29 de nov. de 2010

Milagres acontecem

Palmeiras 0 x 2 Atlético
Atlético 3 x 1 Goiás

Eis que algumas semanas após a chegada de Dorival Júnior estamos aqui comemorando a nossa permanência na primeira divisão do Campeonato Brasileiro. É, milagres acontecem até com o Atlético! Diante do legado deixado pelo Luxemburgo após a goleada sofrida diante do fluzão no Rio de Janeiro, apenas os mais abnegados acreditavam que nosso novo treinador conseguiria manter o time na elite do futebol brasileiro. Devo confessar que eu não era um destes torcedores. Sempre achei que os danos causados pela passagem do profexô eram demasiados e irreversíveis e que, no máximo, estaríamos nos preparando para a campanha de 2011 na segundona.

A estreia do novo treinador foi desesperadora, levando 2 gols do Grêmio em 10 minutos na Arena do Jacaré. Mas, com a paciência que lhe é peculiar, o comandante acabou ajeitando o posicionamento da equipe e conseguimos diminuir o prejuízo, mas não evitarmos a derrota. À medida que o campeonato se desenvolveu, o time cresceu, conseguiu ser regular e passou a obter bons resultados, como as vitórias épicas contra o xará goianiense, o nosso maior rival e o rubro-negro carioca. Com isso, a confiança voltou e os adversários passaram a nos respeitar novamente. A opção por priorizar a permanência na série A em detrimento à Copa Sulamericana acabou se revelando acertada: a classificação do Palmeiras fez com que enfrentássemos o misto alviverde no domingo passado e a surpreendente eliminação do porco fez com que o Goiás fizesse a mesma opção para a partida de ontem. A sorte anda com quem trabalha!

O fato é que Dorival Júnior mostrou competência, inteligência e frieza ao mexer nas posições corretas e apostar em jogadores renegados, como Renan Oliveira, que acabaram dando uma resposta surpreendente. É impressionante vermos que a solução para o drama do gol alvinegro esteve todo o tempo dentro do clube e que tivemos que aturar frangueiros da estirpe de Marcelo e Fábio Costa sem que Renan Ribeiro tivesse uma chance sequer. O menino é um monstro e não podemos repetir com ele o erro que cometemos ao nos desfazermos do Diego por alguns dinheiros. Se dependesse de mim, o garoto seria o novo João Leite, defendendo a meta alvinegra nos próximos 10 ou 15 anos.

Agora é pensarmos na temporada 2011. A base do elenco está montada e acredito que com a chegada de reforços para as laterais e para o meio, teremos um time competitivo para o ano que vem. Além disso, se não for pedir demais, seria bom que o nosso presidente resolvesse trabalhar em silêncio, sem fazer comentários polêmicos antes do time apresentar resultados dentro de campo e, pra completar, que aposentasse esta coleção ridícula da Topper e escolhesse um material esportivo que estivesse de acordo com as nossas tradições.

18 de nov. de 2010

Das vantagens de se torcer para o Galo

11 horas da manhã de uma terça-feira, sol a pino em São Roque, o celular toca:

- Alô!
- Senhor Luiz?
- Sim.
- Olá senhor Luiz, aqui é a pffssshhh do pffffshs!
- Desculpe, não entendi.
- Olá senhor Luiz, aqui é a pffssshhh do pffffshs!
- A ligação não tá boa.
- O senhor tem outro telefone?
- Tenho, mas estou na Bahia.
- Não tem problema!
- Ok.

Alguns minutos e o telefone do escritório toca:

- Senhor Luiz! Aqui é a fulana do jornal "O Globo"! De férias na Bahia, hein!?
- Não, trabalhando mesmo.
- Ah... Bem, estou ligando, senhor Luiz, porque O Globo está morrendo de saudades do senhor!
- É mesmo? Que engraçado, eu não tenho nenhuma saudade d'O Globo!
- Que isso, senhor Luiz! Por que?
- Ah, eu assinei o jornal uns quatro meses só e deu pra perceber a linha editorial podre que ele seguia, de modo que percebi que o que tava escrito ali não servia pra mim.
- Mas o senhor não gostava de nada?
- Não.
- Diz uma coisa só que o senhor gostava!
- Ok. Eu gostava de ver a programação de cinema. Mas isso eu posso ver de graça na internet, né?
- Haha! Já sei! Me diz uma coisa senhor Luiz: para que time o senhor torce?
- Para o Clube Atlético Mineiro. Tá vendo? Não existe nenhuma razão para eu assinar O Globo.
- É.. Obrigada pela atenção.
- De nada.

