8 de nov. de 2009

Failure

Atlético 1 x 3 Flamengo

Failure is always the best way to learn,
retracing your steps 'til you know,
have no fear your wounds will heal.

Failure, Kings of Convenience



Quando, no post anterior, disse que tanto o clube quanto a torcida deveriam deixar de lado os embates do passado contra o rubro negro carioca, o fiz por temer que, emocionalmente, os efeitos fossem mais prejudiciais do que vantajosos ao Atlético. Havia três razões para isso:

Em primeiro lugar, porque levamos a pior na maioria dos encontros daquela época (embora tenhamos perdido a final de 80 e sido eliminados em 81 e 87, eliminamos o urubu em 86, mas isso é, convenientemente, esquecido) e ficar lembrando dessas coisas não faz bem. Em segundo lugar, porque proporciona à rede globo a oportunidade de mostrar durante o "show do intervalo" que Reinaldo quase foi jogar no Flamengo e, pior ainda, encerrar o referido show com o ídolo atleticano vestindo a camisa do nosso maior rival. Poderíamos ter passado sem essa. E, finalmente, porque mesmo que a FIFA, a CONMEBOL, a CBF, o Vaticano, o Lula e o clube carioca reconheçam as injustiças daquela fatídica partida no Serra Dourada e façam um pedido formal de desculpas ao Galo, o troféu ainda vai permanecer na Gávea. Então, a melhor coisa é esquecer este troço e seguir em frente.

Pois o que aconteceu no Mineirão esta tarde parece ter um pouco a ver com esse "clima" criado pela imprensa e reverberado pela torcida resultando em pérolas do tipo "se fizer um gol, vou comemorá-lo como o Reinaldo", dita por nosso artilheiro. Confesso que quando li isso fiquei deveras preocupado com o resultado da partida da tarde deste domingo. "Aonde querem chegar com isso?", pensei. Já não bastava a pressão de chegar à liderança e tentar ganhar um título que almejamos desde 1971?

Quando liguei a tv, a partida já havia começado. Vi o Carini preparar a cobrança de um tiro de meta e fui ao banheiro. Não deve ter passado um minuto e ouvi o grito de gol. Gol olímpico do Petkovic. Olímpico! Nunca havia visto o Galo levar um gol desse tipo. E, por deus, como esse tiro de meta havia virado um escanteio? Depois disso, ao invés de alguém pegar a bola no fundo da rede e acalmar os companheiros, o time baixou a cabeça e não conseguiu manter o equilíbrio. Já dava pra perceber que a tragédia estava desenhada. No fim do primeiro tempo Maldonado, num contra-ataque, anotou o segundo tento rubro negro. O pessimismo aumentou quando Éder Luís roubou uma bola do Ronaldo e tocou a pelota para Correa, sem goleiro, bater por cima do gol. Nessa hora, joguei a toalha.

Atormentado por uma terrível dor de cabeça que, misteriosamente, me atacou no dia de hoje, acompanhei o segundo tempo aos pedaços e embora tenhamos começado a segunda metade de maneira animadora, chegando a marcar um gol com Ricardinho, a equipe não conseguiu ser produtiva a ponto de atacar o Flamengo com perigo. Alterações foram feitas e Andrade levou a melhor, pois Fierro cruzou e Adriano fez o terceiro dos cariocas, liquidando a partida e, muito provavelmente, as nossas pretensões neste certame.

O resumo é que, infelizmente, o Mineirão lotado pareceu ser um caldeirão para a equipe alvinegra que, nervosa, mantinha a posse de bola mas não conseguia chegar com perigo à meta do Bruno. Ganhando todas as divididas na intermediária, principalmente com Aírton e Willians, contando com uma dupla de laterais melhores do que os nossos, o Flamengo sempre contra-atacou com perigo e venceu o jogo porque foi melhor e mais inteligente.

O mais chato é perceber que nesta altura do campeonato ainda falta maturidade ao time. Pode até ser pedir demais querer que o Atlético fosse uma equipe equilibrada e pronta para vencer após, praticamente, uma década de tormentos e humilhações, mas o fato é que as oportunidades surgiram e me pareceu um pecado muito grande não termos sabido utilizar a torcida e uma cruzada de quase 40 anos como motivação para jogarmos tudo o que podíamos contra todos. É uma pena.

4 comentários:

Unknown disse...

Irrepreensível LF!

Um abraço,
Flavio

Anônimo disse...

Ninguém hoje sabe jogar na pressão, e a pressão pro Galo é a maior de todos.
Falta malandragem, saber usar o fator campo também depende dos jogadores. Eu, que sou tricolor (Imortal), só quero um volante prá fazer tremer o advarsário, só isso e me basta!
Marcos V.

Unknown disse...

oi! mais um pouquinho e vc deveria ganhar uma cadeira no pós de psicologia do esporte :P. eu acompanhei o jogo pelo grito dos vizinhos, todos do Flamengo.

LF disse...

hahahaha

Desse jeito vou começar a pleitear uma vaga no IWL (Instituto Wanderley Luxemburgo - Universidade do Esporte). :D

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