26 de mai. de 2010


Voltando à rotina

Atlético 3 x 1 Atlético/PR
Grêmio Prudente 4 x 0 Atlético
Atlético 2 x 1 Vasco

Pela terceira vez em pouco mais de três meses tive que ir ao EUA a trabalho. Estamos há menos de um mês da Copa do Mundo e não se fala em soccer naquele país. A única mudança perceptível foi a aparição de algumas camisas das seleções brasileira, mexicana e americana nas lojas de material esportivo. A tv a cabo do hotel possuía 4 canais ESPN e todos continuam a ignorar, solenemente, o verdadeiro football. Desta vez, porém, o processo de desintoxicação futebolístico não foi pleno porque, em primeiro lugar, descobrimos um bar de brasileiros que transmitia alguns jogos da Libertadores e da Copa do Brasil bem próximo do hotel. Em segundo lugar, porque na fábrica que visitávamos haviam imigrantes e os mexicanos em especial, ao verem a bandeira do Brasil no nosso uniforme, vinham falar da seleção.

"Muito bom o Brasil... Ronaldinho!"
"Ronaldinho não tá indo, amigão.."
"Não!?"
"Não."
"Ah. Mas é bom assim mesmo."

Numa tentativa desesperada de diminuir o banzo esportivo, aproveitamos a noite de uma quinta-feira e fomos a uma partida de beisebol. O estádio era ótimo, possuía uma infraestrutura invejável com shopping, restaurantes, elevadores, banheiros limpos, tudo muito bom. Logo que ocupamos nossos assentos, passei a entender o porque de toda aquela infraestrutura: as pessoas não dão a mínima para o jogo. É sério. Reconheço que é difícil manter a concentração num jogo que precisa de 9 tempos para decidir quem acerta mais rebatidas (nos 5 tempos que aguentamos, houve apenas 3 acertos). É extremamente monótono e repetitivo. Assim, as pessoas passam a maior parte do tempo subindo e descendo as escadas com pizzas, hot dogs, refrigerantes, cervejas, pipoca, algodão doce, é uma orgia gastronômica. Nos intervalos, o barato é aparecer no telão, seja na "câmera do beijo", na "câmera da dança", ou qualquer outra coisa do gênero. É entretenimento, não é competição. Dessa maneira, terminei o meu hot dog e nos retiramos do recinto. Ainda deu pra ver que os restaurantes estavam lotados e que havia pessoas chegando e saindo. O jogo é só um detalhe.

Let's get the hell out of here!

Enfim, Campeonato Brasileiro que é bom, não vi. Soube da vitória sobre o Vasco quando cheguei ao hotel e da derrota humilhante em Presidente Prudente no sábado seguinte através de um SMS lacônico do meu irmão ("Primeiro tempo 4 x 0 pra eles. Saí de casa, não sei como está."). O mau tempo quase impediu o nosso retorno ao Brasil, mas depois de uma primeira negativa, uma senhora da Delta Airlines teve piedade da gente e nos mandou de volta no vôo da Continental.

Pois tratemos do Atlético agora. De uma maneira geral, o time fez uma boa exibição contra o xará paranaense. Se o início da partida foi equilibrado, com Paulo Baier e seus companheiros levando algum perigo ao gol de Marcelo, após os 25 minutos da primeira etapa o Galo comandou o jogo. O primeiro tempo terminou 0 x 0 graças à grande exibição do arqueiro rubro-negro e à falta de pontaria do ataque atleticano. No segundo tempo, o ataque acertou o pé e com 27 minutos já ganhávamos por 3 x 0. Poderia ter sido de mais se não continuássemos a desperdiçar chances e contra-ataques. No fim, tivemos a tradicional queda de rendimento e os paranaenses conseguiram descontar com Bruno Mineiro. O final ficou assim: 3 x 1.

Hoje enfrentaremos o Vitória no Barradão. Será uma espécie de tira-teima para verificarmos se o placar em Presidente Prudente foi, realmente, apenas um acidente de percurso. O rubro-negro baiano tem obtido bons resultados, é finalista da Copa do Brasil e deve impor um ritmo forte para cima da nossa defesa. Se conseguirmos manter a tranquilidade, deve ser um jogo equilibrado.

Para finalizar, trato da aposentadoria do Marques. Sem dúvida, o camisa 9 foi o maior ídolo do clube nos últimos 10 anos. Foi fundamental nos poucos times competitivos que tivemos neste período e criou uma identidade muito grande com o torcedor, especialmente com aqueles que passaram a frequentar os estádios após 1997 (eu, que comecei em 82, gostava do Éder e do Reinaldo, mas o meu primeiro ídolo foi o Sérgio Araújo, dono da camisa 7 na segunda metade dos anos 80). Sempre fui admirador do seu futebol e, com certeza, o Marques estará na galeria dos grandes do Clube Atlético Mineiro. Dito isso, devo reconhecer que a diretoria e a comissão técnica acertaram ao não renovar o contrato. O erro da diretoria foi na condução do processo - e aqui cabe uma parcela de culpa ao próprio jogador que foi se martirizar diante das câmeras. O choro, sem dúvida, era legítimo, mas expor a situação em público do modo com foi feita não acrescentou nada, só gerou constrangimentos.

5 comentários:

renata. disse...

pela sua cara não muita animação com o jogo de beisebol.

LF disse...

nenhuma mesmo. nem o cansaço daquela semana puxada serve de desculpa...

Unknown disse...

haha muito bom! como é possível a vida ter sentido sem soccer? o que eles fazem nos domingos à tarde e quartas à noite?

LF disse...

hahah Eles consomem em algum estádio de beisebol. :D

Unknown disse...

Devia ter ido ver hockey de gelo.
Ou Murderball - http://www.imdb.com/title/tt0436613/

=)

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