8 de dez. de 2009

Uma aposta

Houvesse o Atlético contratado o Luxemburgo há cinco anos atrás, estaria aqui neste espaço vibrando e esperando para contabilizar as vitórias. Nesta altura do campeonato, fico com o temor de que o Galo possa ter perdido o bonde da história. É lógico que, no fundo, fica a esperança de que pode dar certo: o homem vem sendo contestado há algum tempo, talvez queira mostrar serviço e nada melhor do que o Clube Atlético Mineiro para demonstrar o poder de um indivíduo de superar o impossível.

A tarefa mais árdua é conseguir mudar a mentalidade derrotista e trágica que está impregnada na torcida. Digo isso porque, para boa parte da torcida alvinegra, o Atlético só não ganhou o Brasileirão 2009 porque é um time azarado e sem estrela, e não porque tinha uma zaga limitada e um esquema marcado pelos principais adversários. A história tem sido cruel conosco, reconheço, e o atleticano nunca deixará de ser um eterno apaixonado, mas a torcida precisa voltar a acreditar e, mais ainda, a enxergar a equipe com um mínimo de objetividade e pragmatismo.

Ainda hoje, em algum portal de esportes, vi Celso Roth dizendo que ao afirmar que ganharia o título brasileiro criou um monstro. A analogia foi perfeita. O problema é que Roth não teve a competência e a experiência necessárias para gerenciar a situação e "domesticar" o monstro. Pelo contrário, o "monstro", ao invés de atemorizar os adversários, colocou um peso ainda maior sobre os ombros de um time limitado, mas que para ser campeão só precisava vencer as últimas três partidas a serem disputadas em casa. O trágico resultado todos conhecemos.

Resumindo: no Atlético o treinador não terá um ambiente sereno e propício para o desenvolvimento de um trabalho "científico", baseado no planejamento, na técnica e na qualidade do seu elenco. Luxemburgo, com o currículo que tem, será mais cobrado do que qualquer outro que assumisse a posição nesta altura do campeonato. Por outro lado, justamente por ser quem ele é, é possível que ele seja o homem correto para ocupar o cargo neste momento. Espero, sinceramente, que ele tenha a serenidade necessária para conduzir a situação e montar um time competitivo, focado e raçudo, porque na hora de decidir, com toda essas emoções represadas no coração alvinegro, vai ter que ser na marra. Deus nos ajude.


7 de dez. de 2009

Fim de festa

Atlético 0 x 3 Corínthians

No post anterior me perguntava o que o Atlético estava preparando para a última rodada após levar um gol olímpico e um gol do meio do campo em partidas decisivas. Apostava em um gol de bicicleta do fenômeno, mas uma suposta contusão o afastou dos gramados para a derradeira partida do timão em 2010. Assim, o Galo resolveu levar dois gols do Souza, que havia anotados outros dois o campeonato inteiro, e um outro do Bill, naquele que deve ter sido o maior "gol de fim de pelada" da história do Mineirão.

O Atlético ainda teve a oportunidade de diminuir o prejuízo em um pênalti ainda no primeiro tempo, mas o ânimo era tanto que quando o Diego Tardelli pegou a pelota e botou na marca, falei para o amigo que estava aqui em casa:

- Ele vai perder.
- Que isso, cara!? Ele quer ser artilheiro!
- Rapaz, eu conheço a minha freguesia. Ele não marca esse gol. Vai perder.

Tardelli corre, para e bate para defesa do goleiro paulista. Já sabendo do roteiro, optamos pelo FIFA 2010 e o campeonato brasileiro acabou assim para mim. No fim, alguém disse pelo Twitter que o Roth havia caído e que pessoas comemoravam na chuva no estacionamento do Mineirão.

É difícil explicar essa queda de produção do time após a derrota para o Flamengo e, como já disse antes, acredito que a maior parte da culpa pode ser botada na conta do Roth, que não soube gerenciar a situação. Por outro lado, a campanha no fim do turno foi quase tão ruim quanto a do returno, quando enfrentamos os adversários diretos pelas primeiras posições. A verdade é que limitações técnicas somadas a problemas psicológicos e a pusilanimidade de alguns atletas (e do nosso treinador, provavelmente) só poderiam resultar em cinco derrotas seguidas e um fim de ano espetacular como esse.

30 de nov. de 2009

Juntando os cacos

Palmeiras 3 x 1 Atlético

Há algumas semanas, antes da partida contra o Flamengo, sofri com um dilema: emitia passagens para Porto Alegre ou dava um jeito de fugir para Belo Horizonte a tempo de ver o jogo contra o Palmeiras junto com os amigos na Capital das Alterosas? Dúvida cruel. Sentado em frente ao computador, fiz uma breve e sensata revisão dos meus 32 anos acompanhando o Clube Atlético Mineiro e, ato contínuo, cravei o OK no site da companhia aérea decidindo pela viagem para a capital gaúcha. Às vezes, um homem precisa recorrer a razão para superar a emoção.

Dessa maneira, às 17 horas de ontem estava em uma festa infantil bebendo coca-cola e comendo brigadeiros. Nada de televisão. Tudo estava tranquilo até que um amigo me ensinou a acompanhar os placares da rodada através do celular. Quando consegui o tal acesso, já estava 3 x 1 para o porco. Nenhuma esperança de recuperação.

Mais tarde, em casa, fui à internet para me inteirar dos acontecimentos e vi, assombrado, que levamos um gol com um minuto de jogo. Um minuto! E olhem que o Roth sacou Ricardinho e Márcio Araújo para fechar melhor o meio de campo e evitar surpresas no início do jogo. Fico imaginando se estivéssemos atuando com a formação normal, será que teríamos levado um gol com 10 segundos?

Apesar das adversidades, Tardelli acabou empatando aos 12 minutos e, ao invés do Atlético conseguir se impor emocionalmente sobre o adversário, realizou a façanha de levar um gol do meio de campo. É isso aí, não satisfeito em levar um gol olímpico no Mineirão, o time permite que o adversário assinale o tento que Pelé tentou e não marcou. Qual o próximo passo? Gol de bicicleta do Fenômeno domingo que vem? Parei por ali, não quis ver ou saber de mais nada.

A verdade pura e simples é que o campeonato acabou quando o Pet cobrou aquele maldito escanteio no Mineirão. O pior dessa reta final não foram as derrotas em si, mas sim a agonia de ver que o time não tinha capacidade (e, aparentemente, nem vontade) de superar as adversidades e voltar a jogar bola. As derrotas poderiam vir de qualquer maneira, os adversários eram difíceis, mas poderíamos ter oferecido alguma resistência, ter "peleado", como dizem os gaúchos. Seria honroso, pelo menos.

23 de nov. de 2009

Agora é 2010

Atlético 0 x 1 Internacional

Um dos aspectos mais irritantes relativos ao Atlético é que "imprevisibilidade" é uma palavra que não faz parte do dicionário alvinegro. Em geral, 10 minutos de jogo são necessários para que um torcedor com um pouco mais de experiência descreva o roteiro dos 80 minutos restantes. Ontem não foi diferente. Até que a saída de bola ensaiada deu uma certa esperança, mas o que se viu depois foi uma sequência de oportunidades coloradas que acabaram resultando no gol. Tento, aliás, que não vi. Quando Alecsandro tentou encobrir o Welton, percebi que a bola não entraria e me sentei, comentando com o meu vizinho:

- Ainda bem que o atacante deles é ruim.

Olhei, então, para o campo e vi os jogadores do Inter comemorando.

- O que houve??, pergunto

- Foi gol, porra!

Dali em diante, nada aconteceu. O Mário Sérgio ainda tentou facilitar as coisas para a gente, sacando D'Alessandro e Alecsandro, mas não tivemos volume de jogo para superar a defesa colorada. Observando o desenrolar da partida, comecei a me lembrar daqueles mosquitos que tentando alcançar o lado de fora da casa se chocam contra o vidro de uma janela fechada e, ao invés de buscar uma saída alternativa, gastam até a sua última gota de energia lutando contra o vidro e morrendo no local. Este era o ataque do Atlético na noite de ontem.

Já antevendo o fim da história, ainda tentei convencer o meu irmão a abandonar as dependências do estádio antes do apito final para, pelo menos, evitarmos a confusão e o engarrafamento do lado de fora, mas não fui convincente em minha argumentação.

Não vou discursar sobre o caráter derrotista da equipe porque já gastei posts demais falando disso. Falaria sobre como a torcida tem mudado neste século XXI e que, curiosamente, faz festa antes da partida e permanece calada após o apito inicial, apenas se manifestando para vaiar alguns jogadores, mas este será assunto para uma outra oportunidade.

Para finalizar, um fato e uma recordação: a tabela do Atlético concentrou um grande número de confrontos diretos pelas primeiras posições para as últimas rodadas do turno e, obviamente, do returno. E como foi o nosso desempenho no final do primeiro turno?

* em casa: vitória sobre Coritiba, empate contra o Palmeiras e derrota para o Goiás.

* fora de casa: derrotas contra o Flamengo, Inter e Corínthians.

Ou seja, as coisas não andam muito diferentes do que naquela época e dentre as explicações possíveis, destaco três:

1. Somos, de fato, piores do que as equipes que, neste momento, estão lutando pelo título (muito embora tenhamos derrotado o tricolor paulista 2 vezes).
2. Houve uma falha de planejamento, a equipe atingiu o seu ápice antes da reta final e a produtividade caiu nos jogos decisivos.
3. A equipe e a comissão técnica sucumbiram às pressões externas e internas para a conquista do título e não conseguiram corresponder, resultando no que é popularmente conhecido como "falta de colhões".

De qualquer maneira, independente da explicação, para mim já era. Agora é pensar em 2010.

21 de nov. de 2009

Tarde demais?

A semana que passou foi recheada de declarações do elenco e revelações "bombásticas" por parte da presidência. De Alexandre Kalil veio a confirmação dos patrocinadores para a temporada 2010: BMG (patrocinador master), Ricardo Eletro (manga das camisas) e Alpargatas (material esportivo). Os valores não foram revelados, embora o presidente jure que são os maiores da história do futebol mineiro. Faço votos de que realmente o sejam e, mais do que isso, de que o dinheiro seja bem aproveitado mas, sinceramente, fico um tanto cético em relação ao bom proveito deste suposto "reatamento" das relações com o nosso ex-presidente e, coincidentemente, maior credor. Sei que a fase é difícil, que todo mundo precisa de grana, mas se eu tivesse poder de escolha, optava por dar uma banana ao BMG.

No mais, as entrevistas na Cidade do Galo revelaram jogadores pedindo "entrega total" e cobrando uma postura "ou tudo ou nada" para a partida deste domingo contra o colorado gaúcho, adversário direto por uma vaga à Libertadores. Eu, ingênuo, pensava que tamanha vontade seria empregada contra o rubro negro naquela fatídica tarde há quinze dias.

