30 de jun. de 2012

Habemus goleiro

Atlético 5 x 1 Náutico
São Paulo 1 x 0 Atlético

Sem conseguir um link decente para acompanhar a partida no Morumbi há duas semanas atrás, acabei abdicando do jogo para ver algum outro da Eurocopa. Acredito que não foi um mau negócio dado o placar adverso. Os relatos dizem que o time esteve abaixo do normal, mas ainda assim tivemos duas chances com o Bernard que acabou não botando a bola para dentro.

Na semana seguinte enfrentamos o Náutico em Belo Horizonte e saímos com um placar elástico que nos levou à vice liderança do campeonato. O Galo pulou na frente logo nos primeiros minutos, ironicamente com um gol de Bernard. O Timbu chegou ao empate após uma falha do Giovani e o jogo ficou equilibrado. Cuca, percebendo que o trem estava ficando feio para o nosso lado, sacou Richarlyson aos 28 minutos do primeiro tempo e botou Serginho para jogar. Irritado, Ricky foi direto para o vestiário. Verdade seja dita: o erro de Cuca é manter o cara como titular ao longo de toda a temporada. Sei que o investimento é alto e que o atleta goza de certo prestígio, mas, sinceramente, não acho que o ex-são-paulino tenha feito uma grande partida pelo Atlético até hoje. Se ele se limitasse a jogar o feijão com arroz, talvez fosse mais útil ao time, mas com esta maldita mania de dar passes de trivela e errar todos os cruzamentos e bolas paradas ele acaba sendo o maior fornecedor de contra-ataques do meio alvinegro. Enfim, nunca é tarde para se corrigir o erro.

O resultado final mostrou que Cuca tinha razão. Embora o juiz tenha assinalado um pênalti maroto a nosso favor, não acho que o Náutico tivesse forças para conter o ímpeto do Atlético. Não sou o maior fã do nosso treinador, mas devo admitir que a equipe montada por ele tem padrão de jogo, é brigadora e, ao contrário das temporadas anteriores, tem demonstrado ser um adversário perigoso. Dadas todas as circunstâncias envolvendo o Clube Atlétio Mineiro ao longo da última década, não almejo pedir mais do que isso. Vamos ver até onde vai todo este comprometimento.

Para terminar a semana, Kalil anuncia que Victor é o novo goleiro do Atlético. Sei que o arqueiro tricolor vinha sendo questionado por sua torcida, mas a reação dos gremistas ao saberem da transação deixa a impressão de que pode dar certo. 3 milhões de euros mais o Werley me pareceu meio caro, mas... Não, não vou cornetar o Kalil desta vez! Sempre achei o Victor um grande goleiro e faço votos que assuma a meta alvinegra para não mais sair nas próximas cinco temporadas.

10 de jun. de 2012

O travessão é justo

Palmeiras 0 x 1 Atlético
Atlético 1 x 1 Bahia

Partidas marcadas para as noites de quarta sempre terão a concorrência da pelada semanal que ocorre no Humaitá. Como o profissionalismo fala mais alto neste momento, acabo acompanhando o desenrolar da peleja através de algum aplicativo de celular. Foi assim que soube da abertura do placar pelo Jô e, já no táxi a caminho de casa, do gol de empate dos baianos. O resumo da partida minuto a minuto indicava que o Galo teve o domínio em campo mas faltou a competência necessária para fazer converter esta superioridade em gols. O jogo acabou com duas bolas no travessão em cabeçadas do jovem atacante Paulo Henrique que determinaram o empate. Na minha opinião, dois pontos perdidos. Na do meu irmão, que viu o jogo ao vivo, o time jogou bem, o adversário achou um tento e, infelizmente, num campeonato longo com o brasileiro, pontos serão perdidos em jogos considerados tranquilos. Como ainda estávamos na terceira rodada, resolvi dar um voto de confiança a este indivíduo e dormi tranquilo. Com o feriadão programado para o fim da semana, receberia a visita da família e verificaríamos in loco se ele estava certo ou errado.

E assim foi. Ontem, às 21 horas de um sábado - impossível pensar num horário "melhor" para um jogo de futebol - estávamos no sofá com o computador ligado na televisão prontos para assistir à partida no melhor "streaming" que obtivéssemos. O jogo começou com uma pressão um tanto desordenada do time da casa e sofremos algum perigo durante os primeiros 10 minutos. Apesar disso, o time esteve tranquilo em campo e, passado o susto inicial, passou a fazer valer o seu melhor futebol. O Palmeiras se limitava a uma jogada: bolas paradas com o Marcos Assunção. Com uma presença melhor em campo, o Atlético poderia ter saído na frente ainda no primeiro tempo se não fosse um gol incrível perdido pelo Bernard, que ficou cara a cara com o arqueiro alviverde e chutou a bola para fora. Ronaldo, o estreante da noite, fez um primeiro tempo discreto mas seguro. Não arriscou muito e, na maioria das vezes, acertou as jogadas que tentou fazer.

