26 de jan. de 2009

A primeira vez

Ontem, pela primeira vez, consegui levar a minha noiva ao Mineirão. Apesar do ceticismo inicial da parte dela quanto a possibilidade de se divertir no Gigante da Pampulha, acabou topando sob a justificativa de estar realizando um "experimento sociológico". O clima contagiante que fez parte da tarde do domingo em Belo Horizonte, marcando o retorno do Galo aos gramados na Capital das Alterosas, já era um belo espetáculo. Assim como a caminhada até o estádio, parando para encontrar os amigos e a saída do portão de acesso às arquibancas, donde se pode apreciar o mar preto e branco e o gramado.



Infelizmente, o escrete alvinegro não conseguiu realizar uma boa apresentação diante daquele grande público (35 mil pagantes) e o jogo terminou em um 0 x 0 marcado mais pelos erros bisonhos de ambos os lados do que por lances de verdadeira emoção. De qualquer maneira, já foi o suficiente para que ela se sentisse à vontade para voltar outras vezes, oportunidades que, certamente, não faltarão.

Para motivá-la e tranquilizá-la, citei a minha primeira ida ao Mineirão, em janeiro de 1982, já citada aqui outras vezes. Era uma outra estréia e foi um outro zero a zero contra um adversário de menos expressão (o São José de São José dos Campos). Depois desse início até certo ponto desmotivamente, a minha vida tornou-se um mar de glórias e conquistas com o Galo (só faltando uns canecos).



Um outro fato importante foi reencontrar o Painho, em cuja companhia nunca vi o Galo ser derrotado e, por isso, minha grande tranquilidade ao ver aquela bola rolar mansamente em direção à nossa meta após a saída desastrosa do Juninho. Era óbvio que o Leandro Almeida afastaria a pelota e manteria este tabu. Muitas histórias, mas que ficam para outro post.

Sobre o jogo: o Atlético pecou pela ansiedade na criação e finalização das jogadas. A falta de preparo físico aliada à péssima arbitragem também contribuiu para a pobreza do espetáculo. Alguns jogadores ainda tentaram criar alguma coisa, mas nada aconteceu e os erros de passes, viradas de jogo e cruzamentos foram enormes. Coisa de início de temporada, espero. Na verdade, ainda acho que o Leão vai conseguir dar uma cara para esse time.

Finalmente, um fato que ainda me incomoda é a extrema falta de paciência da torcida alvinegra que em determinados momentos parece sofrer de transtorno bipolar: em poucos minutos sai da euforia absoluta para a fúria completa contra o seu próprio escrete. Viemos de uma excursão ao Uruguai onde fomos derrotados pelo nosso maior rival mas conseguimos nos recuperar fazendo uma partida decente contra o Peñarol. Para a torcida a goleada no Centenário teve o efeito de uma vitória avassaladora sobre o Manchester United, pois na entrada do Mineirão só se falava em goleadas por 4 ou mais gols (enquanto que um 1 a 0 já estaria ótimo). No fim das contas o que acontece é que, aparentemente, o time entra em campo nesse clima, com uma ansiedade terrível de liquidar a fatura e corresponder aos anseios da torcida. Creio que precisamos (ambos: torcida e time) de um pouco mais de pragmatismo, os tempos são difíceis, mas temos que ter paciência e pontuar.

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2 comentários:

Unknown disse...

não tenho dúvida de se tratar de um bom começo para a referida pessoa, sobretudo, pq é o início do abandono de uma doença chamada "internacional", doença que a menina, sem culpa alguma, vai conseguir superar sem grandes esforços. Parabéns ao casal, parabéns à noiva pela nova escolha...

Chris Becker disse...

Esses gremistas ... sempre equivocados. A ida ao Mineirão só despertou a minha vontade de assistir a uma partida do Internacional no Beira Rio.
Gostei muito desta experiência "antropológica", mas, da próxima vez, tem que ter pelo menos um golzinho, do Galo é claro.
Ah, acho até que já me sinto apta para xingar o juiz :)

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