Enfim, amanhã estaremos no Mineirão, mais por resignação do que por fé numa boa apresentação. A depender do elenco vai sobrar vontade, espero que sobre alguém pra empurrar a bola pra dentro do gol.

15 de nov. de 2009

É, não deu

Coritiba 2 x 1 Atlético

Após a derrota do domingo passado, concluí que a melhor coisa que eu poderia fazer na noite do sábado era postergar a saída do trabalho e emendar com a janta no refeitório, onde as pessoas preferem ver uma novela do que acompanhar o Brasileirão. E isso nem tanto pela derrota em si, mas pelas circunstâncias que a envolveram e que já foram discutidas há dois posts. Depois de jantar, voltei para o quarto a tempo de saber o placar do jogo e ver um gol do Herrera amenizar a depressão futebolística.

O que desanima nesta reta final é a falta de alma do time atleticano justamente quando o torneio esquentou e que nossas possibilidades ficaram claras. A falta de vibração do time repercute nas arquibancadas e aquela sintonia com a torcida não tem existido. A ironia desta situação é que passamos as duas últimas temporadas lotando as arquibancadas nas rodadas finais apoiando um time que lutava desesperadamente para não voltar para a segundona, por isso acho meio inexplicável este nervosismo tanto da equipe quanto da torcida. O Atlético, a rigor, não tinha nada a perder, tudo o que viesse seria lucro!

No mais, sou daqueles que acredita que a maior parte da culpa deste desequilíbrio deve ser creditada ao Roth, afinal é papel do técnico motivar e tranquilizar o time, distribuir responsabilidades e apagar incêncios. Mas ao ler a entrevista do Alexandre Kalil após a derrota do sábado, afirmando que no domingo que vem "lotaremos o Mineirão e atropelaremos o Inter", concluí que o desequilíbrio começa no comando. Admiro o trabalho dele, acho que chegamos onde ninguém imaginava que seria possível chegar há 10 meses atrás, mas esse lado fanfarrão só atrapalha. Já está mais do que claro que o time, nas atuais circunstâncias, terá dificuldades até para uma vitória magra sobre o colorado. Sendo assim, para que botar mais uma pressão pra cima de quem não aguenta?

13 de nov. de 2009

A última chance

Faltando quatro rodadas para o final, o Atlético jogará suas últimas fichas contra o Coritiba na capital paranaense amanhã. Jogo difícil contra um adversário que tem um bom treinador, um elenco razoável e que briga para se livrar de vez da chance de ser rebaixado.

Gostaria de escrever um post otimista, enfatizando a possibilidade de voltarmos, seriamente, à disputa pelo título em caso de vitória, mas o desempenho lamentável do último domingo praticamente sepultou as minhas esperanças de levantarmos o caneco. Nem tanto pela derrota em si, que era um resultado possível, mas sim pela falta de postura vencedora da equipe jogando em pleno Mineirão. Qualidade o Atlético tem para vencer o Coritiba, mas se for covarde não suportará a pressão adversária.

8 de nov. de 2009

Failure

Atlético 1 x 3 Flamengo

Failure is always the best way to learn,
retracing your steps 'til you know,
have no fear your wounds will heal.

Failure, Kings of Convenience



Quando, no post anterior, disse que tanto o clube quanto a torcida deveriam deixar de lado os embates do passado contra o rubro negro carioca, o fiz por temer que, emocionalmente, os efeitos fossem mais prejudiciais do que vantajosos ao Atlético. Havia três razões para isso:

Em primeiro lugar, porque levamos a pior na maioria dos encontros daquela época (embora tenhamos perdido a final de 80 e sido eliminados em 81 e 87, eliminamos o urubu em 86, mas isso é, convenientemente, esquecido) e ficar lembrando dessas coisas não faz bem. Em segundo lugar, porque proporciona à rede globo a oportunidade de mostrar durante o "show do intervalo" que Reinaldo quase foi jogar no Flamengo e, pior ainda, encerrar o referido show com o ídolo atleticano vestindo a camisa do nosso maior rival. Poderíamos ter passado sem essa. E, finalmente, porque mesmo que a FIFA, a CONMEBOL, a CBF, o Vaticano, o Lula e o clube carioca reconheçam as injustiças daquela fatídica partida no Serra Dourada e façam um pedido formal de desculpas ao Galo, o troféu ainda vai permanecer na Gávea. Então, a melhor coisa é esquecer este troço e seguir em frente.

Pois o que aconteceu no Mineirão esta tarde parece ter um pouco a ver com esse "clima" criado pela imprensa e reverberado pela torcida resultando em pérolas do tipo "se fizer um gol, vou comemorá-lo como o Reinaldo", dita por nosso artilheiro. Confesso que quando li isso fiquei deveras preocupado com o resultado da partida da tarde deste domingo. "Aonde querem chegar com isso?", pensei. Já não bastava a pressão de chegar à liderança e tentar ganhar um título que almejamos desde 1971?

Quando liguei a tv, a partida já havia começado. Vi o Carini preparar a cobrança de um tiro de meta e fui ao banheiro. Não deve ter passado um minuto e ouvi o grito de gol. Gol olímpico do Petkovic. Olímpico! Nunca havia visto o Galo levar um gol desse tipo. E, por deus, como esse tiro de meta havia virado um escanteio? Depois disso, ao invés de alguém pegar a bola no fundo da rede e acalmar os companheiros, o time baixou a cabeça e não conseguiu manter o equilíbrio. Já dava pra perceber que a tragédia estava desenhada. No fim do primeiro tempo Maldonado, num contra-ataque, anotou o segundo tento rubro negro. O pessimismo aumentou quando Éder Luís roubou uma bola do Ronaldo e tocou a pelota para Correa, sem goleiro, bater por cima do gol. Nessa hora, joguei a toalha.

Atormentado por uma terrível dor de cabeça que, misteriosamente, me atacou no dia de hoje, acompanhei o segundo tempo aos pedaços e embora tenhamos começado a segunda metade de maneira animadora, chegando a marcar um gol com Ricardinho, a equipe não conseguiu ser produtiva a ponto de atacar o Flamengo com perigo. Alterações foram feitas e Andrade levou a melhor, pois Fierro cruzou e Adriano fez o terceiro dos cariocas, liquidando a partida e, muito provavelmente, as nossas pretensões neste certame.

O resumo é que, infelizmente, o Mineirão lotado pareceu ser um caldeirão para a equipe alvinegra que, nervosa, mantinha a posse de bola mas não conseguia chegar com perigo à meta do Bruno. Ganhando todas as divididas na intermediária, principalmente com Aírton e Willians, contando com uma dupla de laterais melhores do que os nossos, o Flamengo sempre contra-atacou com perigo e venceu o jogo porque foi melhor e mais inteligente.

O mais chato é perceber que nesta altura do campeonato ainda falta maturidade ao time. Pode até ser pedir demais querer que o Atlético fosse uma equipe equilibrada e pronta para vencer após, praticamente, uma década de tormentos e humilhações, mas o fato é que as oportunidades surgiram e me pareceu um pecado muito grande não termos sabido utilizar a torcida e uma cruzada de quase 40 anos como motivação para jogarmos tudo o que podíamos contra todos. É uma pena.

7 de nov. de 2009

De volta

Há exatos 3 anos o Atlético confirmava o seu retorno à primeira divisão batendo o São Raimundo no Mineirão. Desde então, após um início de ano promissor sob o comando de Levir Culpi em 2007, acabamos vivendo um calvário nas temporadas 2007 e 2008, assombrados pelo fantasma do rebaixamento e por eliminações humilhantes, culminando na crise que derrubou o velho bigodudo e catapultou Alexandre Kalil à presidência do clube.

2009 não começou mal, mas uma goleada sofrida para o nosso maior rival e uma eliminação precoce na Copa do Brasil praticamente sepultaram as nossas esperanças de um campeonato brasileiro decente. Para surpresa geral, após a mudança no comando, o Atlético começou o torneio muito bem, ocupando a liderança por diversas rodadas e mesmo com uma queda no meio do campeonato, se reforçou e chega às rodadas finais como candidato ao título.

Amanhã, diante de um Mineirão lotado, o Galo terá a importante missão de derrotar o Flamengo e, quem sabe, reassumir a liderança do campeonato a quatro rodadas do fim. Apesar de ser um clássico, diante de um rival tradicional e histórico, acho que tanto o clube quanto a torcida deveriam deixar de lado os embates do passado, as mágoas e os rancores que ficaram e se focarem apenas na peleja da tarde deste domingo. Como já disse em um post anterior, esta será a partida mais importante do Clube Atlético Mineiro desde as finais em 1999, uma chance de ouro para confirmarmos o nosso retorno à elite do futebol brasileiro e tenho confiança de que, se tivermos a cabeça no lugar e jogarmos o melhor futebol que temos, chegaremos à vitória.

3 de nov. de 2009

A última que morre

Goiás 2 x 3 Atlético

Após 9 horas dentro de um avião, em classe turística, no assento atrás de uma senhora que tossiu a noite inteira, seguido por mais uma hora de espera pelas malas na esteira do Galeão, foi um grande alívio chegar em casa. Ato contínuo, desfizemos as malas, botamos as roupas para lavar e fomos ao supermercado.

Não deu tempo de descansar pois, às 16 horas, como não poderia deixar de ser, estava na frente da telinha pronto para o início da partida contra o Goiás no Serra Dourada. O time goiano vinha em franca decadência, mas todos sabemos do que o Atlético é capaz quando o momento lhe é francamente favorável. O fato é que, para alívio geral, o Galo teve um início avassalador e sapecou um 2 x 0 no adversário, sendo que a equipe ainda perdeu, pelo menos, mais duas oportunidades claras de marcar. Tudo dava certo: o adversário estava abalado psicologicamente, com a sua própria torcida jogando contra e tudo indicava que iríamos para os vestiários com esse placar.

Eis que, então, o Goiás consegue acertar dois chutes de fora da área e empatar o jogo nos cinco minutos finais da primeira etapa. Comecei a pensar que a partida estava se transformando numa metáfora da campanha alvinegra neste Brasileirão: um ótimo início seguido por uma queda decepcionante no meio da temporada, coroada com um mega desperdício de oportunidades de se consagrar. Sendo assim, o que estaria reservado para o final (do jogo e do campeonato)?

O segundo tempo tem início e, tomado pelo nervosismo, começo a zapear freneticamente todas as vezes que a pelota ronda a nossa área. Não demora muito e Thiago Feltri é derrubado na área: pênalti. Tardelli pega a bola, coloca na marca e confere. O Atlético ainda consegue desperdiçar mais duas chances inacreditáveis para liquidar a partida e até aos 49 minutos, quando o juiz encerrou a peleja, o atleticano suou frio.

