31 de ago. de 2012

Os poderes do inconsciente

Atlético 2 x 2 Ponte Preta

No post anterior escrevi que a minha preocupação após o clássico era maior em relação ao aspecto psicológico da equipe do que aos dois pontos levados pela arbitragem. Os minutos inicias no Independência na noite de quarta-feira me trouxeram uma certa tranquilidade: gol marcado e boa atuação da equipe, que conseguia manter a posse de bola e criar situações de perigo. Ao longo da primeira etapa o desempenho foi caindo e começamos a tentar a ligação direta da defesa para o ataque. A Ponte, limitada mas bem treinada, ensaiava alguns contra-ataques e numa saída de bola errada nos minutos finais o ataque da macaca conseguiu pegar o nosso miolo de zaga desorganizado e empatou a peleja.

O segundo tempo começou com uma alteração um tanto insana do Cuca: Guilherme no lugar do Serginho. Com Leandro Donizete, solitário e amarelado no meio de campo, comecei a temer pelo nosso futuro. Aos 10 minutos, no entanto, o mesmo Guilherme anotou o segundo tento atleticano e trouxe, mais uma vez, a tranquilidade para o estádio. Ainda tivemos algumas oportunidades, mas Jô não estava numa noite inspirada. A Ponte partiu para o desespero e Cuca, inexplicavelmente, sacou Escudero e Jô e entrou com Neto Berola e Leonardo. O gramado do Gigante do Horto virou uma espécie de pinball gigante, com a bola sendo constantemente rebatida por nossa defesa. Aos 38 não teve jeito, Guilherme perdeu uma dividida no meio, Cicinho arriscou e a bola desviou em Leandro Donizete enganando Victor e determinando o empate. O Atlético ainda chegou perto do terceiro gol, mas era tarde demais.

É inegável que o resultado foi tremendamente frustrante para o torcedor, mas o que mais me decepcionou foi a entrevista do nosso comandante após a partida. Resumidamente, ele disse que nada deu certo naquela noite, que foi como o jogo contra o Bahia no turno e que aquela era uma semana difícil porque era complicado motivar o grupo após o empate no clássico com um gol ilegal no último lance. Pronto, o espírito derrotista estava de volta! Devaneando naquele momento de irritação, conjecturei que o inconsciente do senhor Belludo o tenha levado a bagunçar a nossa meiuca para que ele pudesse usar a desculpa do gol ilegal validado no clássico.

Sinceramente, não havia nenhuma razão para desespero na noite de quarta-feira: estivemos na frente durante a maior parte do jogo, apresentávamos um bom futebol até as desastrosas alterações e, definitivamente, o time não me pareceu nem um pouco abalado com o resultado do clássico. Assim, fica difícil entender porque o sujeito resolve revolucionar uma estratégia que vem dando resultados desde a metade do segundo turno do ano passado no meio de uma partida que era importante, mas não decisiva, contra a digníssima Ponte Preta. É preciso ter a cabeça no lugar e apostar tudo quando for conveniente apostar. Os 2 x 1 nos garantiriam mais duas rodadas na liderança.

Com partidas no meio e no fim de semana, fica difícil manter os comentários em dia. É futebol que não acaba mais! Domingo enfrentaremos o Corínthians em São Paulo e teremos a obrigação de pontuar. O time jogará completo e espero que consiga mostrar o seu melhor futebol. E Cuca, meu filho, esfria essa cabeça e volta a confiar na sua filosofia. Se for para perder, que pelo menos seja de maneira coerente!

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