15 de jul. de 2012

No limite

Figueirense 3 x 4 Atlético
Atlético 2 x 0 Portuguesa

O atleticano está em estado de graça: 4 vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro, quebras sucessivas de tabus, uma virada espetacular e a manutenção da liderança. Isso não é normal, então o negócio é aproveitar o quanto der.

O trabalho, mais uma vez, me impediu de relatar as minhas impressões relativas ao jogo contra a Lusa na rodada passada. Apesar dos 2 x 0, a partida foi equilibrada no primeiro tempo e o 1 x 0 pode ser considerado um grande resultado. Na segunda etapa o Atlético retomou as rédeas da partida e liquidou o adversário após uma falha de Dida em cobrança de falta de Ronaldinho que Leonardo Silva completou para o fundo das redes.

A partida de ontem começou com o Galo dominando o meio e chegando até com certa facilidade ao primeiro gol. Ronaldinho converteu pênalti sofrido por Marcos Rocha. A partir daí, me pareceu que uma certa soberba tomou conta do time e o Figueirense, aos poucos e com muita correria, foi envolvendo o nosso time e chegou, merecidamente, ao empate em uma jogada ensaiada em cobrança de falta. Logo depois, Marcos Rocha errou uma cobrança de lateral e num contra-ataque fulminante os catarinenses chegaram a virada com Júlio César.

Para o segundo tempo Cuca voltou com Serginho e Guilherme nos lugares de Leandro Donizete e Danilinho. O time esboçou uma reação mas logo acabou levando o terceiro em mais uma falha coletiva da retaguarda mineira. Em busca de consolo, comecei a refletir futebolisticamente: "está tudo bem, já ganhamos 3 fora de casa, o campeonato é difícil e uma hora a casa ia cair. O importante é manter a cabeça erguida e a confiança para buscarmos a recuperação em Belo Horizonte.".

Ainda absorto em meus pensamentos, comecei a testemunhar uma espécie de milagre: toda a energia do Figueirense pareceu passar para o nosso lado e passamos a envolver o adversário com uma certa facilidade. Aos 19 minutos, Ronaldinho cobrou falta e Leonardo Silva cabeceou para dentro da meta catarinense. "Uai, pode ser que dê pra buscar um empate", pensei. O otimismo, entretanto, durou pouco já que dois minutos depois Leonardo Silva falhou espetacularmente e o atacante do Figueirense saiu na cara de Victor. Felizmente, a sorte desta vez estava do nosso lado e o camisa 9 chutou para fora. 

Ainda digeria a pixotada do nosso zagueirão quando, aos 25, Ronaldinho cobrou rapidamente uma falta armando o contra ataque, Marcos Rocha lançou, Jô cruzou e Bernard, se redimindo de ter chegado atrasado em uma jogada semelhante no início do segundo tempo, empatou a partida. A partir dali o Figueirense foi o Chael Sonnen sentado, com aquela expressão patética, esperando a joelhada do Anderson Silva. 

E, assim como na luta da semana passada, onde a caminhada de Silva em direção ao seu adversário pareceu acontecer em câmera lenta, a jogada de Guilherme na entrada da grande área, dominando a pelota, caminhando, procurando a alternativa, lançando Serginho e se posicionando para receber o passe e finalizar para o gol adversário pareceu durar uma eternidade. O impressionante foi que a jogada se desenhou com tanta clareza, que antes de Serginho realizar o passe já gritei para a minha querida esposa: "é caixa!". E, de pé, pude comemorar a heroica virada.

No fim, o mestre Cuca ainda colocou Richarlyson para trazer mais emoção para a rapaziada. Com a sua tradicional displicência e o seu odioso futebol moleque no pior sentido, Ricky arrumou uma presepada no meio e quase possibilita o empate ao adversário. É um miserável inconsequente!  

Grande vitória e a torcida tem o direito de se entusiasmar. Entretanto, não podemos de deixar de destacar a fraca atuação do sistema defensivo, que vinha se portando muito bem ao longo do campeonato e apenas na partida de ontem conseguiu tomar tantos gols quantos havia tomado até então. Leonardo Silva fez uma partida ruim e Victor cometeu uma falha bisonha. A desconfiança em relação ao potencial do elenco e às possibilidades do time ainda continuam em certa medida. É preciso paciência.

Quarta-feira enfrentamos um dos nossos maiores algozes, o Internacional. Sem bater os gaúchos pelo Campeonato Brasileiro desde 2001, já passou da hora de acertamos as contas com eles. Espero que não passe desta semana.

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