Embora não precisasse ter sido tão sofrido, foi um excelente resultado do Atlético. Não sei o que vai acontecer nas próximas rodadas, mas acho que se o time não chegou nas melhores condições que poderia ter chegado, pelo menos chegou e, sinceramente, do jeito que o campeonato anda em aberto, com um pouco de entrega e superação pode ser que cheguemos lá. Dependendo do placar de Grêmio e São Paulo em Porto Alegre na quarta, a partida de domingo pode se tornar o jogo mais importante do Atlético nos últimos dez anos. Tomara que a partida de Goiânia sirva mesmo de metáfora e triunfemos no fim.


1 de nov. de 2009

Sem ilusões

Fluminense 2 x 1 Atlético

Sabendo que a partida estava marcada para as 21 horas no Rio de Janeiro, optei por uma boa noite de sono ao invés de passar a madrugada procurando um link para acompanhar o Atlético. Alguns poderão pensar que não passou de pusilanimidade da minha parte, mas considerando que as últimas partidas do Galo no Rio foram marcadas por apresentações sofríveis e, coincidentemente, pela minha presença nas arquibancadas, o fato de eu estar tão longe do maior do mundo naquela noite me trouxe uma certa confiança e dormi tranquilamente.

No manhã seguinte, acordei espontaneamente por volta das 6 horas e, como era de se esperar, liguei o computador apenas para descobrir que havíamos sido derrotados por 2 x 1 e que o desempenho da equipe havia sido abaixo da crítica. Havia também, em minha caixa postal, um email do meu irmão desabafando e me comovi ao imaginar a agonia de tão dileta figura ao acompanhar a pendaia pela telinha. Obviamente, preferi não ver os gols e nem ler as demais notícias já que a rodada foi ruim. Na lista de discussão, todos foram unânimes em culpar o Jorge Luiz pela derrota.

Após mais este revés, concluí que a conquista do título é um sonho muito distante. Digo isso porque embora o Atlético tenha chegado na reta final com chances reais de disputá-lo, a irregularidade do time demonstra que a equipe não está pronta para a conquista do caneco. Pode até ser que ele venha, caso os adversários também sejam irregulares mas, convenhamos, isso seria produto de uma conspiração universal a nosso favor, algo que jamais vi ao longo dos meus 32 anos de vida. No fim, é provável que tenhamos que nos contentar com a nossa melhor campanha na era dos pontos corridos, com ou sem vaga na Libertadores.

Pois bem, após esta reflexão, aproveitamos a manhã ensolarada de sexta-feira para fazermos uma visita ao estádio do Real Madrid, o Santiago Bernabéu. Embora o bilhete para a visita custasse a bagatela de 15 euros (mais caro que a entrada para qualquer museu europeu), a fila na bilheteria já dizia muito sobre o prestígio do clube madrilenho. A fila, aliás, apresentava uma fauna deveras interessante: fãs de futebol, vestidos com camisetas de outros clubes europeus, famílias e jovens casais onde a moça, invariavelmente, estava de braços cruzados e com uma expressão nada ambígua na face demonstrando absoluto tédio e desgosto por estar naquele templo do futebol.


O troféu Ramón de Carranza merece lugar de destaque

A visita mostra, na prática, aquilo que a maioria dos fãs de futebol já sabe: o sucesso do clube merengue é produto de uma combinação de eficiência dentro das quatro linhas com uma ação extremamente agressiva de marketing que, embora não tenha me comovido nem um pouco, produzia um efeito bastante impressionante nos visitantes que se esbaldavam tirando fotos com a companhia virtual dos craques do time, comemorando a conquista das taças, etc, tudo devidamente cobrado no fim.

Testando a câmera voadora

O estádio, de fato, é muito bonito e causa enorme impressão. Mas, no fim das contas, fiquei pensando que toda aquela estrutura sofisticadíssima era concebida para um espetáculo, um mega evento da indústria do entretenimento e que isso, talvez, passe um pouco longe dos sentimentos que me levaram a ser um torcedor de futebol e a querer estar nas arquibancadas sempre que possível.

"Vomitorio" não tem nada a ver com o fato de venderem bebidas alcoólicas no estádio

27 de out. de 2009

Imagem congelada

Atlético 1 x 0 Vitória

Se na rodada passada dependi da caridade alheia para saber o resultado da partida do glorioso, no último sábado pude, após gastar uns euros extras, acompanhar o jogo pela internet. E assim que consegui a conexão, Tardelli anotou para o Atlético. Consegui ver o replay do gol enquanto procurava um link para acompanhar a peleja ao vivo, o que só foi conseguido minutos após o início da segunda etapa.

Embora o chat da transmissão funcionasse com perfeição, a transmissão parecia vir quadro a quadro, ou melhor, um quadro, congelava e depois aparecia o lance 5 segundos pra frente. E assim só descobri que havia sido pênalti para o Atlético quando mostraram o juiz naquela inconfundível posição e, finalmente, que o perdemos quando o lance continuou, após a imagem do Tardelli ficar congelada, e o placar permaneceu inalterado. Garantia de nervosismo até o fim, como é do feitio do Clube Atlético Mineiro. A diferença é que esta temporada o sofrimento, em geral, tem valido à pena.

Quinta-feira estaremos no Rio para enfrentarmos o Fluminense. Jogo difícil contra um adversário em situação bastante complicada. Todos nos lembramos da canseira que levamos no primeiro turno, naquela que foi a melhor jornada de Aranha com a camisa atleticana. Que tenhamos a maturidade e a coragem necessárias para superar o tricolor no Maracanã!

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Hoje li que o Mineirão só será fechado em novembro do ano que vem para a famigerada reforma relativa à Copa 2014. Há alguns dias estive no Estádio Olímpico de Berlim. Construído para as Olimpíadas de 1936 na capital alemã, o estádio passou por uma grande reforma (recebendo uma cobertura e mantendo a arquitetura original) para a copa de 2006 e, atualmente, é a casa do Hertha Berlim. Será que o maior de minas vai ficar um pouco parecido com isso?






23 de out. de 2009

Pela regularidade

São Paulo 0 x 1 Atlético

Depois da noite mal dormida na semana anterior por causa da oportunidade de ouro perdida com a derrota no clássico, resolvi não me envolver com futebol naquele sábado em Berlim. Já não contava com a internet e, pra completar, deixei o celular no silencioso. Era quase meia noite quando fui arrumar a cama e, coincidentemente, o telefone acendeu as luzes apontando a chegada de uma mensagem. Era lacônica: "0 x 1 Tardelli". Calculei que eram passados uns seis minutos do primeiro tempo e me apavorei. Mandei resposta pedindo para receber apenas o resultado final, que seria ali pelas duas da manhã. Pois as duas horas chegaram e nada de mensagem. "Perdemos", concluí.

Foi na manhã seguinte, já no trem a caminho de Praga, que comecei a disparar SMS para todos os conhecidos na esperança de que alguma boa alma estivesse de pé bem cedo para poder me confirmar o placar da noite anterior. Uma meia hora depois chegou a primeira resposta confirmando o 1 x 0 e garantindo uma semana de felicidade.

Amanhã enfrentaremos o Vitória e um placar favorável nos colocará a 1 ponto a liderança. Ainda estou desconfiado para falar em título, uma vez que o galo ainda não provou que pode ser regular neste campeonato. Mas, como ninguém o tem sido, até que pode acontecer. Quem sabe?

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Apesar de ser um brinquedo russo, a matrioshka também é um souvenir típico de Praga. Pois foi caminhando pelas ruas da capital tcheca que me deparei com meio time do Atlético neste formato e que, evidentemente, tive que adquirir. Apesar de o uniforme estar desatualizado, o time não estava (ou melhor, Tardelli, Éder Luís, Márcio Araújo e Carlos Alberto ainda são titulares, mas o Júnior anda meio sumido).


O maior de todos, naturalmente, é o Tardelli.

13 de out. de 2009

Os contras da banda larga

Atlético 0 x 1 Cruzeiro

A expansão e a popularização da internet banda larga permitiram que o indivíduo, mesmo a mais de 10.000 km de distância de sua casa, consiga manter contato com a família e o seu país de uma maneira bastante satisfatória. O problema é que ele também consegue um link disponível para assistir a um clássico ao vivo e termina a noite de uma segunda-feira deprimido.

Para ser sincero, só consegui assistir à metade final do clássico no Mineirão, uma metade onde apenas um time - o Atlético - jogou. Existem poucas coisas mais angustiantes do que ver uma equipe com a posse de bola rondando a área adversária e não conseguindo criar nenhuma situação de perigo. Sinceramente, não sei se com a presença de Tardelli teríamos conseguido uma sorte melhor na partida de ontem. O problema, não foram gols perdidos, mas a falta de oportunidades criadas.

Ao contrário de parte da torcida do Galo, não acho que pedir a cabeça do Roth nesta altura do campeonato vá solucionar o nosso problema. A grande questão, que está cada vez mais evidente, é que ele consegue organizar um time, mas não consegue gerenciar o grupo para desferir o ataque final. O resultado desastroso de ontem comprometeu não apenas a nossa ambição de sermos campeões, mas também a nossa permanência entre os quatro primeiros.

Os otimistas podem argumentar que, como enfrentaremos os adversários diretos por estas posições nas próximas rodadas, cabe apenas ao Atlético Mineiro, num impressionante "sprint final" se impor aos adversários e assegurar uma vaga na Libertadores, quiçá o caneco. Mas, infelizmente, os fatos têm demonstrado que todas as vezes em que fomos testados neste sentido, falhamos miseravelmente. E, por mais que queira acreditar, fica muito difícil para a minha mente de engenheiro negar os fatos.

Quanto à Noruega, tivemos um dia ensolarado e consegui ver a garotada jogando uma peladinha num gramado perto dos museus em Bygdoynes. A foto não consegue demonstrar, mas era algo mais parecido com um rugby sem as mãos do que o velho esporte bretão propriamente dito. Mas já deu algum alento!



12 de out. de 2009

Clássico na Noruega

Há poucos meses, ainda na segunda rodada do campeonato, saíamos do Mineirão satisfeitos com a vitória atleticana contra o Grêmio quando disse a alguns amigos que a nossa missão naquele campeonato era conquistar seis pontos contra o nosso maior rival, que vivia uma fase excelente. Passadas 26 rodadas, todo atleticano reconhece que o time chegou mais longe do que qualquer um poderia imaginar naquele momento e o clássico na tarde desta segunda poderá marcar, definitivamente, a nossa recuperação nesta temporada.

