Atlético 0 x 1 Internacional
Um dos aspectos mais irritantes relativos ao Atlético é que "imprevisibilidade" é uma palavra que não faz parte do dicionário alvinegro. Em geral, 10 minutos de jogo são necessários para que um torcedor com um pouco mais de experiência descreva o roteiro dos 80 minutos restantes. Ontem não foi diferente. Até que a saída de bola ensaiada deu uma certa esperança, mas o que se viu depois foi uma sequência de oportunidades coloradas que acabaram resultando no gol. Tento, aliás, que não vi. Quando Alecsandro tentou encobrir o Welton, percebi que a bola não entraria e me sentei, comentando com o meu vizinho:
- Ainda bem que o atacante deles é ruim.
Olhei, então, para o campo e vi os jogadores do Inter comemorando.
- O que houve??, pergunto
- Foi gol, porra!
Dali em diante, nada aconteceu. O Mário Sérgio ainda tentou facilitar as coisas para a gente, sacando D'Alessandro e Alecsandro, mas não tivemos volume de jogo para superar a defesa colorada. Observando o desenrolar da partida, comecei a me lembrar daqueles mosquitos que tentando alcançar o lado de fora da casa se chocam contra o vidro de uma janela fechada e, ao invés de buscar uma saída alternativa, gastam até a sua última gota de energia lutando contra o vidro e morrendo no local. Este era o ataque do Atlético na noite de ontem.
Já antevendo o fim da história, ainda tentei convencer o meu irmão a abandonar as dependências do estádio antes do apito final para, pelo menos, evitarmos a confusão e o engarrafamento do lado de fora, mas não fui convincente em minha argumentação.
Não vou discursar sobre o caráter derrotista da equipe porque já gastei posts demais falando disso. Falaria sobre como a torcida tem mudado neste século XXI e que, curiosamente, faz festa antes da partida e permanece calada após o apito inicial, apenas se manifestando para vaiar alguns jogadores, mas este será assunto para uma outra oportunidade.
Para finalizar, um fato e uma recordação: a tabela do Atlético concentrou um grande número de confrontos diretos pelas primeiras posições para as últimas rodadas do turno e, obviamente, do returno. E como foi o nosso desempenho no final do primeiro turno?
* em casa: vitória sobre Coritiba, empate contra o Palmeiras e derrota para o Goiás.
* fora de casa: derrotas contra o Flamengo, Inter e Corínthians.
Ou seja, as coisas não andam muito diferentes do que naquela época e dentre as explicações possíveis, destaco três:
1. Somos, de fato, piores do que as equipes que, neste momento, estão lutando pelo título (muito embora tenhamos derrotado o tricolor paulista 2 vezes).
2. Houve uma falha de planejamento, a equipe atingiu o seu ápice antes da reta final e a produtividade caiu nos jogos decisivos.
3. A equipe e a comissão técnica sucumbiram às pressões externas e internas para a conquista do título e não conseguiram corresponder, resultando no que é popularmente conhecido como "falta de colhões".
De qualquer maneira, independente da explicação, para mim já era. Agora é pensar em 2010.
9 comentários:
Cara você se esqueceu do fator Celso Roth: ele é freguês do inter, inveterado.
Pode ser, a dúvida é se ele tirou água de pedra o campeonato inteiro ou é um maldito fracassado!
Isso, só 2010 dirá, pois já renovaram o contrato do dito. :)
Ontem fui almoçar no centro do Rio e a maldita partida era repetida em duas telas, no canal 39. Como a maioria da mesa não entendia nada de futebol, queria trocar de canal. Então, me voluntariei a falar com a dona.
O procedimento padrão me foi resumido na frase: "Aqui, só passamos esporte". Argumentei que a platéia não estava gostando do jogo, que, pelo menos, a dona mudasse para o 38.
Embora sem entender minhas razões, a senhora aceitou minha sugestão e colocou no 38, que passava a reprise de uma partida de tenis de uns três ou quarto anos atrás.
Quando voltei à mesa, todos me disseram que minha empreitada tinha fracassado. Explicar que não, que o simples fato de não ver aquela maldita partida me deixava feliz, seria inútil.
Achei melhor admitir um falso fracasso. Concordei com todos. Para eles, o 38 ou 39 era tudo igual. Do meu lado, sabia o quanto, naquele momento, eram diferentes.
E pude, enfim, almoçar em relativa paz, apreciando um emocionante jogo de tenis.
marcos
É foda... Comigo aconteceu algo parecido em Porto Alegre esse fds: liguei a tv e tava dando a reprise. Desisti de acompanhar o esporte e fui comprar um jornal, desci até a banca e o jornal do dia havia acabado, só havia uma pilha de jornais da SEGUNDA FEIRA com o GIULIANO na capa comemorando o gol (e era um sábado). Desisti do jornal e voltei pra casa.
Sobre o Roth: vendo o campeonato desse ano com o atlético e o do ano passado com o Grêmio me faz pensar que ele é um bom técnico para tirar o máximo do potencial de um time desacreditado. O que não quer dizer leite de pedra, mas quase...
Só que ele parece que não sabe decidir...
Ah, se eu fosse você ficava em POA direto. O Rio vai ficar o inferno depois que o Grêmio entregar o jogo no domingo.
Já tô no Rio, rapaz. O Roth também foi bem com o Vasco em 2007, terminou o turno na vice-liderança. Foi demitido no returno em décimo quarto, acho. rsrsrs
Meu caro Rogério, a vingança é um prato que se come frio, uma ano depois dos 0x3 q eles levaram, com time reserva dos São Paulo.
Além disso, temos de manter a tradição, o Maracanã vai continuar sendo salão de festas tricolores!
o anonimo sou eu mesmo, marcos.
Vai ter volta olímpica em conjunto, pelo visto.
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