29 de ago. de 2010

Sem princípio ativo

Atlético 1 x 2 Palmeiras

Atualmente, assistir a uma partida do Atlético é uma agonia. Meia hora antes e o sujeito já se sente mal, sabendo que em pouco tempo será submetido a mais uma sessão de 90 minutos de tortura. A tarde deste domingo, é claro, não foi diferente. Embora nesta empreitada a escalação tenha me parecido um pouco melhor (4-4-2, Diego Souza voltando para o meio e Berola e Tardelli no ataque), a equipe não conseguiu produzir. Não consegue produzir porque apesar de contar com bons jogadores no elenco, o Atlético ainda não é um time de futebol. Em alguns momentos consegue ter alguns lampejos, como naquele em que saiu o nosso único tento na peleja mas, de maneira geral, é lento, sem criatividade, sem movimentação e sem espírito coletivo. A culpa dessa bagunça? Podem botar na conta do Luxemburgo, o gerente da parada.

O Galo do Luxemburgo é como um remédio falsificado: tá tudo ali, a embalagem, os comprimidos, tudo igualzinho ao original, só falta o princípio ativo. O resultado é que não liquida os agentes patogênicos e não resolve o problema de ninguém. É isso, temos um time que não é um time, é um amontoado de bons jogadores sem foco ou objetivo em comum. Não faz mal a nenhum adversário.

Neste momento, não consigo achar solução para o nosso problema que não passe pela troca da comissão técnica. Mas a teimosia da nossa gestão (ou uma multa rescisória milionária) nos obrigará a padecer deste mal até que a situação seja insustentável. O Atlético está jogando contra a banca, não tem jeito. Ou tudo ou nada (e, nessa altura do campeonato, o tudo se resume a não cair).

27 de ago. de 2010

Presos à mediocridade

Atlético 1 x 0 Grêmio Prudente
Atlético 3 x 1 Guarani
Santos 2 x 0 Atlético
Flamengo 0 x 0 Atlético

A cada dia que passa fico mais convencido que esta rotina em 2010 que me impede de saber a minha agenda com a mínima antecedência tem sido uma benção quando tratamos de futebol. Na verdade, de todas as partidas listadas acima, consegui ver o gol no último minuto do Ricardinho, o segundo tempo do jogo contra o Guarani e só soube do placar contra o Santos.

Pois bem, após dez dias longe do Brasil, 10 horas de vôo e algumas horas de trabalho, ainda arrumei fôlego para ir ao Maracanã na noite desta quinta-feira. O fiz mais por resignação do que por convicção de que poderíamos, finalmente, iniciarmos a nossa prometida arrancada neste Brasileirão 2010.

Se no ano passado chegamos ao Rio de Janeiro para jogarmos contra o Flamengo como uma das equipes que disputava a ponta do campeonato e que possuía uma boa campanha jogando fora de casa, nesta temporada entramos em campo como o pior visitante, ostentando ainda a pior defesa e o terceiro pior ataque. Bem, pelo menos não estava chovendo.

Céu limpo para Flamengo x Atlético


Com o Flamengo também vivendo uma fase ruim, poucos torcedores se aventuraram a perder a sua noite de quinta no maior do mundo. Sobre a partida, não tenho muito o que comentar. O zero a zero retratou bem o que vimos no gramado: dois times desorganizados, incompetentes ofensivamente e, aparentemente, desmotivados. Destaque apenas para a partidaça do Réver, provando que é um excelente zagueiro.

O que mais me impressiona nesta fase Luxemburgo do Atlético é que chegamos praticamente à metade do campeonato e o time não tem nenhum padrão de jogo. Nosso treinador ainda não conseguiu decidir qual o esquema de jogo que vai adotar, qual o posicionamento de cada jogador e qual a sua escalação ideal. O Atlético hoje não tem saída de bola, perde inúmeros contra-ataques em erros bisonhos de passe e de posicionamento e, com a pelota nos pés, não consegue articular um ataque. Desta maneira, ficamos à mercê do talento individual dos jogadores e este tem sido sacrificado devido aos improvisos do nosso comandante. Diego Souza, por exemplo, melhor meia do campeonato passado, tem jogado de atacante. Ricardinho já chegou a jogar de lateral esquerdo. Enfim, em termos de organização, estamos perdidos.

Mais um contra-ataque desperdiçado

Não sei, realmente, o que falta acontecer para que tenhamos alguma mudança. Até agora não deu pra notar nenhuma melhora no time, nenhum indício de que a má fase pode ir embora.

