21 de jun. de 2009

Liderança surreal

Santos 2 x 3 Atlético



Será a liderança isolada obra do acaso?


Desde ontem, após o início da rodada, sentia um bom presságio acerca da partida desta tarde. O Santos é um adversário perigoso, com qualidade e com fama de ser praticamente imbatível em casa. Ano passado obtivemos um ótimo resultado na Vila, com uma virada espetacular por 3 x 2 (primeiro tempo 2 x 0 para o Santos) sob comando do Marcelo Oliveira. Para completar, uma reportagem apontava que o lateral esquerdo Léo nunca havia sido derrotado pelo glorioso. Como o Galo vem derrubando tabus há algum tempo, me senti mais confiante para o encontro deste domingo. Após o aperitivo das 15:30h, fui me preparando psicologicamente para o prato principal.

Pois bem, eu falava sobre a partida do ano passado e, neste domingo, a história não começou muito diferente: um Santos envolvente, mantendo o Atlético sob pressão e perdendo diversas oportunidades. Quando este escriba já rezava pelo término da primeira etapa, uma falha numa rebatida da zaga acabou com a bola nos pés de Neymar, que dominou-a com categoria e desferiu um petardo no canto esquerdo de Aranha, que nada pode fazer. 1 x 0 para o Santos e fim do primeiro tempo.

O Galo voltou a campo com uma alteração: Marcos Rocha no lugar de Chiquinho e uma postura mais agressiva do meio-campo, que passou a dominar o setor e a construir uma série de jogadas perigosas. Numa delas, fruto de uma bola parada, a bola sobrou para o Tardelli que, com a habitual categoria, colocou a pelota no ângulo esquerdo do goleiro e correu para o abraço.



O goleador do Brasil anota mais um: 1 x 1

A partir daí o Atlético pode usar a sua maior arma: o contra-ataque. Com uma equipe "fininha" e veloz, o glorioso começou a criar uma chance atrás da outra e, após Carlos Alberto carimbar a trave santista e me fazer arremessar objetos contra as paredes, Evandro conseguiu limpar de maneira espetacular o zagueiro adversário e tocar no canto direito de Douglas. 1 x 2.



Evandro: corte seco, uma olhada para o goleiro e caixa.

O Santos voltou a tentar se impor na partida, mas a zaga não funcionava e após o Éder Luís perder um gol cara-a-cara com Douglas, Carlos Alberto chegou à área santista nas mesmas condições e, mesmo pressionado, fuzilou a meta praiana. 1 x 3. Confesso que, sozinho na sala de televisão, quase cheguei às lágrimas. Emoção demais para um fim de tarde.


Casalberto se levanta para comemorar o terceiro tento do Galo

Perto do final da partida o jovem Maykon Leite, recém recuperado de uma grave contusão e que havia voltado aos gramados da Vila durante o segundo tempo, sentiu o mesmo joelho e, infelizmente, deixou o campo na maca, aos prantos. O Galo agora tinha um jogador a mais e parecia que tudo caminhava para um final tranquilo. Mas, como o Atlético nunca deixará de ser o Atlético, sofremos uma pressão incrível nos minutos finais que resultou em um gol do adversário, em mais uma falha da zaga em bola rebatida.

Aos 47 minutos, uma cena surreal: o árbitro, que havia apontado 4 minutos de acréscimos, recolhe a pelota na área do Santos e encerra a peleja. Cercado por atletas, treinador e dirigentes da equipe santista, volta atrás e recomeça a partida, acrescentando mais um minuto para os descontos. O resultado é que, aos 50 minutos, numa bola cruzada, o Santos empata a partida mas o árbitro, alegando falta do Kléber Pereira, anula o tento e expulsa o Léo por reclamação. Final: 3 x 2 para o Galo.

Com relação à partida: grande vitória do Atlético. Convincente. Se falhou no primeiro tempo, muito provavelmente devido a uma aposta errada do Roth (Chiquinho na lateral esquerda), na segunda metade o treinador fez a alteração necessária, corrigiu o posicionamento e acabamos não goleando por acidente. No fim, o Celso acabou errando ao sacar Evandro e Éder e colocar Renan Oliveira e Serginho, recém curados de lesões complicadas e sem ritmo de jogo, o que favoreceu a pressão santista, embora ainda tenhamos criado algumas oportunidades de gol. Falta corrigir o miolo da zaga, cujas rebatidas, na maioria das vezes, acabam nos pés adversários. Por muitas vezes, ao longo da partida, corremos riscos evitáveis (e tomamos 2 gols).

Quanto ao terceiro gol do Santos, provavelmente o árbitro não tivesse apontado a falta do Kléber se o lance tivesse acontecido no decorrer da partida. Mas, após um erro crasso da parte dele, a consciência deve ter pesado em favor do Atlético, como disse o Mancini. Foi surreal, assim como tem sido este início de campeonato.

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