10 de jun. de 2012

O travessão é justo

Palmeiras 0 x 1 Atlético
Atlético 1 x 1 Bahia

Partidas marcadas para as noites de quarta sempre terão a concorrência da pelada semanal que ocorre no Humaitá. Como o profissionalismo fala mais alto neste momento, acabo acompanhando o desenrolar da peleja através de algum aplicativo de celular. Foi assim que soube da abertura do placar pelo Jô e, já no táxi a caminho de casa, do gol de empate dos baianos. O resumo da partida minuto a minuto indicava que o Galo teve o domínio em campo mas faltou a competência necessária para fazer converter esta superioridade em gols. O jogo acabou com duas bolas no travessão em cabeçadas do jovem atacante Paulo Henrique que determinaram o empate. Na minha opinião, dois pontos perdidos. Na do meu irmão, que viu o jogo ao vivo, o time jogou bem, o adversário achou um tento e, infelizmente, num campeonato longo com o brasileiro, pontos serão perdidos em jogos considerados tranquilos. Como ainda estávamos na terceira rodada, resolvi dar um voto de confiança a este indivíduo e dormi tranquilo. Com o feriadão programado para o fim da semana, receberia a visita da família e verificaríamos in loco se ele estava certo ou errado.

E assim foi. Ontem, às 21 horas de um sábado - impossível pensar num horário "melhor" para um jogo de futebol - estávamos no sofá com o computador ligado na televisão prontos para assistir à partida no melhor "streaming" que obtivéssemos. O jogo começou com uma pressão um tanto desordenada do time da casa e sofremos algum perigo durante os primeiros 10 minutos. Apesar disso, o time esteve tranquilo em campo e, passado o susto inicial, passou a fazer valer o seu melhor futebol. O Palmeiras se limitava a uma jogada: bolas paradas com o Marcos Assunção. Com uma presença melhor em campo, o Atlético poderia ter saído na frente ainda no primeiro tempo se não fosse um gol incrível perdido pelo Bernard, que ficou cara a cara com o arqueiro alviverde e chutou a bola para fora. Ronaldo, o estreante da noite, fez um primeiro tempo discreto mas seguro. Não arriscou muito e, na maioria das vezes, acertou as jogadas que tentou fazer.

Veio o segundo tempo e o Galo logo saiu na frente: Bernard arrumou uma escaramuça na lateral direita do adversário e cruzou com precisão para a conclusão de Jô. Felipão tentou algumas alterações, mas o Atlético esteve melhor ao longo de toda a segunda etapa, chegando a ter dois gols mal anulados pelo péssimo árbitro (um deles após um lançamento de cerca de 40 m feito pelo Gaúcho e finalizado pelo Jô). No fim, repetindo o que nos aconteceu na noite de quarta, o verdão mandou duas bolas no travessão de Giovani, ambas em cobranças de falta de Marcos Assunção. Desta vez a sorte esteve do nosso lado. Vitória justa do Galo e a liderança provisória do campeonato assegurada por uma noite.


Aonde chegaremos com esta dupla da pesada?

O que vi do Atlético até agora me deixou satisfeito. Ainda acho que estamos distantes do ponto de sermos considerados favoritos ao título ou, até mesmo, a uma vaga na Libertadores. A vantagem é que o time tem sido regular - característica essencial neste tipo de torneio - praticando um futebol que se por um lado não é vistoso, por outro é eficiente na defesa e rápido no ataque. Ronaldo teve uma estreia discreta, mas não se furtou a ser uma referência quando houve a necessidade: distribuiu bolas, segurou quando era necessário e participou relativamente bem nos lances de bola parada. Estava tranquilo em campo. Além do futebol, acho que com sua bagagem pode contribuir absorvendo uma demanda que é excessiva da torcida para um elenco jovem como o nosso. Enquanto isso, os traumas das temporadas passadas me fazem contabilizar 35 pontos para nos livrarmos dos riscos de rebaixamento.

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