3 de ago. de 2010

Devagar e sempre

Atlético 0 x 1 Cruzeiro

O clássico deste domingo foi uma das poucas partidas do Atlético que consegui assistir do início ao fim nesta temporada. E o que pude constatar é que a evolução, se é que houve alguma, está acontecendo em doses homeopáticas. O que vi dentro das quatro linhas da Arena do Jacaré foi uma pequena variação do futebol apresentado pelo Galo nas últimas rodadas do Brasileiro do ano passado: muita posse de bola, muitas viradas e pouca objetividade.

Nosso adversário, que esteve longe de lembrar o bom time comandado por Adílson Batista, conseguiu abrir o placar com um chute do meio da rua do Wellington Paulista e, a partir daí, limitou-se a ficar na defesa durante o restante da partida, conseguindo mais uma ou duas oportunidades no segundo tempo em contra-ataques.

O Atlético manteve a posse de bola e conseguia trocar passes até a entrada da área adversária, mas poucas vezes conseguiu envolver a defesa azul e ter oportunidades claras de chegar ao empate. Péssima tarde de Diego Tardelli, que pouco acertou. Diego Souza, fora de posição e sem ritmo, não viu a cor da bola. Obina, voltando ao time depois de um longo tempo no estaleiro, se limitou a cometer faltas de ataque.

Luxemburgo tem uma certa razão quando afirma que a perda de Daniel Carvalho e Ricardo Bueno prejudicaram a equipe. Acredito que com os dois em campo talvez ganhássemos em mobilidade e, quem sabe, em produtividade no ataque. Por outro lado, foi mais uma má apresentação para a coleção alvinegra sob o comando do professor: oitava derrota em doze partidas. Não seria esta uma estatística preocupante? Não para o comando alvinegro, para quem "O time ainda vai engrenar. As coisas ainda vão acontecer.". Cada vez que ouço uma destas frases, me volta à boca o gosto amargo de 2005, da era Tite e Rodrigo Fabri.

Não há dúvidas de que o Galo contratou muito melhor do que naquela oportunidade e, no papel, o time nem se compara com o de 5 temporadas atrás: Diego Souza e Réver são reforços expressivos e o time ainda conta com três ou quatro jogadores de alto nível técnico. O que está acontecendo então? Parte da torcida credita ao azar a falta de bons resultados. Para mim, depois deste sofrível início de campeonato e, especialmente, após a décima terceira derrota em 16 clássicos, só seria possível dar crédito à falta de sorte se o Atlético fosse uma espécie de Jó do futebol. É muito sofrimento!

A verdade é que o time parece mal treinado. Não posso deixar de reconhecer que a falta de ritmo de boa parte do elenco prejudica o time que, realmente, ainda está em formação. Mas, por outro lado, tenho visto elencos bem mais limitados e com tantas variações e adaptações quanto o nosso conseguindo jogar bola por aí (ou será que o Avaí manteve a base do ano passado, só para ficarmos em um exemplo).

Enfim, amanhã estrearemos na copa Sulamericana, última chance para Luxemburgo mostrar serviço, já que o foco, segundo nosso treinador, não é mesmo o Brasileiro. Da minha parte, se conseguir ver alguma evolução no futebol praticado em campo já ficarei um pouco mais satisfeito.



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