31 de ago. de 2008

Falta inteligência

Portuguesa 1 x 1 Atlético

O que mais me chateia no time desta temporada não é a falta de categoria do elenco, afinal já estamos acostumados com isso há alguns anos. O pior é verificar a covardia e a falta de inteligência do mesmo. Se o problema é pressão, é melhor buscar outra profissão, ou jogar no Ipatinga.

Na partida desta noite o galo achou o gol na sua única oportunidade e, depois, resolveu assistir a lusa tentar jogar bola porque, sim, o time deles consegue ser pior do que o nosso. Pra tornar a tarefa do oponente mais fácil, desperdiçamos todos os contra-ataques com passes errados no meio-de-campo ou chutões da intermediária. Uma hora os caras acertaram e ficou por isso mesmo.

Uma dúvida: o que acontece com o Renan Oliveira? Aparentemente, o jovem tem talento, mas desde a desastrosa goleada contra o Cruzeiro o seu futebol desapareceu. É mais uma promessa a ser queimada pelo Atlético? E o Tchô? Continua com a mesma displicência de sempre... Achei que pudesse mudar depois da contusão que sofreu durante a pré-temporada, mas foi só uma ilusão.

Pra finalizar: dizer que foi buscar um ponto em São Paulo é fácil, quero ver é arrancar ponto do São Paulo Futebol Clube no Mineirão.

-------------

Só nos resta rezar



Considerando a defesa escalada para o jogo de logo mais contra a Lusa (Édson, César Prates, Leandro Almeida, Marcos, Calixto), só nos resta rogar ao senhor para que não sejamos premiados com mais uma goleada nesta temporada odiosa.

-------

28 de ago. de 2008

É CAMPEÃO!

Atlético 2 x 5 Botafogo

Não esperava muito do Atlético quando me sentei para ver o jogo na noite de ontem. A expectativa de um mal resultado se concretizou com menos de meia hora de jogo quando o Botafogo já havia marcado duas vezes com o Lúcio Flávio, ex-atleticano já xingado tantas vezes aqui nesta mesma página. O problema é que ontem havia apenas um time de futebol em campo, que era o do alvinegro carioca o qual, praticamente, treinou no gramado do gigante da Pampulha, se dando ainda ao luxo de perder um pênalti com o Gil.





Na metade final do segundo tempo a torcida atleticana partiu para a auto-ironia ao gritar olé para todas as trocas de passes do seu próprio time, abafando os cantos da torcida carioca. Em seguida, houve gritos lembrando jogadores de grande talento que vestiram o manto sagrado como o BILU, por exemplo. Finalmente, após o desabafo inicial, o Mineirão explodiu em gritos de "É CAMPEÃO! É CAMPEÃO!", deixando pasmos narrador, comentarista e a torcida adversária, que se calou definitivamente. Pra mim foi um momento de grande tristeza ver que, assim como eu, a maioria resolveu jogar a toalha com esse time e essa direção. Estão conseguindo acabar com a história da instituição.

Aliás, sobre a torcida, tenho ouvido diversas críticas de cronistas e amigos torcedores de outros clubes, que acham a atitude da torcida (vaias, gritos de olé para o adversário, etc) errada e sem fundamento. Eu já fui partidário desta opinião, mas atualmente considero que a torcida atleticana está no direito dela porque nenhum outro clube (exceção talvez feita ao Corínthians) nesse país viveu um jejum tão grande de títulos expressivos e de futebol de qualidade e manteve seus torcedores frequentando os estádios e apoiando a equipe incondicionalmente. O que se passa é que os tabus caíram (Santos e Cruzeiro foram campeões brasileiros, Sport, Fluminense e Flamengo da copa do Brasil) e hoje o Atlético é o clube tido como grande há mais tempo na fila no Brasil. A paciência acabou.




É certo que a situação econômica é deplorável, porém a massa não tem e nunca teve problemas em entender isso. No entanto, o que leva a gestão do clube a prometer uma grande equipe para o ano do centenário, promover festas, shows e lançamentos de camisas horríveis sendo que, claramente, não tem condições para montar uma equipe sequer competitiva? Difícil entender. O fato é que se não cairmos para a segundona este ano já me darei por satisfeito. A saída precoce da Sulamericana deve nos favorecer neste objetivo.

Obs.: As imagens foram capturadas de um super 8 filmado em alguma esquina da rua Bambuí em 1978, início de uma era de hegemonia em Minas Gerais.