Infelizmente, a distância não me permitirá acompanhar a peleja e só me restará torcer para que o time entre em campo com o espírito que, há um ano atrás (11/10/2008), marcou a épica vitória contra o Flamengo em pleno Maracanã por 3 x 0.

Quanto à Noruega, bem, a julgar pela frequência na quadra de futebol em frente ao apartamento onde estamos hospedados em Oslo, o futebol está para os noruegueses assim como o snowboard está para os brasileiros. Nos dois últimos dias os únicos seres que vi correndo por ali foi uma dupla de cachorros em treinamento. Talvez seja culpa do frio.


Onde estariam os jogadores?

9 de out. de 2009

Lugar nenhum

Botafogo 3 x 1 Atlético

Ontem à noite, quando a chuva começou a cair no Rio, cheguei à conclusão de que não era uma boa ir até o Engenhão nesta quinta. Porém, naquela mesma noite tive um sonho que julguei ser premonitório e logo pela manhã me dirigi à sede do Botafogo na General Severiano para adquirir meu ingresso.

Assim, depois de uma longa caminhada até o metrô e de uma baldeação na estação Central (palco de um conflito entre o batalhão de choque da PM e passageiros algumas horas antes) para um trem da Supervia, chegamos ao famigerado Engenhão: um estádio coberto onde todas as cadeiras ficam molhadas de chuva e onde a perspectiva atrás de um gol (a torcida adversária fica posicionada no lado sul) não permite que o indivíduo saiba se a bola está dentro ou fora do campo nas proximidades da trave do lado oposto.

O problema do banco foi resolvido com algumas folhas de papel que, malandramente, havia levado comigo num dos bolsos. Já o da perspectiva, esse não fez grande diferença porque não foram necessários mais do que 12 minutos para que o time da casa liquidasse a partida e jogasse as minhas esperanças no lixo.



Engenhão e parte das suas 6 mil testemunhas


Tudo aquilo o que eu temia aconteceu na noite desta quinta: uma postura apática, um tanto covarde, um tanto displicente de um time que passou a semana pleiteando na imprensa uma vaga entre os "favoritos" ao título e que, no campo, não apresentou, em nenhum momento, evidências de que efetivamente o fosse. O irritante nessa história não é ser derrotado, mas sim entrar em campo sem gana de vencer, de disputar um jogo para ganhar. Houvéssemos perdido por 3 x 1, mas tendo jogado com vontade de ganhar, estaríamos tristes, mas resignados. Depois da exibição desta noite, estou convencido de que o quarto lugar nesta temporada deve ser comemorado como a conquista do troféu, porque com essa postura diante dos adversários que temos pela frente vai ser difícil chegar a algum lugar.



Caminho de casa depois de chacoalhar no trem da Central

No fim das contas, o que mais me chateou foi o futebol do Renan Oliveira. Tudo bem que esteja fora de posição, mas ele deveria mostrar o mínimo de personalidade, de pegada de jogador profissional. Infelizmente, a minha boa vontade acabou, o negócio é emprestá-lo ou vendê-lo. Ali o problema de falta de colhões é crônico... No Atlético ele não vai emplacar.

Pois bem, nas próximas três semanas estarei de férias e, muito provavelmente, afastado das emoções do Brasileirão. Queira deus que quando eu voltar ainda estejamos entre os primeiros.

8 de out. de 2009

Estaremos lá

Ontem, depois do almoço, pegamos um táxi para voltar ao escritório e, obviamente, falávamos de futebol. O motorista, botafoguense, demonstrava muita tranquilidade com relação à partida desta noite:

- Tu vai ao Engenhão?
- Vou.
- Também vou tá lá. Mas, ó, vamos ganhar, o Atlético é freguês.

O futebol tem dessas coisas, jogadores, direção, comissão técnica mudam e são mudados constantemente, mas certos aspectos históricos relativos ao embate entre dois clubes tendem a seguir um determinado padrão. Por outro lado, acredito que todo tabu motive o adversário. Já são 10 anos sem derrotar o Botafogo no Rio, mas é bom recordar que esta temporada temos conseguido alguns resultados importantes.

Com o empate do São Paulo na noite de ontem, poderemos, em caso de vitória, assumirmos a vice-liderança do torneio e mantermos a chama da esperança do título acesa. Nossa tarefa, entretanto, ficou muito mais difícil quando perdemos Tardelli e Éder para o jogo desta noite mas, ainda assim, o Atlético ainda possui um time melhor do que o do Botafogo. A chance do Galo está em entrar em campo com uma postura corajosa, buscando a vitória e demonstrando que quer chegar mais longe. Rogo, então, ao pai celestial para que ilumine Celso Roth, pois se o gaúcho insistir em manter uma postura defesiva fora de casa os prognósticos são deveras pessimistas.


Ingresso garantido. E o trem?

5 de out. de 2009

Azeite

Quando era criança, sempre me perguntava se haveria alguma relação entre a preferência do meu pai pelo azeite português Gallo que, vez por outra, aparecia em nossa mesa e o fato de sermos atleticanos. Depois, à medida que fui crescendo e amadurecendo, me convenci que a preferência paterna pelo famigerado óleo de oliva era devido à boa combinação preço e qualidade do produto.


O azeite oficial do aeroporto do Galeão

Não faz muito tempo, empurrava o meu carrinho pelos corredores do supermercado quando parei em frente às prateleiras de azeites. Perdido ali entre a infinidade de marcas, preços, procedências e embalagens disponíveis, concluí que a escolha tinha tudo a ver com futebol e levei a garrafa de azeite Gallo comigo.

4 de out. de 2009

Jogamos pro gasto

Atlético 2 x 1 Barueri

Às vezes, me esqueço do carrossel de emoções que é torcer para o Clube Atlético Mineiro. Quando soube que o Barueri jogaria desfalcado do Fernandinho e do Thiago Humberto, seus dois melhores jogadores, fiquei com a sensação de que o Galo, completo, não teria maiores dificuldades em superar os paulistas. Saímos na frente aos 15 minutos, mas não demorou muito para que a apreensão e a angústia me dominassem. Com uma postura um tanto displicente em campo, errando passes e proporcionando boas oportunidades de ataque ao adversário, começamos a, efetivamente, sermos pressionados pelo adversário.

Foi uma partida muito equilibrada e o primeiro tempo poderia ter tido um resultado diferente se o Carini não houvesse defendido uma penalidade máxima cobrada por Basílio. O segundo tempo continuou, praticamente, na mesma toada. Sentimos a saída do Éder Luís, contundido, ainda no primeiro tempo, principalmente porque Rentería não entrou bem e Tardelli, apesar de ter anotado mais um tento, não fazia uma boa partida, errando o último passe e não conseguindo reter a bola no ataque.

Aos 36 minutos, Correa conseguiu roubar uma bola e lançou Tardelli que foi derrubado na frente da área. O próprio Correa cobrou e meteu a bola no ângulo de Renê. Lindo gol, que trouxe alívio à torcida atleticana. O alívio, como não poderia deixar de ser, durou pouco: aos 44 minutos uma bola despretensiosamente chutada pelo arqueiro do Barueri chegou à entrada da área alvinegra e, Werley, na tentativa de proteger a bola cometeu uma falha bisonha deixando que o atacante paulista encobrisse Carini e trouxesse o nervosismo de volta ao Mineirão. O filme "Avaí" começou a rodar na minha cabeça mas, felizmente, desta vez o Atlético teve a maturidade necessária para segurar o jogo e garantir os 3 pontos.

A rodada, exceto pelos resultados de São Paulo e Palmeiras, foi muito favorável ao Atlético e, neste momento, ocupamos a terceira posição. Independente dos resultados alheios, nesta altura do campeonato não temos outra alternativa a não ser seguirmos pontuando e buscando as vitórias necessárias. Como já disse o Roth, não cabem mais projeção de pontuação e nem planejamento, agora é jogar cada jogo.

29 de set. de 2009

Grande partida

Atlético 3 x 1 Santos

Sendo um pessimista nato, foi para surpresa dos companheiros de arquibancada que, ainda no caminho para o Mineirão, expressei meu bom pressentimento com relação à partida contra o Santos. Alguns não estavam tão confiantes, embora estivessem conscientes de que qualquer resultado adverso na tarde daquele domingo nos relegaria ao limbo do campeonato. Depois de acompanhar o clássico paulista na telinha de um celular alheio nos dirigimos para os portões do Mineirão e foi neste momento que vaticinei: "vai ser 3 x 1 pro Galo". Mateus, homem amargurado que é, retrucou: "sei não, esse aí é jogo para 1 x 0, 2 x 1, vai ser difícil".

Superada a confusão inicial para passar pelas roletas, chegamos às arquibancadas com o time do Santos já em campo. Mal nos sentamos, começou o primeiro tempo. Sinceramente, não me lembro de 15 minutos iniciais tão avassaladores do Atlético. Talvez, na temporada 2001, nas partidas que mandamos no Independência. O primeiro tempo terminou sem nenhuma chance de gol para o Santos e o 1 x 0, gol do Evandro aos 5 minutos, ficou muito barato para o peixe.

O alvinegro praiano esboçou uma reação no início da segunda metade: voltou dos vestiários com duas alterações (Germano, um dos favoritos do Levir Culpi em sua última passagem pelo Galo, era uma delas) e com o ânimo renovado para buscar o empate. Para azar do Luxemburgo e seus comandados, o Fabão cometeu uma falha bisonha e o Éder, oportunista, roubou-lhe a pelota e correu em direção a área onde o zagueirão, sem outro recurso, o derrubou. Pênalti que Tardelli, calmamente, converteu. 2 x 0. 15 minutos depois, quando o Santos começava a se recuperar do golpe, Correa driblou três adversários e meteu, com maestria, uma bola em profundidade para o artilheiro do Brasil, que só desviou do goleiro e correu para o abraço. 3 x 0 e festa garantida. Por volta dos 35 minutos, a zaga, que até então havia tido uma atuação impecável, deu uma cochilada e o Kléber Pereira deixou o dele. 3 x 1, e a profecia estava cumprida.


Correa: precisão milimétrica no passe para Tardelli

É certo que o Santos não é aquele das temporadas anteriores, mas o Galo não deu nenhuma chance aos paulistas. Jogou com autoridade, impôs o seu ritmo de jogo dentro de casa e liquidou o adversário com enorme frieza. Pode não ter sido a melhor atuação no ano, mas foi a melhor que eu presenciei e isso é, deveras, animador. Foi muito bom ver a defesa atuar com segurança e o meio de campo pegador com Jonílson, Correa e Márcio Araújo não dar sossego aos santistas. Grande partida do Éder Luís, que comprovou ser o parceiro ideal para o Tardelli, que dispensa comentários.