Veio o segundo tempo e o Galo logo saiu na frente: Bernard arrumou uma escaramuça na lateral direita do adversário e cruzou com precisão para a conclusão de Jô. Felipão tentou algumas alterações, mas o Atlético esteve melhor ao longo de toda a segunda etapa, chegando a ter dois gols mal anulados pelo péssimo árbitro (um deles após um lançamento de cerca de 40 m feito pelo Gaúcho e finalizado pelo Jô). No fim, repetindo o que nos aconteceu na noite de quarta, o verdão mandou duas bolas no travessão de Giovani, ambas em cobranças de falta de Marcos Assunção. Desta vez a sorte esteve do nosso lado. Vitória justa do Galo e a liderança provisória do campeonato assegurada por uma noite.


Aonde chegaremos com esta dupla da pesada?

O que vi do Atlético até agora me deixou satisfeito. Ainda acho que estamos distantes do ponto de sermos considerados favoritos ao título ou, até mesmo, a uma vaga na Libertadores. A vantagem é que o time tem sido regular - característica essencial neste tipo de torneio - praticando um futebol que se por um lado não é vistoso, por outro é eficiente na defesa e rápido no ataque. Ronaldo teve uma estreia discreta, mas não se furtou a ser uma referência quando houve a necessidade: distribuiu bolas, segurou quando era necessário e participou relativamente bem nos lances de bola parada. Estava tranquilo em campo. Além do futebol, acho que com sua bagagem pode contribuir absorvendo uma demanda que é excessiva da torcida para um elenco jovem como o nosso. Enquanto isso, os traumas das temporadas passadas me fazem contabilizar 35 pontos para nos livrarmos dos riscos de rebaixamento.

6 de jun. de 2012

Eu também o faria

Atlético 1 x 0 Corínthians

Em sua estreia em casa pelo Brasileirão 2012, o Atlético conseguiu uma importante vitória contra o Corínthians. Não ouso dizer que o Galo fez uma grande partida, mas o escrete alvinegro compensou a notória falta de talento com muito suor e disposição e acabou sendo premiado com um gol de puro oportunismo de Danilinho. Alguns dirão que o adversário estava desgastado pelo confronto contra o Vasco da Gama pela Libertadores no meio daquela semana - o que é verdade - mas acredito que, dentro das suas limitações, o Galo fez uma boa partida e mereceu a vitória. Acrescentaria que a postura vista em campo diante de uma equipe decente como o alvinegro paulista, se repetida com regularidade ao longo do torneio, certamente nos garantiria ao menos uma posição no pelotão intermediário do campeonato. Digo "acrescentaria" porque um fato ocorrido nesta semana mexeu com toda a nossa programação. O fato, como todos sabem, se trata da contratação de Ronaldinho Gaúcho pelo Atlético.

Aproveitando-se do rompimento entre o apoiador gaúcho e o Flamengo, Alexandre Kalil puxou primeiro o gatilho e garantiu o ex-R10 na Cidade do Galo. Conhecedor dos rompantes megalômanos e fanfarronices do nosso presidente, que não raro constrangem os atleticanos, acreditei que os relatos de Ronaldo Gaúcho no Atlético não passavam de boato. Para surpresa geral, a contratação foi confirmada no início da tarde, o que fez com que a minha estação de trabalho fosse invadida por mensagens de colegas comentando o assunto do momento.

Depois de muito refletir, cheguei à conclusão de que se as condições para a contratação do Ronaldo foram aquelas divulgadas pelo Atlético, eu também faria o negócio. Não temos outro atleta para a posição e me pareceu que foi uma oportunidade de mercado. É arriscado, eu sei, mas se eu tivesse que selecionar entre Danilinho, Escudero, Mancine e Ronaldinho em uma pelada, não teria dúvidas em escolher o ex-camisa 10 da seleção. O maior risco talvez seja a perda de coesão do grupo mas, com toda a honestidade, depois do que vimos na última rodada do ano passado, não boto fé no nosso elenco em um momento decisivo. Na minha opinião, o Atlético está certo em correr o risco. Vamos ver o que acontece.


Banca de jornal na manhã do dia 05/06

No mais, acrescento que fiquei surpreso com a virulência com que o jogador foi tratado por toda a imprensa carioca (em especial pelos veículos da Globo). Me pareceu uma reação do tipo "mexeu com o Flamengo, mexeu comigo", o que fez com que, da minha parte, surgisse até uma certa simpatia pelo dentuço. Pode até ser que dê errado (acho que as chances hoje são 50%-50%), mas seria um acontecimento e tanto se desse certo.