8 de dez. de 2009

Uma aposta

Houvesse o Atlético contratado o Luxemburgo há cinco anos atrás, estaria aqui neste espaço vibrando e esperando para contabilizar as vitórias. Nesta altura do campeonato, fico com o temor de que o Galo possa ter perdido o bonde da história. É lógico que, no fundo, fica a esperança de que pode dar certo: o homem vem sendo contestado há algum tempo, talvez queira mostrar serviço e nada melhor do que o Clube Atlético Mineiro para demonstrar o poder de um indivíduo de superar o impossível.

A tarefa mais árdua é conseguir mudar a mentalidade derrotista e trágica que está impregnada na torcida. Digo isso porque, para boa parte da torcida alvinegra, o Atlético só não ganhou o Brasileirão 2009 porque é um time azarado e sem estrela, e não porque tinha uma zaga limitada e um esquema marcado pelos principais adversários. A história tem sido cruel conosco, reconheço, e o atleticano nunca deixará de ser um eterno apaixonado, mas a torcida precisa voltar a acreditar e, mais ainda, a enxergar a equipe com um mínimo de objetividade e pragmatismo.

Ainda hoje, em algum portal de esportes, vi Celso Roth dizendo que ao afirmar que ganharia o título brasileiro criou um monstro. A analogia foi perfeita. O problema é que Roth não teve a competência e a experiência necessárias para gerenciar a situação e "domesticar" o monstro. Pelo contrário, o "monstro", ao invés de atemorizar os adversários, colocou um peso ainda maior sobre os ombros de um time limitado, mas que para ser campeão só precisava vencer as últimas três partidas a serem disputadas em casa. O trágico resultado todos conhecemos.

Resumindo: no Atlético o treinador não terá um ambiente sereno e propício para o desenvolvimento de um trabalho "científico", baseado no planejamento, na técnica e na qualidade do seu elenco. Luxemburgo, com o currículo que tem, será mais cobrado do que qualquer outro que assumisse a posição nesta altura do campeonato. Por outro lado, justamente por ser quem ele é, é possível que ele seja o homem correto para ocupar o cargo neste momento. Espero, sinceramente, que ele tenha a serenidade necessária para conduzir a situação e montar um time competitivo, focado e raçudo, porque na hora de decidir, com toda essas emoções represadas no coração alvinegro, vai ter que ser na marra. Deus nos ajude.


7 de dez. de 2009

Fim de festa

Atlético 0 x 3 Corínthians

No post anterior me perguntava o que o Atlético estava preparando para a última rodada após levar um gol olímpico e um gol do meio do campo em partidas decisivas. Apostava em um gol de bicicleta do fenômeno, mas uma suposta contusão o afastou dos gramados para a derradeira partida do timão em 2010. Assim, o Galo resolveu levar dois gols do Souza, que havia anotados outros dois o campeonato inteiro, e um outro do Bill, naquele que deve ter sido o maior "gol de fim de pelada" da história do Mineirão.

O Atlético ainda teve a oportunidade de diminuir o prejuízo em um pênalti ainda no primeiro tempo, mas o ânimo era tanto que quando o Diego Tardelli pegou a pelota e botou na marca, falei para o amigo que estava aqui em casa:

- Ele vai perder.
- Que isso, cara!? Ele quer ser artilheiro!
- Rapaz, eu conheço a minha freguesia. Ele não marca esse gol. Vai perder.

Tardelli corre, para e bate para defesa do goleiro paulista. Já sabendo do roteiro, optamos pelo FIFA 2010 e o campeonato brasileiro acabou assim para mim. No fim, alguém disse pelo Twitter que o Roth havia caído e que pessoas comemoravam na chuva no estacionamento do Mineirão.

É difícil explicar essa queda de produção do time após a derrota para o Flamengo e, como já disse antes, acredito que a maior parte da culpa pode ser botada na conta do Roth, que não soube gerenciar a situação. Por outro lado, a campanha no fim do turno foi quase tão ruim quanto a do returno, quando enfrentamos os adversários diretos pelas primeiras posições. A verdade é que limitações técnicas somadas a problemas psicológicos e a pusilanimidade de alguns atletas (e do nosso treinador, provavelmente) só poderiam resultar em cinco derrotas seguidas e um fim de ano espetacular como esse.