do Goiás para o São Paulo deixam a recuperação da liderança nas mãos do galo: se conseguir bater o Palmeiras e o Inter, a liderança é alvinegra. Serão tarefas das mais difíceis, pois são duas das (se não AS duas) equipes mais qualificadas do campeonato e rivais diretos caso almejemos o caneco.

Mas, se as pretensões do glorioso são as maiores possíveis, conforme afirma e reafirma o presidente Alexandre Kalil, é preciso acreditar que esses resultados são possíveis e trabalhar para consegui-los. Mais ainda: os resultados foram bons, mas com dois jogos a menos todo mundo encostou definitivamente no Atlético. Não dá para tropeçar mais, galo. Agora é vencer!

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Quando soube que a partida Atlético x Palmeiras havia sido adiada pela CBF, desconfiei que o houvessem feito para favorecer a televisão. A convocação do Tardelli, no entanto, já me deixou com uma pulga atrás da orelha. Era muita coincidência! Como acabo de descobrir que tanto a TV Bahia quanto o SPORTV vão ter como jogo da noite de quarta o FLAFLU da Copa Sulamericana, a única explicação racional que vejo para o adiamento é a transmissão da partida do Mineirão para o estado de São Paulo. Maldita dominação cultural! Sendo assim, se alguma boa alma souber o porque deste adiamento, peço-lhe que o divulgue para este humilde escriba, que já antecipa os agradecimentos.

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Aqui no alojamento há uma pista cimentada que contorna o terreno e que o pessoal - eu, inclusive - utiliza ao fim do expediente para correr. Ao longo dos seus quase 800 metros há um trecho mal iluminado onde em uma noite limpa, como a de hoje, é possível enxergar a infinidade de estrelas que domina o firmamento.

Hoje, enquanto corria e olhava para o céu, me lembrei de uma noite em 1991 onde, num barco no rio Paraopeba, eu e meu pai, enquanto pescávamos, escutávamos a partida entre Bragantino x Fluminense que decidia o adversário de São Paulo ou Atlético na final do brasileiro daquele ano. Em determinado momento, olhei para o céu e, urbano e pouco viajado que era, manifestei um enorme espanto em relação ao número de estrelas que havia sobre nós. Não sei muito bem porque o meu pai se impressionou tanto com a minha surpresa, a tal ponto que esta se tornou uma de suas histórias favoritas, uma daquelas para ser divulgada nas celebrações familiares nas quais regularmente comparecíamos:

- Uma vez, levei esse aqui pra pescar e quando estávamos no barco, à noite, ele olhou para o céu e disse: "Nó, pai, olha quanta estrela!". Conta aí pra eles!

E então me lembrei que era dia dos pais. Também me lembrei que há muitos anos esse dia passava sem que eu me desse conta. Fica, então, esta singela homenagem àquele pescador atleticano.

E, ah, naquela viagem eu, então com 10 anos, peguei o maior peixe. E não é história de pescador.

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5 de ago. de 2009

Reencontro com a vitória

Atlético 3 x 2 Coritiba

É praticamente impossível conter a ansiedade quando a partida do seu clube é marcada para o fechamento da rodada às 18:30h do domingo. No caso do Atlético, a ansiedade ficou ainda maior após duas derrotas consecutivas, que resultaram na perda da liderança e, para piorar, após a vitória do Palmeiras na abertura da rodada, que colocou seis pontos de diferença em relação ao Galo. Sendo assim, todo alvinegro sabia que, dados os efeitos psicológicos devastadores de um fracasso neste momento, qualquer outro resultado que não fosse a vitória contra o Coxa no Mineirão praticamente sepultaria as ambições atleticanas com relação ao caneco.

As coisas não poderiam ter começado melhores para o Atlético que, impondo um ritmo fortíssimo, com 15 minutos do primeiro tempo já ganhava por 2 x 0: Jonílson e Diego Tardelli marcaram com assistências do Evandro, que havia iniciado a partida no lugar de Júnior. Ainda escutando os gritos da torcida saudando o Tardelli, comento com a minha mulher:

- É, agora já era... O Galo vai fazer picadinho do Coritiba.

Ela, demonstrando sabedoria para a atleticana novata que é, comentou calmamente:

- Acho que não... O time faz 2 x 0 e fica acomodado.

Logo depois, em um escanteio, o Coxa conseguiu diminuir. Deve ser o tal sexto sentido feminino. Apesar disso, o Galo continuou com um maior volume de jogo perdendo gols de todas as maneiras possíveis e imagináveis (sem contar a grande atuação do arqueiro curitibano). O adversário ameaçava com alguns contra-ataques perigosos, aproveitando os espaços deixados pelo meio e pela defesa atleticanos.

À medida que a partida se aproximava do fim, começava a me lembrar da quantidade de resultados entregues pelo Atlético em circunstâncias idênticas ao longo de todos esses anos. "Já vi esse filme..", pensava, mas logo vinha um pouco de otimismo "esse ano tá diferente, vamos garantir os três pontos!". Aos 36 minutos da etapa final, o Coritiba conseguiu enfiar uma bola em profundidade pelo lado direito da defesa atleticana e o atacante, cara a cara com o Aranha, fuzilou, para meu desespero, a meta alvinegra.

Silêncio no quarto. Minha mulher continuou no computador, alheia ao nosso trágico destino.