-------------

22 de ago. de 2008

Três pontos

Atlético 4 x 0 Atlético/PR

Não há muito o que se cobrar do time do Atlético, desse modo fico satisfeito com os três pontos obtidos esta noite no Mineirão. Não foi uma exibição empolgante, apesar do placar elástico: a defesa continua um show de horrores e o goleiro Édson, apesar da minha boa vontade com ele, é muito fraco. Some-se a isto o fato de o time do Furacão ser o pior que eu já vi desde que entraram no clube dos grandes. De qualquer maneira, uma semana de tranquilidade já nos fará bem. Para finalizar, espero uma exibição digna contra o Botafogo pela Sulamericana no meio da semana.

-------------

19 de ago. de 2008

Atlético = Casa da mãe Joana

Fluminense 1 x 0 Atlético

Com um vôo na ponte aérea marcado para às 17:20 do último domingo, acreditei que poderia chegar a tempo de ver mais da metade do jogo do Atlético contra o Fluminense. Depois de quase uma hora de atraso para o embarque e um vôo tumultado, numa aeronave da Varig com o ar condicionado funcionando precariamente e uma vista panorâmica do Maracanã, consegui pegar um táxi no aeroporto Santos Dumont às 19:15h.

Durante o caminho, ouvindo a peleja pelo rádio do celular, fui atingido por um desânimo profundo e por uma certeza assustadora: assim que me sentasse na poltrona de casa e ligasse a tv, levaríamos um gol. Resolvi adotar uma postura mais otimista e, ao chegar em casa, ao invés de ligar a tv, fui dar uma folheada no jornal - o qual apostava tudo no nosso ginasta trapalhão na China. Depois de me acalmar, me sentei e liguei a tv. Ato contínuo, me levantei e fui pegar uma torrada na cozinha: gol do Fluminense. O resto foi aquela impotência de sempre, motivação zero para correr atrás do empate e a certeza de que o placar seria aquele e que os 20 pontos no bolão estavam garantidos.

Creio que desde as temporadas 92 e 93 não vejo uma equipe atleticana tão sem alma, tão sem garra, tão brochante. Para ser mais preciso, acho que o calvário alvinegro tem uma data para o seu início que foi aquele indigesto 6 x 2 nas oitavas de final do Brasileiro de 2002. Desde então, foram praticamente 5 temporadas lutando para não cair ou caindo (embora, muitas vezes, o espírito lutador do time contagiasse a torcida). Iria até culpar aquele fracassado do Geninho mas, pensando melhor, podíamos colocar até o Felipão treinando o Galo que o resultado não seria diferente. O Atlético é a casa da mãe Joana: ninguém manda, ou quem deveria mandar não aparece, se omite ou é conivente com a malandragem de empresários e lobistas, que fazem o que querem com a instituição. Agora dizem que vão anunciar um meia que vem do Vitória, onde não está sendo aproveitado pelo treinador. Não preciso dizer mais nada a respeito.

Como já disse antes, o lombo do atleticano já tá calejado demais para poder ter um sofrimento legítimo com toda essa situação. Até isso está sendo tirado da torcida, com essa gestão de piada que temos, responsável por esse time fraco e, principalmente, sem espírito e sem condições de despertar o entusiasmo da massa. Se nos salvarmos da segundona já será um grande feito para 2008.

--------

14 de ago. de 2008

No Surprise

Botafogo 3 x 1 Atlético

Depois de muito refletir, resolvi gastar a noite da minha quinta-feira na academia ao invés de enfrentar um trem lotado e um time capenga no Engenhão. A idéia, então, era deixar essa partida para lá e só vir a saber do resultado no fim da noite, depois de comer umas fatias de pizza e tomar um vinho. No entanto, como a lei de Murphy é implacável, a SPORTV transmitiu o jogo para o Rio e, pior ainda, os televisores da academia estavam sintonizadas justamente no canal 39.

No momento em que cheguei às esteiras, já estava um a zero para o Galo. O time até que não jogava mal mas, ainda assim, rezei para que o juiz apitasse o fim do jogo naquele momento. Como não poderia deixar de ser, ele apitou uma falta aos 45 minutos do primeiro tempo e o Carlos Alberto colocou no canto direito do frangueiro Édson. Me dirigi para a outra área e não vi a maior parte do segundo tempo. Cheguei em casa, ligo a tv para saber o placar. Ato contínuo, a bola atravessa toda a área do Botafogo, dois jogadores do Atlético esbarram na pelota e não conseguem botá-la no filó. No contra-ataque é gol do Botafogo: uma bola enfiada no meio da zaga (e sempre tem um palhaço com a mão erguida, pedindo o impedimento), tempo para iludir o goleiro e balançar as redes.

