5 de set. de 2013

A volta da corneta

Atlético 2 x 2 Fluminense
Goiás 0 x 0 Atlético
Atlético 2 x 2 Botafogo
Atlético 2 x 1 Portuguesa

Qualquer torcedor que esteja assistindo às partidas do Atlético regularmente já entendeu que a equipe, após conquistar a América, resolveu se dar férias e só voltar a jogar bola no longínquo mês de dezembro. Durante o jogo de volta contra o Botafogo pela Copa do Brasil, o time ainda teve lampejos daquele futebol empolgante exibido ao longo do último ano e meio mas, fora isso, as exibições foram dignas de dó.

Reconhecemos que os jogos finais do torneio continental foram totalmente insanos e que era natural que após a épica conquista a performance caísse. Até aí tudo bem, o problema é que percebo que há uma acomodação generalizada com a situação, resultando numa falta de compromisso que nos fez jogar pelo empate contra o Goiás e o Náutico, por exemplo.

Além disso, me parece que o Cuca Belludo ainda não entendeu que a vida voltou à normalidade e que não precisamos ir à campo com cinco atacantes, dois volantes, um lateral e dois zagueiros como fizemos na noite de ontem. Um determinado desfalque passa a ser razão para alterações em quatro ou cinco posições dependendo do humor do nosso treinador. O resultado tem sido um time desequilibrado, que parte desesperadamente para o ataque e deixa o sistema defensivo vulnerável, sofrendo gols dignos de pelada. É curioso notar que tanto o Botafogo quanto o Fluminense tiveram duas oportunidades claras de gol ao longo de toda a partida e anotaram os dois tentos.

Os jogos contra o alvinegro carioca, aliás, nos mostraram o quanto o fator sorte esteve do nosso lado na Libertadores: se no Mineirão o atacante paraguaio caiu após driblar Victor e na Argentina Rafael Marques salvou uma bola em cima da linha, no Maracanã e no Independência a bola batia em alguém no meio do caminho e entrava na nossa meta. Mas deixemos o azar para lá, porque no fim das contas o negócio foi bom demais para a gente.

Enfim, espero que Cuca faça uma reflexão e procure trazer o equilíbrio de volta para o time. Que se lembre de que quando lutava contra o rebaixamento, as coisas só passaram a melhorar quando ele conseguiu calibrar a defesa, que foi a melhor do returno até o fatídico clássico na última rodada. A nossa filosofia ofensiva só vinha funcionando porque tínhamos uma retaguarda sólida.

No mais, nesta era de tantos feitos incríveis no futebol mundial, não me assustarei se o Botafogo levantar os dois canecos no final do ano (o que, diante das atuais circunstâncias, talvez não fosse de todo mal).

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