17 de nov. de 2010

Acertando as contas

Atlético 2 x 2 Santos
Palmeiras 2 x 0 Atlético
Atlético 4 x 1 Flamengo

Desta vez, a minha temporada em São Roque contou com nada menos do que três jogos do Atlético transmitidos ao vivo pela televisão. Depois do melancólico empate contra o Guarani em Campinas, fiquei um pouco desesperançoso com relação ao desfecho deste Brasileirão. O 2 x 2 contra o Santos piorou esta sensação, mas a combinação de resultados favoráveis naquele final de semana acabou por nos manter fora da zona de rebaixamento e nos deu novas esperanças.

Ao contrário da maioria dos meus companheiros alvinegros, acho que a comissão técnica acertou ao privilegiar o campeonato brasileiro em detrimento da sulamericana. Dificilmente, teríamos capacidade técnica e física para jogarmos as duas competições e entre as duas não tenho dúvidas sobre qual é a minha escolhida. A derrota em São Paulo fazia parte do roteiro e espero, sinceramente, que sejamos capazes de retribuí-la aos reservas do porco neste domingo.

A partida contra o Flamengo foi cercada de expectativas, não apenas por causa da tradicional rivalidade entre as equipes, mas porque marcaria o retorno de Luxemburgo à Arena do Jacaré, palco de alguns de seus maiores vexames nesta temporada. Especialmente devido a este fato, esperava uma boa exibição do Atlético, que hoje conta com alguns renegados pelo profexô em seu time titular. Mas o que vimos, de fato, foi o Galo atropelando o Urubu com um 4 a 1 sem choro. Renan Oliveira duas vezes, Tardelli e Obina fizeram a alegria dos atleticanos. No meu caso, devo confessar que não sentia tamanha emoção desde o 4 x 0 contra o xará paranaense do Geninho no Brasileirão do ano passado. Acredito, inclusive, que esta emoção é a responsável pelo mega resfriado que se manifestou logo na manhã seguinte à partida e que ainda me perturba.

Bem, foi uma importante vitória, mas os resultados da rodada não foram os melhores e a briga contra o rebaixamento continua encarniçada. Não dá para se ter sorte sempre! De qualquer maneira, espero que a equipe repita a boa atuação em Araraquara neste domingo e consiga os 3 pontos que nos deixarão a um empate da garantia da permanência na séria A.

5 de nov. de 2010

Não é questão de sorte

Guarani 0 x 0 Atlético
Atlético 0 x 2 Botafogo

O fim das férias foi marcado pelo retorno imediato a São Roque do Paraguaçu. De certa maneira, isso acabou me parecendo uma boa ideia. A razão para isso é que o retrospecto positivo obtido pelo Galo durante a minha ausência combinado a uma derrota triste como aquelas que só o futebol proporciona contra o Botafogo no último sábado, me levaram a crer que as energias emanadas pela minha presença diante da televisão poderiam estar influenciando negativamente o desempenho do glorioso alvinegro das Gerais. Felizmente (ou infelizmente), o melancólico empate em Campinas antes de ontem me fizeram deixar o misticismo de lado e aceitar as limitações técnicas e emocionais que contaminam o nosso time.

A partida contra o Botafogo foi uma das melhores exibições que vi do Atlético nesta temporada. Criamos e não marcamos. E não marcamos também quando os comandados de Joel Santana conseguiram encaixar um contra-golpe mortal aos 35 minutos, liquidando a fatura. O fato é que não fosse o momento crítico que vivemos, a derrota seria encarada como "coisas do futebol" e o time seguiria o seu caminho, mas receber uma rasteira destas na reta final é sempre desanimador.

Talvez tenha sido este desânimo o maior culpado pela suposta apatia (suposta porque só ouvi trechos da partida pelo rádio) da equipe diante do Bugre. Uma vitória em Campinas teria, praticamente, nos garantido a primeira divisão. Como não conseguimos, o jogo de amanhã contra o Peixe se tornou uma verdadeira decisão. A boa notícia é que o Alvinegro Praiano estará desfalcado de cinco jogadores em Sete Lagoas e a má é que o Palmeiras vai de time misto contra o Guarani, o que pode complicar a nossa vida mesmo que sejamos capazes de bater o Santos.


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