1 de nov. de 2009

Sem ilusões

Fluminense 2 x 1 Atlético

Sabendo que a partida estava marcada para as 21 horas no Rio de Janeiro, optei por uma boa noite de sono ao invés de passar a madrugada procurando um link para acompanhar o Atlético. Alguns poderão pensar que não passou de pusilanimidade da minha parte, mas considerando que as últimas partidas do Galo no Rio foram marcadas por apresentações sofríveis e, coincidentemente, pela minha presença nas arquibancadas, o fato de eu estar tão longe do maior do mundo naquela noite me trouxe uma certa confiança e dormi tranquilamente.

No manhã seguinte, acordei espontaneamente por volta das 6 horas e, como era de se esperar, liguei o computador apenas para descobrir que havíamos sido derrotados por 2 x 1 e que o desempenho da equipe havia sido abaixo da crítica. Havia também, em minha caixa postal, um email do meu irmão desabafando e me comovi ao imaginar a agonia de tão dileta figura ao acompanhar a pendaia pela telinha. Obviamente, preferi não ver os gols e nem ler as demais notícias já que a rodada foi ruim. Na lista de discussão, todos foram unânimes em culpar o Jorge Luiz pela derrota.

Após mais este revés, concluí que a conquista do título é um sonho muito distante. Digo isso porque embora o Atlético tenha chegado na reta final com chances reais de disputá-lo, a irregularidade do time demonstra que a equipe não está pronta para a conquista do caneco. Pode até ser que ele venha, caso os adversários também sejam irregulares mas, convenhamos, isso seria produto de uma conspiração universal a nosso favor, algo que jamais vi ao longo dos meus 32 anos de vida. No fim, é provável que tenhamos que nos contentar com a nossa melhor campanha na era dos pontos corridos, com ou sem vaga na Libertadores.

Pois bem, após esta reflexão, aproveitamos a manhã ensolarada de sexta-feira para fazermos uma visita ao estádio do Real Madrid, o Santiago Bernabéu. Embora o bilhete para a visita custasse a bagatela de 15 euros (mais caro que a entrada para qualquer museu europeu), a fila na bilheteria já dizia muito sobre o prestígio do clube madrilenho. A fila, aliás, apresentava uma fauna deveras interessante: fãs de futebol, vestidos com camisetas de outros clubes europeus, famílias e jovens casais onde a moça, invariavelmente, estava de braços cruzados e com uma expressão nada ambígua na face demonstrando absoluto tédio e desgosto por estar naquele templo do futebol.


O troféu Ramón de Carranza merece lugar de destaque

A visita mostra, na prática, aquilo que a maioria dos fãs de futebol já sabe: o sucesso do clube merengue é produto de uma combinação de eficiência dentro das quatro linhas com uma ação extremamente agressiva de marketing que, embora não tenha me comovido nem um pouco, produzia um efeito bastante impressionante nos visitantes que se esbaldavam tirando fotos com a companhia virtual dos craques do time, comemorando a conquista das taças, etc, tudo devidamente cobrado no fim.

Testando a câmera voadora

O estádio, de fato, é muito bonito e causa enorme impressão. Mas, no fim das contas, fiquei pensando que toda aquela estrutura sofisticadíssima era concebida para um espetáculo, um mega evento da indústria do entretenimento e que isso, talvez, passe um pouco longe dos sentimentos que me levaram a ser um torcedor de futebol e a querer estar nas arquibancadas sempre que possível.

"Vomitorio" não tem nada a ver com o fato de venderem bebidas alcoólicas no estádio

3 comentários:

Chris Becker disse...

Quanta injustiça com as moças, solícitas companheiras de seus parceiros fanáticos por futebol!

LF disse...

Foi apenas uma observação. Também existem aquelas sagazes e inteligentes que conseguem absorver a parte boa da visita. Havia uma lá, inclusive. :)

Deinha disse...

que romântico este blog. <3

Arquivo do blog