11 de ago. de 2010

Ironias do destino

Esta vida é engraçada: no ano passado, enquanto brigávamos pelas primeiras posições do Brasileirão, eu tinha que me contentar com a bolinha da Globo, com a internet e, com muita sorte, com o rádio para acompanhar a saga alvinegra. Neste segundo semestre, onde nos especializamos em colecionar derrotas e atuações ridículas, sou presenteado pela tv com terceiro jogo ao vivo em uma semana e meia aqui em São Roque (ida e volta contra o Barueri na sul-americana e Botafogo pelo brasileiro). Não bastasse o jogo ao vivo do Atlético, acabo de descobrir que o ar condicionado aqui do quarto estragou. A possibilidade de uma noite mal dormida é elevada.

7 de ago. de 2010

Sem surpresas

Botafogo 3 x 0 Atlético

Mais uma rodada do Campeonato Brasileiro, mais uma apresentação pavorosa do Atlético e, conforme alertamos no post anterior, o resultado não poderia ser diferente: fomos atropelados pelo Botafogo no Engenhão. O jogo não trouxe nada de diferente em relação às poucas apresentações que vi do clube nos últimos meses: futebol lento, previsível, sem poderio ofensivo e com uma defesa facilmente envolvida.

Como sempre, no início o Galo chegou a dar pinta de que a história seria diferente, detendo a posse de bola e tentando envolver o adversário, mas logo a equipe voltou à normalidade - um amontoado de 11 jogadores - e sofreu os seus habituais gols. A criação alvinegra era tão inócua que, no fim, Joel Santana se deu ao luxo de jogar com 4 jogadores ofensivos e, nem assim, conseguimos incomodar a meta botafoguense. Os 3 x 0 retrataram muito bem a partida.

A verdade é que todo o vigor, todo o entusiasmo, todo espírito coletivo que a gente viu no time do Botafogo, sempre beliscando os jogadores do Atlético, correndo e buscando o ataque, não vimos no Galo. Pode ser o aspecto psicológico, pode ser a física do pão com manteiga (tese favorita do Luxemburgo) como pode até ser uma questão espiritual, mas para mim, hoje, só há uma razão para este desempenho pífio no Brasileirão: o time está mal treinado. Era uma desconfiança, hoje é uma certeza.

Acho que o sofrimento desta temporada está no nível 2008 (em 2005, envolvido com o curso de formação do meu emprego, não acompanhei o campeonato seriamente), o famigerado ano do centenário. A diferença é que naquele ano a gente gastava 1/5 do que gasta nesta temporada. Sinceramente, a continuar nesta toada até a classificação na Sulamericana está ameaçada.

Por fim, deixo alguns dados para os adeptos da tese do azar alvinegro: 13 jogos, 9 derrotas, 25 gols tomados (pior defesa do campeonato). O penúltimo lugar (até amanhã, pelo menos) é merecido.

6 de ago. de 2010

Rotina

Grêmio Prudente 0 x 0 Atlético

Por incrível que pareça, a estreia do Atlético na Copa Sulamericana foi o jogo da rede para o Sportv e pude acompanhá-lo ao vivo aqui de São Roque. Quer dizer, quando cheguei ao alojamento já tínhamos cerca de 25 minutos do primeiro tempo, mas creio não ter perdido nada. O que vi a partir de então foi mais uma partida burocrática da equipe atleticana. É verdade que jogou melhor do que o Prudente mas, convenhamos, isso era o mínimo que o Galo poderia oferecer ao seu torcedor.

A impressão que me ficou depois de ver mais uma apresentação mediana foi a de que o time está mal treinado: não há jogadas ensaiadas, o toque de bola é arrastado e os contra-ataques lentos. A justificativa de que o time está buscando o entrosamento é aceitável até um determinado ponto e nessa altura do campeonato acho que já estamos passando dele. Como já disse anteriormente, as contratações, de uma maneira geral, foram boas: jogadores que sabem jogar bola. Então, qual o problema? Há times mais modestos por aí conseguindo praticar um futebol com objetividade.

Mais do que a questão da falta de entrosamento, a sensação que eu tive foi a de que boa parte do time está desmotivada, sem agressividade e poder de decisão dentro do campo. Talvez seja uma oportunidade para a psicóloga amiga do Luxemburgo entrar em ação, já que a troca de comando parece fora de cogitação para a nossa direção.

