29 de set. de 2009

Grande partida

Atlético 3 x 1 Santos

Sendo um pessimista nato, foi para surpresa dos companheiros de arquibancada que, ainda no caminho para o Mineirão, expressei meu bom pressentimento com relação à partida contra o Santos. Alguns não estavam tão confiantes, embora estivessem conscientes de que qualquer resultado adverso na tarde daquele domingo nos relegaria ao limbo do campeonato. Depois de acompanhar o clássico paulista na telinha de um celular alheio nos dirigimos para os portões do Mineirão e foi neste momento que vaticinei: "vai ser 3 x 1 pro Galo". Mateus, homem amargurado que é, retrucou: "sei não, esse aí é jogo para 1 x 0, 2 x 1, vai ser difícil".

Superada a confusão inicial para passar pelas roletas, chegamos às arquibancadas com o time do Santos já em campo. Mal nos sentamos, começou o primeiro tempo. Sinceramente, não me lembro de 15 minutos iniciais tão avassaladores do Atlético. Talvez, na temporada 2001, nas partidas que mandamos no Independência. O primeiro tempo terminou sem nenhuma chance de gol para o Santos e o 1 x 0, gol do Evandro aos 5 minutos, ficou muito barato para o peixe.

O alvinegro praiano esboçou uma reação no início da segunda metade: voltou dos vestiários com duas alterações (Germano, um dos favoritos do Levir Culpi em sua última passagem pelo Galo, era uma delas) e com o ânimo renovado para buscar o empate. Para azar do Luxemburgo e seus comandados, o Fabão cometeu uma falha bisonha e o Éder, oportunista, roubou-lhe a pelota e correu em direção a área onde o zagueirão, sem outro recurso, o derrubou. Pênalti que Tardelli, calmamente, converteu. 2 x 0. 15 minutos depois, quando o Santos começava a se recuperar do golpe, Correa driblou três adversários e meteu, com maestria, uma bola em profundidade para o artilheiro do Brasil, que só desviou do goleiro e correu para o abraço. 3 x 0 e festa garantida. Por volta dos 35 minutos, a zaga, que até então havia tido uma atuação impecável, deu uma cochilada e o Kléber Pereira deixou o dele. 3 x 1, e a profecia estava cumprida.


Correa: precisão milimétrica no passe para Tardelli

É certo que o Santos não é aquele das temporadas anteriores, mas o Galo não deu nenhuma chance aos paulistas. Jogou com autoridade, impôs o seu ritmo de jogo dentro de casa e liquidou o adversário com enorme frieza. Pode não ter sido a melhor atuação no ano, mas foi a melhor que eu presenciei e isso é, deveras, animador. Foi muito bom ver a defesa atuar com segurança e o meio de campo pegador com Jonílson, Correa e Márcio Araújo não dar sossego aos santistas. Grande partida do Éder Luís, que comprovou ser o parceiro ideal para o Tardelli, que dispensa comentários.

Neste momento, a torcida está se perguntando: "onde podemos chegar?". Acredito que "Libertadores" parece uma resposta mais realista, mas nesse campeonato marcado pela irregularidade, creio que nem o título é impossível. O mais importante, neste momento, é manter a pegada: há algumas rodadas o Inter fez excelentes partidas contra o Goiás, o Avaí e o próprio Atlético, e agora ensaia um retorno ao modo Tite de jogar. O mesmo pode ser observado em relação ao São Paulo, Corínthians e até ao Grêmio. O Goiás segue realizando uma campanha bastante consistente, mas não me espantaria se o Palmeiras desse uma caída nas próximas rodadas e permitisse a aproximação dos rivais. Se o Galo conseguir ser diferente, ou seja, emplacar uma série de vitórias, chega junto para decidir nas últimas rodadas, quando enfrentará Goiás, Flamengo, Inter, Coritiba, Palmeiras e Corínthians.

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