28 de ago. de 2008

É CAMPEÃO!

Atlético 2 x 5 Botafogo

Não esperava muito do Atlético quando me sentei para ver o jogo na noite de ontem. A expectativa de um mal resultado se concretizou com menos de meia hora de jogo quando o Botafogo já havia marcado duas vezes com o Lúcio Flávio, ex-atleticano já xingado tantas vezes aqui nesta mesma página. O problema é que ontem havia apenas um time de futebol em campo, que era o do alvinegro carioca o qual, praticamente, treinou no gramado do gigante da Pampulha, se dando ainda ao luxo de perder um pênalti com o Gil.





Na metade final do segundo tempo a torcida atleticana partiu para a auto-ironia ao gritar olé para todas as trocas de passes do seu próprio time, abafando os cantos da torcida carioca. Em seguida, houve gritos lembrando jogadores de grande talento que vestiram o manto sagrado como o BILU, por exemplo. Finalmente, após o desabafo inicial, o Mineirão explodiu em gritos de "É CAMPEÃO! É CAMPEÃO!", deixando pasmos narrador, comentarista e a torcida adversária, que se calou definitivamente. Pra mim foi um momento de grande tristeza ver que, assim como eu, a maioria resolveu jogar a toalha com esse time e essa direção. Estão conseguindo acabar com a história da instituição.

Aliás, sobre a torcida, tenho ouvido diversas críticas de cronistas e amigos torcedores de outros clubes, que acham a atitude da torcida (vaias, gritos de olé para o adversário, etc) errada e sem fundamento. Eu já fui partidário desta opinião, mas atualmente considero que a torcida atleticana está no direito dela porque nenhum outro clube (exceção talvez feita ao Corínthians) nesse país viveu um jejum tão grande de títulos expressivos e de futebol de qualidade e manteve seus torcedores frequentando os estádios e apoiando a equipe incondicionalmente. O que se passa é que os tabus caíram (Santos e Cruzeiro foram campeões brasileiros, Sport, Fluminense e Flamengo da copa do Brasil) e hoje o Atlético é o clube tido como grande há mais tempo na fila no Brasil. A paciência acabou.




É certo que a situação econômica é deplorável, porém a massa não tem e nunca teve problemas em entender isso. No entanto, o que leva a gestão do clube a prometer uma grande equipe para o ano do centenário, promover festas, shows e lançamentos de camisas horríveis sendo que, claramente, não tem condições para montar uma equipe sequer competitiva? Difícil entender. O fato é que se não cairmos para a segundona este ano já me darei por satisfeito. A saída precoce da Sulamericana deve nos favorecer neste objetivo.

Obs.: As imagens foram capturadas de um super 8 filmado em alguma esquina da rua Bambuí em 1978, início de uma era de hegemonia em Minas Gerais.

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