21 de out. de 2013

Poupando os reservas

Atlético 1 x 0 Flamengo
Atlético/PR 1 x 0 Atlético

Qualquer torcedor de um clube de fora do Rio ou de São Paulo tem noção da tortura que é assistir a uma partida em rede nacional do seu time do coração contra um dos grandes do eixo. No meu caso, não demorei muito a entender porque o meu pai sintonizava a rádio Itatiaia e abaixava o som da tv quando víamos os jogos em casa.

Depois de me mudar para o Rio, passei a entender que o que de fato acontece é que a Globo pega a sua transmissão local e transmite para toda a rede. Simples assim. Eu ainda tentei resistir buscando sintonizar a Itatiaia ou algum canal alternativo na internet, mas o delay na transmissão e os gols comemorados pelos vizinhos me fizeram optar pela técnica do "ouvido seletivo": só escuto o que me interessa.

Ontem a coisa até que vinha bem, dominamos a partida ao longo dos 90 minutos e acabamos vencendo, merecidamente, pelo placar mínimo. A única coisa que, de fato, me irritou foi que sempre que a derrota rubro-negra era mencionada, ela vinha acompanhada por uma ressalva marota:

"O Flamengo, que poupou vários titulares, perdeu para o Atlético em Belo Horizonte por 1 x 0", como se o Galo que entrou em campo e liquidou o urubu fosse o atual Campeão da América, e não um combinado de reservas e jogadores das categorias de base. Mas, bem, deixemos isso para lá. O fato é que poupamos nossos reservas e somamos mais três pontos no Horto.

Eu ainda falaria sobre a nossa derrota contra o xará paranaense no meio de semana em Curitiba, mas uma partida onde você entra em campo com seis pendurados e os seis levam cartões e são suspensos não pode ser levada à sério. Além disso, vale muito mais à pena mencionar o tento antológico anotado por Lucas Cândido no Independência!


Lucas Cândido observa a curva que a pelota descreve no ar antes de morrer na rede rubro-negra. Golaço!

2013 tem sido uma temporada impressionante! O Atlético do Cuca, além de ganhar títulos, tem se especializado em golaços. Não bastasse o Fernandinho ter humilhado a defesa do nosso maior rival no domingo anterior, na tarde de ontem, Lucas Cândido, um garoto de 19 anos, ganhou uma dividida na meia esquerda, deu um passo e acertou um petardo que foi morrer no ângulo esquerdo de Felipe.

Eu, que estava atirado no sofá assistindo àquele jogo meio morno, de repente me vi de pé aplaudindo e vibrando com o gol de Lucas, ou melhor, Lucas Cândido. Nome de craque que me remeteu ao imortal Lucas Miranda, ponta direito alvinegro nas campanhas vitoriosas em Minas e na Europa nas décadas de 40 e 50. Um dos ídolos do meu pai. Lucas, que a força esteja com você, meu jovem!


Lucas Miranda, Campeão do Gelo e 6 vezes campeão estadual entre 46 e 53.


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