Amanhã enfrentaremos o Botafogo no Rio de Janeiro. Se entrarmos com o espírito das últimas partidas as chances de quebrar o tabu de 10 anos sem vitórias na casa do adversário serão reduzidíssimas. Por coincidência, este será o jogo da tv no início da noite de sábado. Só não sei se considero isto sorte ou azar.


3 de ago. de 2010

Devagar e sempre

Atlético 0 x 1 Cruzeiro

O clássico deste domingo foi uma das poucas partidas do Atlético que consegui assistir do início ao fim nesta temporada. E o que pude constatar é que a evolução, se é que houve alguma, está acontecendo em doses homeopáticas. O que vi dentro das quatro linhas da Arena do Jacaré foi uma pequena variação do futebol apresentado pelo Galo nas últimas rodadas do Brasileiro do ano passado: muita posse de bola, muitas viradas e pouca objetividade.

Nosso adversário, que esteve longe de lembrar o bom time comandado por Adílson Batista, conseguiu abrir o placar com um chute do meio da rua do Wellington Paulista e, a partir daí, limitou-se a ficar na defesa durante o restante da partida, conseguindo mais uma ou duas oportunidades no segundo tempo em contra-ataques.

O Atlético manteve a posse de bola e conseguia trocar passes até a entrada da área adversária, mas poucas vezes conseguiu envolver a defesa azul e ter oportunidades claras de chegar ao empate. Péssima tarde de Diego Tardelli, que pouco acertou. Diego Souza, fora de posição e sem ritmo, não viu a cor da bola. Obina, voltando ao time depois de um longo tempo no estaleiro, se limitou a cometer faltas de ataque.

Luxemburgo tem uma certa razão quando afirma que a perda de Daniel Carvalho e Ricardo Bueno prejudicaram a equipe. Acredito que com os dois em campo talvez ganhássemos em mobilidade e, quem sabe, em produtividade no ataque. Por outro lado, foi mais uma má apresentação para a coleção alvinegra sob o comando do professor: oitava derrota em doze partidas. Não seria esta uma estatística preocupante? Não para o comando alvinegro, para quem "O time ainda vai engrenar. As coisas ainda vão acontecer.". Cada vez que ouço uma destas frases, me volta à boca o gosto amargo de 2005, da era Tite e Rodrigo Fabri.

Não há dúvidas de que o Galo contratou muito melhor do que naquela oportunidade e, no papel, o time nem se compara com o de 5 temporadas atrás: Diego Souza e Réver são reforços expressivos e o time ainda conta com três ou quatro jogadores de alto nível técnico. O que está acontecendo então? Parte da torcida credita ao azar a falta de bons resultados. Para mim, depois deste sofrível início de campeonato e, especialmente, após a décima terceira derrota em 16 clássicos, só seria possível dar crédito à falta de sorte se o Atlético fosse uma espécie de Jó do futebol. É muito sofrimento!

A verdade é que o time parece mal treinado. Não posso deixar de reconhecer que a falta de ritmo de boa parte do elenco prejudica o time que, realmente, ainda está em formação. Mas, por outro lado, tenho visto elencos bem mais limitados e com tantas variações e adaptações quanto o nosso conseguindo jogar bola por aí (ou será que o Avaí manteve a base do ano passado, só para ficarmos em um exemplo).

Enfim, amanhã estrearemos na copa Sulamericana, última chance para Luxemburgo mostrar serviço, já que o foco, segundo nosso treinador, não é mesmo o Brasileiro. Da minha parte, se conseguir ver alguma evolução no futebol praticado em campo já ficarei um pouco mais satisfeito.



1 de ago. de 2010

39 anos

Este tem sido um fim de semana de gratas surpresas. Primeiro, meu irmão, que estava de passagem pela cidade na sexta-feira, me presenteou com mais uma camisa do glorioso. Depois, na tarde de ontem, um amigo passou aqui em casa e me deu um exemplar da Placar comemorativa do título brasileiro do Atlético em 71, encontrado em perfeitas condições e adquirido por ele em um sebo da Praça XV, no centro do Rio. Grande presente! Aproveito, assim, este post, para agradecê-los por tão singelas lembranças.


Em um fim de semana de clássico, um presente desses é um bom presságio!

Quanto ao clássico, bem, o Luxemburgo continua escondendo o jogo. A nossa torcida é para que ele, realmente, esteja fingindo que não sabe o que vai aprontar para cima do nosso maior rival e que tenha comunicado ao elenco o que ele espera de cada um, porque a parada vai ser dura. Um resultado negativo no fim da tarde deste domingo deixará o clube e todo o trabalho numa situação muito difícil. Agora só nos resta torcer.

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