27 de jul. de 2010

Só no ano que vem?

Corínthians 1 x 0 Atlético
Atlético 1 x 2 Internacional
Avaí 0 x 0 Atlético

Mais uma semana fora de casa e mais uma sequência de resultados ruins do Clube Atlético Mineiro: 2 derrotas e 1 empate que foi considerado heróico pelo nosso treinador devido às circunstâncias que envolveram a partida (2 jogadores expulsos - Daniel Carvalho e Neto Berola). Embora não tenha conseguido ver sequer os melhores momentos das partidas, as informações que obtive acerca da atuação da equipe não foram nada animadoras.

Confesso que ando muito ressabiado com o trabalho que está sendo desenvolvido. Acho que as contratações foram boas e que o elenco, pelo menos no papel, é o melhor do Atlético nos últimos 9 ou 10 anos. A razão pela qual o time não consegue desenvolver o seu futebol no gramado é que permanece uma incógnita. Acho que Luxemburgo tem exagerado nas modificações de esquema táticos e posicionamentos. Se o time não tem conseguido render num mísero 4-4-2, o que dirá num 3-5-2 e outros esquemas mais mirabolantes.

Ademais, a administração do clube comete um enorme erro ao reafirmar semanalmente que o trabalho é para 2011, que é preciso ter paciência e tudo mais. Concordo que é melhor ser honesto com o torcedor do que iludi-lo com promessas falsas. Mas, existe uma diferença grande entre "não disputar o título em 2010" e ocupar o penúltimo lugar do campeonato após 10 rodadas, com a defesa mais vazada e praticando um futebol paupérrimo após todos os investimentos. E olha que há times com elencos bem mais modestos que o do Galo ocupando posições melhores e realizando partidas consistentes. No fim, o mais engraçado é ver a diretoria ir à imprensa reclamar da ausência do torcedor no estádio. Não é difícil imaginar o que se passa na cabeça de qualquer indivíduo que considera viajar quase 100 km para ver o time em Sete Lagoas:

- Pagar 40 reais num ingresso para ver o time que só vai jogar futebol no ano que vem? Não, obrigado.

Ainda com relação à semana passada, a novidade foi o anúncio da contratação do zagueiro Réver, ex-Grêmio, que estava na Alemanha. Aposta do Atlético para resolver o problema crônico da zaga e, quem sabe, exercer a função de liderança que tanto nos faz falta, nem bem chegou e foi convocado para a seleção brasileira junto com o Tardelli.

Para finalizar, domingo será dia de clássico e oportunidade melhor para o Atlético estrear no campeonato não haverá. Qualquer outro resultado nos deixará numa situação deveras delicada, em especial o nosso treinador. Nestas ocasiões, sempre me lembro do Brasileirão 92, quando ocupávamos a lanterna com um time modesto e limitado e, sob o comando de Vantuir Galdino, acabamos vencendo o clássico por 2 x 0, marcando o início de uma arrancada que nos livrou do rebaixamento. Se a equipe entrar em campo com aquele espírito guerreiro e de raça, poderemos surpreender.

16 de jul. de 2010

Saindo da degola

Atlético 3 x 2 Atlético/GO

Finalmente, depois de mais de um mês de espera, nos sentamos em frente à telinha para acompanharmos o que realmente importa quando o assunto é futebol: o Campeonato Brasileiro. A primeira surpresa foi a escalação alvinegra: nem o 4-4-2, utilizado rotineiramente durante a intertemporada, nem o 3-5-2, especulado pelo nosso treinador. O professor Luxemburgo foi de 4-3-3, com Neto Berola, Tardelli e Ricardo Bueno no ataque. Diante da fragilidade do adversário e das necessidades alvinegras, reconheço que foi uma decisão acertada.

O primeiro tempo foi movimentado, com muitas oportunidades criadas pelo ataque alvinegro que envolveu o adversário e conseguiu anotar três tentos: Tardelli, duas vezes, e Bueno balançaram a rede do dragão. A força ofensiva foi compensada pelos erros da nossa defesa que acabaram por resultar em um gol dos goianos quando o placar ainda era 1 x 0.

Na segunda metade, Luxemburgo sacou Berola e entrou com Fabiano, a fim de proteger o meio que vinha sendo envolvido pelo adversário. A coisa parecia sob controle até que Fábio Costa cometeu uma falha grotesca e deixou o gol livre para Tiuí empurrar a pelota. Já começo a acreditar que a solução é mudar o número da camisa do nosso arqueiro ou alguma outra medida mística do gênero, pois está muito difícil.

A partida ainda marcou a estreia de Diego Souza com a camisa alvinegra e mesmo com o pouco tempo em campo e a evidente falta de ritmo deu para ver que o sujeito tem recursos técnicos e vai acrescentar muita qualidade a equipe. Também foram boas as estreias de Neto Berola e Ricardo Bueno, jogadores jovens, velozes e que, sem dúvida, reforçam o elenco. Alguém se lembrou de Muriqui?

A defesa é que continua a ser o nosso tormento: os dois gols sofridos ontem foram falhas gritantes do nosso sistema defensivo. Jairo Campos está longe de ser aquele zagueiro seguro que foi durante o primeiro semestre e o meio, mesmo com a volta do Serginho, ainda está desguarnecido. Acredito que a possibilidade de evolução da equipe é real, mas ainda teremos que ter paciência. Domingo enfrentaremos o Timão em São Paulo desfalcados de Diego Tardelli e, sinceramente, diante do que vi ontem, um empate terá sabor de vitória.

15 de jul. de 2010

De volta à realidade

Atlético 0 x 1 Ceará

Com o fim da Copa do Mundo 2010, voltamos ao que realmente interessa: o Brasileirão. A nossa despedida antes do torneio na África foi tão melancólica que não tive ânimo sequer para colocar uma nota neste blog. Naquela oportunidade, estava fora de casa e não pude assistir à partida. Mas, como a curiosidade é sempre grande, acabei vendo um pessoal reunido em torno da tv de um buteco de esquina e acabei dando uma conferida na telinha. Naquele exato momento, a tabela do campeonato estava sendo exibida e o Ceará aparecia como líder isolado. Peguei o telefone e liguei para um amigo:

- Como é que tá o jogo?
- 1 x 0 pro vozão
- Alguma chance de recuperação?
- Nenhuma.
- Ok.

Sendo assim, desisti da televisão e prossegui com os meus afazeres, o que acabou se revelando uma decisão muito acertada.

Hoje é dia da reestreia após um mês e pouco de "intertemporada". Durante este período, alguns atletas como Serginho, Obina e Reinaldo se recuperaram e voltaram a fazer parte do elenco. Méndez e Daniel Carvalho chegaram, mas só poderão estrear em agosto. Fábio Costa é mais uma tentativa de livrar o poste alvinegro de peruzeiros e a contratação do Diego Souza foi a maior notícia deste período. O elenco ainda carece de volantes e, provavelmente, de laterais de qualidade - Fernandinho e Macedo teriam condições de resolver esta carência? Tenho minhas dúvidas.

Melhor adversário para o recomeço não poderia haver: o xará goianiense é, talvez, o time mais limitado dentre todos que disputam a primeira divisão. O problema é que o galo vai a campo ainda capenga: os reforços que vieram do exterior, conforme dissemos, não poderão jogar e alguns jogadores ainda não têm condições físicas para os 90 minutos. Luxemburgo chegou a dizer que pode ir de 3-5-2, isso depois de treinar um 4-4-2 por mais de um mês. Dizem que isso se chama planejamento e profissionalismo, espero que estejam certos!