14 de nov. de 2012

Ponto final

Vasco 1 x 1 Atlético
Coritiba 1 x 0 Atlético
Atlético 1 x 1 Flamengo

É amigos, como já prevíamos há algum tempo o Atlético não teve a competência necessária para manter o ritmo do primeiro turno e acabou superado pelo tricolor carioca na disputa pelo título. Antes de mais nada, é preciso admitir que o Fluminense era realmente o principal candidato a levantar o caneco, possuindo um elenco mais qualificado e uma equipe mais madura do que a do Galo. Por outro lado, não podemos deixar de mencionar que as interferências extra-campo desequilibraram um campeonato que poderia ser disputado até a última rodada.

Não é necessário listar aqui a sucessão de erros de arbitragem, decisões arbitrárias do STJD e interferências da CBF que afetaram negativamente o desempenho alvinegro. Por outro lado, o nosso adversário acabou sendo beneficiado em todos os momentos decisivos deste certame, sem exceção. Talvez esta seja a famigerada "sorte de campeão". Curiosamente, ainda na segunda-feira ouvi um comentário maldoso de um torcedor tricolor dizendo que a arbitragem havia favorecido o Atlético na partida da véspera contra o Vasco e que agora queria ver se a torcida alvinegra ainda teria coragem de se autoproclamar injustiçada. Bem, sejamos honestos: depois que a vaca já tinha ido para o brejo, apitar pênalti ilegal a favor do Galo ou convocar o Fred e o Diego Cavalieri para a seleção não alteram mais o cenário. O futebol não é sério e sabemos disso. E como gostamos é do Atlético e não de futebol, cá estamos novamente debatendo o que não mereceria um segundo de nossa atenção.

Mas, voltando ao assunto, é preciso ter em mente que um time que almeja o título não pode ter o seu desempenho tão afetado por fatores além do seu controle. Passar um turno inteiro sem vencer fora de casa é uma performance para lá de medíocre. Talvez aí acabem entrando o quesito maturidade e uma habilidade de trânsito nos bastidores que a nossa gestão ainda parece não dominar. Pode ser que este prestígio nas esferas superiores venha com o tempo, mas tenho as minhas dúvidas. Enfim, considero o desempenho do Atlético satisfatório e acima de qualquer expectativa para esta temporada 2012 - e esta observação se aplica mesmo se terminarmos em quarto lugar, o que não é de todo impossível.

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Hoje soube da morte do atacante Alex "Capoeira" Alves. Vi o baiano em ação diversas vezes no Mineirão e no Independência: atuando pela Portuguesa naquela fatídica tarde de domingo em 1996, quando fomos eliminados na semifinal do Brasileiro; ostentando a camisa azul quando liquidamos o nosso maior rival em 1999; e com o manto alvinegro nas temporadas 2003 e 2004. Quando esteve defendendo as nossas cores, Alex já não era mais o mesmo. Acima do peso e contestado pela torcida devido à sua passagem pela raposa, teve um desempenho aquém do esperado.

Para ser sincero, minhas duas maiores recordações de sua passagem pelo Atlético são os dois gols que anotou numa partida horrível contra o Grêmio no Mineirão e um especial no Globo Esporte que o apresentava como um metrossexual e que resultou numa ligação do Mateus me perguntando se o Galo não tinha "assessoria de imprensa" para evitar aquele constrangimento. O que me motiva a escrever aqui então é o fato de que é sempre estranho saber que alguém que você viu surgir nos gramados e que acompanhou nos estádios ao longo de tantos anos se foi. Alguém da sua geração. E esse troço te deixa a certeza de que a vida é curta demais.