4 de out. de 2008

CTI

Ao ler as notícias desta manhã só fico mais convicto de que o Atlético Mineiro está no CTI. Além de todos os problemas de conhecimento público, o presidente do conselho abandona o barco e três jogadores são cortados do elenco por indisciplina (Mariano, Calisto e Lenílson). O time não tem dono, não tem uma referência no comando, não tem ninguém para tomar uma decisão e assumi-la. Já não o tem há algum tempo, é verdade, mas isso só ficou claro de uns meses para cá.

O mais interessante com relação a um clube de futebol é que as pessoas responsáveis pela sua gestão fazem e desfazem uma série de coisas e quando, porventura, tudo dá errado, elas vão embora e o pepino fica com os seus sucessores. Ninguém é responsável por nada. Nada! Assim é muito fácil ser presidente, vice-presidente, diretor, qualquer coisa. Nâo é preciso responder pelos seus atos. Tenho minhas dúvidas se a mudança no estatuto do clube alteraria esse cenário. A julgar pela lista de candidatos a sucessão do senhor Valadares, os prognósticos tampouco são animadores: filhos, sobrinhos, parentes daqueles que comandam o Atlético Mineiro há algumas décadas e que são responsáveis diretos pelo estado no qual o clube se encontra atualmente.

A minha tristeza é maior pela instituição, pela tradição construída aos poucos e com muitas dificuldades ao longo de cem anos de história representando Belo Horizonte e Minas Gerais no Brasil e no mundo. O processo de construção de uma tradição, de uma reputação é um processo longo, lento e custoso e bastam apenas alguns anos para que se destrua um trabalho de gerações. O Atlético está na minha família há quatro gerações, é assunto do dia-a-dia, é parte da minha identidade de mineiro mesmo morando fora há mais de quatro anos e a verdade é que na rota que estamos adentrando, só vai sobrar história para contar para a quinta e a sexta gerações.

O declínio do galo é ruim para Minas Gerais, para Belo Horizonte e até para o nosso maior rival, pois a rivalidade fortalece e motiva, é importante para o crescimento de ambos. O Atlético precisa se profissionalizar, já deveria tê-lo feito há uns bons 15 anos e agora receio que o tempo esteja se esgotando. E profissionalizar não significa virar vitrine para os jogadores dos empresários da TRAFFIC ou qualquer outro grupo de empresários.

Deus nos proteja em São Paulo.


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