Neste momento, a torcida está se perguntando: "onde podemos chegar?". Acredito que "Libertadores" parece uma resposta mais realista, mas nesse campeonato marcado pela irregularidade, creio que nem o título é impossível. O mais importante, neste momento, é manter a pegada: há algumas rodadas o Inter fez excelentes partidas contra o Goiás, o Avaí e o próprio Atlético, e agora ensaia um retorno ao modo Tite de jogar. O mesmo pode ser observado em relação ao São Paulo, Corínthians e até ao Grêmio. O Goiás segue realizando uma campanha bastante consistente, mas não me espantaria se o Palmeiras desse uma caída nas próximas rodadas e permitisse a aproximação dos rivais. Se o Galo conseguir ser diferente, ou seja, emplacar uma série de vitórias, chega junto para decidir nas últimas rodadas, quando enfrentará Goiás, Flamengo, Inter, Coritiba, Palmeiras e Corínthians.

26 de set. de 2009

Peixe

Minha primeira lembrança com relação ao Santos é de uma semifinal de brasileiro em 1983. Havíamos perdido o jogo em São Paulo por 2 x 1 e precisávamos vencer em Belo Horizonte para chegarmos à final contra o Flamengo. Meu pai foi ao jogo com outros parentes e eu fiquei na casa da minha avó. O placar não saiu do 0 x 0 e a frustração foi grande.

Em 1987, o Atlético estreava na Copa União contra o Santos, no Mineirão. Eu e meu irmão pedimos e nosso pai nos levou para testemunharmos uma goleada implacável por 5 x 1 do time do Telê contra um peixe enfraquecido. Estreamos com o pé direito contra o alvinegro praiano. 10 anos depois, estávamos novamente no Gigante da Pampulha, agora sob o comando do Leão, estreando na segunda fase do Brasileiro de 1997 com uma vitória de 2 x 0 sobre os paulistas.

Uma das minhas últimas idas ao Mineirão antes de vir para o Rio foi uma partida contra o Santos em 2004. Naquela temporada os paulistas se sagrariam campeões e a gente, numa prévia do que estava por vir em 2005, lutaria contra o rebaixamento até a última rodada. Naquela tarde, começamos mal a jornada, levando um gol do Diego. Ainda no primeiro tempo, chegamos ao empate e viramos o jogo. Veio a segunda metade e o gol de empate santista. Como estávamos sentados atrás do gol do lado da lagoa e vimos o tento do adversário de camarote, sugeri ao Flávio que déssemos a volta no estádio a fim de acompanharmos os ataques atleticanos atrás da meta apropriada. Quando saímos do túnel, havia um silêncio e o Deivid corria com o indicador na boca em direção à torcida do Galo. Era a virada santista. Nos atiramos nas cadeiras naquela área vazia do estádio já antevendo o nosso triste destino. Cinco minutos depois, porém, o Dejair, "grande" contratação daquela temporada, acertou, talvez, seu único chute do meio da rua em sua passagem pelo Atlético. Um autêntico petardo, rasteiro, que entrou junto ao poste esquerdo do goleiro santista. Lindo gol e muito alívio. No fim, ficou o 3 x 3.

Amanhã, aproveitando a folga no trabalho, estaremos no Mineirão para acompanhar este clássico alvinegro. A obrigação da vitória é atleticana: joga em casa, os desfalques estão diminuindo, o elenco foi reforçado e a direção vem reafirmando a sua disposição de brigar pelos primeiros lugares e, até mesmo, o título. Qualquer tropeço será inaceitável.

20 de set. de 2009

"Não gosto de perder"

Náutico 0 x 0 Atlético

Conforme adiantado no post anterior, a decisão da sportv de transmitir um vt na hora do jogo, impossibilitou que eu acompanhasse o placar pelas famigeradas bolinhas e similares. Enquanto voltávamos do trabalho, sintonizamos o rádio e viemos escutando Vitória x Inter. Foi quando eu soube que a partida em Recife estava 0 x 0. Aproveitei e perguntei ao motorista se ele era torcedor do Bahia. Ele respondeu que não, ele era do Vitória. "Ou melhor", continuou, "eu torço pra quem tá ganhando. Não gosto de perder.". "Formidável", pensei.

Pois bem, hoje de manhã consegui ver os melhores momentos. Não foram muitos, mas os gols perdidos foram e pior: democraticamente perdidos. Tampouco entendi as alterações do Roth: Rentería por Renan Oliveira? Tardelli por Éder Luís? Creio que faltou um pouco de ousadia diante de um adversário de menos qualidade, cheio de desfalques e vivendo uma situação desesperadora. Poderíamos até concluir que o ponto ganho lá foi uma boa conquista, mas isto seria verdade se o Galo estivesse fazendo o dever de casa o que, convenhamos, não anda acontecendo ultimamente.

No fim, a rodada nem foi tão ruim. Houvesse o Corínthians segurado o Goiás, ainda estaríamos entre os quatro primeiros. Domingo enfrentaremos o Santos e nenhum outro resultado a não ser a vitória nos interessa. A nossa colocação na tabela ainda é favorável mas, ao fim desta rodada, muita gente encostou e um resultado adverso contra o peixe sepultará, definitivamente, as pretensões alvinegras.

18 de set. de 2009

Insônia

Goiás 1 x 1 Atlético

No fim da tarde de quarta-feira, descobri que o canal FX transmitiria Goiás x Atlético direto de Goiânia. Ainda que estivesse ciente de que a direção atleticana havia desistido da sulamericana a fim de priorizar o Brasileirão, foi necessário um bom exercício mental e um aguçado senso de responsabilidade para que eu optasse por uma boa noite de sono, ao invés de ficar grudado na telinha acompanhando o nosso expressinho. Consegui, com relativo sucesso, cumprir esta missão e já dormia profundamente quando o celular tocou. Era o Mateus, explicitando seus temores de que Roth recuasse os seus comandados após tirarmos o primeiro zero do placar. Não resisti e liguei a tv, cometendo um erro fatal.

Poucos minutos depois de a tv iluminar o quarto, o Goiás empatou com um pênalti. A partir daí, não tive mais sono e fui obrigado a acompanhar o jogo até o fim. O empate nos levou à decisão por penais. "Com esse goleiro, não vai dar", pensava, quando o telefone tocou. Era o vizinho de quarto, também insone, que queria "me avisar" que o Galo estava disputando uma vaga na sulamericana. Agradeci e disse que não tinha esperanças no goleiro, a chance é que eles chutassem todas para fora.

E foi na segunda cobrança que o jogador goiano pareceu cumprir a profecia e mandou a pelota por cima do travessão. A alegria durou pouco, pois Renan, na sequência, recuou para o Harlei. O Goiás continuou convertendo todas até o fim, comprovando a tese de que qualquer coisa com uma camisa de goleiro do Atlético debaixo das traves tinha mais chances de pegar uma bola do que o Bruno. Completamente abatido e derrotado, sem nenhuma vibração ou manifestação de desejo de vencer, o jovem arqueiro caminha a passos largos para se afirmar como o legítimo herdeiro da dinastia Édson. Uma lástima para a camisa que já teve donos como Kafunga, João Leite, Taffarel, Diego Alves, entre outros. No fim, Chiquinho bateu e Harlei espalmou. Fim de jogo.

Sinceramente, acho que sair da copa foi melhor para as pretensões atleticanas. Por outro lado, é sempre lamentável ver o time ser derrotado, ainda mais nas circunstâncias que envolveram a classificação goiana: saímos na frente nos dois jogos e eles empataram convertendo as penalidades. Nós perdemos penais nas duas partidas. Finalmente, deu para ver que temos algumas peças de reposição razoáveis para compor o elenco.

Neste sábado, enfrentaremos o Náutico nos Aflitos. O time pernambucano vem mal na tabela e jogará com uma série de desfalques mas todos sabemos que o Atlético Mineiro é absolutamente imprevisível. A nota triste é que a sportv transmitirá Vitória x Inter para a rede. Em Salvador, ficaremos com a reprise de Vasco x Guarani. A programação da tv paga inovou com este truque sujo em 2009: ao invés de transmitirem um outro jogo da rodada para a praça onde se realiza a partida transmitida para a rede, resolvem oferecer um maldito VT. É de dar nojo!

Pois bem, canalhices à parte, temos obrigação de vencer. Em primeiro lugar porque, dadas as circunstâncias envolvendo a partida, se não trouxermos os três pontos de Recife, estaremos definindo que a nossa ambição se resume à quarta vaga para a Libertadores e, em segundo lugar, porque o comandante do Timbu é o Geninho e é obrigação MORAL do Atlético vencê-lo.

15 de set. de 2009

Golaço

Atlético 2 x 1 Atlético/PR

Vivendo mais um período de exílio no interior da Bahia e, consequentemente, do pay-per-view ou de vídeos gratuitos disponíveis na internet, tive que me conformar com a Itatiaia online para acompanhar mais este capítulo da saga alvinegra. No primeiro turno, esta mesma partida foi realizada, em Curitiba, no dia do meu aniversário e o resultado foi um massacre do Galo que aplicou um 4 x 0 no seu xará. Coincidentemente, também estava trabalhando por aqui naquela época enfrentando, é claro, as mesmas privações tecnológicas e estas doces recordações contribuíram para um clima de confiança.

O jogo não começou nada bem, pois o xará acabou anotando o seu primeiro tento com 10 minutos de jogo, após uma cobrança de falta do Paulo Baier que foi desviada, de cabeça, pelo Alex Mineiro. Ainda assim, minha confiança não foi abalada e fui premiado com um gol de empate aos 13, o primeiro do Rentería com a camisa alvinegra. E o primeiro tempo acabou assim. Fiquei pensando no comentário do Felipe neste blog, dizendo que tudo indicava que só brigaríamos pela quarta vaga do G-4 e concluí que, com aquele empate miserável, não chegaríamos a lugar nenhum.

Começa o segundo tempo. O dramático de se escutar o jogo pela Itatiaia é que a mesma resolve transmitir 3 partidas ao mesmo tempo e era só a bola parar para alguém chamar de Porto Alegre ou de Arapiraca para narrar os jogos dos nossos rivais. Nesses intervalos, você fica devaneando, imaginando o que poderia estar acontecendo em Belo Horizonte e foi numa dessas, já passados os 30 minutos da segunda etapa, que alguém entrou falando direto de Arapiraca e eu, meio sem paciência, resolvi diminuir o volume e ligar para o meu irmão, pois ainda agonizava com um gol perdido pelo Tardelli. O telefone chama uma, duas, três vezes. Alguém atende e só escuto gritos e ruídos. Alguns segundo depois escuto, baixinho no rádio, um grito de gol. Concluo que é do ASA e continuo meus afazeres. Instantaneamente, me lembro do telefone e do lag das rádios via internet. Aumento o volume e o Caixa está disparando a sua metralhadora, para minha euforia.

