9 de mar. de 2013

Perfeição e excelência

Atlético 2 x 1 The Strongest
Atlético 3 x 1 Guarani
Arsenal 2 x 5 Atlético
Atlético 3 x 0 Araxá

Creio já haver mencionado que a Libertadores está longe de ser o meu torneio favorito. Este posto sempre coube e ainda pertence ao Campeonato Brasileiro. Acredito que seja esta a razão para que eu consiga assistir aos jogos do Galo no torneio continental sem beirar uma crise de nervos como acontece quando disputamos o Brasileirão. É, sem dúvida, uma experiência diferenciada assistir à partida sem ter aquela névoa do nervosismo te impedindo de entender o jogo ou de se irritar com a narração e os comentários estúpidos oriundos da TV.

Alguns veículos de comunicação, aliás, tem-se mostrado surpresos com o bom desempenho alvinegro neste início de competição. A mim me parece natural que estejamos trilhando um bom caminho, afinal de contas mantivemos a base de uma equipe que fez uma excelente campanha na temporada passada e reforçamos o elenco com algumas contratações pontuais. O futebol apresentado pelo time até o momento é consistente, fiel à proposta que Cuca tem implementado desde a sua chegada e, sem dúvida, produto do entrosamento conquistado ao longo do trabalho. Mas falemos sobre as partidas.

Contra o Arsenal me enrolei com o horário e quando liguei a televisão os argentinos tinham acabado de marcar o seu segundo tento. Logo depois, Victor fez uma ligação direta para Bernard, o garoto dominou, deu um drible desconcertante no zagueiro adversário e chutou buscando o ângulo esquerdo do goleiro. A bola foi para fora mas aquele lance acabou sendo um resumo do que estava por vir no segundo tempo.

Na etapa final, a zaga argentina falhou duas vezes e Bernard aproveitou ambas as oportunidades. O segundo tempo ainda estava no seu início e a fatura já estava liquidada. 5 x 2. No fim, Ronaldo, depois de ter sofrido um violento carrinho dentro da área, desperdiçou um pênalti.


Diego Bragheri, do Arsenal, mostra sua habilidade a R10.

Acredito que a goleada na Argentina acabou sendo um cartão de visitas do Atlético aos seus adversários na Libertadores. Longe do cenário internacional há algum tempo, é natural que as equipes estrangeiras subestimem o potencial alvinegro. Diante deste quadro, já esperava que a partida contra os bolivianos do Strongest fosse mais complicada.

Como não poderia ser diferente, a equipe de La Paz, comandada por Escobar (ex-Ipatinga), jogou recuada apostando nos contra-ataques. A estratégia funcionou no primeiro tempo graças, principalmente, à boa atuação do goleiro Vaca e à falta de sorte do nosso ataque. Os bolivianos ainda tiveram uma oportunidade clara desperdiçada por Escobar. A segunda etapa começou como terminou a primeira, com o Atlético tentando furar o bloqueio do adversário. A diferença é que antes que chegássemos à metade do tempo, Jô conseguiu anotar um tento e trouxe a tranquilidade para o Independência.

Perto do fim do jogo, Marcos Rocha recebeu um passe magistral de Ronaldo e foi derrubado dentro da área. Pênalti que Ronaldinho converteu pondo fim à maldição de três penalidades máximas sucessivamente desperdiçadas e decretando a vitória alvinegra. O Strongest ainda conseguiu diminuir o prejuízo, mas já era tarde demais.

Como já disse anteriormente, o fato de termos um time pronto é uma vantagem que nos permite caminhar com mais facilidade nesta primeira fase do torneio. Entretanto, é importante ter em mente que durante a fase de grupos o importante é pontuar e conseguir a classificação para o mata-mata. É claro que a vantagem de fazer os jogos decisivos em casa é boa, mas não é o fator preponderante na busca pelo título. Nós, atleticanos, cansamos de conseguir a classificação para o mata-mata na última rodada dos brasileiros pré-2003 e derrubarmos equipes invictas ou favoritas nas partidas decisivas. Quem corre mais no fim, chega mais embalado e quem se classifica antes tem uma tendência natural à soberba.

Espero que o Cuca tenha aprendido a lição quando esteve no comando do nosso maior rival em 2011, oportunidade em que se classificou em primeiro lugar geral, ganhou a primeira partida fora de casa e foi eliminado na Arena do Jacaré, na única derrota que teve na competição. É por isso que não lamento o gol sofrido contra o Strongest ou o pênalti perdido contra o Arsenal. A perfeição e a excelência devem surgir no momento decisivo. Que assim seja!

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