Com 2 x 1 ainda nutria uma certa esperança de superação das adversidades em Belo Horizonte. Mas, como desgraça pouca é bobagem, nos descontos o Tchô resolveu bater uma falta da intermediária lançando a bola na área do Botafogo. A zaga subiu e não voltou, o rebote foi botafoguense, Gil conduziu e tocou para o Carlos Alberto dentro da área limpar o Renan e petecar o terceiro tento. 3 x 1 e o apito final. Amadorismo completo do Atlético Mineiro.

O futebol apresentado não foi dos piores, mas o espírito continua derrotado. E, analisando com toda a frieza, o adversário tinha o Gil e o Carlos Alberto do lado deles, não é lá grande coisa mas é melhor do que qualquer jogador que a gente tenha. E ficamos assim, nessa rotina amarga e sem perspectivas. Pelo menos voltaram a usar a camisa tradicional.

Obrigado, Ziza.

-------

11 de ago. de 2008

Sem novidades

Atlético 0 x 4 Grêmio
Santos 2 x 3 Atlético

Primeiro devo falar sobre o jogo com o Santos. Apesar de ter alardeado no post anterior que o jogo não seria transmitido para a Bahia, para minha surpresa a rede Bandeirantes acabou exibindo a peleja para Salvador. Amigos, pior do que ver o seu time levar dois gols ridículos é ter que aguentar os comentários do NETO ("é só o Santos apertar que ele faz o terceiro, o quarto e o quinto"). De qualquer maneira, o time acabou se recuperando e virando a partida de maneira espetacular, quebrando um tabu de 60 anos sem vitórias na Vila Belmiro. No fim, só faltou ao comentarista garantir que o Atlético era um candidato a Libertadores.

Passada a euforia, enfrentamos o Grêmio no fim da tarde de sábado no Mineirão. Este jogo não acompanhei, mas levamos mais uma goleada. É outro freguês em jogos em BH que se tornou uma pedra no sapato alvinegro. No mais, fica a impressão de que estamos caminhando para a defesa centenária neste ano do centenário: 100 gols levados no campeonato brasileiro.

Esta semana enfrentamos o Botafogo pela Sulamericana e o Fluminense pelo brasileiro, ambos os jogos no Rio. Visto que a possibilidade de sucesso nas duas empreitadas é tão provável quanto uma vitória da seleção brasileira de handball sobre a da Croácia neste instante (está 22 x 10 para os croatas), ficaria satisfeito com um bom resultado contra o Fluzão. Não cair em 2008 será o presente do centenário.

------

5 de ago. de 2008

Um rádio

Atlético 2 x 1 Sport

Encontro-me em Salvador neste momento e sem pay-per-view. Durante a semana estarei condenado a assistir aos seguintes jogos: Goiás x Flamengo na quarta e Figueirense x Botafogo na quinta. Não restará outra solução a não ser acompanhar pelas "bolinhas" da Globo, sinônimo de agonia.

No domingo passado não foi muito difrente, cheguei cedo ao aeroporto e, apesar de termos embarcado no avião com "apenas" 30 minutos de atraso, ficamos aguardando autorização para decolagem durante mais de 40 minutos dentro da aeronave. Deste modo, acompanhei a saga atleticana por um radinho que transmitia a partida entre o xará paranaense e o Botafogo. Não sei se a culpa é da falta de qualidade do mp3 player ou da quantidade de ondas eletromagnéticas que cruzam o aeroporto, mas escutar a CBN era, mais ou menos, como tentar sintonizar a Itatiaia na 040, como já fiz diversas vezes. Entre um pastor e outro, você consegue ouvir uns gols.

No fim, a pilha acabou e nada do avião decolar. 20:10h e comecei a ser consumido pela ansiedade: 2 horas nos céus sem saber qual foi o placar! Pensei em ligar o celular e discar para alguém, mas a ordem para desligá-los já havia sido dada. A paciência logo acabou: pedi licença aos vizinhos, abri o compartimento de bagagem, resgatei minha mochila e, claro, uma pilha carregada que estava disponível. Voltei para o assento e reanimei o aparelhinho. Assim que a voz do comandante saiu pelo sistema de som da aeronave, o locutor começou a falar os resultados da rodada e o do Galo, claro, foi o último. Pelo menos seguramos a vitória. Se conseguirmos anotar 3 pontos em casa em todas as rodadas, tá safo. Foi um vôo tranquilo.

------------

2 de ago. de 2008

Tardes de Domingo



Pode até ser que dê certo com o Marcelo Oliveira, mas na minha modesta opinião, podem colocar até o Mourinho no banco, Kaká no meio e David Villa e Berbatov no ataque que o time não sai dessa situação.