A partir daquele momento, fui tomado por uma brutal agonia que chegou a aumentar a níveis quase insuportáveis quando narraram um contra-ataque de 3 contra 1 e o gol desperdiçado pelo nosso camisa 9. Finalmente, o juiz apitou e pude sentir aquela confortável paz de espírito dos vitoriosos e planejar as mesas redondas que poderia conferir logo mais, à noite. Cheguei no quarto a tempo de ver o gol de placa do Tardelli: um lançamento primoroso do Correa acompanhado do arremate espetacular o atacante alvinegro. Foi pura poesia aquilo e lamentei profundamente não ter podido acompanhar esta obra de arte in loco.

Os desdobramentos da vitória e as expectativas para mais um duelo contra o Geninho, pretendo comentar em outro post.

10 de set. de 2009

Ricardinho

Confirmando especulações que circulavam pela imprensa e pelos blogs há alguns dias, o armador Ricardinho acertou com o Atlético e assina na próxima terça-feira contrato para atuar pelo clube até dezembro de 2011. Revelado pelo Paraná Clube, destacou-se no Corínthians, quando foi bicampeão brasileiro, e teve boa passagem pelo Santos, quando também ganhou o Brasileirão.

No papel, parece uma grande contratação, resta saber como anda fisicamente e psicologicamente após três temporadas no exterior sem grande destaque. Com 33 anos, já é considerado um veterano dos gramados brasileiros (é incrível como isso fica relativo quando você atinge a faixa etária dos supostos veteranos... Para mim, ele ainda é quase um garoto) mas, seguramente, talento não falta ao rapaz e o setor de criação do time, realmente, andava muito carente. Torceremos muito para que dê certo. Entre Evandro, Tchô e Júnior improvisado, fico com o Ricardinho (0 Renan Oliveira ainda tem crédito).

Na realidade, sou crítico em relação a algumas atitudes do Kalil, mas é necessário admitir que o Atlético mudou para melhor em um espaço de tempo, relativamente, curto. O clube vivia uma década muito complicada, com campanhas ridículas, realizadas por times ridículos montados, obviamente, por uma direção ridícula. Há um ano atrás o "time do centenário" era composto por uma mescla de jovens promessas com veteranos, destaques das divisões inferiores do campeonato brasileiro e jogadores contratados por dvd (método de gestão Ziza Valadares). Não há dúvidas de que a equipe de 2009 é muito mais forte do que a das temporadas anteriores. Ainda mantivemos alguns talentos a serem lapidados, mas as contratações foram mais criteriosas e chegamos a disputar jogadores com outros clubes e, no fim, trazê-los para a Cidade do Galo, coisa que não acontecia até há bem pouco tempo. Isso é bom, acima de tudo, para a recuperação da auto-estima atleticana.

Um outro aspecto interessante diz respeito ao currículo do jogador. O Ricardinho, assim como o Tardelli e o Júnior, é um jogador vencedor em suas passagens por outros clubes e é importante contar com esse tipo de atleta no elenco. O próprio Atlético teve grandes times ao longo desses quase 40 anos de Campeonato Brasileiro, mas mesmo tendo chegado muito perto de conquistá-lo por diversas vezes após 1971, sempre faltou algum detalhe e, muitas vezes, esse detalhe era um jogador capaz de assumir a responsabilidade pela decisão e tirar um peso do resto do time evitando o desequilíbrio emocional que sempre nos custou muito caro.

Meu maior temor neste momento é que o Atlético tenha se reforçado tarde demais e não consiga ter o time completo a tempo de entrar, novamente, na disputa pelo caneco. Mas, verdade seja dita: antes tarde do que nunca. Fizemos um bom primeiro turno e estamos pagando pela falta de opções no elenco após a bruxa nos ceifar, praticamente, todo o sistema defensivo no mês de julho. Que o domingo sirva para a consolidação da recuperação iniciada em Santo André e que o Ricardinho chegue para comandar o nosso meio-campo com a categoria que sempre lhe foi característica.

7 de set. de 2009

Relembrando 2006

Santo André 1 x 2 Atlético

Ao longo de todo o final de semana me lembrei da lendária "invasão de Santo André" em 2006 quando, ainda na segunda divisão, o Atlético consolidou a sua arrancada rumo ao título daquela temporada com uma vitória contra o Ramalhão por 2 x 1.

Na esperança de que aquela partida antológica servisse de inspiração para o escrete alvinegro em 2009 e nos ajudasse a por fim ao incômodo jejum de vitórias, aguardava com ansiedade o início da partida. Sem técnico, pois Alexandre Gallo havia pedido demissão no meio da semana, com poucos torcedores e sem maiores pretensões no campeonato, o Santo André era o adversário ideal para o momento enfrentado pelo Galo. Mas, atleticano que sou, sabia que tudo poderia acontecer.

O Atlético, ainda com uma série de desfalques importantes, em especial no meio de campo, promoveu a estreia do zagueiro Jorge Luiz e manteve a dupla de ataque que entrou em campo contra o Inter, na quarta passada: Tardelli e Rentería. Coube ao colombiano a melhor chance atleticana no primeiro tempo com um chute que, após ser desviado pelo zagueiro do Santo André, acabou batendo na trave e saindo. Tardelli também acertou um bom chute após grande jogada de Rentería pelo lado direito do ataque alvinegro, mas a bola saiu pela linha de fundo. O ponto fraco do Galo era a defesa que não ganhava uma bola sequer pelo alto e insistia em rebater a pelota para o meio da área.

O segundo tempo começou sem grandes diferenças em relação ao primeiro, a novidade foi a presença de Evandro no lugar do Renan Oliveira. O Galo ainda levou um certo perigo ao gol andreense, mas pecava muito na saída de bola e começou a sofrer uma certa pressão do adversário aumentando, consequentemente, a angústia de todos aqueles que acompanhavam a pendaia pela telinha. Com Alex Bruno amarelado e perdendo, praticamente, todas as bolas (o "gigante" Marcelinho Carioca conseguiu cabecear três bolas na pequena área atleticana), comecei a ser invadido pelo pessimismo: "Se levarmos um gol, acabou". Roth, então, sacou Rentería e colocou Éder Luís, que aumentou a força do ataque.

Mais um lance de perigo do Ramalhão, bola cruzada na área, cabeçada e defesa milagrosa do Bruno. "Isso garoto!!", pensei. A bola sobra do lado direito do Santo André, o lateral executa uma firula e cruza, Bruno, numa falha Edsoniana, sai do gol e solta a bola, Alex Bruno erra a cabeçada e Wanderley toca para o gol. Eram 35 minutos do segundo tempo e meu estômago faz voltas. Roth mexe novamente: saca Alex Bruno, entra Pedro Oldoni. É isso aí, espera levar o gol pra tirar o desgraçado! É um maldito covarde!!!

Devo reconhecer que a entrada do Éder deu uma outra dinâmica ao ataque. O banco deu uma dose extra de energia e vontade para o nosso veloz atacante, que conseguiu arranjar a expulsão de um meia do adversário e nos devolver as esperanças. E foi o próprio Éder que recebeu uma bola do Evandro, girou e fuzilou a meta do Ramalhão, empatando o jogo aos 42 minutos. Permaneci em silêncio, ainda um tanto cético, mas resolvi me sentar para acompanhar os minutos finais. O árbitro aponta 4 minutos de acréscimos e a serenidade vai pro caralho: "vamos, porra!!!". Aos 47 minutos Carlos Alberto recebe na direita e acerta seu ÚNICO cruzamento em TODO o jogo. Acompanho a bola viajando em slow motion, vejo o Tardelli subir livre e dou um berro: "FAAAAZ, PORRAAAA", o artilheiro do Brasil confere enquanto grito todos os palavrões conhecidos socando o chão. O minuto seguinte foi de pura ansiedade, mas o Santo André não tinha mais forças. Vitória alvinegra.


Tamo de volta

Vitória importantíssima, não há como não admitir. Sem vencer há sete rodadas, o Atlético havia saído da liderança para o sétimo lugar do campeonato e as perspectivas eram um tanto sinistras. O que o torcedor, entretanto, não pode deixar de reconhecer é que nessas últimas sete rodadas o Atlético foi extremamente regular, praticando um futebol abaixo da crítica, sem velocidade no meio de campo e com uma fragilidade defensiva capaz de tornar a bola mais inofensiva em perigo de gol. A pífia campanha no segundo turno não é produto do acaso e a vitória de ontem foi conseguida na base da vontade e da maior qualidade dos nossos atacantes diante da defesa adversária. De qualquer maneira, a pressão da má fase se foi e entraremos mais tranquilos em campo para enfrentarmos o xará paranaense no próximo domingo.

4 de set. de 2009

1979: a desistência

Em matéria de registro dos campeonatos brasileiros (e demais campeonatos realizados no Brasil e em outros países), não há site melhor do que o da RSSSF Brasil, cujo link está aí ao lado. O Globo Esporte.com lançou o seu FUTPEDIA há alguns meses, cujos registros das partidas são mais completos, mas abrangem apenas a Copa do Brasil e o Brasileirão e, portanto, cobrem um período de tempo mais curto do que o da RSSSF.

Pois foi numa dessas visitas ao RSSSF, buscando alguma informação específica sobre o Brasileirão que, ao observar a tabela do Campeonato Brasileiro de 1979, descobri que o Atlético havia abandonado o torneio numa de suas fases finais, tendo perdido para o Goiás e para o Inter por WO. Como o site não trazia maiores informações acerca das razões para a desistência alvinegra, recorri, num dos meus momentos de folga, à hemeroteca da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais a fim de solucionar a misteriosa desistência atleticana.

De posse da coleção de jornais "O Estado de Minas" de dezembro de 1979, pude entender, em meio aos anúncios do TeleJogo Phillips, da Loteria do Galo ("Colosso Milionário") e de empreendimentos imobiliários na Cidade Nova, o que se passou naquela temporada, que acabou com o Internacional como campeão invicto. As regras únicas e confusas do torneio, tradição brasileira até 2003, incluíam uma primeira fase disputada por clubes de todo o país, exceto os do Rio de Janeiro e de São Paulo, que entrariam na segunda fase. Guarani e Palmeiras, campeão e vice da temporada anterior, entrariam na terceira fase. São Paulo, Santos, Corínthians e Portuguesa solicitaram à confederação que também entrassem no torneio apenas à partir da terceira fase. Com o pleito negado, desistiram de disputar o brasileiro.



