1 de fev. de 2011

A largada e outros pitacos

Funorte 1 x 2 Atlético

A noite do último domingo de janeiro marcou a largada para mais uma temporada acompanhando o Clube Atlético Mineiro. Enganam-se aqueles que acreditam que após o milagre operado por Dorival Júnior e seus comandados nas rodadas finais do Brasileirão 2010, o torcedor alvinegro desejasse uma pausa para se recuperar emocionalmente: nem bem o juiz apitou o final da partida contra o São Paulo, ele passou a apertar a tecla F5 em busca de novidades no twitter do Kalil. E, não tenha dúvidas, passou assim as festas de fim de ano e as primeiras semanas de janeiro. Com 11 contratações, o time acabou justificando esta ansiedade do torcedor que, empolgado, aguardava a estreia da equipe no Campeonato Mineiro.

A escalação para a partida contra o Funorte, em Montes Claros, mostrou a opção de Dorival em manter a base da equipe que fez a boa campanha na reta final do Campeonato Brasileiro. As únicas modificações foram as entradas de Jóbson no lugar de Obina (negociado com a China), Richarlyson no lugar de Zé Luis e Ricardinho no lugar de Diego Souza.

As estreias do Atlético em Campeonatos Mineiros não vinham sendo muito boas, já eram 4 anos sem conseguir uma vitória. Os minutos iniciais da partida davam a impressão de que, nesta temporada, a história seria diferente. Mas, pouco a pouco, a equipe montesclarense conseguiu equilibrar a peleja e acabou anotando o seu tento numa falha da defesa alvinegra.

O Atlético voltou para o segundo tempo com Wesley no lugar de Rafael Cruz e Magno Alves no lugar de Jóbson. Mais veloz, a equipe começou a envolver o adversário e a criar mais oportunidades. E foi num contra-ataque veloz que Magno Alves conseguiu o gol de empate, após tramar com Tardelli e Wesley. O gol da vitória veio de pênalti, sofrido por Wesley e convertido por Tardelli. Quebrado mais um tabu e anotados 3 pontos na tabela com um 2 x 1 que fez justiça ao que foi apresentado em campo.

Não foi uma grande exibição do Galo, mas foi o suficiente para vencer na estreia, jogando num campo ruim contra um time desconhecido. De qualquer maneira, isso não esconde o fato de que continuamos com problemas nas duas laterais e que o Serginho e o Renan Oliveira correm grande risco de perderem a condição de titulares nesta equipe. O primeiro é um bom jogador, mas erra demais. Fico com a impressão de que sempre tenta dar um toque a mais ou busca uma jogada mais difícil. Se botasse a bola no chão e jogasse simples, seria mais útil. Quanto ao segundo, o problema é a falta de colhões de sempre. Basta dizer que o Wesley mostrou em 45 minutos mais vontade e pegada do que o Renan em 3 anos de Atlético. Assim é complicado.
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A revista PLACAR deste mês traz uma reportagem sobre as contratações do Atlético para a temporada de 2011. A pergunta da revista é: quem estaria bancando a vinda de tantos reforços em um clube com uma dívida estimada em R$300 milhões? Está certo que a Placar poderia ter feito a mesma pergunta ao rubro negro carioca, que acabou de contratar o Ronaldo Gaúcho mesmo tendo a maior dívida do país (e que, curiosamente, estampa a capa da revista) ou, quem sabe, ao tricolor carioca e ao timão, só para ficarmos em três exemplos. Mas, de qualquer maneira, é bom tentar entender o que acontece em Lourdes.

A resposta, obviamente, passa pelo nosso banqueiro favorito, Ricardo Guimarães. Kalil se limita a dizer que as contratações refletem o sucesso da sua gestão. Já a oposição, especialmente na figura do conselheiro Manfredo Palhares, acusa a atual diretoria de seguir a cartilha do dono do BMG, que dentro da sua própria gestão acabou se tornando o maior credor do Galo. Um investidor de sucesso! Para finalizar, Palhares chega a afirmar que o Galo teria desembolsado astronômicos R$ 20 milhões para se livrar do Luxemburgo no ano passado. Verdade ou maledicência?

O fato é que nunca saberemos o que realmente se passa dentro do Atlético. Já me martirizei muito imaginando a quantidade de maldades que se acumula dentro desta caixa preta, mas cheguei à conclusão de que não vale a pena. Faz mal pra saúde e não te leva a lugar nenhum. E, para ser sincero, nesta altura do campeonato, se o Atlético emplacasse uma sequência vencedora, eu nem ligaria que este distinto cavalheiro se tornasse o dono do time. Mas, infelizmente, as recentes recordações de sua passagem pela presidência do clube, me fazem duvidar de um futuro brilhante para a equipe.

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