O Sport é um velho freguês (embora haja aquela famigerada goleada por 6 x 0 na Copa João Havelange em 2000 em pleno Mineirão) e o normal seria uma vitória magra no gigante da Pampulha. Que fase, quantas saudades da temporada de 2001, tarde de domingo no Independência, garantia de vitória.

----

1 de ago. de 2008

Cães Raivosos

Vasco 6 x 1 Atlético

Devo confessar que até apostei contra o Atlético no bolão, mas acreditava na possibilidade de uma vitória na noite de quinta. Acabei indo a São Januário com três amigos vascaínos, que apontavam o Galo como favorito.

A chegada foi tranquila, torcidas amigas, compramos ingressos e nos dirigimos para as respectivas áreas reservadas nas arquibancadas. Ainda na porta, estabeleci contato com alguns outros atleticanos e entramos juntos. Os primeiros indícios de que a noite seria pitoresca puderam ser observados ainda na revista que a PM fazia após as roletas: gemidos e gritos chamaram a atenção dos rapazes que foram checar junto a um soldado, que portava um aparelho celular, o que estava acontecendo. Não era nada demais, apenas um filme "educativo" - "o sexto", contado com orgulho pelo dono do aparelho.



Nem bem me posicionei e o juiz deu o apito inicial. Passes errados para lá, passes errados para cá e gol do Vasco numa falha bisonha da defesa alvinegra. O gol de empate veio logo e tive a impressão de que o equilíbrio havia sido alcançado e o time deslancharia. Mas, ao contrário, o time continuou parado em campo vendo o adversário anotar mais cinco tentos e estabelecer o vexatório placar de 6 x 1 antes dos 20 minutos do segundo tempo. A apatia era total, o treinador Gallo ficava parado onde estava, não falava, não agia, não dava mostras de fibra. Talvez movidos pelo senso de amizade entre as torcidas o Vasco resolveu dar uma aliviada, felizmente.

Ao longo de todos esses anos acompanhando o Atlético acredito nunca ter visto um time tão apático e sem gana. É difícil descobrir o que acontece nos bastidores para que esse tipo de atitude seja visto em campo: os salários estão em dia? O Gallo estava sofrendo um boicote? Não faço idéia. A única coisa que eu sei é que a culpa da situação ter chegado aonde chegou é única e exclusiva da diretoria do clube. Não é culpa do treinador e tampouco dos jogadores. O elenco é fraco? Sem dúvida. Mas, quem o contratou foi a diretoria. Idem para o técnico. A verdade é que todo torcedor parte de um pressuposto que é falso quando analisa o desempenho da sua equipe: o de que a gestão do clube é conduzida por torcedores como ele, pessoas de boa fé cujo único objetivo é o sucesso dentro de campo.

Torcer para o Atlético é uma doença incurável, já me conformei e não tenho a menor intenção de agir no sentido de mudar isso. Entretanto, aquilo que eu vi ontem no estádio não foi o time que despertou a minha paixão ainda garoto e que me motiva a gastar cerca de duas horas, duas vezes por semana, na frente da tv ou sentado no cimento. Começa por aquela camisa horrorosa do centenário, continua pela absoluta falta de coragem e fibra dos onze jogadores em campo e do pateta do treinador no banco de reservas e termina na sede de Lourdes onde, supostamente, estaria um presidente (me parece que está de férias no momento) e toda uma fileira de canalhas que se apoderaram do clube e, deliberadamente, impõem um sofrimento infindável aos milhões de torcedores por todo o país. Tenho muita pena da instituição, que acaba ficando manchada pelo desleixo dos incompetentes que a comandam. No entanto, não saí chateado do velho estádio em São Cristóvão ontem, pois não reconheci o Atlético naquele amontoado que vi em campo e que, portanto, não merecia nem mesmo o meu sentimento de derrota.

Outro ponto que merece ser destacado é o fato de a maioria da torcida ter se mandado logo após o quinto gol e eu ter ficado por ali, com uns poucos "gato-pingados" esperando meus amigos vascaínos para irmos embora juntos. De qualquer maneira, o ponto alto da noite estava reservado para o final: no caminho para o portão da saída, um rotweiller da PM atacou um pastor alemão, seu irmão de armas, e apesar da saraivada de chutes na cabeça dados por seu comandante, continuou destroçando implacavelmente o traseiro do seu adversário. O imbróglio só foi resolvido alguns minutos depois com a chegada de um outro soldado armado com spray pimenta, o qual acabou convencendo o cão raivoso a libertar seu oponente.

No portão fui saudado pelos companheiros vascaínos, que se propuseram a me pagar a entrada, o transporte e as bebidas em todos os jogos do Vasco no Rio, pois eu havia trazido boa sorte para o clube. Azar o meu. Aguardemos o domingo.

--------