Ao fim da segunda fase, um impasse: como a colocação final das equipes na chave do Atlético só seria decidida numa partida na sexta-feira à noite (Campinense x Coritiba, dia 30/11), a CBD havia comunicado aos clubes mineiros que caso o Coritiba terminasse em primeiro, o Atlético formaria o grupo R junto com Inter e Cruzeiro - campeões em suas respectivas chaves - e Goiás, que havia sido vice na sua. Neste caso, o clássico seria realizado no domingo, 02/12, caso contrário, nem um dos dois clubes jogaria naquele dia. Como o Coritiba bateu o Campinense na noite da sexta, o clássico foi realizado na tarde do domingo, tendo terminado empatado em 0 x 0.

Naquela altura, os clubes ainda não sabiam como seria a segunda rodada, prevista para o meio da semana. Na segunda-feira, pela manhã, a imprensa é informada pela direção de futebol da CBD que as partidas entre Cruzeiro e Inter e Atlético e Goiás seriam ambas realizadas no Mineirão, sendo que o Goiás chega a entrar em contato com a FMF para agilizar a logística da viagem para BH. No fim da tarde daquele mesmo dia, para espanto de todos, a CBD confirma a partida do Cruzeiro para Belo Horizonte, na quarta-feira, e a do Galo para quinta, no Serra Dourada.

Imediatamente, após o anúncio, as direções do Atlético e da FMF se reúnem e divulgam comunicado dizendo que se a partida fosse confirmada para Goiânia, o Atlético estava fora do campeonato. Além disso, a FMF comunicava que a Seleção Mineira juvenil também se retiraria do campeonato nacional. O raciocínio para o protesto do Atlético era o seguinte: Inter e Cruzeiro, por terem sido campeões das suas chaves, jogariam duas partidas em casa e uma fora e o oposto ocorreria com o Atlético e Goiás. O clássico havia sido mando do Cruzeiro, que ainda jogaria com o Inter em casa e o Goiás fora. O Inter jogaria com Atlético e Goiás em casa. Restava ao Goiás o jogo contra o Cruzeiro no Serra Dourada e ao Galo, o jogo contra os goianos no Mineirão. Sendo assim, a CBD cometera enorme injustiça ao mandar o Atlético jogar em Goiânia.



A crônica esportiva mineira apontava como principal razão para a súbita mudança da tabela por parte da CBD, o apoio da federação goiana de futebol ao então presidente da confederação, o almirante Heleno Nunes, que seria candidato ao posto de presidente da futura CBF contra Giulitte Coutinho.


A confusão durou pouco mais de uma semana, com uma luta de liminares e pleitos na justiça. No fim das contas, o Inter entrou com um mandado de segurança no Rio de Janeiro através do qual o juiz cassava a liminar obtida pelo Atlético e estabelecia um prazo para que fosse fixada uma caução em dinheiro para resguardar os direitos do Galo, caso este fosse vencedor em seu pleito. A direção do Atlético se deu por satisfeita e considerou que obteve uma vitória, pois entendeu que receberia a parcela da renda das duas partidas não realizadas que caberia ao clube. A torcida, que não queria dinheiro, se frustrou. Aliás, se o dinheiro veio ou não veio, é assunto para outra pesquisa.

3 de set. de 2009

Um mês

Internacional 3 x 0 Atlético

Ciente das dificuldades que seriam enfrentadas em Porto Alegre, decidi não abrir mão da pelada semanal sacrificando, assim, os 30 minutos iniciais da partida. Cheguei em casa a tempo de ver o final do primeiro tempo e os melhores momentos. Os comentaristas foram unânimes ao dizer que o Atlético havia tido as melhores chances e que as oportunidades desperdiçadas poderiam custar caro ao alvinegro.

O Inter voltou para o segundo tempo com D'Alessandro no lugar de Danilo Silva e o carequinha argentino, junto com o Kléber e o Edu, acabou com o jogo em 15 minutos. Foi tão rápido que, quando eu voltei para a sala, já estava 2 x 0 para o colorado. Roth ainda tentou algumas alterações (saíram Felipe, Renan Oliveira e Rentería e entraram, respectivamente, Paulinho, Pedro Oldoni e Thiago Cardoso), embora eu não tenha conseguido entendê-las.

A verdade é que fomos superados por um time melhor, com mais opções e que, acima de tudo, mostra muito mais vontade de disputar seriamente o título do que o Atlético. O custo das lesões foi, sem dúvida, muito alto para o galo, mas tá faltando pegada e isso, cá entre nós, não tem a ver com técnica. Perder os dois gols que perdeu, por pura displicência, é dureza. O time do galo, como já disse outras vezes, só consegue se impor se for um time solidário, brigador, porque falta qualidade. Começou assim o campeonato, mas após a partida contra o Goiás a situação mudou. Agora, além de não conseguir criar, o time inteiro entra em pânico quando leva um gol e, quando se recupera, já está 2 ou 3 gols atrás no placar.

E pra ser sincero, houvesse anotado os dois tentos no primeiro tempo, tenho minhas dúvidas de que suportaria a pressão na segunda etapa. Não suportou contra o Avaí, em casa. Aliás, me lembro de dois empates nessas circunstâncias entre Atlético e Inter:

- 1988, Beira-Rio, estreia do Gérson pelo Atlético, se não me engano e que, por algum milagre, passou na tv. Abrimos 2 x 0, jogávamos melhor, mas eis que o colorado consegue chegar ao empate no fim do segundo tempo. Naquela temporada, se a partida terminasse empatada, havia uma disputa de pênaltis cujo vencedor ganhava um ponto extra. O pontinho extra ficou com eles.

- 2007, Mineirão, em sua luta desesperada para não entrar no G-4 do mal, o Atlético sofreu 2 gols no início do segundo tempo e a tragédia estava anunciada. Felizmente, Abel, treinador colorado, resolveu mexer no time, sacando atacantes e colocando defensores em campo. Pressão incrível do Galo que conseguiu meter dois gols após os 40 minutos do segundo tempo e empatar a peleja.

Enfim, com a derrota de ontem o Atlético completou um mês sem vitórias no campeonato brasileiro. A verdade, porém, é que pior do que a derrota da noite passada foram os empates em casa contra Palmeiras, Avaí e Sport, que nos custaram 6 pontos e a briga pelo caneco.

1 de set. de 2009

A má fase

16:41:33 To. Ta bisonho. Nos vamos perder.


Atlético 1 x 1 Sport

Ciente de que a partida entre Galo e Sport não seria transmitida para Porto Alegre, aproveitei minha estadia na capital gaúcha para ir ao Beira Rio ver a partida do nosso próximo adversário, Inter, contra o Goiás.

Chegamos ao estádio pouco depois das 16:30 e os locutores da rádio Gaúcha já celebravam a má atuação do Atlético, dentro de casa, contra o Sport. Um tanto cético acerca dos comentários dos rivais, mandei um SMS para o Mateus perguntando se ele se encontrava no Mineirão e como estava o jogo. A resposta está logo abaixo do título deste post.

A maioria das resenhas que li a respeito do jogo em Belo Horizonte afirmam que esta foi a pior partida do Atlético no ano. Considerando que o título de "pior partida do Atlético no ano" troca de mãos a cada rodada, tenho até medo de imaginar o que aconteceu no Gigante da Pampulha na melancólica tarde do último domingo. É certo que os desfalques fazem grande diferença ao futebol alvinegro, especialmente os volantes (Jonílson, Márcio Araújo e Serginho), que acabam sendo responsáveis pela saída de bola nos contra-ataques. Por outro lado, os desfalques não foram exclusividade do Galo, pois o Sport tampouco pode contar com uma série de titulares e, no entanto, esteve muito mais perto da vitória. O que estaria acontecendo então?

Ainda obtive relatos da evidente apatia do time em campo. Ciúmes com as novas contratações? Problemas nutricionais? Salários atrasados? Falta de toalhas brancas no vestiário? Esse é um problema para a direção do clube avaliar. Por fim, foi com um certo alívio que recebi a notícia do fim do jogo no Mineirão com um placar de 1 x 1. Para um time que alegava almejar o título ou vaga no G-4, é muito pouco.

Quanto ao jogo no Beira-Rio, o Inter começou avassalador e liquidou o Goiás ainda no início do primeiro tempo, passeando no restante do jogo e finalizando com um justo 4 x 0. Assim como outros torcedores, havia ficado satisfeito com a suspensão do Taison que o deixava fora da partida contra o Galo na quarta-feira. Mas, eis que surge no colorado um tal de Marquinhos, incansável, que corre, dribla e finaliza bem. Péssima surpresa. Ainda nas arquibancadas do gigante começo a imaginar o duelo do garoto contra a zaga alvinegra e sinto um frio na espinha. Aliás, que diferença faz ver um garoto entrar com tanta gana em campo! Penso no Renan Oliveira, no Tchô, no Kléber, no Pedro Paulo e em tantos outros meia-atacantes ou atacantes oriundos da base alvinegra que só faltam chorar de medo em campo e sinto uma tristeza profunda.

Quarta-feira o Galo estará lá, no Beira-Rio, enfrentando o Inter em partida adiada do turno. Os gaúchos estão confiantes em mais uma vitória, pelo que pude constatar. Diante do bom futebol apresentado contra o Goiás, não posso deixar de dar uma certa razão ao nosso adversário. Pra dizer a verdade, as poucas chances do Atlético residem na possibilidade do excesso de confiança colorado e no homem que ocupa o banco de reservas do adversário: Tite. Nós sabemos do que ele é capaz, e isso nos dá esperanças. Fora isso, estaremos, mais uma vez, cheios de desfalques e se entrarmos com a alardeada apatia do último domingo, seremos atropelados.

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A visita ao Beira-Rio em dia de jogo me fez notar a diferença que faz para um clube ter o seu próprio estádio. O Mineirão é ótimo, mas seria muito melhor para o Atlético ter a sua casa própria, caracterizada, administrada e preparada para atender ao Galo e à sua torcida apenas.

Pra finalizar, é impossível conter a inveja que sinto de todos aqueles que acompanham o seu clube nas suas cidades de origem, se dirigindo para o estádio com seus uniformes, radinhos, bandeiras e acompanhados dos amigos e parentes. A "possibilidade de ir" faz uma falta danada.

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27 de ago. de 2009

Sem importância

Atlético 1 x 1 Goiás - Copa Sulamericana

Depois de uma exibição um tanto medíocre pelos gramados artificiais do Padreco da rua Humaitá, cheguei em casa por volta das 22 horas pronto para mais uma pelada na tv: o FlaFlu dos reservas (ou quase reservas). Entretanto, para minha surpresa, o canal FX estava exibindo, direto do Mineirão, Atlético mistão x Goiás completo.

