16 de mai. de 2013

Três assuntos

Atlético 3 x 0 Cruzeiro

E eis que, finalmente, tive o prazer de voltar a assistir o Atlético versão 2013 ao vivo. Apesar de o clássico não ter sido transmitido em rede nacional (lamentavelmente, com o campeonato carioca já decidido, todos os canais abertos e fechados optaram por exibir a decisão paulista), sempre existe uma boa alma disposta a compartilhar uma transmissão esportiva na internet. 

Com poucos desfalques, é possível dizer que os dois times entraram com o que tinham de melhor para a decisão. Se o Galo jogava em casa e tinha a oportunidade de ir à forra após a derrota na reinauguração do Mineirão, nosso maior rival vinha de uma campanha invicta nesta temporada e disposto a mostrar que tinha qualidade para impor a primeira derrota ao Atlético no Independência.

O equilíbrio que vislumbrávamos para a partida durou apenas 14 minutos, que foi o tempo necessário para o Galo anotar o seu primeiro tento: Jô, dentro da área, finalizou após receber um passe magistral de Ronaldinho. A partir daí, o Atlético mandou no jogo, criando diversas oportunidades e levando o pânico à defesa adversária que acabou comprometida com diversos cartões amarelos.

O segundo tempo não foi diferente. Marcelo Oliveira ainda tentou mudar a estrutura tática da sua equipe, mas a justa expulsão de Bruno Rodrigo aos 8 minutos acabou selando o destino cruzeirense. Em mais dois ataques fulminantes Tardelli e Marcos Rocha liquidaram o adversário e deram números finais à partida: 3 x 0. Com este resultado, a equipe do Barro Preto terá que nos impor uma derrota por 3 gols de diferença se quiser impedir o bicampeonato atleticano.

É claro que o campeonato ainda não está decidido e que qualquer atleticano com um pouco mais de vivência sabe que, em se tratando do Clube Atlético Mineiro, o impossível é plenamente possível, mas é inegável que a missão do nosso maior rival é para lá de ingrata. A julgar pelas estatísticas alvinegras, mais difícil do que fazer os gols em Victor será manter a meta de Fábio invicta.

Com relação a Libertadores, as dramáticas classificações do Newell's, do Tijuana e do Boca (ainda que ajudado pela arbitragem, é verdade) fora de casa demonstram, mais uma vez, que ninguém vence na véspera. O favoritismo acaba quando a bola rola e um bom time pode acabar eliminado por sofrer um gol estúpido em casa. Concentração e seriedade são fatores primordiais e, no nosso caso, as emoções da final do próximo domingo deverão ser deixadas no aeroporto de Confins antes de voarmos para Tijuana. Aliás, acabo de ler que ontem à noite o Coritiba, em ritmo de festa após garantir o tetra paranaense, foi goleado por 4 x 1 pelo Nacional do Amazonas pela Copa do Brasil. Todo cuidado é pouco.

Para finalizar, tratemos da não convocação de Ronaldinho Gaúcho para defender a seleção brasileira na Copa das Confederações. Meus poucos leitores sabem que não morro de amores pela seleção canarinho do século XXI. Com o bom desempenho do Atlético nas últimas temporadas, a ansiedade me domina na véspera das convocações devido à possibilidade de desfalques alvinegros nas próximas rodadas. Por mim, jogador do Galo, tal qual Mário de Castro, ficava de fora da seleção. É lógico que não quero mal a ninguém e que do ponto de vista do profissional deve ser uma experiência gratificante e recompensadora, mas no caso do nosso camisa 10 especificamente acho que talvez não fosse uma boa para ele.

Explico: mesmo com todas as ressalvas que tenho com relação à gestão Kalil, é preciso admitir que o sujeito parece ter aprendido com os erros. Investiu num treinador que não era o meu favorito, montou um time base e a reforçou no momento conveniente. O Atlético hoje é uma máquina azeitada, cada jogador sabe a sua posição e a sua função dentro do esquema e o jogo flui coletivamente. Mais do que isto, as funções são pensadas para se adaptar às características de cada jogador e isto, sem dúvida, potencializa os rendimentos individuais. Assim, esperar que Réver, Bernard, Marcos Rocha, Tardelli, Ronaldo e Jô repitam o mesmo futebol apresentado no Atlético dentro do amontado que é a seleção do Felipão é quase uma utopia. Não posso deixar de desejar boa sorte ao Bernard e ao Réver, dois dos nossos ídolos, mas torcer pelo Brasil talvez seja pedir um pouco demais.

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