7 de set. de 2009

Relembrando 2006

Santo André 1 x 2 Atlético

Ao longo de todo o final de semana me lembrei da lendária "invasão de Santo André" em 2006 quando, ainda na segunda divisão, o Atlético consolidou a sua arrancada rumo ao título daquela temporada com uma vitória contra o Ramalhão por 2 x 1.

Na esperança de que aquela partida antológica servisse de inspiração para o escrete alvinegro em 2009 e nos ajudasse a por fim ao incômodo jejum de vitórias, aguardava com ansiedade o início da partida. Sem técnico, pois Alexandre Gallo havia pedido demissão no meio da semana, com poucos torcedores e sem maiores pretensões no campeonato, o Santo André era o adversário ideal para o momento enfrentado pelo Galo. Mas, atleticano que sou, sabia que tudo poderia acontecer.

O Atlético, ainda com uma série de desfalques importantes, em especial no meio de campo, promoveu a estreia do zagueiro Jorge Luiz e manteve a dupla de ataque que entrou em campo contra o Inter, na quarta passada: Tardelli e Rentería. Coube ao colombiano a melhor chance atleticana no primeiro tempo com um chute que, após ser desviado pelo zagueiro do Santo André, acabou batendo na trave e saindo. Tardelli também acertou um bom chute após grande jogada de Rentería pelo lado direito do ataque alvinegro, mas a bola saiu pela linha de fundo. O ponto fraco do Galo era a defesa que não ganhava uma bola sequer pelo alto e insistia em rebater a pelota para o meio da área.

O segundo tempo começou sem grandes diferenças em relação ao primeiro, a novidade foi a presença de Evandro no lugar do Renan Oliveira. O Galo ainda levou um certo perigo ao gol andreense, mas pecava muito na saída de bola e começou a sofrer uma certa pressão do adversário aumentando, consequentemente, a angústia de todos aqueles que acompanhavam a pendaia pela telinha. Com Alex Bruno amarelado e perdendo, praticamente, todas as bolas (o "gigante" Marcelinho Carioca conseguiu cabecear três bolas na pequena área atleticana), comecei a ser invadido pelo pessimismo: "Se levarmos um gol, acabou". Roth, então, sacou Rentería e colocou Éder Luís, que aumentou a força do ataque.

Mais um lance de perigo do Ramalhão, bola cruzada na área, cabeçada e defesa milagrosa do Bruno. "Isso garoto!!", pensei. A bola sobra do lado direito do Santo André, o lateral executa uma firula e cruza, Bruno, numa falha Edsoniana, sai do gol e solta a bola, Alex Bruno erra a cabeçada e Wanderley toca para o gol. Eram 35 minutos do segundo tempo e meu estômago faz voltas. Roth mexe novamente: saca Alex Bruno, entra Pedro Oldoni. É isso aí, espera levar o gol pra tirar o desgraçado! É um maldito covarde!!!

Devo reconhecer que a entrada do Éder deu uma outra dinâmica ao ataque. O banco deu uma dose extra de energia e vontade para o nosso veloz atacante, que conseguiu arranjar a expulsão de um meia do adversário e nos devolver as esperanças. E foi o próprio Éder que recebeu uma bola do Evandro, girou e fuzilou a meta do Ramalhão, empatando o jogo aos 42 minutos. Permaneci em silêncio, ainda um tanto cético, mas resolvi me sentar para acompanhar os minutos finais. O árbitro aponta 4 minutos de acréscimos e a serenidade vai pro caralho: "vamos, porra!!!". Aos 47 minutos Carlos Alberto recebe na direita e acerta seu ÚNICO cruzamento em TODO o jogo. Acompanho a bola viajando em slow motion, vejo o Tardelli subir livre e dou um berro: "FAAAAZ, PORRAAAA", o artilheiro do Brasil confere enquanto grito todos os palavrões conhecidos socando o chão. O minuto seguinte foi de pura ansiedade, mas o Santo André não tinha mais forças. Vitória alvinegra.


Tamo de volta

Vitória importantíssima, não há como não admitir. Sem vencer há sete rodadas, o Atlético havia saído da liderança para o sétimo lugar do campeonato e as perspectivas eram um tanto sinistras. O que o torcedor, entretanto, não pode deixar de reconhecer é que nessas últimas sete rodadas o Atlético foi extremamente regular, praticando um futebol abaixo da crítica, sem velocidade no meio de campo e com uma fragilidade defensiva capaz de tornar a bola mais inofensiva em perigo de gol. A pífia campanha no segundo turno não é produto do acaso e a vitória de ontem foi conseguida na base da vontade e da maior qualidade dos nossos atacantes diante da defesa adversária. De qualquer maneira, a pressão da má fase se foi e entraremos mais tranquilos em campo para enfrentarmos o xará paranaense no próximo domingo.

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