Sentei-me no sofá, peguei todas as almofadas, coloquei-as no colo e fiquei ali, incrédulo, meditando. Já via o campeonato descendo pelo ralo em direção ao esgoto sujo, como diria meu primo André.

Já passava dos 40 quando, de repente, uma bola sobra na esquerda para o Saci, que cruza a pelota rasteira pela área alviverde sobrando nos pés do Renan Oliveira. O garoto, domina, gira, dá um toque para o lado e solta um petardo estufando as redes de Édson Bastos. Um grito de gol e uma explosão, com palavrões e almofadas voando pelas paredes do quarto! Dessa vez ninguém ficou alheio!

Apita logo, juiz! Porra! Muito alívio...

Esta rodada estaremos de folga, pois a partida contra o Inter foi adiada. O próximo adversário é, portanto, o Palmeiras. Ainda estamos no páreo.

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1 de ago. de 2009

No maior do mundo

Flamengo 3 x 1 Atlético

Com ingressos comprados desde a segunda-feira, passamos toda a quinta-feira torcendo, inutilmente, para que São Pedro colaborasse e fechasse as torneiras. Com a missão de levar um amigo italiano para conhecer o Maracanã, não seria uma chuva teimosa que nos faria ficar em casa.

Após uma longa caminhada debaixo d'água até a estação do metrô, da mudança de linha na Estácio e da correria até às roletas do Maracanã, conseguimos entrar no estádio com os dois times no gramado se preparando para o início do jogo. Demos a volta em todo o anel inferior a fim de chegarmos à torcida alvinegra e, mal nos acomodamos nas cadeiras, o Atlético, após uma roubada de bola do Serginho, consegue anotar o seu primeiro tento com o Éder Luís. Muita festa e animação de todos. Nada melhor do que largar na frente.



GOL!!

Infelizmente, o que vimos após este gol foi um time exageradamente recuado e extremamente afoito na hora de encaixar os contra-ataques. O resultado foi uma pressão incessante do Flamengo que não empatava devido a um misto de sorte alvinegra com a incompetência do ataque flamenguista. Após mais um ataque perigoso, comento com Daniele, meu amigo italiano:

- Rapaz, estamos com muita sorte! Mas não dá pra ficar assim o jogo inteiro... Uma hora a bola entra, porra! Tomara que o primeiro tempo acabe logo!

Daniele faz que sim com a cabeça.

Apesar das adversidades, a torcida ainda apoiava o time sem parar e, quando resolvi sentar um pouco para descansar, levamos um gol numa falha horrorosa da defesa. Léo Moura penetrou pela direita e fuzilou a meta do Aranha. Daniele comenta:

- Falha do goleiro. Foi muito mal na bola.

Ainda tentávamos assimilar o golpe quando o Flamengo marcou o gol da virada. Desânimo total. Me retiro para ir ao banheiro e ao bar. Volto a tempo de ver o árbitro encerrar a primeira etapa. Passamos o intervalo resenhando o primeiro tempo sentados nas cadeiras. Além de Daniele, contávamos com a companhia do Fábio, um amigo gaúcho, gremista, que veio para transmitir o jogo para algum site internacional.


Isola, Weltão!!

Os times voltam, o Galo com duas alterações: saíram Júnior e Serginho, entraram Evandro e Marcos Rocha, respectivamente. O segundo tempo se inicia e não há muita diferença em relação à etapa anterior. Pouco tempo depois Roth substitui Márcio Araújo por Pedro Paulo. Daniele pergunta se a alteração é boa. Respondo que a ideia não é ruim, mas que, considerando-se a peça de reposição, não deve dar em nada. Aproveito para expor a teoria do Mateus que diz que o Pedro Paulo teria um desempenho melhor se a bola utilizada tivesse guizos dentro dela como nas partidas com os deficientes visuais: o homem não tem nenhuma precisão nos arremates! Ainda explicava a tal teoria quando o Flamengo marcou o terceiro, liquidando o jogo.

No fim, descemos para o muro que separa a arquibancada inferior do gramado para tirarmos algumas fotos e o que vimos foi o Pedro Paulo confirmar a teoria do Mateus: recebeu uma bola na grande área e errou o domínio. Com o seu inesperado erro, enganou o goleiro Bruno e, com o gol vazio, conseguiu, espetacularmente, acertar a trave e colocar a bola pra fora. Não precisei dizer nada para o Daniele.

É difícil entender o que está acontecendo com o Atlético: salto alto? Falta de preparo? Racha interno? O elenco sucumbiu à pressão? O time, realmente, pareceu cansado no fim da partida. Mas não posso deixar de reconhecer que correram muito. O problema é correr de uma maneira desorganizada, sempre atrás da bola e não com ela nos pés. Cansa-se à toa e se produz muito pouco. O chato é que a partida não poderia ter começado melhor para o Galo, o que nos deixou muito otimistas, pena que não soubemos aproveitar a oportunidade.

No fim, Daniele fez a sua leitura do jogo:

- O Flamengo jogou pelo Andrade, correu mais, teve mais vontade. O Atlético esteve apático, mas a culpa foi do goleiro. Debaixo do gol ele não pode deixar as bolas passarem daquele jeito.

Domingo o Atlético buscará a recuperação diante de um desfalcado Coxa. Qualquer outro resultado que não seja a vitória selará o nosso destino nesta competição.

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