Enquanto acompanhava a partida, alternava uns turnos do Civilization e um bate papo no GoogleTalk. Na verdade, a parte do papo só começou depois que o Pedro Oldoni manteve a tradição alvinegra de desperdiçar penais. Era sorte demais para um time que não tinha maiores pretensões: Iarley expulso e um penal, não podia dar certo mesmo. Na verdade, lamentei mais pela oportunidade desperdiçada pelo camisa 9 de marcar o seu primeiro gol pelo Galo do que pelo resultado em si. Mas eis que, o segundo tempo começa e o Atlético continua a jogar melhor, sem responsabilidade o futebol até que fluía. Finalmente, Tchô chuta de fora da área, a bola resvala no zagueiro e vai morrer nas redes de Harlei. 1 x 0.

O jogo parecia sob controle, até que o Pedro Oldoni conseguiu arrumar a expulsão mais ridícula que eu já vi: veio correndo atrás da pelota, mas pisou na bola, caiu e derrubou o adversário. Não consultei a súmula, mas desconfio que ele levou o segundo amarelo por maltratos à redonda... No fim do jogo o Goiás chegou ao empate com um gol marcado em pênalti inexistente. Quer dizer: não foi pênalti, mas o juiz apontou e os goianos, que não tinham culpa disso, anotaram o tento. Simples assim. E o Atlético não consegue fazer o simples. Depois é fácil culpar o juiz.


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23 de ago. de 2009

A fonte secou

Grêmio 4 x 1 Atlético

30 e poucos anos de Atlético e uma fria análise do conjunto da obra nas últimas rodadas não me permitiram ter qualquer esperança de um placar favorável na tarde deste domingo em Porto Alegre. Sendo assim, não me apressei para a volta do almoço e, quando cheguei em casa, o tricolor já vencia por 2 x 0.

É difícil tentar entender o que tem acontecido com o Galo. É lógico que os desfalques contribuem para má fase, mas o fator preponderante neste momento me parece ser a perda de foco no campeonato e as razões para isso só alguém que esteja lá dentro para poder dizer. O que posso conjecturar é que enquanto o time era a surpresa do campeonato, as coisas corriam bem: a torcida se divertia, o time corria e pegava, a bola procurava o gol adversário. A partir do momento em que a crítica começou a prestar uma certa atenção e a possibilidade da conquista do título passou a ganhar uma aura de seriedade, a fonte secou e voltamos a repetir as atuações sofríveis das temporadas anteriores.

Dessa maneira, o que resta ao torcedor neste momento é gastar tutano tentando descobrir se as más atuações do time constituem apenas a ruindade do elenco sendo esfregada em sua cara ou se o Atlético conta com um grupo que não tem condições de conviver com a pressão de estar em evidência.

Dou crédito ao Kalil pela rápida reestruturação do time após os desastres na Copa do Brasil e, especialmente, no Campeonato Mineiro, mas acho que ele tem o mesmo defeito do seu antecessor bigodudo: fala demais. E, sinceramente, o Atlético não está em condições de tripudiar ou viver de bravatas. Com essa equipe, que se revela tremendamente imatura, só temos a perder com isso.

Enfim, o que nos consola, neste momento, é que 5 vitórias serão suficientes para nos manter na primeira divisão sem maiores sobressaltos, pois é evidente que a casa está desarrumada e não será nada fácil restabelecer o equilíbrio.

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21 de ago. de 2009

Justa causa

Atlético 2 x 2 Avaí

Daqui a alguns anos, quando estivermos olhando a tabela do campeonato de 2009, ainda sentiremos o gosto amargo deste empate na noite de quinta-feira e das muito prováveis consequências catastróficas que o mesmo teve para a nossa trajetória nesta temporada. A catástrofe não reside no empate contra o Avaí em si, mas às circunstâncias que envolveram o mesmo.

Jogamos com um time desfalcado, mas que esteve bem em campo a maior parte do jogo, com um bom ataque, veloz, mas que desperdiçava chances com tanta facilidade como as criava. O primeiro tempo terminou 0 x 0, mas aos 7 minutos do segundo tempo já vencíamos por 2 x 0 e as oportunidades continuavam a ser criadas. Tudo vinha bem até que o Welton Felipe tentou dar um passe de calcanhar no meio, quase perdendo a bola. Felizmente, Marcos Rocha a alcançou e, pra desespero dos torcedores, também quis inventar, comprovando o seu completo déficit de intelecto. O resultado: roubada de bola do Avaí, Marcos Rocha corre atrás do ladrão fazendo um "cerca Lourenço" que desmanchou a cobertura, a bola é passada para Eltinho que limpa dois e fuzila a meta do Édson que, pra variar, estava mal posicionado.

Depois disso, o jogo do Atlético desandou e, embora ainda criasse algumas oportunidades, não conseguia levar perigo à meta adversária. A sorte é que o Avaí tampouco chegava ao nosso gol, a bola rondava a área, era cruzada, mas nada acontecia. Me lembrei das partidas contra Sport, Santos, Grêmio e Coritiba, quando vencemos mas pedíamos para levar o empate.

Não deu outra, aos 46 minutos do segundo tempo o meia do Avaí faz uma tentativa desesperada de lançamento para a área do Atlético, o centroavante vem correndo e eu, apático, observava tranquilamente a trajetória da pelota em direção à nossa defesa: "tá tranquilo, essa é do goleiro". Foi então que, para meu desespero, vi aquele animal de branco vindo em uma corrida desesperada em direção à marca do pênalti para, em seguida, realizar um mergulho suicida ERRANDO o soco na bola, que bateu no seu corpo, no corpo do atacante de azul e seguiu lentamente em direção à nossa meta. A agonia foi tremenda, aquela viagem em câmera lenta da redonda até o seu fim, nas redes alvinegras, foi de morrer. Então olhei para o tio Féster que, de amarelo, apitava a partida. Ele também observava o lance, e já sofria uma certa pressão da defesa atleticana em prol de uma falta no nosso arqueiro, mas meio que deu de ombros e apontou pro meio do campo. Por fim, vi todas aquelas pessoas na geral com as mãos na cabeça e me compadeci.

Dessa vez, a culpa foi do Atlético. Uma parte, é claro, cabe aos jogadores que estiveram em campo e perderam uma série de gols. Sem contar as falhas individuais que resultaram nos gols do adversário. Mas a maior parcela cabe à direção que manteve o pior goleiro da primeira divisão no nosso elenco. O cara é cria da casa, mas é ruim, as falhas que ele comete são sistemáticas e primárias, ou seja, ele não tem conserto. Já era! Não sei se por caridade ou por influências externas, resolveram mantê-lo no elenco como terceiro goleiro mas, azarado como o Atlético é, DOIS goleiros se machucam ao MESMO tempo e a meta passa a ser defendida por um cara de 2 metros de altura que não sabe sair do gol. Obviamente, falhas acontecem, o Diego falhou bisonhamente em sua estreia contra o Fortaleza em 2005 e, praticamente, nos rebaixou. Mas o cara se redimiu e provou ser um grande goleiro. O Édson já teve todas as chances e está, praticamente, há duas temporadas nos apavorando com suas saídas desastradas e frangos engolidos. Essa jogada de ontem era pra demitir por justa causa, burra da diretoria se não o fizer.


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20 de ago. de 2009

Sangue nas veias

Depois da rodada de ontem, o Atlético só depende de si para retomar a liderança. O primeiro passo seria uma vitória contra o Avaí esta noite no Mineirão. Jogo difícil, contra um time que está em ótima fase e que tem surpreendido diversos adversários dentro e fora de Florianópolis. Todos nos lembramos do sufoco que foi a primeira rodada na casa deles e acredito que desta vez não será diferente. É o típico jogo para se vencer por 1 x 0.

Com as contusões de Serginho e Márcio Araújo e a suspensão do Renan, estava me perguntando como que o Roth faria para ajeitar o meio-campo para o jogo desta noite. As escalações de Tchô e Renan Oliveira ao lado de Jonílson e Carlos Alberto me deixam um tanto curioso para a peleja. Ambos os armadores são jovens talentosos mas que nunca conseguem render aquilo que a torcida espera. Em campo, o Tchô parece um maldito preguiçoso enquanto o Renan Oliveira parece ter água com açúcar correndo nas veias, ao invés de sangue. Torço para que ambos consigam engrenar o setor de criação do Atlético, que anda pecando sucessivamente, embora meu maior temor é de que sejamos envolvidos pelo meio do Avaí que, neste momento, por incrível que pareça, é um time mais maduro do que o Galo.

A outra atração da noite é a estreia do colombiano Rentería. Depois de uma passagem um tanto irregular pelo Inter, alternando contusões e boas e más atuações, o atacante está de volta ao Brasil e, tomara, ansioso por voltar a jogar. Se marcar um gol esta noite, vira ídolo.

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16 de ago. de 2009

Calma

Corínthians 2 x 0 Atlético

Sem a possibilidade de ver o jogo pela TV, decidi não me torturar vendo bolinhas pipocarem na tela da globo ou do computador. E ter trabalho é bom nessas horas. Sendo assim, só soube do resultado final: derrota por 2 x 0 e queda para o quinto lugar no campeonato. Temos um jogo a menos, mas é contra o Colorado em Porto Alegre e o prognóstico não é dos mais animadores.

Na verdade, o resultado de hoje não foi nenhuma surpresa. Ao ler a lista de desfalques após o jogo contra o Palmeiras já era possível vislumbrar a tarefa hercúlea que seria conseguir um resultado positivo contra um Timão, que não vencia há cinco jogos. Alguns amigos apontam a apatia do Atlético, talvez resignação dos jogadores, outros o cansaço e a má escalação do Roth como fatores preponderantes neste revés. Enfim, não dá para remoer muito este mau resultado pois o segundo turno já começa na próxima quinta.

Um aspecto curioso acerca da campanha alvinegra neste primeiro turno é que aproveitamos a tabela favorável no início do certame e pontuamos muito nas primeiras 10 rodadas. Os últimos seis adversários poderiam consolidar a caminhada alvinegra, mas nas cinco partidas realizadas, nos complicamos: Goiás, Flamengo, Coritiba, Inter (adiado), Palmeiras e Corínthians. Foram 4 pontos em 15 disputados, justamente contra adversários que se candidatam ao G4, exceção feita ao Coxa que, coincidentemente, foi a nossa única vitória.

Quinta-feira iniciamos a nossa caminhada no segundo turno. A tabela é a mesma do turno anterior, embora os adversários estejam com motivações, campanhas e elencos diferentes. A chance do Atlético reside em conseguir repetir a ótima arrancada do início e, no fim, ver o que acontece contra os candidatos ao título. Não podemos desanimar.

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